Carly observa Sam sentada em seu sofá, com o cobertor por cima de suas pernas, olhando para a TV melancolicamente. Seu olhar é triste, algo não muito comum em se tratando de sua melhor amiga.

Já faz alguns dias que a morena percebeu uma mudança gradativa no comportamento da loira. Antes alegre, brigona e piadista, ela se tornara amarga e introspectiva na maior parte do tempo.

Farta de esperar por uma resposta, Carly se senta ao lado de Sam.

“Bem, bem... você vai me dizer o que aconteceu quando? Por que diabos você está agindo estranho, quero dizer, estranho até mesmo para o seu normal?”

Sam a olha de volta com os olhos brilhando.

“Fica só entre nós duas?”

“Claro, Sammy.”

“Eu... não sou mais virgem.”

A outra garota arregala os olhos e coloca a mão na frente da boca, como que querendo segurar um grito.

“OMG! Foi com o Brad?”

Sam acena positivamente com a cabeça, mas sem sorrir.

“Oh! Me conta tudo, tudo, tudo... como é... tipo, fazer? Foi bom?”

Uma lágrima finalmente escorre do olho azul de Sam.

“Eu... não me lembro. Não me lembro de nada.”

Carly a fita espantada.

“Como assim não se lembra? Como se pode esquecer um momento desses?”

“O Brad disse que a gente bebeu muito... e realmente eu me lembro de ter bebido mais do que nunca. Ele disse que foi a primeira vez dele também, e que também não se lembra de nada.”

Carly permanece boquiaberta, sem nenhuma resposta que pudesse lhe vir à cabeça para falar com a outra adolescente.

“Isso... é normal? A gente apagar depois de beber muito e não se lembrar de absolutamente nada?”

“Eu... não sei, Sam.”

Uma ideia vem à mente da morena, mas ela se recusa a acreditar nisso. Por fim, sorri e coloca sua mão sobre o ombro da melhor amiga, de forma reconfortante.

“Olha, pensando bem, eu acho que acontece sim. Não se preocupa com isso, tudo vai ficar bem. Você, tipo... pretende continuar namorando o Brad, né?”

Sam acena positivamente.

“Só que nós temos nos visto pouco nos últimos dias... ele disse que tem muitas coisas pra fazer.”

“Ah... e... você, tipo, pretende fazer de novo com ele? E aquela coisa que você me falou do Freddie?”

“Com toda a sinceridade, não sei... talvez. E o Freddie... não seria justo, ele está bem com aquela ruiva baixinha.”

A conversa continua pela tarde, mas mudando de rumo.

Horas depois, Sam se despede de Carly com um abraço e desce até o térreo do prédio, onde pega seu celular e liga para Brad.

“Oi, Brad... cê quer fazer alguma coisa agora à noitinha? Eu tipo, estou de bobeira.”

“Ah, oi, amor... é que não vai dar, sabe? Prometi pro meu pai que levaria a Ferrari dele pro mecânico.”

“Bom... então... depois a gente se vê, né?”

“Claro, amor... um beijo.”

“Beijo.”

Entristecida, a adolescente enfia o celular no bolso, logo depois suas duas mãos, e vai a pé até a sua, perfazendo o caminho inteiro cabisbaixa.

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“Cat.”

“Quié?”

O casal não-oficial FAT estava descansando em um parque, depois de ambos andarem de bicicleta por um par de horas.

“Hora de fazer uma pergunta ultra-pessoal.”

“Manda, Freddie.”

“Você já... sabe...”

“Se eu já transei?”

Ele fica vermelho.

“É-é... você... tipo... parece... confiante.”

“Fico ofendida ou lisonjeada com isso que você falou?” a ruiva pergunta com um sorriso.

“Não me entenda mal!”

“Zoeira... eu nunca fiz nada, ainda sou virgem, como você.”

“Ah...”

“Eu não encano muito nessa conversa. Quando for pra ser, será... não tenho ideais de me casar virgem, ou mesmo de me casar. Só acho que ainda não pintou a situação pra fazer isso, entende? Tipo, ao mesmo tempo não quero que seja algo banal, tem que ser com alguém que valha a pena.”

“Tá certíssima. Penso o mesmo.”

“Agora chega de conversas esquisitas e vamos voltar a andar de bike.”

A adolescente se levanta e puxa Freddie pela mão, para que continuassem com seu passeio pelo parque.