Todos olharam do quadro para Sara, a semelhança era realmente grande.

SS – Porque comprar isso Greg?

GS – Eu me dou o direito de permanecer calado, já que invadiram minha privacidade.

Grissom olhava todos os detalhes da imagem. Já viu essa cena em sua mente e não se lembrou de ter visto aquele quadro.

GG –  Não vi esse.

GS – Eu sei, por isso comprei.

Grissom arqueou a sobrancelha olhando para Greg. Percebeu algo estranho numa das extremidades da moldura. Passou a mão e saiu em busca de algo. Essa atitude comum nele deixou os outros intrigados.

CW – O que ele viu aí?

DH – Além da garota eu não sei, não vi nada.

WB – O que deixamos passar?

NS – Vou tentar – olhou mais perto e percebeu a pequena elevação onde Grissom observava – tem alguma coisa aqui.

GS – Eu paguei uma pequena fortuna por isso e não vou deixar que estraguem.

Grissom surgiu com um bisturi na mão e já se aproximava do quadro quando Greg entrou na frente abraçando o quadro.

CW – Você não vai fazer o que estamos pensando, vai?

GG – Não sei o que estão pensando. Greg, sai da frente.

WB – Não tem outro jeito de fazer isso?

GG – Qualquer um de vocês destruiria a tela, mas eu, como amante da arte, sei o que estou fazendo.

SS – Grissom, mas é o quadro do Greg.

GG – Estou tornando-o  como evidencia.

NS – Baseado em que?

GG – No que eu encontrar, agora me deixem fazer isso com calma, Greg, é uma ordem.

Grissom cortou cuidadosamente a tela e, para admiração dos outros, ele retirou um micro cartão de memória. Exibia um sorriso superior, como menino que ganhou brinquedo novo.

GG – A persistência é fundamental para as grandes descobertas. Parece vestígios de sangue, vou ver o que Archie consegue com isso.

GS – O departamento vai me reembolsar pelo estrago?

GG – Quando Lurie for preso, suas obras não valerão nada – o celular de Grissom toca – Alô...estão bem...Sim...eu não posso permitir isso....o que o xerife tem a ver com....mas eu sou o supervisor dela e não permito....

Grissom desligou o celular, era fácil deduzir que o telefonema foi desagradável.

GG – O xerife decidiu atender ao pedido de Lurie.

NS – Que pedido?

GG – Ele concorda em dar um novo depoimento, nos dando todas informações, contando que Sara esteja à frente do interrogatório.

SS – Eu vou.

GG – Sara você não pode!

SS – Porque?

Essa era pergunta que todos estavam se fazendo mas só ela teve coragem de fazer. Todos os olhares estavam novamente no supervisor, que não teve outra alternativa a não ser concordar.

Saíram do hospital direto para o departamento. Eles estavam preocupados com Sara. Ela mal saiu do hospital já retomava a rotina do trabalho e, ironicamente, por causa de um louco.

As roupas que Catherine trouxera eram casuais, mas a camiseta tinha um discreto decote, a calça colava-se ao corpo e um casaquinho claro.

Sara seguiu no carro de Grissom junto com Hodges.

SS – Grissom, você sempre vai na montanha russa?

GG – Quando estou precisando espairecer. Porque a pergunta?

SS – Por nada –estava receosa por que havia mais alguém no carro- curiosidade apenas.

GG – Quer tentar ir uma vez? Você vai gostar.

DH – Eu posso ir também? Sempre quis ir mas a minha mãe nunca deixava por que achava perigoso...

GG – Hodges, se você continuar falando demais eu vou chamar um taxi.

DH – Desculpa, não esta mais aqui quem falou.

SS – Grissom, preciso saber o que exatamente Laurie quer de mim.

GG – Quando chegar,  vamos até a minha sala para por o plano em andamento.

Seguiu em silencio o resto do caminho. Grissom, chateado e intrigado com o estafante caso e por que novamente viu seus subordinados falando do assunto que ele parecia ser a única pessoa que ainda não sabia do que se tratava. Das duas uma, ou demitiria Nick por dar em cima da sua namorada ou Sara era quem sofreria as conseqüências, custava explicar do que se tratava? Odiava fazer papel de alienado.

Sara, preocupada por não saber o que lhe esperava no laboratório e por que Grissom demonstrava insatisfação toda vez que via ela e Nick perto um do outro. Era melhor esclarecer logo essa historia que já estava virando um grande mal entendido, estava decidida: conversaria com ele assim que estivessem sozinhos na sala dele.

E Hodges...

...bem, só lhe restava o silencio mesmo.