Cap.17 – Traumas e Casais Perfeitos

A tarde de quinta-feira, Anne andava pelo campus despreocupadamente.

-Ei, Mike! –ela chamou ao ver seu namorado dedilhando um violão na sala de estar.

Ele sorriu para ela e fez sinal para que ela fosse sentar com ele.

-Parece difícil. – ela disse ao sentar-se.

-Não é. – Mike a olhou e sorriu – Segura. –

Mike posicionou o violão corretamente para que Anne pudesse tentar tocar, em seguida, ajudou-a a fazer as notas.

-Só vai usar essas duas. – disse e ela assentiu olhando as cordas, tentando fazer tudo que ele instruia, logo Anne conseguia tomar a música com perfeição. Mike sorriu.

It's the most beautiful time of the year

Lights fill the streets spreading so much cheer

I should be playing in the winter snow

But Imma be under the mistletoe

Anne o olhou surpresa quando ouviu o cantar, no entanto, Mike sorriu doce para ela e continuou a cantar.

I don't wanna miss out on the holiday

But i can't stop staring at your face

I should be playing in the winter snow

But Imma be under the mistletoe

Anne sorriu deixando que Mike passasse a tocar o violão, olhando-a e sorrindo.

With you, shawty, with you

With you, shawty, with you

With you, under the mistletoe

Yeaaa

With you, shawty, with you

With you, shawty, with you

With you, under the mistletoe

-Mike, que…  - Anne se interrompeu quando Mike colocou o indicador na frente dos lábios indicando que ainda não havia acabado.

Hey love the wise men followed a star

The way I followed my heart

And it led me to a miracle

Anne sorriu maravilhada, estava achando tudo lindo. A letra, a voz de Mike, a forma como ele não parava de olhá-la daquele jeito tão carinhoso...

Hey love don't you buy me nothing

'cause i am feeling one thing

Your lips on my lips

That's a merry merry christmas

Ele parou de tocar e respirou fundo.

-Fiz para você. – sorriu

-Mike, que linda! – Anne exclamou admirada – É a coisa mais... Mais... Meu Deus, eu não sei nem o que dizer! – ela colocou as mãos na boca surpresa, ele sorriu. – É a coisa mais doce e linda que alguém já fez para mim, Mike. – sussurrou por fim diante do sorriso do namorado.

-Então, que tal me dar um beijo? – sugeriu Mike – Eu acho que mereço, não é?   - riu

-É claro que merece Mike! Vem aqui, vem! – Anne puxou-o pela nuca, no entanto, o violão não permitiu que se aproximassem o suficiente e ela fez uma careta, Mike riu o recostando em um cano e em seguida puxando a namorada para perto. – Agora sim. – ela sussurrou mordiscando seu lábio inferior e beijando-o em seguida, docemente.

Lorrane ouvia ao The Pretty Reckles no volume máximo enquanto fazia uma dissertação sobre estilo próprio para a aula de redação. Já havia recebido várias mensagens de Tyler, mais as ignorou, não queria conversar com ninguém agora. Desde que seu pai mandara uma mensagem – meio formal  demais – falando sobre a missa da irmã e de como preferia que ela e Mike continuassem em Yale, ela entrara em estado de isolamento. Estava tom tanta raiva que sabia que se falasse com alguém ia acabar descontando tudo na pessoa, por isso, decidiu manter distância de Tyler.

De repente, a porta foi escancarada e ela viu um Tyler preocupado, abriu a boca supresa e ele tirou seus fones.

-O que está havendo, Lorrane? – perguntou irritado – Eu te mandei várias mensagens e... –

-Desculpe. – ela o interrompeu, aquilo fez com eu Tyler se preocupasse ainda mais. Uma coisa era Lorrane ignorar suas mensagens outra, completamente diferente, era ela pedir desculpas, sendo a orgulhosa que sempre foi. 

-Lô o que... – ele se interrompeu quando ela começou a chorar. – Lorrane? – ele chamou, no entanto, ela chegava a soluçar com de tanto chorar.

-Eu o odeio, Tyler, eu o odeio... – ela sussurrou em meio ao choro, Tyler se sentou e a abaçou fortemente, a preocupação só ia aumentando. Lorrane tremia.

-Lô, fica calma. – pediu impotente, odiava não poder fazer nada por ela. – Me diz... Quem você odeia? O que houve? – perguntou

-Eu odeio o meu pai, Tyler. – sussurrou – Eu odeio que ele e minha mãe sejam tão egoístas e hipocritas... Odeio! – ela disse irritada, ainda chorando.

-Oh, pequena! – Tyler voltou a abraçá-la, acariciando de leve seus cabelos. – Vai ficar tudo bem, ok? – sussurrou

-Vai mesmo? – ela sussurrou de volta

-É claro que vai, Ann. – murmurou – Dias ruins vêm para que os dias bons valham a pena.

No quarto de Hayley, ela e Jake estavam aos beijos na cama. Ele estava por cima dela, acariando-a enquanto o beijo ia ficando cada vez mais quente. No entanto, lembranças de um passado sombrio e de uma Hayley indefesa invadiram sua mente, fazendo-a se afastar num sobressalto. Jake a olhou surpreso.

-Tudo bem? – perguntou

-Desculpa Jake... Eu não posso, ok? – o olhou – Sinto muito, não dá. Não estou pronta. – falou

-Ok, Hay, tudo bem. – disse ele – Vem, senta aqui. – chamou vendo a garota andar nervosamente de um lado a outro pelo quarto.

-Jake, é melhor você ir. – ela finalmente parou, encarando-o.

-Hay, eu já disse que está tudo bem. Não me importo de esperar. – disse Jake – Sò que você parece muito assustada... O que foi? –

-Não é nada. – ela mentiu mais ele balançou a cabeça, não convencido.

-Vai, Hay, me conta. – pediu

-Jake, para. – ela disse – Eu já disse que não é nada, meu Deus! Eu preciso fazer a lição... É melhor você ir. – falou, ele bufou e se levantou indo em direção a porta, deu uma olhada em Hayley antes de sair.

-Não vai mesmo me contar? – perguntou

-Não é nada. – ela repetiu e fechou a porta em sua cara, respirando fundo. Deixou-se desabar no chão com lágrimas nos olhos. Aqueles eram traumas que ela não sabia se um dia ia superar.

(Continua...)