Give Love A Try escrita por kakaulitz


Capítulo 1
Sonhos




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O sol estava ardente sobre minha cabeça. Aquele deserto em que me encontrava era gigantesco. Parecia que estava andando há dias e até agora nenhum sinal de vida ou civilização. Minhas forças acabaram e cai de joelhos sobre a areia fina e macia da colina. O vento soprava fazendo com que entrasse sujeira em meus olhos pequenos. As imagens que chegavam ao meu cérebro já estavam embaçadas e turvas. Olhei para um ponto no deserto e vi algo diferente, parecido com um vulto. Comecei a correr em direção aquilo e antes que eu chegasse perto o suficiente, cai novamente e não consegui levantar. Movimentei meu pescoço para que eu pudesse vê-lo. Será que conseguiria falar com ele? Não era toda vez que dava certo.

-Ajude-me.

Não obtendo resposta, me remexi naquele monte de pedras minúsculas e continuei.

-Por favor, Tom. Ajude-me.

-Já chega. Não dá mais para viver assim. Eu não quero continuar brigando com você.

-Eu também não. Mas nós podemos dar um jeito.

-Dar um jeito? – ele falava calmamente.

-É. Aliás, a culpa não é nossa. São dessas pessoas que vivem implicando comigo.

-Faça-me o favor, Bill. Olhe para você? Você é ridículo, patético – gritou – Eu tenho vergonha de andar com você usando essas roupas imprestáveis e essa maquiagem. E esse cabelo? Quem em sã consciência deixa o cabelo assim?

-Por que está dizendo essas besteiras? Isso nunca foi problema para você.

-Sempre foi. Você sempre será um problema na minha vida. Não falava nada para não magoá-lo, porém tudo tem limite.

-Pare! Por que está me dizendo isso aqui e agora?

Meu irmão riu de minhas ultimas palavras e continuou:

-Você sempre será a vergonha para nós. Não é a toa que mamãe jamais sentiu orgulho de você.

-Pare! – berrei o mais alto que pude – Eu não agüento mais ser assim.

-Deixa de se fazer de vítima, Bill Kaulitz – uma outra voz conhecida veio por trás.

-Georg? – perguntei.

-Você sempre será o covarde. O incapaz.

-Mas não podemos negar que é graças a você que a Tokio Hotel é famosa. Em relação a isso agradecemos – quem se manifestou agora foi Gustav – Só que... bem...

Os três se olharam e suas expressões transmitiam maldade e uma enorme vontade de me fazer mal. Seus olhos estavam vermelhos ou era impressão minha?

-Não precisamos mais de você, sua imitação de homem!

Georg, Gustav e Tom, meu irmão gêmeo, viraram as costas e foram embora. O meu mundo estava de cabeça para baixo. Não sabia para onde ir. Estava sozinho, como nas ultimas semanas, onde exatamente nada aconteceu a meu favor.

Deitei-me e fechei os olhos. Não havia mais o que fazer. Não havia como fugir. Sem Tom, eu não era nada. Eu sou um nada sem aquelas pessoas que me deram as costas. E minha mãe? Mesmo com a fama que conquistei, deve achar que sou um fracassado socialmente. O que não era mentira.

Eu sabia que quando abrisse os olhos, a garota dos meus sonhos estaria lá para me ajudar, para me retirar daquele fundo buraco. E ela realmente estava. Linda como das outras vezes. Ela vivia aparecendo em meus sonhos, para me trazer felicidade. Quando ela aparecia, era como se Tom e companhia nunca tivessem existido. Ela estava sobre o meu corpo com aquele vestido maravilhoso azul marinho e todo florido que ela tem, e algumas madeixas de seus cabelos loiros caiam sobre meu rosto.

-Está triste, Bill? – carinhosamente passou as mãos em meu cabelo.

-Não mais – abracei sua cintura, que estava tão fina como nas ultimas vezes – Qual é o seu nome?

-Pode me chamar de Carol, mas esse não é meu nome.

-Por que sempre diz isso? Diga-me seu nome verdadeiro.

-Um dia eu contarei.

Aproximou-se de mim vagarosamente até que nossos lábios estivessem prestes a se unirem. Infelizmente, como das outras vezes, acordei no melhor momento do meu sonho.

Sentei-me na cama pensativo. Essa garota que sempre aparecia nos meus sonhos já foi Luiza, Amanda, Julia, Raquel, Maria, Flávia e Carol. Mas por que ela nunca dizia seu verdadeiro nome? Por que ela não pode aparecer na minha vida real para me ajudar?

Depois daquele dia, não houve uma noite em que não sonhei com Tom. Nunca havia brigado tão feio com ele. Ele ficava me dizendo que eu era um fracasso como pessoa, que eu era uma vergonha para ele. Isso me magoou tanto que sonho com suas palavras todos os dias, porém minha mentalidade fértil exagera um pouco. E não faço a mínima ideia do motivo de essa garota fica aparecendo do nada para me dar conforto.

Eu não sabia mais o que fazer com toda aquela situação. Mal olhava na cara de meu irmão. Meus amigos da banda não se metem muito nisso, mas depois da nossa discussão eles começaram a me evitar. Talvez concordassem com Tom. A única solução que achei foi sumir por uns tempos. Viajei sozinho até uma ilha do Rio de Janeiro. Um lugar bonito, com pouca gente. Aquela ilha não tinha mais do que vinte pessoas, sendo que a maioria eram funcionarias do único prédio e do único bar que tinha lá.

Levantei-me e me troquei para dar uma saída, afinal não ia ficar na cama sem fazer nada com uma praia no lado de fora. Já estava quase pronto quanto me olhei no espelho e vi meu estado. As olheiras devido aos cigarros e ao choro de ontem à noite tinham aumentado consideravelmente. Por isso quis vir até essa ilha, para esquecer um pouco da minha vida, que sinceramente é uma porcaria. Já cheguei a pensar que se fosse um mendigo seria mais feliz.

Tranquei minha casa de aluguel que era bem simples, toda de madeira, pequena e com duas cadeiras de descanso na frente. Comecei a andar pela praia. O vento batia em meu rosto dando-me uma sensação gostosa. Nenhum pesadelo iria mais me atormentar. A areia estava branquinha e macia. O sol estava forte, como no meu sonho. Havia também muitos coqueiros e áreas verdes. Os pássaros voavam em conjunto. As ondas desmanchavam-se com perfeição. Típica cena de filme, mas estava completamente sozinho.

Será que fiz certo em deixar meu irmão sem avisar para tirar umas férias do mesmo sem ele saber? Droga! Por que estou pensando nisso? Eu fiz o que era melhor para mim. E também, por que iria ficar onde não me querem? Embora eu não conheça ninguém, será que me querem aqui?

Decidi me sentar onde estava e lá fiquei o resto da tarde entediado. Pelo menos era melhor que estar com Tom e seus xingamentos em relação a mim. Fechei meus olhos. Tinha esperança de que quando os abrisse, Luiza, Amanda, Julia, Raquel, Maria, Flávia ou Carol estivessem lá.

-Você está bem? – alguém com uma delicada voz perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

-Sim.

-Tem certeza? Você parece um pouco triste.

-Estou bem. Não precisa se preocupar.

-Como se chama? – disse sorrindo.

-Bill. E você?

-Alex.

-Alex não é nome de homem?

“Bill seu idiota” pensei. “Isso é coisa que se diga na frente de uma moça tão linda quanto ela?”

-Não, serve para os dois sexos. Eu acho.

-Hm. Entendi – desviei o olhar de vergonha.

-Maquiar-se não é coisa de mulher?

-É, mas serve para os dois sexos. Talvez. – nós rimos. Há muito tempo não me sentia alegre assim.

-Bill, eu estou morrendo de sede. Eu vou ao bar para comprar um refrigerante. Quer que eu traga algo para você?

-Não. Obrigado.

-Já volto.

Ela se levantou e foi comprar sua bebida. Só ai que percebi que ela tinha cabelos loiros compridos e que estava usando um vestido tão lindo quanto ela na cor azul.

“Será que meus sonhos estão virando realidade?” pensei ironicamente. “Até parece. É só uma coincidência.”


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Notas finais do capítulo

Não ficou tão bom assim quanto eu imaginei que ficaria...
..
mas mesmo assim..
..
REVIEWS??????W
..
DEVO CONTINUAR???



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