Strong as you were escrita por Gi Weasley


Capítulo 1
Until Our Heart Stops Beating


Notas iniciais do capítulo

"May your smile shine on. Don't be scared, your destiny may keep you warm. 'Cause all of the stars have faded away. Just try not to worry, you'll see them some day. Take what you need and be on your way, and stop crying your heart out"



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Em uma noite em Hogwarts, Roxanne andava sozinha  em um dos corredores alternativos que levavam até a torre da Grifinória, quando se deparou com uma figura conhecida, porém inesperada:

- Papai? - disse ela confusa.

- Então você é a Roxanne? Você é realmente linda. Não querida, tente denovo - disse uma voz agradavelmente doce, e quando Rox se virou para ver de onde vinha a voz, se deparou com um fantasma sorrindo, que logo após foi embora, flutuando para dentro de uma parede.

Rox nunca mais o viu e ficou realmente triste por isso: ver aquele fantasma que lembrava tanto seu pai fazia-a sentir-se em casa. Mas ele era TÃO parecido com seu pai...

[...]             

No Natal do mesmo ano, Rox decidiu voltar para casa. Quando teve a primeira oportunidade de abordar o assunto durante a ceia de Natal quase finalizada, Rox tomou coragem e logo fez uma pergunta que estava atasanando-a fazia um bom tempo:

- Papai, o senhor confia em mim?

- Mas que pergunta, querida. É lógico que sim - respondeu George, meio confuso com a curiosidade da filha.
          - Então o senhor poderia me explicar o do porquê que o senhor enfeitiçou um fantasma para que se parecesse com o senhor? Não teve graça, sabia? - ela resmungava, fazendo uma cara que fazia Fred se matar de dar risada, enquanto George parecia realmente não estar entendendo o motivo da pergunta.

- Eu o quê?
          - Você teria uma explicação melhor para me dar, sr. Weasley? Ele tinha a sua cara! - Fred ria, mas Rox parecia estar começando a ficar tão confusa quanto seu pai. Quando Rox viu George parando de comer para realmente prestar atenção em sua história, continuou - Chamei por seu nome, o fantasma me deu um sorriso e disse para tentar denovo. Nunca mais voltei a vê-lo. Estranho, não?

 George levantou e começou a tirar os pratos da mesa, sem dizer nenhuma palavra. Ele estava realmente quieto. Roxanne ficou sentada a mesa, esperando algum comentário, e Fred já tinha ido para seu quarto, se fazendo de indiferente. Depois de um longo tempo, Roxanne foi a que quebrou o silêncio.

- Sabia que Hogwarts ainda permite que os novatos levem seus pais na volta às aulas? Se o senhor quiser, posso te levar para voc...

- Sim, querida. Se não for incomodar - George não deixou Rox acabar seu frase. Ele precisava ir, ele precisava saber se era realmente verdade o que ele estava pensando.

[...] 

No dia do retorno dos estudantes à Hogwarts, Rox puxava seu pai pelas mangas de seu velho suéter com um grande G alaranjado bordado no meio. Quando George deu por si, eles estávam passando em frente a estátua/passagem da bruxa de um olho só.

- Rox, posso saber o porquê você estava andando sozinha a noite por esses lados? Que eu saiba, há caminhos bem mais curtos para a sala comunal e...

- Pai, você TEM que confiar em mim. Eu estava voltando da biblioteca, mas de repente, um Filch desesperado começou a me seguir gritanto que eu tinha jogando alguns explosivins no banheiro feminino do terceiro andar. Por Deus, O QUE SÃO EXPLOSIVINS? - George ria escandalosamente, e Roxanne estava euforica só de pensar que ela poderia entrar em encrencas. Ela se explicava para o seu pai com um timbre de voz tão agudo que vários outros estudantes paravam para ver aquela cena nada menos que hilária.

Com os animos acalmados e alguns minutos percorrendo Hogwarts, Rox finalmente achou o lugar exato em que viu o fantasma pela primeira vez. Porém, desta vez conseguiu analisar com cuidado o local. Entre as colunas frias que sustentavam o castelo, ela conseguia ver uma portinha de madeira úmida, exalando um cheiro realmente forte e agradável para seus arredores.

- Ali, pai, vamos entrar.       

Rox deixou que seu pai desse os primeiros passos. Era um cômodo um tanto quando pequeno, simples, mas realmente aconchegante. Ali havia uma lareira com um fogo alto a criptar, vários sofás e redes de diversas estampas espalhadas por aquele quarto-sala. Havia um canto com caixas que pareciam abrigar todos os tipos de travessuras que se possam ser compradas em uma loja de logros. Vassouras e baús que provavelmente serviam para guardar vestes e equipamentos de quadribol. Uma grande estante que ocupava uma parede inteira, cheia dos mais variados livros: desde de Como Passar com Sucesso em suas O.W.L's até Entenda a Linguagem do seu Hipogrifo. Em uma das paredes, havia um tipo de álbum fotográfico exposto: fotos de uma família ruiva realmente muito pobre, da Batalha de Hogwarts de 1998, panfletos de várias lojas localizadas no Beco Diagonal. No chão, podia-se ver jornais como O PASQUIM e O PROFETA DIÁRIO com reportagens pós-batalha, durante o período Umbridge em Hogwarts, lista dos fugitivos de Azkaban, depoimentos de trouxas que sobreviveram ao ataque dos Comensais da Morte no final da Copa de Quadribol. Mais ao longe, perto da única janela existente no cômodo, havia um poltrona marron escura virada de costas para a porta, onde se podia ver que alguém estava sentado ali, pois um jornal podia ser visto. Nele havia a chamada de uma nova loja no Beco Diagonal, que prometia sucesso; no meio do texto, havia também uma foto dos proprietários, dois jovens -irmãos será?- idênticos acenando e rindo, com a maior felicidade que se podia ser entendida, e um deles, por trás, fazia um tipo de um chifrinho no irmão. Ao som feito pela porta ao ser empurrada com a chegada de Roxanne, a poltrona se virou. George, antes distraído com toda aquela bagunça, ficou atônito.

[...]

- Você continua com a mesma cara de culpa de sempre, sabia? - o fantasma, já em pé, ria ao se aproximar deles. Ele era jovem -uns 20 anos talvez?-, e realmente muito bonito. Mesmo sendo translúcido, era possível ver alguns arronhões em sua face, e seus roupas pareciam estar muito sujas, diga-se de passagem. Porém, seu sorriso era encantador e, acima de tudo, contagiante.

George acabou se sentando em um dos sofás dali, e desabou a chorar. Mesmo tentando esconder seu rosto entre suas grandes mãos, suas lágrimas chegavam a fazer uma marca em cima dos tapetes felpudos que cobriam a sala. Seu choro era incontrolável, era verdadeiro e inocente. Rox permaneceu imóvel ao lado da porta, e o fantasma sentou de frente a George, puxando ma cadeira para si.

- Seu pai sempre foi um manteiga mole, Roxanne. Não se assute.

Rox não entendia mais nada. Sim, era verdade que já vira seu pai chorando diversas vezes na calada da noite, vendo sempre as mesmas fotos, segurando sempre um moletom que ele não permitia que fosse lavado, nunca. Seu pai já havia lhe contado histórias sobre um homem incrivelmente maravilhoso, que sempre aprontava e conseguia arrancar um sorriso de todos, mesmo nos tempos mais obscuros. Mas não podia ser ele, ele estava...E, como uma tempestade que vem sem dar aviso, ela entendeu. Tudo fazia sentido. Ele estava morto, o motivo dos olhos tristes do seu pai estava morto, e essa figura em sua frente era um fantasma. Tudo fazia sentido.

Uma voz serena interrompeu a linha de pensamento do Roxanne, juntamente com o silêncio:

- Rox, eu sei que Filch sempre está atrás de você e de seu irmão, Fred. Afinal, velhos hábitos não mudam nunca, certo? Quando estiver com problemas, venha para cá. Filch é cego de ódio, e nunca teve paciência para explorar as maravilhas desse castelo por completo, ou seja, ele não sabe da existência dessa salinha. Irei te ajudar se...Ah, por favor George, contenha-se homem! Por que você ainda não me deu um abraço?

- Pai, ele não é aquele... - mas Rox não conseguiu terminar sua fala, porque, finalmente George tinha dito -balbuciado- alguma coisa:

- Eu sinto sua falta, todos os dias.

Então, Rox entendeu. Era ele. Era o cara que estava sempre nas fotos que faziam sua pai chorar. Era aquele que sempre a confundia quando tentava adivinhar QUAL era seu pai.

- Você é meu tio Freddie, não? Você é quem tem tomado conta de mim quando eu faço alguma besteira. Você - Roxanne parou e suspirou, para finalmente concluir seu pensamento -..., o papai sente sua falta. - Ela desencostou da porta e caminhou em direção ao fantasma:

- Te vejo no jantar, tio?

- Com certeza, pestinha.

Logo após uma sorriso e uma piscadela, ela, finalmente, se dirigiu ao seu pai. Deu-lhe um abraço e beijou sua testa.

- Fica calmo pai, eu am...nós amamos você.

- Me escreva, querida - George conseguiu choramingar, tentando reproduzir um sorriso em sua cara. Rox viu sua deixa, e saiu.

[...]

Eles estávam sozinhos na sala. Fred-Fantasma fintava o chão, tentando escolher as palavras certas para sua explicacão. Mas quem falou, foi um George emocionalmente acabado:

- Quando você se foi, eu fiquei perdido no mundo. Você morreu do modo mais ridículo que alguém poderia morrer, sabia? Você morreu com a incerteza se venceríamos. Eu não sabia se tinha mais forças para lutar, afinal, como posso lutar por vingança contra uma parede? É insano. Eu fiquei sem chão, Fred. Como eu ia conseguir seguir em frente? Como eu ia conseguir administrar as Gemealidades Weasley sem você? Eu tinha perdido tudo, um irmão, o melhor amigo, o comparsa do crime, meu sócio. Todas as minhas boas lembraças eram juntas de você. Fred, eu nunca mais fui capaz de produzir um Patrono! Você sempre foi tudo para mim e... - George murmurava, deixando que suas palavras se perdessem ao vento. Ele estava esgotado.

- Você nunca foi bom com palavras, não é mesmo? - Fred-Fantasma aproveitou a brecha que encontrou para tomar coragem e falar tudo de uma vez - Eu morri tirando uma com a cara de Percy. Morri acreditando em nós, defendendo minha escola, minhas escolhas. Perdas para um bem maior. Sei que Tonks, Colin, Remus morreram. Sei que no final, Snape era leal a Ordem. Sei que mamãe matou Bellatrix, A MAIOR COMENSAL DE TODOS OS TEMPOS, GEORGE! Sei que Harry venceu, que NÓS vencemos. Que Neville amava Luna, que Ginny se casou com Harry, que Ron finalmente virou homem e ele e Hermione se casaram. Conheci o filho do Draco, os de Bill com a Fleur, os de Harry com Ginny, os de Ron com Hermione, o de Remus e Tonks, os seus. Fiz de tudo para voltar para cá. Pirraça quer que eu o ajude a aprontar, sabe né, voltar a vida de antes. Por isso, criei esse lugar: para salvar nossos herdeiros-do-caos das garras de gente como o Filch. Acredite maninho, esse lugar é mais procurado do que a Sala Precisa! Aliás, Fred sempre passa por aqui. Não fique bravo por ele nunca ter te contado, fui eu quem pedi segredo. Ele é um garoto muito esperto, me reconheceu de cara. Contei nossas histórias mais bizarras e pedi segredo porque não queria vê-lo assim. Eu queria poder conhecer meus sobrinhos, e ver se eles sairíam tão bonitos como o tio mais legal deles. Diga-se de passagem que vou ficar de olho nos meninos que ousarem olhar para nossa Rox, e eu admito, Fred II tem tudo para ser o novo garanhão do pedaço: meu nome e minha beleza e minha inteligência e meu sendo de humor e..., enfim. Sabe porque eu voltei? Para te esperar. Você foi, e nunca deixou de ser, a pessoa mais importante da minha vida-morte. Eu vim te esperar. Eu estive ao seu lado sempre, aqui ó, no seu coração. Como é que Sirius disse uma vez? AQUELES QUE NOS AMAM NUNCA NOS DEIXAM DE VERDADE. Gred e Forge para sempre lembra? Eu te amo, irmão.

- Eu te amo irmão - George conseguiu dizer em meio as suas infinitas lágrimas. Finalmente, levantou e foi abraçar Fred, que tinha seus olhos marejados E, com a maior força que tinha, conseguiu perguntar - Você vai me esperar?

- Sempre, até o fim.


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