Little Bad Girls escrita por Anaa Luiizaa


Capítulo 2
Capítulo 2 : Emily Fields




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– Emily! – gritou Pam Fields, correndo atrás da filha pelo corredor estreito dos quartos. – Volta logo aqui, precisamos conversar!

Emily conseguiu entrar em seu quarto, alarmada, batendo a porta e a trancando, com algumas lágrimas nos olhos.

– Emily, por favor, abra essa porta! – Pam gritou novamente, batendo na porta com força. – Não é assim que se resolve as coisas.

Emily choramingava, o choro verdadeiro ainda entalado na garganta. Ela enxugou as lágrimas, tentando ser forte, como sempre era. Sua vida recentemente estava conturbada; ela sabia disso, porém não podia dar o braço a torcer. Tinha de permanecer forte. Essa era a última semana de provas, à qual ela tinha que desempenhar tudo de si para poder tirar boas notas para poder ser admitida na Dumby e ainda tinha um campeonato de natação a duas semanas, e viriam nadadores de toda a Pensilvânia para competirem com ela. Apenas duas garotas da cidade foram selecionadas: ela e Paige McCullers, uma menina baixinha e estranha que parece fulminar todo mundo com os olhos. Por isso Em treinava todas as tardes na escola, afinal tinha que dar o melhor de si. E, como se não bastasse tudo isso, ela ainda foi obrigada a ouvir sua mãe dando lições de moral e proibindo seu namoro com Ben, só porque o viu bebendo e fumando no carro do pai dele.

– Me deixa em paz! – Em conseguiu dizer, agachando-se à janela do quarto.

– Não, Emily – insistiu Pam. – Nós realmente precisamos conversar. Desse jeito só piorará as coisas.

Emily não disse nada, apenas ficou contemplando a vista da rua pela janela, uma noite fria e serena, onde podia ver a iluminação dos postes refletindo na rua molhada. Por um segundo, pensou em pular... virou o rosto e afastou o pensamento.

– Emily, se não abrir essa porta, vou ter de ligar para o seu pai e pedir que ele venha para cá resolver por ele mesmo. É isso que você quer? Que seu pai abandone a missão no Afeganistão e... – Pam não precisou terminar para que Emily abrisse a porta do quarto. Ela jogou sujo, pensou Em, ao ouvir a mãe inserir o pai na conversa. Problemas com o seu pai era a última coisa que Emily queria naquele momento.

Pam estava séria, e com um rosto contorcido pela aflição.

– Eu não acredito que brigamos desse jeito. – começou ela. – Emily, o que está acontecendo com você?

Emily não conseguiu dizer nada, apenas liberou o choro que estava preso à garganta, não sendo capaz de controlar. Era muito coisa em sua cabeça; tinha de botar para fora. E, no segundo seguinte, mãe e filha que brigavam agora estavam se abraçando e se reconciliando, dando apoio uma à outra.

O ombro de Pam estava molhando quando Emily se afastou, percebendo o quão insegura tinha sido. Rapidamente enxugou as lágrimas com a manga da jaqueta, e percebeu que sua mãe a fitava com aqueles olhos penetrantes. Pam pegou a filha pelos braços e as duas se sentaram à janela, uma a cada canto, em uma posição que as duas ficaram confortáveis e com os pés unidos. Dessa vez Emily não quis pular.

– Querida... eu não quero impedir que você namore Ben, você é livre para o que quiser, eu só quero ter a sua palavra... de que... de que...

– De que eu não beba, não fume, ou me drogue? – terminou Em.

– Sim, é isso. Quero confiar em você.

Emily apoiou a cabeça na cabeceira da janela, e refletiu um pouco.

– Mãe... se é isso que a preocupa, eu prometo. Não farei nada de ilícito.

– Fico aliviada. – Pam se acomodou mais na janela, olhando para a filha; dessa vez era de um jeito sincero e carinhoso, um jeito como uma mãe deve olhar para uma filha. – Em... você gosta mesmo desse rapaz?

Emily preparou-se para responder automaticamente, porém algo a bloqueou e a fez hesitar. Ia dizer que sim, porém sabia que era mentira. Apesar de negar para si mesma; sabia que nunca sentiu nada de especial por Ben, no fundo sabia do que realmente a atraía... Mas se nem para si mesmo conseguia admitir, dizer a verdade para sua mãe parecia algo simplesmente impossível. Por fim, Emily se limitou a dizer:

– Não sei.

Pam deu um sorriso delicado, e posou sua mão no joelho da filha.

– Isso é normal. Você está numa época de escolhas, querida. Apenas espero que saiba fazer as escolhas certas.

– Eu as farei. – garantiu Emily.

– Espero. – disse Pam, dando um beijo na testa de Emily antes de sair do quarto. Emily sentiu-se aliviada ao ver a porta se fechando, voltando a fitar a paisagem chuvosa da rua. À frente de sua casa estava a casa de Toby Cavanaugh, um poço de escuridão que nem parecia ser habitado, e mais à frente ainda, a uma distancia maior, Emily conseguiu ver a casa de Alison. Pensar em Alison a fazia bem. Um vento doce e sereno, semelhante a uma brisa gelada, soprou nela e ela pode sentir o cheiro do inverno chegando em Rosewood, junto com o aroma de algumas flores que a fez se sentir ao lado de Ali.

Emily fechou os olhos, refletindo sobre a pergunta que sua mãe fizera minutos atrás.Sim, eu amo o Ben, ela queria dizer. Porém a verdade era essa: Não, eu não amo Ben nenhum. É a Alison que eu amo. É com ela com quem eu gostaria de estar, sentir o seu perfume doce, sua voz me dando ordens e brincando comigo... Seu coração parecia doer por saber da verdade. A centésima lágrima do dia rolou na sua face, e Emily desistiu de tentar ser forte. Queria estar com Alison naquele momento. Nem ligava mais para o que as meninas pensassem; nunca se sentiu verdadeiramente próxima com nenhuma delas quanto se sentia com Alison. Aria era muito insegura; Spencer já era segura até demais e Hanna um pouco dos dois, exagerando tanto na insegurança quanto na segurança. Porém Alison parecia ser simplesmente perfeita, assim como Em tentava ser: natural... Não que Emily não gostasse das outras meninas, afinal as considerava irmãs. Porém era com Alison que ela partilhava uma personalidade similar.

Um som rápido e alto trouxe Emily para a realidade, e o som vinha do computador. Ela foi até ele, e viu que era Aria falando com ela pelo facebook.

Oi Em! Precisamos conversar. Tenho uma ótima notícia! :)

Emily se sentiu um pouco aliviada; pelo menos uma notícia boa. Porém, devido ao exaustivo treino que teve na piscina, ela estava com os braços doendo e não estava com vontade de digitar. Ela apenas mandou uma mensagem rápida para Aria:

Calma. Eu te ligo! :*

Emily desligou o computador e pegou seu celular, voltando à janela. Assim que chamou, Aria atendeu rapidamente.

– Aria! O que foi?

– Em, você não vai acreditar. – a voz de Aria estava ansiosa e abafada. Emily então percebeu que devia se tratar de Noel, a paixão “secreta” da amiga. – Hoje à tarde eu fui estudar na casa da Ali e ela me disse que conseguiu um ingresso para todas nós numa festa do N-O-E-L K-A-H-L. – Emily nem deu importância à última parte, e seus pensamentos voaram novamente ao ouvir o nome de Ali.

Emily rapidamente afastou o pensamento e focou no assunto: uma festa na casa de Noel. Ela tentou fingir o que apareceu ser um grito eufórico, porém saiu exagerado demais. – Mentira?! Quando?

– Amanhã! – respondeu Aria. – Meu Deus, tô tão ansiosa... eu não sei nem o que vestir...

– Calma, Aria, calma! Noel é o tipo de cara que não gosta de garotas inseguras. Você deve estar pronta para atitudes! O Ben me disse que ele está solteiro, então não perca a esperança. – Emily havia falando isso a ela um milhão de vezes, porém para Aria cada vez parecia ser a primeira.

– Ahhhhhh! – gritou Aria.

Emily revirou os olhos, e quis desligar logo. Sua cabeça doía um pouco e já estava farta das inseguranças de Aria, e achava extremamente fútil as festas de comemorações que os times de basquete promoviam, principalmente quando se sentiam tão excitados por ganharem um campeonatolocal. Emily sentia pena por Aria gostar de um idiota tão clichê como o Noel. Por um grande milagre, sua mãe bateu na porta dizendo que o jantar estava pronto. Como estava morrendo de fome, não hesitou em falar:

– Aria, minha mãe tá me chamando para jantar. A situação aqui tá feia, depois te conto o que ela me fez passar. Tenho que desligar. Guarde sua ansiedade para amanhã quando conversarmos melhor.

– Okay. Manda um beijo pra ela. Te amo Em!

– Eu também te amo . Beijo.

Emily terminou a chamada, desceu as escadas e se sentou em frente a mãe na mesa de jantar. O lugar do pai estava sempre intacto e vazio na ponta da mesa. Elas começaram a comer, e nenhuma das duas falaram uma palavra. Os sons que se ouviam eram apenas os dos talheres e dos pratos. Foi uma refeição tranqüila e amistosa. Pam pareceu estar inerte em seus pensamentos, provavelmente pensando no marido, enquanto Emily apenas concentrava-se na comida.

Ao terminarem, Emily começou a pegar as coisas na mesa e levar à cozinha, enquanto Pam ligava a máquina de lavar-louças. Num momento em que Emily voltou a mesa para pegar os pratos sujos, ela escutou uma batida violenta na porta. Pam correu para a sala, com os olhos meio arregalados:

– Quem é? – perguntou ela.

– Não sei. – respondeu Em, igualmente assustada. Não era normal alguém bater na sua casa àquela hora, principalmente com tamanha violência.

– Ah, meu Deus... devem ser notícias de seu pai. – disse Pam, com as mãos ao coração.

– Eu atendo. – disse Emily.

Emily se arriscou a se aproximar da porta, cuja as batidas não cessavam.

– Quem é?!

– Em, sou eu, Hanna. Por favor, abra. – a voz doce de Hanna não deixara dúvidas Mãe e filha deram um suspiro aliviado.

Emily imediatamente abriu a porta. Hanna estava com aquela velha jaqueta rosa, um pouco molhada, com os olhos vermelhos e assombrados. Hanna abraçou Emily tão forte que seu corpo doeu, mas Em não se importou. Já havia se acostumado com dores no corpo e, não importa o que houvesse acontecido, tinha que consolar Hanna naquele momento.

– Hanna, o que houve?

– Meus pais... – começou Hanna, com a voz chorosa. – Eles estão brigando de novo, e... meu pai bateu na minha mãe...

– O que?! Meu Deus... – elas se abraçaram novamente. Emily, que há pouco tempo era consolada pela mãe, agora consolava a amiga. Hanna começou a soltar murmúrios enquanto chorava, e Emily enxugou suas lágrimas. Hanna parecia tão inofensiva sob aqueles olhos vermelhos e bochechas coradas, que Emily sentiu mais dó ainda da amiga. – Calma, vai ficar tudo bem. – Ela virou-se para mãe, que assistia a tudo chocada. – Ela pode dormir aqui?

– Claro. Hanna, fique a vontade, a casa é sua. Amanhã eu converso com a Ashley, e lhe juro que seu pai não fará mais isso.

– Obrigada... – o sussurro de Hanna foi baixo, e ela mais uma vez abraçou Em. Só falta a Alison aqui, pensou Emily enquanto consolava a amiga


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Notas finais do capítulo

Desculpem minha demorar pra continuar a postar sem tempo , mande uma reply no meu twitter (@ipoddademi) dizendo o que achou



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