Após o beijo Diego olhou perplexo para Alessa. Seus olhos arregalados demonstravam que ele esperava qualquer reação dela, menos essa. Sua boca tentava formar palavras, mas as únicas coisas que saiam eram coisas tipo: “Ãnn... Como... Porq... Ééé...”. Diego estava mais confuso do que nunca. Alessa não teve outra alternativa senão desatar a rir.

- Eu posso saber qual é a graça? – bufou Diego. Ele não estava achando graça nenhuma, aliás, estava bem sério.

- A sua cara – falou Alessa entre risadas.

- Como assim a minha cara? Nós estamos em uma situação complicada aqui! – ele estava começando a ficar com raiva.

- Situação complicada? Por quê? Você me ama, eu te amo, nós nos beijamos... Que eu saiba não tem nada de complicado aí.

- Você me ama? – Diego estava com os olhos brilhando.

- Nossa os homens são mesmo lentos ein? É claro que eu te amo, você acha que eu te beijei de volta por quê?

- Porque eu beijo bem e você não conseguiu resistir? – Diego estava com um sorriso maroto.

- Ah tá! Claro que foi isso! – Alessa bateu de leve na cabeça de Diego – Eu te beijei porque eu venho esperando isso há muito tempo. Você não fazia ideia disso fazia?

- Não. – Diego tirou o sorriso do rosto. A conversa agora seria mais séria.

- É os homens são muito idiotas para notar qualquer coisa – Diego já ia abrindo a boca para protestar, mas achou melhor não. Uma briga agora não seria uma boa coisa – Embora o Luca tenha notado, mas ele é diferente, ele não conta.

- Você está dizendo que ele é melhor do que eu? – uma chama de raiva cresceu de repente dentro de Diego. O ciúme era realmente algo poderoso.

- Ei, ei, ei calma aí rapazinho. Eu nunca disse isso.  – Alessa estava cautelosa, não queria começar uma discussão. Aquele momento deveria ser perfeito, era o momento de sua declaração por Diego – Eu disse que o Luca era diferente, porque ele me entende. Mas pode ficar tranqüilo que com o tempo você aprende a fazer isso também. – Diego continuava sério. – Ah qual é! Sorria um pouco. – e falando isso Alessa puxou as duas extremidades da boca de Diego, fazendo com que aparecesse em seu rosto um sorriso forçado. A cena estava bem engraçada, e Diego finalmente sorriu. Alessa tirou as mãos do rosto de Diego.

- Eu realmente gostaria de te entender. Pra pode te ajudar. Eu sempre tive muitos ciúmes do Luca, porque sempre que você tava com problemas, era ele quem você chamava. Eu acho que era por isso que eu ficava mais com Giulia. Você não precisava de mim, então era melhor eu ficar longe.

Os olhos de Alessa estavam marejados.

- Diego eu... Me desculpa. – Alessa abaixou a cabeça. Diego viu uma lágrima pingar no banco – Eu sempre chamava Luca porque eu presumia que você estaria ocupado demais com Giulia ou com qualquer outra garota com quem você estivesse. Você sempre namorou tanto... E aí, com o tempo, eu e Luca criamos mais afinidade. Uma coisa levou a outra.

- Eu acho que eu sempre estava com uma garota diferente para chamar a sua atenção – Diego levantou o queixo de Alessa e olhou bem em seus olhos – Conscientemente ou não, a garota que eu sempre amei foi você. – Alessa sorriu.

- Você não fazia ideia do quanto doía ver você com todas aquelas garotas. Mas Luca sempre estava do meu lado. Então tudo era um pouco mais fácil. Matava-me por dentro, mas você não precisava saber, então eu sorria.

- Alessa, ao contrário de mim, você sempre soube que me amava. Por que você não me contou? Nós já poderíamos estar namorando há um tempão – Diego estava com um olhar sonhador.

- Eu não te contei porque eu sabia que você não gostava de mim, simples. Além do mais, eu achava que tudo isso ia passar, mas não passou. Na verdade, eu já vinha planejando te contar isso, Luca me encorajou. Sabe quando eu disse que tinha uma coisa pra te contar e aí você disse que ia pedir a mão de Giulia em casamento e depois eu disse que ia pra Londres? A verdade é que a coisa importante que eu tinha pra te contar era que eu te amava. Mas quando você disse que ia se casar com Giulia, eu desisti. E aí eu inventei uma mentira, de que eu tinha recebido uma proposta de emprego em Londres. Eu ia falar que não ia, mas de uma maneira muito estranha, eu comecei a gostar da ideia, eu não suportaria ser madrinha do seu casamento com outra. Então eu te falei que eu ia. Mas, mais uma vez, Luca colocou juízo na minha cabeça e me fez entender que ir para Londres não era uma boa ideia.

- Nossa... Pelo jeito eu tenho mais a agradecer ao meio irmão do que eu imaginava.

- É verdade, agradeça mesmo ao seu irmão.

- Ai Alessa, eu nem sei explicar o quanto eu estou feliz. – Diego fez um gesto para que Alessa se aproximasse e ela se aproximou. Ficaram lado a lado. Então, Diego pôs um braço em volta do ombro de Alessa e ela deitou a cabeça em seu peito. Com sua outra mão, Diego entrelaçou seus dedos nos dedos de Alessa – Você sabe que eu poderia ficar assim para sempre não sabe?

- E então porque a gente não fica?

- Eternamente para sempre? – Diego olhou para Alessa. Ela riu.

Flashback:

Já tinha passado algum tempo desde que Alessa e Diego tornaram-se amigos. Eram inseparáveis. Estavam sentados no banquinho da praça, conversando como sempre.

- Ei Diego, imagina que legal se a gente fosse amigo pra sempre! – falou Alessa, animada.

- Pra sempre? Isso é muito tempo né? Mas eu acho que seria legal sim.

- Tá, mas, pra gente ficar tanto tempo junto, a gente tem que se amar né?

- Se amar? Eu aposto que você nem sabe o que é amor. – zombou Diego.

- Sei sim. Eu perguntei pra minha mãe e ela me disse que era uma coisa muito forte que fazia a gente nunca mais querer se separar da pessoa. – Alessa queria mostrar para Diego que sabia. Ela não gostava quando duvidavam dela.

- Hum... Então eu acho que se a gente quer ser amigo pra sempre, a gente já se ama?

- Eu não sei. Olha, quer fazer um acordo comigo? – propôs Alessa.

- Que tipo de acordo? – Diego estava desconfiado.

- É assim ó: a gente promete que vai ser amigo pra sempre e nunca vai se separar, e aí é só a gente cumprir esse acordo.

- Então tá, acordo feito! – e apertaram-se as mãos.

- Isso quer dizer que a nossa amizade vai ser... Vai ser...  – Alessa procurava a palavra certa, sem encontrar. Então simplesmente falou:

- Vai ser eternamente para sempre! – Diego riu.

- Não Alessa, não pode ser eternamente para sempre. Ou é eternamente ou é para sempre

- Nada a ver isso. Nossa amizade vai durar tanto tempo que ela vai ser eterna para sempre. – Diego riu novamente.

- Então tá, eternamente para sempre.

Fim do flashback.

- Sim, eternamente para sempre. – Alessa voltou a deitar a cabeça no peito de Diego e fechou os olhos. Ela poderia ficar ali eternamente para sempre.