Verdades Trancafiadas escrita por Letícia do Vale


Capítulo 13
Eu não sabia que Diego tinha um lado paternal




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- Ué, mas cadê aquela pirralha? – perguntou Giulia ao atender sua porta e se deparar com Diego sozinho do lado de fora.

- Ela não vem. Agora vamos. – Diego nem se deu ao trabalho de entrar na casa – Espero que você esteja pronta – deu meia-volta e entrou em seu carro.

- Obrigada por esperar. – reclamou Giulia, seguindo Diego. Trancou a porta da casa e entrou no carro – Mas afinal, porque você queria trazê-la com você?

- Será que você ainda não percebeu? – falou Diego – Eu e ela estamos juntos. Ou pelo menos estávamos. – seu tom de voz era triste.

- Como assim? Bom isso não importa agora. Você sabe que você terá que ficar comigo não sabe? Para todos os efeitos, essa criança é sua, e não é bom saberem que você abandonou a mãe do seu filho. – Giulia olhava para Diego, mas ele mantinha os olhos fixos na rua.

- Nosso romance será uma farsa então. Nós não estaremos juntos de verdade, só parecerá que estamos.

- Como você quiser – Giulia revirou os olhos – mas você sabe que eu vou te reconquistar não sabe?

- Você nunca esteve tão enganada na sua vida. – Diego falava com amargura – Então, qual é a clínica?

Giulia deu o endereço e depois disso não se falaram mais.

A cabeça de Diego estava repleta de pensamentos sobre Alessa. Ele se perguntava como seriam os dias seguintes. Alessa teria dado seu último adeus? Ela se afastaria dele? Por que as coisas não poderiam dar certo pelo menos uma vez? Diego resolveu pensar sobre isso depois, ele teria que se concentrar agora em seu suposto filho.

Chegaram à clínica. Era um prédio relativamente grande, com uma bela entrada. Ao passarem pela porta de vidro deram de cara com uma recepção, composta por duas jovens mulheres, uma loira e a outra ruiva. A loira estava falando ao telefone e parecia bastante nervosa. Anotava algumas informações em um pequeno bloquinho de papel. Então, Diego e Giulia se dirigiram à mulher ruiva.

- Com licença, eu estou procurando o doutor Antonio Montagna. – falou Giulia.

- Seu nome, por favor. – falou delicadamente a moça.

- Giulia Peretti – a moça ruiva começara a procurar no computador que estava do seu lado.

- Ah! Aqui está. Giulia Peretti. O doutor Antonio está esperando por você. Pode seguir nesse corredor à direita. É a última porta.

- Obrigada. – disse Giulia com um sorriso.

Seguiram pelo corredor indicado e pararam na última porta. Entraram na sala e se depararam com um ambiente bastante sofisticado. Era uma sala ampla e bem clara, cercada de prateleiras repletas de grossos livros, sobre todos os assuntos da medicina. À frente deles ficava a cama onde seria feito o ultrassom e ao lado dela os aparelhos. À direita ficava a mesa do médico, com duas cadeiras de couro vazias esperando por Diego e Giulia. Por detrás da mesa, estava Doutor Antonio Montagna, com um sorriso simpático e um olhar carismático por detrás de seus óculos quadrados. Seus olhos eram cor de mel e ele possuía cabelos grisalhos. Estava nos seus cinqüenta e poucos anos.

Ao ver Giulia e Diego entrando, se levantou de sua cadeira para cumprimentá-los.

- Sentem-se. – falou o doutor calorosamente, fazendo sinal para que eles se sentassem nas cadeiras em frente a sua mesa – Ah, como é lindo ver mais uma nova família se formando! – Diego deu um sorriso amarelo – Vamos logo para não perdermos tempo.

O doutor se levantou novamente de sua cadeira e indicou que Giulia o seguisse até a cama. Antonio andava do lado de Giulia, com Diego logo atrás.

- Ah! Parece que o gel que eu uso para o ultrassom acabou. – falou Antonio, pegando um pote vazio que se encontravam dentro de um armário perto da cama. – Meu jovem, será que você pode ir até a recepção e pedir para a moça ruiva um pouco mais? – perguntou a Diego.

- Claro. – ele respondeu.

Assim que Diego saiu da sala, Antonio correu para o telefone que se encontrava em sua mesa e discou o número corresponde à recepção.

- Sara, um rapaz vai chegar ai pedindo um gel e eu quero que você o faça demorar o máximo possível! – O médico falou rapidamente – Tchau! – e voltando em direção à Giulia, ainda correndo – Nós não tempos tempo. Então eu vou te explicar tudo rapidinho. O aparelho no qual a imagem do bebê deve aparecer está conectado a um DVD escondido embaixo da cama certo? Dentro desse DVD tem um pequeno vídeo do ultrassom da minha filha Donatella que está grávida de três meses. Quando eu começar a passar aquela maquininha com gel na sua barriga, eu aperto com o pé o play do DVD tá entendendo? Eu vou estar atrás da cama, o Diego vai estar na frente. Ele não vai desconfiar.

- Você é realmente um gênio. Muito obrigada. – Giulia falou animada.

- Olha, eu não me orgulho nada de estar enganando esse pobre rapaz. Só estou fazendo isso porque sou amigo do pai de Lorenzo há muito tempo e devo alguns favores a ele.

Antonio ia começar a fazer um discurso de moral para Giulia, mas Diego entrou na sala bem na hora.

- Me desculpe ter demorado, mas a sua recepcionista é bem enrolada. Ela levou uma eternidade para conseguir achar isso. – falou Diego entregando o pote de gel para o médico.

- Obrigado meu jovem.

O médico pegou o pote de gel, pediu para que Giulia levantasse um pouco a blusa e colocou gel em sua barriga. Depois pegou a máquina que se encontrava ali perto e assim que encostou na barriga de Giulia, apertou o play do DVD embaixo da cama com seu pé. A imagem de um bebê se mexendo apareceu na tela, e Diego ficou encantado. Era tão pequeno e tão fofo. Ele se mexia e chutava. Diego ficou emocionado ao pensar que ele tinha feito aquilo.

Eu não acredito que eu fui capaz de fazer uma coisa tão linda.

Ele tocava a tela com seus dedos. Queria aquela pequena criaturinha em seus braços, com Alessa ao seu lado. Um filme passou em sua cabeça: ele criando uma criança junto com Alessa. Dando banho e comida. A ensinando a falar, a andar. A levando para o colégio pela primeira vez. Seria maravilhoso.  Era tudo o que ele queria: construir uma família com a mulher que amava. Seus olhos ficaram marejados. Ele continuava a observar aquele bebê como se aquilo fosse um pequeno milagre. 


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Notas finais do capítulo

Gente, eu gostaria de pedir desculpas por esse capítulo, porque ele tá uma verdadeira merda. É que eu tava com preguiça, mals... Esse desfecho foi podre, mas prometo que eu vou tentar compensar no próximo :D