– Segura! – gritaram quando eu e Anna entramos no elevador. Segurei a porta e em seguida, Tyler e Mille entraram. Começamos a rir, e fomos até a lanchonete de taxi mesmo.

Sério, amanhã eu ia precisar alugar um carro. Não gosto de ficar andando de taxi por ai...

POV JUSTIN ON

Eu sei que agir assim não é o certo, até então, é só isso que estou ouvindo desde que acordei depois da minha noitada, e agora aqui estou eu, no escritório da casa de Scooter, com o Kenny, meus pais e até Carin, Mama Jan e Ryan. Agora eu levo bronca em dobro...

– Justin, o que você pensa que está fazendo? – perguntou Scooter começando a tal ‘reunião’. Ele estava bravo, mas antes de amis nada parecia apreensivo.

– Nada, eu apenas estava me divertindo... – sorri de lado lembrando-me da madrugada passada.

– Isso não é forma de se divertir moleque! – minha mãe esbravejou e meu pai tocou em seu ombro na intenção de acalmá-la.

– Meu filho, você tem que entender que você não é um garoto normal, sua vida está sob os holofotes, e quando você optou por isso, sabia muito bem das responsabilidades que viriam juntos á fama. – meu pai disse calmo.

– É, mas eu estou de saco cheio! – disse agora irritado. Ninguém nunca me entende, nunca entenderam...

– Você não põe fazer o que fez ontem só porque está de saco cheio... – minha mãe tornou a falar, desta vez mais calam, mesmo assim, o tom de decepção estava evidente em sua voz.

– Justin, tinha paparazzi onde vocês estavam ontem, e te viram com algumas garotas, bebendo e depois todo desarrumado. Agora estão questionando sua integridade, e querem saber o que aconteceu ontem... – disse Mama Jan, preocupada.

– E se isso tornar a acontecer, eles vão tirar suas próprias conclusões e isso não é bom para você. – Scott disse tentando ainda manter o mesmo tom de voz.

– Bom para mim? – perguntei sarcástico rindo um pouco. – Vocês só se preocupam com minha fama, só querem ganhar dinheiro, vocês não sabem o que é bom para mim... – disse entredentes. Aquela conversa estava me tirando do sério, eles estavam me tirando do sério.

– Não fala assim Justin, só estamos tentando te ajudar... – disse Carin abraçando Scooter.

– Eu não quero a ajuda de vocês, só quero que me deixem em PAZ! – gritei e virei as costas. Minha mãe começou a chorar e Carin tentou consolá-la. O que eu estava fazendo? Já afastei a garota que eu mais amo, agora estou afastando minha família?

– Merda! – murmurei socando a parede e encostando a testa na mesma.

– Calmo ai cara, não vai quebrar a parede... – Ryan disse atrás de mim.

– Ryan, não estou para suas piadinhas hoje... – disse ríspido.

– E para um ombro amigo? – ele perguntou sério. Eu precisava falar com alguém... Alguém que fosse capaz de me dar um concelho decente, alguém mais experiente, e acho que posso confiar em Ryan, afinal, ele sempre consegue me dar um concelho e ainda tirar piada de tudo e me fazer rir.

– Acho que talvez não seja uma má ideia conversar. – disse cabisbaixo.

– Pode falar cara. É a Alice, não é? – perguntou colocando a mão em meu ombro.

– Ela foi embora Ryan... – disse com os olhos marejados e Ryan me olhou confuso. – Ela voltou para o Brasil com Anna, e busquei em outras as coisas que só encontrei nela, e na bebida a cura para toda essa dor. – assumi e uma lágrima caiu. Tratei de recolhê-la rapidamente. Já sabia que lágrimas não a traria de volta. Nem ela e nem minha vida.

– Vai atrás dela JB! – Ryan aconselhou-me. Como se eu já não tivesse pensado nisso, como se já não tivesse tentado, mas Alice não vai me querer enquanto não esclarecer a história da Jullie... Enquanto eu não provar que não fiz nada. Falando na vadia da Jullie, preciso encontra-la logo.

Conversei com Ryan mais um tempo, Scooter marcou uma coletiva de imprensa para eu esclarecer tudo, e explicar as fotos que vazaram, enquanto meus pensamentos voavam longe, muito longe, no Brasil...

POV JUSTIN OF

Ryan Good estava preocupado com seu parceiro JB, precisava fazer algo para mudar essa situação em que o pequeno se encontrava. Agora que sabia o motivo, não podia ficar de braços cruzados.

– Pattie, preciso de um favor. – o homem disse para uma mulher que acabava-se em lágrimas. Aquilo era depressivo de se ver, Ryan tinha de agir logo, não queria que tudo acabasse tão de repente assim...

– O que foi, Ryan? – Pattie perguntou enxugando as lágrimas e controlando os soluços.

– Preciso do telefone de Alice! – pediu Ryan e a mulher lhe olhou desconfiada. Ele devia estar aprontando alguma, mas não podia ser pior do que o seu filho estava fazendo... Justin estava acabando com a própria vida e ferindo o coração da mãe.

– Tudo bem, pegue meu celular, lá tem o número gravado. – ela disse apontando para uma bolsa na mesinha de centro.

– Obrigada Pattie. – agradeceu Ryan- Eu vou concertar tudo isso... – ele murmurou e assim saiu. Não sabia o que tinha em mente, mas tinha de resolver isso logo...

Enquanto o clima entre a família e a equipe Bieber era de tensão, no Brasil, Alice e Anna pareciam animadas junto de Tyler e Mille, que estavam adorando as novas companhias.

POV ALICE ON

Assim que chegamos ao Mc, as meninas saíram correndo para os brinquedos e me deixaram lá com cara de tacho.

– É, fomos excluídos da diversão. – Tyler constatou o óbvio, sentando-se perto dos brinquedos e me chamando para sentar ao seu lado. – O que você vai querer? – Tyler perguntou se levantando para ir fazer o pedido.

– Não sei, vou perguntar para as meninas o que elas querem e eu já vou lá com você. – disse levantando-me e indo em direção ao escorregador onde Mille e Anna brincavam. – Princesas, o que vão querer? – perguntei assim que elas escorregaram.

– MC LANCHE FELIZ! – elas gritaram e saíram correndo.

– Crianças... – murmurei

– Elas nunca mudam. – alguém disse atrás de mim e quando eu me virei, uma garota morena me olhava com um sorriso no rosto. Ela não me era estranha, vaguei minha mente á procura daquele rosto, mas eu não me lembrava de nenhuma ‘deusa’ em minha vida, aquela não era uma morena qualquer, era A MORENA.

Seus olhos eram castanhos, ela usava uma regata preta que destacava seus seios fartos, uma calça jeans bem agarrada, que deixava sua bunda maior e mais empinada. Ela não era muito alta, mas usava um salto que a deixava maior que eu... Não sei por quanto tempo a encarei, mas ela parecia estar ficando desconfortável. Um garoto loiro dos olhos claros abraçou-a por trás, depositando um beijo em seu pescoço, ela imediatamente riu e se virou para beijá-lo. Aquela risada, eu conhecia ela de algum lugar... (http://www.polyvore.com/maria/set?id=41427338&.locale=pt-br)

–Maria, acho melhor irmos. Não quero chegar muito tarde em casa... – o garoto disse separando os lábios dos da garota e mantendo-a em seus braços. Ele disse Maria? Não, não pode ser ela, mas aquela risada...

– Maria? – perguntei chocada.

– Achei que não ia me reconhecer nunca. – a garota disse se virando para mim. – Você não mudou nada, Alice. – ela disse me olhando de cima em baixo e eu pulei em seus braços. O garoto tossiu e nós nos separamos rindo.

– Eu não acredito! – dissemos em coro e rimos novamente.

– Caraca, você está gostosa hem amiga... – disse arqueando as sobrancelhas.

– Eu que o diga... – disse o garoto atrás dela e nós começamos a rir de novo. Ma deu um tapa em seu braço e voltou a atenção para mim.

– Temos que ir amiga, passa seu número, porque agora que eu descobri que você está iva, temos que sair todas as noites, relembrar os velhos tempos... – ela disse debochada.

– Tudo bem. – disse pegando o celular que ela me esticava. Anotei meu número, dei um toque no meu celular e gravei o dela no meu.

– Nos vemos por ai, Lice! - Maria disse. Ela beijou meu rosto e apertou minha bunda. Ok era a Maria, essa mania de me apertar te condena. Lembrei que Tyler devia estar me esperando na fila e corri até lá.

Coloquei minha mão no ombro de Tyler sorridente e ele se assustou. Comecei a rir descontroladamente e ele me olhou bravo. Ah, qual é, estou feliz. Acabei de encontrar minha melhor amiga, que não vejo á muito tempo, estava morrendo de saudades e acho que nada ia conseguir me tirar o sorriso do rosto, nem sequer Tyler e sua cara feia. Ele não se aguentou e começou a rir também. Todos nos olhavam como se fossemos loucos, e acho que era o que estávamos parecendo.

– E então, o que vai ser? – ele perguntou quando conseguimos parar de rir.

– Dois Mc lanche feliz, um Mcchicken, um Mcnífico bacon, três sucos de laranja e um guaraná. – disse falando para a atendente. - E você, o que vai querer? – perguntei para o Tyler que me olhava abismado.

– Um Big Mac e uma coca-cola. – ele disse ainda de olhos esbugalhados.

Terminamos de fazer os pedidos, Tyler pagou e pegamos os lanches. Chamamos as meninas e fomos comer. Comi meu chicken e tomei meu suco, e quando abri o outro lanche, Tyler começou a rir.

– Que foi? – perguntei de boca cheia.

– Sua boca está suja de katchup. – ele disse gesticulando com a mão o canto da boca. Corei e limpei onde ele tinha dito. – Você come hem... – Tyler disse apontando para todas as embalagens vazias ao meu lado. Respirei fundo e coloquei o último pedaço de lanche na boca sorrindo. – Estava com fome hem... – disse ele sarcástico.

– Só um pouco. – sorri tímida.

– Imagina se estivesse com muita... Provavelmente teria comido todos os lanches daqui. Causaria a revolta da cidade. – ele disse rindo.

– É, talvez, mas tem muitos outros Mc’s por aqui. – sorri.

– A gente pode ir brinca? – Mille perguntou com a boca toda suja.

– Pode, só deixa eu te limpar... – disse pegando um guardanapo e limpando sua boca. Assim elas saíram correndo, me deixando sozinha com Tyler, de novo.

– Então, quer um sorvete? – Tyler perguntou quebrando o silêncio que se instalara desde que as meninas saíram.

– Pode ser. – disse insegura, não querendo parecer abusada demais.

Ele se levantou e foi buscar os sorvetes. Sim, eu estava me sentindo estranha. Ultimamente os sentimentos têm vindo muito intensos para mim, e eu não gosto muito disso. Tyler não demorou e quando voltou me entregou uma casquinha mista. Ótimo, pelo menos ele tem bom gosto.

– Posso te fazer uma pergunta, Alice? Mas você não me leve á mal ok? – Tyler disse receoso.

– Pode mandar! – disse limpando minha boca.

– Aquele dia, no elevador, você disse um nome enquanto dormia. Justin, se não me engano... Quem é ele? – Tyler perguntou curiosa. Caramba, como assim, eu disse o nome de Justin? Logo agora que passei um dia inteiro sem pensar nele, esse maldito Tyler vem tocar no assunto, mas não, não sei o que dizer. Não posso simplesmente falar que era o Justin Bieber, meu ex-alguma coisa, e que simplesmente agora vai ser pai da minha ex-melhor amiga.

– Nossa, eu falo dormindo? – perguntei sarcástica, mas estava muito nervosa e não queria tocar no assunto.

– Sim, mas então, quem é ele? – Tyler insistiu. Ah Alice, o que tem de mais? Ele não precisa saber exatamente a história, é simples, só não dizer que é O JUSTIN, diz apenas que é um carinha ai...

– Bom, Justin é um garoto que me magoou muito... Digamos que ele é só mais um cafajeste por ai, e eu cai na lábia dele... – comecei a falar, e Tyler me olhava curioso. Continuei contando tudo, mudava o nome dos personagens ás vezes, e Tyler fazia piada de tudo.

– Nossa, que vida difícil para uma garotinha marrenta. – ele disse debochado e eu lhe dei um tapa na mão que estava pousada na mesa. Tyler é legal, engraçado e divertido... Acho que me surpreendeu. As meninas já estavam ficando cansadas, e de fato, já estava bem escuro, o Mc estava quase vazio, e eu nem vi o tempo passar conversando com o Tyler.

Enquanto Tyler chamava as meninas e calçava-as, eu resolvi mandar um torpedo para Marta, afinal, eu nem havia avisado que estava bem e aqui no Brasil...

‘ Marta, está tudo bem? Espero que sim. Estou morrendo de saudades... Tenho taaaaaaaaanta coisa para te contar... Primeiro, estou aqui no Brasil, como deve saber Justin e eu... Bom, aqui está tudo muito bem, e até conheci pessoas novas e revi uma amiga... Espero que esteja tudo certo por ai, com o tempo te mando mais novidades. Te amo Martinha.

Boa noite! XOXO Lice.’

Mandei o torpedo e Tyler voltou com as meninas. Pegamos um taxi e fomos direto para o hotel.

As meninas dormiam em nossos braços e no caminho eu e Tyler ficamos quietos.

– Boa noite Tyler! – disse da porta do meu quarto.

– Boa noite birrenta. – ele sussurrou e entrou em seu quarto.

Coloquei Anna na cama e tirei seus sapatos, ela estava tão feliz, sorria em meio á sonhos, e isso era bom... Ser criança, não ter que se preocupar com nada, nenhum problema sério, apenas se divertir... Apesar de que comigo nunca foi assim, mas enfim, é bom que ela esteja assim.

Fui tomar um banho novamente e relaxar, quando sai, meu celular estava berrando dentro da bolsa, quando olhei o visor, soltei uma risada baixa. Tyler chamando. Ai meu Deus, o que será que foi dessa vez? Atendi e levei o celular á orelha sem nem falar nada.

– Alice? Alice, como você faz isso comigo? Porque você não atende minhas ligações? – ele perguntou desesperado e quando respirou para pegar ar, eu comecei a falar calma e lentamente.

– Oi Henri, tudo bem? Oh, que bom, eu também estou muito bem. A viagem? Nossa, esta maravilhosa. – disse sarcástica.

– Para de brincadeira Alice. Você me deixou muito preocupado. Sabe é o que estar do outro lado do mundo e sem ter noticias suas? – ele disse nervoso.

– Calma ai nervosinho, eu não fui estuprada, assaltada ou sequestrada, não... – disse irônica. – Eu não vi suas ligações. O dia passa rápido aqui e eu tenho coisas muito melhores do que ficar grudada no celular esperando você me ligar. – disse grossa.

– Tudo bem, mas, por favor, não faz isso comigo. Fiquei muito preocupado contigo. Ainda mais porque você disse que foi ‘muito bem recepcionada’... – ele disse tentando imitar minha voz, mas soou muito estranho e eu comecei a rir.

– Tyler é legal, e ele tem uma irmãzinha da idade de Anna, e elas se adoram. Acabei de chegar do Mc com eles. – disse sorridente.

– Que bom que esta aproveitando. Bom, só liguei para saber se está tudo bem. – ele disse mais calmo.

– Está sim, e espero que ai também. Como está Emmily?

– Estamos bem. E aproveitando muito, sozinhos, nesse apartamento gigante, mas digamos que ela é meio frescurenta para comida, e nesse ponto, prefiro você. Qualquer gororoba manda para dentro. – ele disse rindo e eu me lembrei de Tyler me zoando no Mc, hoje mais cedo.

– Eu sei, você me ama. – disse rindo fraco,

– Sim, eu te amo. Bom, era só isso, qualquer coisa me liga, e vê se não me deixa mais de 24h sem noticias. – ele mandou e eu ri.

– Tudo bem maninho, até mais.

– Tudo bem, até. Boa noite pequena. – ele disse e imaginei que se estivesse lá ele me daria um beijo na testa.

– Boa noite grande. – disse e desliguei o telefone, me jogando na cama e dormindo logo em seguida.

Acordei com meu telefone tocando, procurei o celular que estava de baixo do travesseiro e olhei no visor. ‘NÚMERO DESCONHECIDO’. Ok, quem será que está me ligando essa hora da manhã e ainda por cima de um número desconhecido? Não sei porque, mas milhões de pensamentos me vieram á mente e nenhum muito bom, estava com um frio na barriga estranho, medo, acho que era isso. Apertei o botão verde e levei o telefone até a orelha receosa.

– Alô? – perguntei com a voz tremula.