Capítulo 1:When You’re Gone

When you’re Gone

Pieces of my heart

are missing you

When you’re gone

The face I came to know

is missing too

 Como é que é possível!? Depois de maisde “uma vida” juntas, como é que podes-te partir tão cedo…. Eu só queria ter tempo de me poder despedir de ti e dizer-te que te amava muito, mas pelos
vistos, não houve tempo. Só um abraço, um sorriso, uma forma de demonstrar que
a amava. Mas em vez disso ignorei-a e tratei-a mal.

 Continuei a andar em direcção á cozinha. Estava decidida no que iria fazer. Já que não conseguia sentir nada, iria obrigar-me o meu corpo a sentir algo. Dor. Era a única palavra que pairava sobre a minha cabeça. Abri a gaveta e aí a vi. Aquela que me faria sentir algo. Não seria a primeira vez que isto acontecia. Peguei nela e numa toalha. Olhei para a sua lâmina a aproximar-se do meu pulso a uma velocidade alucinante, e assim que dei por isso, já sangue escorria pelo meu braço. Afastei a faca e tentei estancar a hemorragia com a toalha. Depois de mais ao menos estancada, pus uma pulseira por cima para que ninguém visse.. Nem
mesmo o meu padrasto me conseguiu ajudar nesta.

 Tentei sair de casa para desanuviar a cabeça mas em vez disso acabei a olhar para o pulso que á pouco tinha cortado. Lembrei-me dele. Do meu melhor amigo. Aquele que eu tive de abandonar para que eu o meu padrasto e a minha m…..mãe, viessem para aqui. Para um dos países mais pequenos da Europa. Quando me contaram pensei que seria
o fim do mundo, opinião tal que apesar de terem passado 5 anos ainda não mudou.

Lembro-me da nossa despedida como se fosse ontem. Ainda me
lembro a forma carinhosa de como ele me abraçava e dizia que estava tudo bem.
Como eu precisava disso agora… agora e mais do que nunca. Eu sabia que se ele cá estivesse não me deixaria ter feito isto, sabia que não me deixaria ficar em baixo mesmo depois da morte da minha mãe…

Flash Back On

- Justin, eu não me quero ir embora…. Eu quero ficar contigo…- Justin e eu estávamos abraçados, ambos sabíamos que faltavam minutos
para eu partir e o nosso tempo escasseava.

 - Tens de ter calma.
Sabes que eu nunca me vou esquecer de ti, a minha melhor amiga que durante 12 anos nunca me abandonou.

 - Mas vai abandonar agora!!! E tudo por causa da minha mãe que quer ir trabalhar para o fim do mundo….

Ele afastou-me delicadamente e começou a remexer nos bolsos
do casaco. De lá, tirou uma caixinha preta com um lacinho vermelho em cima.

 - Isto é para ti.-disse, estendo a caixa na minha direção.

Abri a pequena caixinha e lá dentro estava um colar, um coração de bronze com as letras J e A gravadas. Abracei-o com todas as forças.

- Isto é para te lembrares de mim.

Flash Back Off

Justin On

Viagem de avião, a mesma seca de sempre. Eu até gosto de andar de avião mas depois de tantas viagens, começa a tornar-se aborrecido. Nem mesmo a música me consegue ajudar.

 - Justin! Terra chama Justin!!! – Ryan abanava freneticamente a mão bastante perto da minha cara, tentando chamar a minha atenção.

 - Que foi Ryan…. Queres a chucha ou estás só a chatear-me ???

 - Que piada Bieber… Sabes uma coisa!? Devias pensar em fazer stand-up comedy!

 - Eu sei que sim.

 Começamos a rir que nem uns doidos e reparei que o Scooter olhava para nós como se fossemos loucos.
Ou menos as viagens sempre eram melhores quando eu o trazia o Ryan comigo para os meus concertos. Havia sempre algo que fazer, fosse simplesmente ver um filme
ou pregar um susto ao Scooter, era sempre divertido.

Passados alguns

Justin Off – Anna On

 O passeio não resultou. De triste e magoada passei a melancólica, decidindo então voltar a casa. De qualquer das maneiras o meu padrasto deveria estar quase a chegar, pois hoje iria de ter de ir ver um concerto de um famoso mistério qualquer, conceito que o meu próprio padrasto inventou.

 Depois de termos vindo para Portugal, o meu padrasto começou a trabalhar como director principal do Pavilhão Atlântico e por isso muitas das vezes eu ia de arrasto para os concertos que lá haviam. Alguns até eram bons, mas quando era o cantor mistério”, nuca se podia ter a certeza.

 Cheguei a casa e comecei a preparar a roupa que iria levar. Acabei por decidir-me por uma blusa branca com uma caveira em preto, umas skinny jeans pretas e uns sapatos de
salto agulha tipo ténis pretos e brancos. Em termos e acessórios pus uma
pulseira (para que não se visse o corte), um anel e o colar, o tal colar que me faz lembrar de todos os momentos bons que passei com ele e que raramente sai do meu pescoço. Pus risco preto nos olhos e uma sombra cinzenta e para finalizar, um pouco de gloss. Deixei os meus cachos loiros”á solta”.

Foto------»http://www.polyvore.com/untitled/set?id=38781082

 Desci as escadas e sentei-me no sofá a ver televisão. Não dava mais nada a não ser programas decoscuvilhices sobre as stars mais famosas do momento.

 Era 20h quando oiço o trinco da porta a abrir. Olhei e era Richard, o meu padrasto que tinha acabado de entrar. Vinha um pouco carregado por isso decidi levantar-me e ir ajuda-lo.

 - Ainda bem que já estás pronta. Temos de nos despachar. Importaste de levar esses sacos para a cozinha enquanto eu me vou arranjar??

 - Claro que não. Mas despacha-te. – Respondi um pouco sem vontade de carregar aqueles sacos todos, mas como costumam dizer, o que tem que ser tem muita força.

 Carreguei tudo até á cozinha, fui buscar o meu telemóvel, o meu casaco de cabedal e quando voltei a descer já Richard estava á minha espera apontando para o relógio.