Péssima Ideia escrita por rosatais


Capítulo 4
Compaixão




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"Péssima Idéia"

capítulo 4

Compaixão

POV Carlisle


As engrenagens do relógio uniam-se ao tic-tac num barulho insuportável, tentar imaginar o que meu filho fazia naquele momento,onde estava, por que estava fazendo tudo aquilo, ele estava me deixando louco, toda aquela espera simplesmente era insuportável.

Mas devo confessar que, embora mais ninguém na casa soubesse ou ao menos desconfiasse, quanto mais o tempo passava menos eu tinha vontade de pegar Edward de cinto, se meus filhos soubessem que, em mais de cem anos de paternidade, a estratégia de fugir estava funcionando, eu criariam uma eterno caos aqui, com cinco adolescentes aprontando uma atrás da outra e fugindo da punição, e muito em breve seriam seis deles.

Não se tratava da estratégia de fugir pra esperar a poeira abaixar, nem daquela velha idéia de sumir pra que os pais fiquem tão felizes quando acharem o filho que esqueçam de bater nele, até mesmo porque eles já testaram essas teorias e sabiam o quão falhas elas eram, dessa vez havia algo diferente em seus olhos, ele saiu da minha presença tão transtornado, ele não estava fugindo de umas boas palmadas, ele estava dando as costas a uma ordem dada, além do mais se ele estivesse realmente fugindo eu não saberia onde ele estaria.

Eu só sabia de uma coisa, conhecendo Edward como eu conhecia ele devia estar muito arrependido de falar comigo daquele jeito, e com certeza não estava no controle de si mesmo.

Edward sempre foi tão sensível, dramático e protetor com sua família, era de se esperar que quando conseguisse uma companheira seria tão super protetor com ela quanto com a mãe e as irmãs, e mais ainda, pois ele sabia que elas tem a mim e aos seus companheiros.

Essa reflexão me trouxe à mente, a expressão que nunca pensei utilizar com meus filhos, 'Meu Bebê está crescendo'.

Eu pensei naquilo com cuidado, ele nunca teve mesmo a obrigação de cuidar de ninguém, sempre zelou por sua família por puro amor e nunca como dever, obrigação, na verdade ele sempre foi cuidado como um caçula, foi meu primeiro filho, nunca teve zelar por minha segurança e controle, e sim o contrário, depois substituiu o neném de Esme, quando Rose chegou ela era mais velha e tão forte que ele só teve tempo de sentir ciúmes dela até Emmett vir, quando isso aconteceu, Emmett foi, ao em vez de um irmão mais novo, um legítimo irmão mais velho, Jasper também é mais forte mais velho do que ele, e cuida da proteção de Alice até mais do que deveria.

Eu tinha que entender a proporção disso, se ele já tinha um desnecessário hábito de proteger aqueles que amava, era só fazer as contas.

Adicionar a obrigação de ela ser sua companheira e sua responsabilidade.

Subtrair a experiência que ele não tinha.

Dividir o seu auto controle por: ser filho, vampiro, companheiro e rival.

Depois pegar o resultado de toda essa dificuldade e multiplicar pelo fato bizarro de Bella ser humana.

Mais do que uma surra, meu filho estava precisando de uma boa conversa, de orientação, dessa vez eu realmente estava considerando somente conversar com Edward, dar a ele a chance explicar que tipo de transformação o estava levando a achar que podia agir assim comigo, na verdade, diria um psicólogo, que era só um adolescente testando os limites, mas tinha que haver mais, eu já mostrara a seus irmão e a ele que desrespeitar os pais nessa família é inadmissível.

O que eu faria numa situação assim? Eu não podia esperar que umas boas palmadas resolvesse o problema, mas também não podia deixar um episódio de tremendo desrespeito passar e branco.

Edward precisava entender o limite entre a proteção de Bella e o respeito a mim e a sua mãe, eu não poderia fazer vista grossa com isso, mas na verdade eu ainda não tinha falado com ele sobre aquilo, normalmente antes de bater nos meus filhos eu converso com ele e deixo um aviso.

É lógico que Edward sabia que não podia me desrespeitar, mas eu tinha a sensação de que ele sente que o fato de Bella ser humana, abria algumas exceções.

Eu não podia culpá-lo por isso, eu permiti, só pra começar, que ele namorasse uma humana, e depois permiti: que seus irmãos assassinassem James mesmo não sendo uma prática comum na nossa família; mudarmos com apenas 2 anos em uma cidade; recebermos uma humana na nossa casa, Jasper e Rosalie tiveram que lidar com a presença dela, cada um a sua própria maneira, contrariando a minha ordem restrita de que o nosso lar devia ser um local agradável pra cada membro dessa família; também não fui atrás dele quando o descobri no Brasil, mesmo tendo saído sem permissão, deixei que voltasse por si só...

Eu já estava acreditando piamente que eu era o grande responsável pela falta de limites dele mais cedo, por ter aberto tantas exceções, inconscientemente eu enviei o sinal, de que em se tratando de Bella, tudo pode.

Eu tinha que dar um jeito nessa bagunça da forma mais racional possível, o danadinho estava pisando em gelo fino, mas estava quase escapando de uma surra histórica pra servir de exemplo.

Servir de exemplo, ainda era o grande fator que pesava como chumbo do outro lado dessa balança de compreensão, os seus irmãos já estavam certos de que ele ia apanhar, e muito, e embora eles não estivessem felizes com isso, estavam cientes, ao contrário de Edward, de onde se encontrava o limite que ele ultrapassara.

Como ceder ao desejo deles de livrar o irmão caçula sem mover a linha tão bem trassada do respeito nessa casa? Essa linha fora trassada às custas do traseiro de cada um deles, exceto de Alice que sempre sabe quando está chegando ao limite antes de atingi-lo.

Não somente dos traseiros deles, mas de muita angustia de Esme e minha, eu não era muito de bater, mais era palmada mesmo, eu tenho orgulho de dizer que posso contar nos dedos as vezes que tirei o cinto pra um dos meus filhos.

TOC-TOC

Ouvi a porta do escritório, e pelo aroma suave que exalava era a Bonequinha, que não devia estar aqui diga-se de passagem, ela estava de castigo em seu quarto.

Eu ouvira ela e irmão comentando sobre o roubo de um carro na Itália, eu lhe dera umas palmadinhas e a colocara de castigo durante toda aquela semana do quarto para escola e da escola para o quarto, mas como ela me tem enrolado no seu dedo mindinho, eu permiti que ela ficasse com o presente de Edward, ele me garantira que não era um suborno, e que já prometera a ela no natal, eu fingi que acreditei, embora o natal estivesse distante, ela já vinha pedindo um Porsche Amarelo a algum tempo e só não tinha ganhado ainda porque eu disse que deveria diminuir a fatura de seus cartões para merece-lo.

Inclusive esse tinha sido o motivo da palmada, como eu sabia do seu fascínio pelo Porsche amarelo, eu soube que se aproveitara da necessidade em Volterra pra uma travessura, afinal de contas, quem em sã consciência, rouba um carro chamativo daqueles para uma missão secreta?

Eu não me irritei por ouvi-la fora do quarto, eu sabia sobre o que se tratava, ela estava procuranda a punição do irmão, e percebera que eu estava indeciso, eu não podia culpá-la por querer dialogar sobre isso.

"Entre minha bonequinha! O papai está aqui"

Ela sabia que eu estava, era só um hábito humano meu falar como se tudo fosse normal.

"Papai, eu posso falar com você, sobre Edward?"

Ela pediu com um olhar preocupado.

"Sim querida sente-se comigo."

Eu tentei manter minha voz tranqüila e pacífica, ela parecia assustada, eu apontei para o sofá enquanto dava a volta na mesa pra me juntar a ela.

Estava vestida e maquiada como sempre, como se estivesse preste a sair de casa, e eu tentei quebrar o gelo com uma piadinha pra ajuda-la a descontrair.

"Há uma festa rolando no seu quarto ou você está pretendendo fugir também?"

"Não senhor! Eu só gosto de estar sempre bonita."

Ela explicou tensa e eu percebi que minha tentativa fora falha, e também que o assunto era sério.

"O que a está preocupando meu docinho?"

Eu perguntei com um dedo em seu queixo erguendo seu rosto pra que seus olhos se encontrasse com os meus.

"Papai, eu sei que você não quer bater nele."

Essa foi a minha vez de ficar tenso.

"Eu nunca quero bater em nenhum de vocês, mas preciso faze-lo quando necessário, só porque estou confuso não significa que ele sairá impune dessa situação."

"Eu sei, na verdade era sobre isso que eu queria falar..."

Sua voz foi desaparecendo eu tive que incentivá-la a continuar.

"Você quer falar sobre algo que você viu?"

Ela balançou a cabeça positivamente e depois respirou fundo tomando coragem pra falar.

"Papai, eu vi você receber uma ligação do hospital, houve um acidente grave perto daqui e os médicos não serão suficientes, e antes de sair a recepcionista vai querer falar com você, eu não quero dizer o que é, mas sim fazer um pedido, sei que vai querer buscá-lo na casa de Bella, não faça nada nada com ele lá, por favor, eu não quero que ela se assuste, por favor, deixe ele explicar, é tudo que eu peço."

A declaração de Alice me fez tremer, o que a recepcionista do hospital teria pra me dizer sobre o meu filho?

"O que está acontecendo Alice, qual é a ligação entre Edward e o Hospital?"

Antes que ela pudesse responder seus olhos arregalaram e ficaram distantes, ela estava tendo outra visão.

Eu queria esperar pra saber o que era mas a voz de Esme subiu as escadas com urgência, devia ser isso que Alice estava vendo.

"Carlisle querido, ligação do diretor de Forks High!"

Eu pedi que Alice esperasse por mim um instante e atendi o próprio diretor sem intermediários, me pedindo para Esme e eu irmos ao colégio pra que pudéssemos falar pessoalmente, eu olhei para Alice e podia jurar que ela sabia de algo que queria que eu soubesse, eu não iria insistir, mandei-a de volta pra o seu quarto e ordenei que não saísse mais de lá.

"EMMETT MAcCARTY CULLEN, FAÇA-ME O FAVOR AQUI!"

Antes que eu chegasse a dez na minha cabeça ele já estava na porta do escritório.

"Sim Papi!"

"Não me venha com essa de Papi, porque o diretor de Forks High quer falar conosco?"

"Eu não sei, papai, essa doeu, sabia que você tem mais quatro filhos que estudam lá?"

Ele disse num tom zombeteiro com a mão no coração fazendo uma careta engraçada fingindo dor.

Pela sua ausência de nervosismo percebi que ele não era o culpado, para minha surpresa, mesmo assim resolvi me certificar.

"Se você tiver aprontado alguma é melhor que eu saiba por você, estou saindo agora com sua mãe e essa é sua única chance."

Avisei em um tom tão sério que varreu o sorriso do seu rosto, ele permaneceu em silêncio e eu saí da sua presença chamando minha esposa.

"Esme querida, vamos! Alice disse que receberei uma ligação de urgência do hospital não podemos perder tempo..."

"Se for sobre o sumiço do papel higiênico eu não tive nada a ver com isso."

A voz do Emmett soou atrás de nós quando descemos as escadas, Esme sorriu balançando a cabeça.

"Amor... e quanto ao Edward?"

Ela perguntou e a tristeza estava de volta ao seu rosto quando entramos na Mercedes.

"Eu decidi ter uma boa conversa com ele."

Ela gemeu em desgosto e eu ri.

"Não esse tipo de conversa Esme, dessa vez eu vou tentar usar somente palavras, mas não garanto que conseguirei se ele não mudar sua atitude."

Eu já estava avisando-a, pra o caso das coisas saírem do controle, eu não faltar com a minha palavra, que sempre fora respeitada nessa família por nunca falhar, ela já ia dizer algo quando eu a interrompi.

"Espere um instante querida, faça silêncio."

Eu franzi o cenho e inclinei os ouvidos tentado discernir uma leve discursão vinda do quarto de Alice.

Al- Não Emmett, tenho certeza de que não é sobre o Papel higiênico da escola, temos que avisá-lo, mas ele deixou o celular aqui.

Em- O Jasper poderia fazer isso.

Al- Não, não pode!

Js- Não posso? Por que não posso?

Al- o acidente deve estar preste a acontecer a qualquer minuto e é no caminho pra Forks, haverá sangue o suficiente pra fazer qualquer um de nós perder todos esses anos de auto controle, é muito perigoso pra você.

Rs- Então nenhum de de nós pode ir.

Al- Se alguém decidir ir, eu posso ver o que vai acontecer, eu decidi pedir ao Jazz, e como ele nunca me nega nada, eu vi o resultado catastrófico.

Em- Eu posso ir.

Rs- E então Alice, o que vê?

Al- Oh. Ou, vejo Emmett na floresta perto da beira da estrada levando uma surra de vara do papai.

Em- Você disse que não tinha nada a haver com o papel!

Al- Não entendo, não é sobre isso, só o vejo dizendo que o avisou.

Rs- Espere um instante, eu vou com Em, e agora o que vê?

Al- Funcinou, vejo vocês falando com Edward na frente do hospital.

Em e Js - Como assim?

Rs- Dãaaa... vinte anos sem sair de casa sozinho, lembram?

Em, Js e Al- Ahmm...

Rs- Faço isso pelo Emmett, dessa vez o fedelho está merecendo uma bela surra por falar daquele jeito com o papai.

Js- Ah Rose, não precisa desfarsar, eu sinto que toda vez que seu irmãozinho Bebê vai apanhar, você é quem mais sofre.

Rs- Cala essa boca Jazz, ou você vai ver o que é sofrimento quando eu te fincar os meus dentes.

Js- Não precisa, já vi o que era sofrimento mais cedo, quando papai pegou o cinto da disciplina pra ir atrás dele kkkkk

Em- E a cara de alívio dela quando a mamãe o parou? Kkkkk

Rs- Eu vou matar vocês!

Al- PAREM! Não temos tempo pra isso! Edward já está no hospital, o diretor já está a espera dos nossos pais e o acidente está prestes acontecer, não temos muito tempo, seria melhor vocês cruzarem a estrada antes do acidente e esperarem o resgate pra voltar.

Em- Não há chance de paramos o acidente?

Rs- Há crianças nele?

Al- Não podemos impedi-lo, os três motoristas idiotas estão bêbados e os passageiros nos veriam se segurássemos os veículos, lembra da Bella? Mas não se preocupem só há uma criança e o papai irá salvá-la.

Js- É melhor vocês irem logo...

Rs- Ele vai ficar me devendo essa...

Esme e eu nos entreolhamos, a resposta às duas grandes perguntas não vieram, qual era a ligação de Edward com o hospital? E o que o diretor do colégio queria conosco?

Dei a partida no carro e saímos, logo iriamos descobrir o que essas crianças estavam tentando encobrir...

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

N/E: Não me odeiem por favor, o próximo não vai demorar, vocês logo saberão o que está havendo, próximo é sobre o POV de Esme.
N/A: estou triste 10 acompanham e só 4 comentam. :(
Review por favor, por favor, por favooooor.
Atenciosamente Rosatais.



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