Eu tive muito medo, Gil, só pensava em você. O Arthur o chamava a todo instante. Hank latia, foi horrível.

_Eu agradeci aos céus quando ouvi que Hank estava junto !

_Fiquei tão apavorada que nem pensei nisso !

_Pois foi o que os salvou.

Eles chegaram em casa, Grissom ligou para o pet shop, Hank estava imundo.

Em alguns minutos eles foram buscá – lo.

Depois, dentro da banheira, enquanto Grissom dava alguns telefonemas, Sara e Arthur tomavam um banho relaxante..

Sara ajeitou a boia do garoto para que ele pudesse brincar um pouco, e se acalmasse. Tinham passado por maus momentos e tudo o que ela mais queria era que o garoto não ficasse traumatizado com aquilo tudo. O tempo todo, mesmo desesperada, tentava falar com ele, como se nada tivesse acontecido. Ele parecia bem, a única coisa que ela percebera, agora em casa, era que o garoto acompanhava todos os movimentos do pai, como se não quisesse perdê – lo de vista. O chamava a todo momento com sua mãozinha esperta.

Assim que ele abriu a porta, o garoto deu um gritinho de alegria o comovendo.

Ele olhou para Sara que estava chorando, tentando não deixar que Arthur percebesse.

Grissom se ajoelhou na banheira, havia água por todos os lados.

_Que bagunça vocês estão fazendo !

Ele tocou o rosto de Sara e ajeitou seus cabelos com carinho.

_Você está bem ?

_Sim … é só que eu precisava … desabafar.

_Chore querida, tudo o que tiver direito, vai fazer bem a você. Depois vamos tentar esquecer esse assunto. - Ele beijou seu rosto molhado.

Arthur conseguiu alcançar a beirada da banheira e se agarrou ao seu pai o puxando pelo pescoço.

Ele abriu sua boquinha e lhe babou no rosto. Essa era a maneira dele de beijar.

Grissom, ensopado, segurou sua linda cabecinha e o beijou diversas vezes.

_Deste jeito você o papai vai ter que entrar aí também.

_Vem … querido …. acho que você está precisando de um bom banho ! Está imundo.

E foi o que ele fez, se ajeitou com cuidado, dentro do espaço não muito grande e puxou Arthur para ele, lavou seus cabelinhos, os bracinhos, e ele não parava de bater na água o tempo todo.

_Acha que ele vai ficar com alguma trauma de tudo isso, querida ?

_Eu tentei que tudo parecesse o mais natural possível. Às vezes ele chorava, chamando por você ! Mas acho que ele vai ficar bem …

Ele segurou as costas do garoto, enquanto Sara ensaboava seus pezinhos, quer eram iguais aos dele.

O garoto sentia cócegas e puxava sua perninha a todo momento.

Algumas lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto.

Grissom olhou com carinho para ela.

_Tem certeza que está bem ?

_Sim, amor. Não se preocupe. Agora estou chorando de felicidade !

_Sara … estava pensando em deixar o laboratório. Nós falamos sobre isso, mas acabamos dispersando. Queria saber o que você acha !

_Eu não sei, você gosta tanto de lá !

_Gosto mas, queria tentar uma mudança em nossas vidas.

_Vai sentir falta deles, assim como eu também sinto.

_Isso não é o problema. Vamos nos ver sempre.

_O que pretende fazer ?

_Posso arranjar para ser consultor, até mesmo para o laboratório. O trabalho não exige tantas horas, e é bem remunerado. Tenho pensado em ministrar alguns seminários on line. Muitas faculdades fazem isso, além de algumas empresas de alto nível. A não ser que não me queira por perto, por longos períodos.

_Engraçadinho !

Ela pensou um pouco e a ideia pareceu tentadora.

_Acho que pensando bem, é uma excelente ideia.

_que bom que tenha aprovado.

_Eu já terminei, acho que vou ….

Neste momento eles ouviram o telefone e Sara deu um pulo !

_Vou ver quem é.

Ela se enrolou na toalha, voltando segundos depois.

_Amor … acho que vamos ter que usar o GPS de Hank ! De novo ! Ele acabou de fugir.

_Outra vez ?

A primeira vez que acontecera, Hank havia fugido, quando a guia escapara de sua coleira, deixando Sara desesperada. Ela não podia correr atrás dele, pois estava grávida. Teve que ligar para Grissom.

A princípio ele resolveu adestrá – lo.

Da segunda vez, ele havia ido ao pet shop, como agora, e escapulido antes mesmo de entrar no banho.

Grissom o procurou por uma tarde inteira, o encontrando embaixo de uma marquise, bem distante dali.

Só depois de encontrá – lo, avisou Sara. Ela sempre ficava nervosa, quando acontecia. Assim como ele, adorava o cão.

A ideia de colocar uma coleira com GPS nele, havia surgido depois que Sara assistira na TV sobre essa facilidade. Imediatamente pediu a Grissom que comprasse uma.

Tinha sido uma ideia perfeita.

Tão perfeita que salvara a vida deles.

O mais engraçado é que desta vez, assim que acionou o aparelho, ele começou a rir.

No mesmo instante, o porteiro anunciava que ele estava em frente ao prédio latindo feito louco.

Ele aprendera o caminho de casa !