O Ultimo Desejo escrita por hidechan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

.-. os capítulos ficaram sem título propositalmente.



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Yoshiki estava na companhia de Toshi á três dias, e tudo pareceu voltar ao normal, realmente era coisa do dia 13, um dia forte com muitas lembranças marcantes e pesadas.

- Viu, está até mais corado _Toshi lhe oferecia uma caixa com vários doces importados.

- Estou é ficando GORDO! _olhou para a caixa com desprezo e pegou dois bombons de caramelo _ mas estou me sentindo bem melhor, obrigado pela ajuda.

- Que isso, estou apenas com um velho amigo como nos velhos tempos!

- ... velho, eu estou na flor da idade pode parar com as indiretas.

- Ok, ok! Vou tomar banho e você não coma todos os de caramelo _fez uma careta e subiu para o segundo andar.

            O loiro abriu um sorriso e começou a se lambuzar com o doce, era tão bom aqueles pequenos pecados. Lembrou de hide por um momento, ele com certeza iria devorar a caixa sem dó; olhou para a janela a fim de fitar o por do sol e teve que forçar a vista para entender o que estava vendo além da paisagem. Um vulto corria pelo jardim fazendo um circulo, era como se o vento tivesse tomado forma mas ainda assim era tão invisível quanto, ele chegou mais perto da janela e ficou de joelhos no sofá abaixo dela.

- Mas que... merda é aquela...? _olhou com mais atenção a estranha imagem, percebeu então que era, não um, mas dois vultos que giravam fazendo aqueles estranhos círculos _ EEI VOCÊS!! _bateu com a mão contra o vidro mas não obteve resposta _ vou ligar para a polícia! Eeeei!! _bateu mais uma vez contra o vidro.

- YOSHIKI!! _Toshi viu o amigo se comportar de modo estranho e segurou seu pulso _ pare com isso, não tem ninguém lá fora!!

- ... _olhou assustado para o amigo e depois para o jardim _ não está vendo?! Tem um casal bem ali... quero dizer, tinha...

- Ei, ei... eu estava vendo o que chamava sua atenção antes de falar contigo e não vi nada.

- ... _fitou incrédulo o amigo. _ então o que eu vi?

- Nada, deve ter se confundido com alguma coisa, algum animal... o lugar que apontou está longe, seu jardim é enorme _ tentou acalmar o amigo.

- Eu... VI alguma coisa lá _se levantou.

- Vamos até o jardim.

- ... _sua respiração estava descompassada, levara outro susto a toa? _ não tinha mesmo nada?

- ... _ fez um sinal negativo com a cabeça.

- Ok, deixe isso pra lá eu vou tomar um banho também, talvez seja glicose de mais.

- Uhum _deu um sorriso forçado. _vai lá eu vou pedir o jantar.

            “Ah meu velho amigo, o que está acontecendo com você? Não é justo que esse seja seu destino, tão cruel tão enfadonho, qual é?! Ele fez tanto por todos nós, simplesmente não é justo”.

Os dias seguirem em sua conformidade, Toshi agora acompanhava o amigo com freqüência, não mais morava lá porém sempre que podia saia com ele para fazer alguma coisa. Estavam agora num café perto de sua casa, sentados numa mesinha do lado de fora, curtiam o raro dia de sol daquele inverno de 2015 quando uma mulher muito atraente, trajando uma saia longa, botas e uma blusa carmim, parou perto deles.

- Ah... Hayashi-san!

- Uma fã, olá! _ele sorriu e acenou para a mulher.

- Sim uma... posso? _apontou para sua mão repousada sobre a mesa

- Claro! _estendeu para apertar a outra porém a figura pegou como se estivesse lendo-a _...o que está fazendo?

- Hum... eu não sabia que era amante dele _seus olhos brilharam por um momento _ está muito preocupado e... algo que vá mudar sua vida está acontecendo.

- O QUE? _mais uma vez sua voz de indagação _ chega _ puxou sua mão _ eu não sei do que está falando.

- Sabe _ sorriu _ se cuidem, eu amo muito suas musicas! _acenou e continuou sua caminhada.

- ... está vendo? Eu estou dizendo que algo está errado!!

- YOSHIKI, vai deixar uma louca mexer assim com você?! _Toshi levantou a voz para que o amigo o escutasse com clareza _ terá que enxergar a verdade cedo ou tarde.

- Eu estou vendo... espíritos e coisas do tipo, como negar isso? Todas aquelas coisas estranhas e agora ela veio falando do hide, não veio?!

- ... _seus olhos encheram de lágrimas _ Yoshiki, todos sentimos muito a falta dele, muita mesmo... se eu pudesse o trazia de volta mas ninguém pode vencer a morte, você não pode desejar abraçá-lo mais uma vez.

- Mas que droga! Eu não escolhi ver coisas!! _seu coração deu um salto, ele saiu do café correndo para qualquer lugar, estava confuso, com medo.

            Cada dia menos tinha vontade de sair de casa, já era um fato que estava começando a ser um médium, podia ouvir gritos de crianças, risos de pessoas na madrugada, até se acostumou a ver velhas andando pela rua. Com certeza todos o achavam louco, mas estava se acostumando com isso, freqüentou várias vezes centro espíritas para entender o que estava acontecendo. Seus amigos, apesar de transparecer o medo, estavam sempre ao seu lado dando apoio, diziam coisas sem sentido sobre exames médicos mas já estava ciente que não era nada disso.

            “Ah... então era aquilo que a velha queria me dar, seu DOM de ver os que já foram, hum então pode ser que eu encontre hide por ai qualquer dia, hehe acho que ficarei com medo. Depois de velho ter algo assim? Acho que realmente nunca vou conseguir descansar.”

            Era dia 02 de março, justamente o dia que seu amado falecera, esperou todo esse tempo para ir até o templo tentar encontrar hide pois queria ter certeza que teria forças para fazer o que tanto desejou. Não queria ficar com medo, nem confuso, apenas ia sorrir para o velho amigo e dizer o quanto sentia sua falta; sim era algo simples e ninguém ia tirar essa oportunidade, quase um milagre.

            Yoshiki acordou de manhãzinha e rumou para o templo, exatamente como naquele dia, parou na floricultura, comprou os lírios rosa, deu tchau para a velha que ainda estava segurando sua flor na porta da loja, entrou calmamente no templo e sorriu para o garotinho da outra vez que ainda o observava ao longe.

- Aqui está sua flor _ deixou um galho sob a árvore mais próxima _ eu não sei onde você dorme, então deixarei aqui.

- Hum! _sorriu

- Com licença, vou visitar um amigo... _continuou sua caminhada, confiante porém era óbvio que seu coração estava batendo forte, as mãos suadas. _ olá, como vai? _parou diante o tumulo na esperança que ele aparecesse logo_ vamos... da outra vez eu estava confuso mas agora já está tudo bem.

            Nada, Yoshiki continuou a chamar pelo amigo mais algum tempo e então desistiu, presumiu que ele não gostava de ficar naquele templo frio e voltou para o carro.

- Onde você pode estar, ein?... _pensou por um momento, fechou os olhos e desejou _ “eu quero te encontrar... eu quero te encontrar!!”

            Ao abrir os olhos viu uma figura de cabelos fosforescentes no meio da rua, ele sorria e acenava para ele. Não teve duvidas, saiu de seu carro com o peito apertado, os olhos marejados por lágrimas correu para seu enfim abraço, para seu ultimo desejo.

---- + ----- + -----

- Meus pêsames, sei que era seu melhor amigo.

- Hum... _ um Toshi recebia os cumprimentos de outros artistas _ obrigado... enfim ele descansou de sua eterna busca.

- ... como isso aconteceu? _perguntou um rapaz alto, também de óculos escuros _ ele não estava em casa sob cuidados?

- Sim, mas conseguiu sair escondido, pegou o carro e foi até o templo... era dia 02 não? Como ninguém percebeu... _sua voz foi sumindo, era tão difícil entender uma falha humana _ a enfermeira não o encontrou, ligou para a policia mas... já era tarde demais.

            Esquizofrenia, transtorno psíquico que trás alucinações, delírios, alteração do contato com a realidade. O X-Japan acabou pelo estado mental de Yoshiki, primeiro começou a falar que sentia problemas em seu corpo, depois que estava velho para continuar, começou a entrar em depressão pela falta de hide até que ficara doente ao ponto de começar acreditar que podia realizar seu sonho de encontrá-lo. Toshi ficou com ele durante um tempo, administrando remédios mas a doença se agravou de um modo que ninguém mais podia segurá-lo e naquele dia 02, quando viu seu amante na rua sofreu um acidente fatal, foi rápido e teve morte instantânea. Um grande herói traído pela sua própria mente, aquele que já salvou tantas pessoas com sua genialidade musical não pode ser salvo pelo mundo que tanto amou, do que vale toda a ciência se não se pode desviar o rumo das pessoas que ama?

            A noite daquele dia era mais escura e mais longa, as estrelas piscavam tristemente, o aroma dos incensos subia aos céus dando seu ultimo adeus, a majestade lua era refletida pelas lágrimas incessantes dos fãs a beira do templo, descanse em paz e que seja eterno Hayashi Yoshiki.

FIM


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