O Ultimo Desejo escrita por hidechan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hum... foi difícil fazer uma sinopse sem estragar as surpresas da fic! auhuahauhahu, divirtam-se.



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“A neve teima em cair incessantemente sem você, pouco a pouco os telhados estão cobertos pelos pequenos cristais que você tanto gostava de brincar, “eles têm a pureza do seu coração” dizia sempre que estávamos juntos caminhando no tapete branco. Meu anjo... vê que a neve, agora manchada de vermelho, nunca mais será a mesma? Eu queria poder te abraçar apenas mais uma vez, este é o meu sonho e para isso vivo nesta estrada sem fim, meu corpo ferido está cansado mas não posso parar até te reencontrar mais uma vez, uma ultima vez. Eu te amo, hide para sempre você, eu te amo.”

            O casaco de Yoshiki estava encharcado pela neve que ia derretendo lentamente sobre seus ombros caídos, já não era mais possível contar quantas lágrimas tinham sido derrubadas desde aquele dia, nem quantos sonhos loucos e sedentos por hide ele sonhara, acordando a beira da loucura e pedindo pela carruagem negra da morte que viesse o levar para longe dali. Os dias passavam sem pressa, ignorando a indiferença do músico para a vida, já aposentado de sua carreira e com a vida ganha não tinha muito, aliás, mais nada a fazer naquele mundo; ficava apenas sentado pensando nele dia após dia como um alguém que espera um milagre.

            A morte prematura de Matsumoto Hideto mexeu muito com todos, mas para Yoshiki foi um tanto especial, tinham um relacionamento sério de anos a fio, o choque foi grande e apesar da depressão estar sempre presente, ele ainda conseguiu voltar com sua antiga banda, fazer turnês internacionais, lançar mil e uma músicas e continuar a vida. Neste dia - 13 de Dezembro - porém, agora aposentado e sozinho naquela praçinha, sentiu uma nostalgia enorme do amante.

            “Você está um tanto mais jovem do que eu, não é hide? _olhou para suas mãos enrugadas _ já fiz tanto pelo mundo, agora queria descansar ao seu lado... sinceramente não achei que o X acabaria por causa da minha condição física, tenho 50 anos mas meu corpo apresenta sinais de 15 anos a mais. Os jovens quase não sabem quem foi o X-Japan e muitos nunca chegaram a ouvir falar de você, triste fim para um herói, não é mesmo?”

            E devaneio iria continuar por mais algumas horas, porém o frio cortando seu rosto o fez levantar e tomar o caminho de casa, em menos de 10 minutos estaria no aconchego de sua lareira com um chá e algum livro.

            Não soube muito ao certo como isso aconteceu, mas uma mulher já idosa e trajada com um quimono branco com flores vermelho sangue o parou a meio metro de sua casa perguntando onde era a rua dos milagres.

- Oras essa rua não existe _ respondeu Yoshiki num tom ameno. _ a senhora está sozinha?

- Eu moro aqui, meu jovem...

- ... _percebendo que era esquizofrênica, logo pegou o celular para ligar para a emergência _ só um minuto, eu irei encontrar seus familiares.

- Tsc tsc... seu sonho seria um milagre da pessoa que mora aqui _tocou com as pontas do dedo seu próprio coração.

- O que? Ah... olha... c**** _soltou um palavrão bem baixinho quando viu a falta de sinal de seu celular _ onde a senhora mora?

- Já estou tão velha _deu uma risadinha _ então quero que você fique com isso _estendeu as mãos e apoiou nos ombros do rapaz _ não pode um herói com toda sua glória, fechar os olhos sem realizar seu único desejo.

            Ok aquilo já era demais para qualquer pessoa, ela falava como se soubesse de seus sentimentos mais profundos e ao mesmo tempo era apenas uma desconhecida perdida e esquizofrênica. Respirou fundo e fechou os olhos, ia contar até 10 antes de tentar ligar mais uma vez a policia e ajudar a velha. Sabe quando acontecem coisas sem explicação? Foi assim, a mulher num estante estava e no outro não mais e sem saber o que aconteceu – ou se aquilo aconteceu – ele estava em frente a sua lareira tomando chá.

- O esquizofrênico deve ser eu, o médico bem que avisou. _murmurou para o fogo crepitante a sua frente.

------- + -------- + ---------

            Ainda era dia 13 e agora muitas horas depois do ocorrido com a senhora, Yoshiki dirigia sua Mercedes em direção ao templo onde hide descansava simbolicamente. Parou em uma pequena floricultura, o ato costumeiro de comprar lírios cor de rosa para um alguém tão lindo quanto, o fazia se sentir bem.

- Por favor, meia dúzia... e com um laço branco _apontou para os lírios perfumados.

- Um instante _ a funcionária pegou o ramo de flores e sumiu loja á dentro.

            Enquanto esperava pela volta da moça, se deparou com uma velha senhora sorrindo para ele do outro lado da rua, ver velhas agora fazia seu coração dar um salto só podia ser brincadeira. Yoshiki a encarou por mais alguns segundos e logo desviou sua atenção para o seu pedido, pagou e entrou no seu carro rapidamente, queria sair logo daquele lugar que o fez sentir certos arrepios sem explicação. Assim que virou a chave, olhou para o retrovisor a fim de ver se algum carro passava por si e levou um susto, a velha estava ao lado do carro, ainda sorrindo e agora carregando um lírio rosa nas mãos.

- Mas que diabos?! _se irritou com o próprio susto e arrancou, não era permitido aquela velocidade porém o calafrio que subiu pela espinha o obrigou a aquilo.

            Pombas! Agora se assustava com todas as velhas _deu um sorrisinho _ era apenas coisa da sua imaginação. Entrou no templo e passou rapidamente por todos até chegar ao túmulo certo, hide 1998.

- ... feliz aniversário, hide-chan... _sua garganta secou, as pernas ficaram um tanto bambas quando viu que já havia ali um lírio rosa, um único lírio rosa assim como o da velha... _ CHEGA! _fechou os olhos e respirou fundo, um garotinho que estava ali perto assustou com o grito do mais velho e se escondeu atrás de uma árvore _ sua falta está me deixando maluco, sabia? Olha anda acontecendo coisas estranhas, acho que volto outro dia, com mais calma ok? _conversava com o nada enquanto colocava as idéias no lugar _ feliz aniversário meu anjo... _colocou as flores sobre o túmulo e girou os calcanhares para sair.

            Estava chegando na porta do templo quando deu uma olhada para trás, todo aquele medo tinha passado e a costumeira tristeza tomou conta de si, nada no mundo podia mudar o fato que hide estava morto e que isso trazia um grande pesar em sua vida. No mesmo lugar onde estava a 10 segundos atrás, um garotinho observava as flores e tentava sentir seu aroma deveras agradável.

- Ei garotinho! Isso é falta de educação. _repreendeu

- ... mas eu nunca... _olhou para Yoshiki com tristeza _ ...minha mãe parou de vir aqui e eu nunca mais ganhei isso.

- O QUE? _não entendeu uma palavra do serzinho, quer dizer, entendeu mas não fez o menor sentido _ vá para casa.

- He... _sorriu _ tio, me da uma dessas? Tem o perfume dela.

- ... _virou de costas e fez menção de partir, já estava cansado de coisas estranhas num só dia.

- Por favor!!

            O susto fora tão grande que Yoshiki escorregou batendo como conseqüência sua cabeça na coluna atrás de si e desmaiou a causa disso fora que o garoto aparecera na sua frente de repente.

- Como um fantasma... _balbuciou algo para Toshi que estava a sua frente, agora na cama fria do hospital mais próximo. _ foi... putz, que susto eu levei...

- ... você anda muito estressado, precisa relaxar.

- Eu sei amigo... eu sei.

- Ficarei na sua casa por alguns dias _sorriu _ podemos encontrar alguma coisa para você ficar melhor.

- Obrigado, eu aceito sua oferta... acho que a solidão está me deixando maluco.

- Hum... _concordou _vamos, o médico já o liberou.

            O que estava acontecendo? Yoshiki fez vários exames naquele mesmo dia, poderia ser o começo de alguma doença grave ou apenas stress como disse Toshi, seja o que for, queria parar com aquilo tudo e ficar bem.


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