Amor Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 17
Dinnie Ray


Notas iniciais do capítulo

Meus amados, me desculpem por demorar tanto tempo para postar. Tive problemas com meu computador, mas agora está tudo bem. Ah, e tenho novidades. Só que lá na notas finais.



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Capítulo 17 – Dinnie Ray

Senti mais horas se passando e eu continuava quieta, imersa em meus próprios pensamentos. Sentia os olhos de Daniel em mim, mas eu o ignorava. Algo nas palavras de Francesca tinha tocado em uma ferida que eu estava disposta a ignorar.

Tentava fazer com que alguma coisa , qualquer plano viesse a minha mente, mas só vinha raiva. Pelo canto do olho, vi Daniel. Ele estava andando de um lado para o outro, passando a mão pelos cabelos pretos e também parecia pensar. Nossos olhares se cruzaram e eu desviei rapidamente.

“Ray, não podemos ficar assim para sempre”, Daniel disse andando em minha direção.

Eu me levantei e me afastei, séria.

“Não iremos durar nem até amanhã, Daniel.”, eu suspirei, triste. “Nem irei durar até meu aniversário de vampira.”

“Nós vamos sair daqui.”, Daniel disse com veemência.

“Ah, nossa, você tem um plano?”, eu disse com ironia e me sentei, cruzando minhas pernas, pondo o cotovelo nelas e o queixo nas mãos. “Estou louca para escutá-lo”

Daniel pressionou os lábios juntos. Ele odiava quando eu usava sarcasmo ou ironia com ele. Revirei os olhos, me levantando e bufei. Ele continuou me seguindo com os olhos cinzas, não perdendo nenhum movimento meu. Fechei meus olhos, lembrando das palavras de Francesca e a vontade de enfiar uma estaca nela aumentou mais ainda.

Como se lesse a minha mente, Daniel disse:

“Ray, você sabe que eu não me deitei com ela, não é?”, ele disse calmamente.

Eu respirei devagar, minha garganta começou a ficar quente de raiva. Me virei lentamente encarando Daniel. Ele tinha os olhos fixos em mim e tinha uma certeza nele, que não tinha como duvidar que ele estava mentindo. Mas, eu não tinha direito de ficar com raiva? Claro que tinha. Por isso que eu estava assim. Estava exigindo meu direito.

“Sabe qual é o problema de tudo, Daniel?”, eu perguntei. Ele levantou uma sobrancelha, esperando. “Se você tivesse me escutado a um bom tempo atrás, nós não estaríamos aqui.”

“Escutado que você tem um caso com meu pai?”, ele retruquiu, ficando sério.

“Eu nunca tive nada com seu pai”, eu gritei. Então percebendo a grande mentira ali no meio, limpei a garganta. “Não tive nada quando estava com você, pelo menos.”

“Como assim?”, Daniel pareceu cauteloso.

Eu suspirei.

“Nos beijamos”, eu disse solene e dei de ombros.

Foi com se eu tivesse dado um soco em Daniel. Ele recuou alguns passos e me olhou como se não me reconhecesse. Abri a boca para dizer que ele tinha ido bem mais longe do que eu. Mas, eu sabia que um erro não justificava o outro.

“Por isso está tão nervosa”, Daniel disse me dando um olhar acusador. “Está preocupada com o fato de Marco se deitar com outra e te esquecer.”

“Como você pode ser tão idiota?”, eu perguntei retoricamente. “Se eu realmente estivesse preocupada com Marco com outra, eu teria aceitado a proposta dele a séculos e nem teria pensado duas vezes. Acha que eu estou feliz em estar presa aqui? Não estou.”, pressionei os lábios juntos, pensando. “Você que causou tudo isso, Daniel. Foi ingênuo demais.”

“Me desculpe por ser humano demais para você, Dinnie Ray”, Daniel tinha os olhos cerrados, também com raiva. “Por que você não grita da porta para Marco te soltar e vão viver uma linda história de amor juntos?”

No momento em que eu ia responder, uma resposta bem malcriada, a porta se abriu novamente. Antes que eu pudesse pensar em quem tinha vindo nos infernizar dessa vez, Marco apareceu. Os cabelos loiros molhados , um meio sorriso travesso e os olhos cinzas com um brilho diferente. Poderia passar o tempo que fosse, mas eu sabia quando ele ficava com aquela expressão.

Balancei a cabeça, sabendo exatamente de onde ele tinha vindo. Marco parou a minha frente, me estudando mais uma vez, da cabeça aos pés. Não sabia se era proposital, mas ele quase ficou do lado de Daniel, fazendo com que a comparação entre eles fosse inevitável, mais uma vez.

Eu não podia dizer que os dois tinham corpos iguais, porque era impossível. Mas eram semelhantes. Marco ficou anos cuidando do corpo antes de se tornar um vampiro e ficar com o mesmo corpo para sempre, fazendo com que seu abdômen, peito e braços fossem mais definidos do que os de Daniel. Mas Daniel tinha aquele rastro de cor, que mostrava que ele tinha sido moreno, enquanto Marco era meramente pálido.

Naquele momento, tudo o que eu quis fazer, foi desligar os meus sentimentos. Mas eu sabia que isso era quase impossível. Então, tudo o que eu fiz, foi observar, para ver o que acontecia. Uma vozinha em minha mente, também me culpou por essa confusão. Se eu tivesse denunciado Marco desde o momento em que o tinha visto pela primeira vez, eu e Daniel não estaríamos aqui.

“Seu tempo acabou, Doce Dinnie”, Marco cantarolou. “Você vem comigo e deixa ele morrer, ou vai ser uma boa vampira novamente e ficar com Daniel?”

“Ele é seu filho, Marco”, eu disse ainda surpresa com a sua atitude.

Marco olhou para Daniel mais uma vez, o analisando da cabeça aos pés. Daniel tinha os olhos um pouco arregalados. Ele deveria estar se sentindo do mesmo jeito que se viu no espelho pela primeira vez depois da transformação. Marco não parecia tão surpreso. Ele olhou Daniel de cima a baixo com desprezo e deu de ombros, voltando a olhar para mim.

“Tanto faz”, ele finalmente disse. “O assunto não é se eu vou assumir meu filho, ou não. Sou eu e você, Ray. Podemos dominar esse mundo de vampiros e fazê-los se ajoelhar para nós.”

“Você é louco”, Daniel disse olhando para Marco com um misto de horror e raiva.

Marco revirou os olhos e se virou lentamente para Daniel. Eu soube que isso não acabaria bem, antes de ver Marco indo na direção do filho e o empurrar na parede com uma força excessiva. A prata das paredes tocaram a pele exposta de Daniel, fazendo com que ele gritasse e começasse a sair fumaça.

Pus as mãos na boca, surpreendida pelo terror que tomou conta de mim. Daniel gritava cada vez mais alto. Quando avancei na direção de Marco, ele puxou algo do bolso direito de sua calça branca e eu reconheci quase que imediatamente. A minha estaca. Ele pressionou-a no peito de Daniel fazendo com que seu grito fosse muito agoniante para eu continuar escutando.

Eu já deveria estar acostumada a esses gritos, mas não estava. Tantos anos torturando vampiros traidores não tinham me feito imune a piedade. E saber que Francesca estava se deliciando com aqueles gritos, me fazia tremer de raiva. Se eu tivesse a paciência de não matá-la hoje, iria torturá-la do mesmo jeito que torturei o filho de Luke.

Movida pelo desespero, olhei para os lados, procurando alguma coisa que pudesse me ajudar a salvar Daniel. Mas não havia nada. A não ser que eu quebrasse a cadeira e fizesse uma das pernas dela de estaca. Não iria matá-lo totalmente, mas iria deixá-lo imóvel por um longo tempo.

Tempo o suficiente para que eu e Daniel pudéssemos fugir. Mas, quando dei um passo na direção da cadeira, Marco apenas pressionou a estaca com mais força no peito de Daniel. Um filete de sangue desceu pelo peito exposto de Dan. Eu me senti enjoada vendo aquela cena. Marco mantinha os olhos em mim, frios e calculista. Como se ele fosse surdo aos gritos do próprio filho.

“Eu vou”, eu gritei desesperada, quando Marco ameaçou estacar Daniel de vez.

Meu antigo amante sorriu e soltou o filho quase desacordado no chão. Eu corri na direção de Daniel, mordendo o meu pulso e derramando um pouco do meu sangue na boca dele. Não me atrevi a olhar as suas costas, mas tinha uma boa ideia de como estavam. Prata queimava como nenhuma coisa a mais. Conforme Daniel pegou força, ele agarrou o meu braço e colocou-o com mais força na boca, sugando. Acariciei os cabelos escuros dele e observei a ferida em seu peito sumir lentamente.

“Vamos, Ray”, Marco disse entediado. “Não tenho o dia inteiro.”

Olhei por cima dos ombros para ele, vendo-o sentado confortável na cadeira de madeira. Mesmo que ainda estivesse com o meio sorriso no rosto, eu consegui ver o desconforto em seus olhos cinzas. Ele tinha ciúmes do próprio filho. Um plano se formou lentamente em minha mente. Continuei acariciando os cabelos de Daniel.

“Beba, querido.”, eu disse suavemente. Daniel levantou os olhos, surpreso. Eu apenas sorri. “Eu te amo. E só a você”

Então tirei meu pulso de sua boca e peguei seu queixo com a ponta dos meus dedos e o levantei. Daniel tinha os olhos arregalados, mas não recuou quando eu pressionei meus lábios nos dele, com delicadeza. Ele apenas pôs as mãos em volta de minha cintura e se pressionou com mais força em mim. Quando eu ia aprofundar o beijo, escutei um rosnado vindo atrás de nós e sorri.

Só deu tempo de puxar Daniel para longe, antes que Marco avançasse em nós. Seu corpo bateu na parede e ele gritou sentindo sua pele queimando. Daniel me olhou com os olhos arregalados, mas nós não tínhamos tempo de conversar. Olhamos para a porta aberta e corremos para ela.

Assim que saímos daquela sala, eu pude sentir a minha pele parar de reclamar e coçar. Pelo pequeno sorriso de Daniel ele sentia a mesma coisa. Olhei por cima dos ombros, Marco estava com o peito queimado e andava com lentidão até nós. Tínhamos tempo para fugir.

Ou, pelo menos, foi o que eu pensei até Daniel apertar a minha mão, chamando a minha atenção. Eu me virei para frente, para saber o porque de seu alarme, quando meus olhos se fixaram na loira parada de braços cruzados e expressão raivosa na porta.

Francesca vadia.

“Agora, vamos resolver isso no jeito antigo, querida.”, ela disse estreitando os olhos. Soltei a mão de Daniel e dei um passo a frente.

“Vai ser um prazer.”, eu respondi avançando nela.


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Notas finais do capítulo

O que dará esse confronto de Ray com Francesca? Comentem.
Ah, sim. A surpresa.
Uma amiga minha fez um blog para as minhas histórias , para vocês saberem as novidades e tals. Ainda é simples, mas com o tempo isso vai melhorando.
Blog: http://estantedasfics7.blogspot.com.br/



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