Se Eu Fosse Você escrita por Pytia


Capítulo 4
All About Us


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,voltei muuuuuuito tempo depois né? Me desculpem, tive tantos problemas pessoais e tal... Mas eu prometi não abandonar, e quando eu prometo, eu cumpro. Nos vemos lá em baixo.



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PDV Sam

- Eu ainda não acredito Fredward, você nunca ficou de detenção na vida, agora do nada fica você bate em um cara e... e... – A velha paranóica mãe do Freddie dizia como se levar detenção fosse a pior coisa que podia acontecer na vida de alguém. Coitada...

- Marissa, não precisa fazer uma tempestade em copo d’água, isso é normal e...

- Marissa não! É MÃE!

- Tá, foi mal, “mãe”, só estava tentando dizer que... – Eu tentava manter a calma, mas todo mundo sabe que a minha paciência é curta.

- Não, não fala nada! EU ESTOU CERTA!

- Ah, quer saber, to me mandando. – Vou em direção à porta.

- Ah é? Vai pra onde?

- Pra Carly.

- Você não tem jeito mesmo. Só sabe pensar em garotas, só!

- Queria o que? Que eu pensasse em garotos?

- Você está até parecendo aquela sua amiga sem juízo, a Puckett, famílinha desgraçada...

- Tchau, mãe... – Bato a porta e entro no apartamento da Carly sem bater. Família desgraçada é a dela... Essa coisa só sabe falar dos outros. Não aguento mais ter que fingir que eu sou o Freddie, já estou por aqui com isso.

- Ai! Freddie que susto! – Carly, que está no computador, quase pula da cadeira quando me vê chegar.

- Nossa Carly, por quê? Eu to com uma serra elétrica na mão ou coisa parecida? Quando se assusta é porque tá fazendo coisa errada... – Dou um sorriso malicioso, enquanto tento ver o que ela está olhando na internet. – O que você tá vendo?

- Nada! – Carly desliga a tela na hora.

- Carly, sem segredos, esqueceu? O que você está escondendo?

- O que eu estou escondendo? O que você e a Sam estão escondendo! – Ela aponta pra mim nervosa, e chega perto.

- Ãh, o que?

- Não se faça de desentendido! – Ela me agarra pelo colarinho e chega a centímetros de mim, furiosa – Me conta agora! Porque eu tenho certeza que...

- Que o que?

- Que você e a Sam estão namorando e não me contaram! – Ela me solta – Porque vocês sempre me escondem tudo... Seus... Seus falsos!

- Carls, a gente não ta namorando, ficou maluca? É que... Se eu te contar... Você não vai acreditar.

- Conta, por favor, lembra que você prometeu sempre contar tudo uns aos outros?

- Mas Carls...

- CONTA AGORA! - Cara, nunca vi a Carly tão nervosa, ela deve estar de TMP...

- Tudo bem, lá vai: Esse corpo é do Fredward Benson, mas eu sou a Samantha Puckett. Tipo assim, a minha alma tá no corpo dele, infelizmente. – Explico dando uma grande pausa nas palavras, e fazendo mímica, enquanto Carly muda sem semblante de irritada pra espantada.

- O... Que? – Carly continua sem mexer um músculo, pasma.

- Calma, eu vou provar – Corro até a porta dos fundos, que está trancada, e em poucos segundos arrombo, de um jeito que só a mamãe aqui sabe fazer. Termino e olho pra Carly - E então? Só eu, Samantha Puckett, sei fazer isso! – Carly chega mais perto, boquiaberta, e mais branca que o normal. E de repente...

- Papai Noel existe!!! – Carly começa a pular batendo palmas, na boa, eu não esperava essa reação...

- Calma Carls, porque tanta empolgação?

- Sei lá isso é tão mágico... Estar no corpo de alguém que não é você... Como é ser um garoto?

- Ah, eu sei lá... urinar de pé é incrível! Super prático... - Carly me olha maliciosa, melhor eu mudar de assunto.

- E... o Nerd está no meu corpo, também...

-Nossa isso é muito estranho... Faz quanto tempo?

- Dois... Longos... E terríveis... Dias... – me jogo no sofá, e Carly se senta ao meu lado.

- E como vocês voltam ao normal, nos seus próprios corpos?

- É isso o que eu quero descobrir.

- Olha Sam, se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, conta comigo, tudo bem? – Ela sorri abertamente, e eu retribuo.

- Claro Carls, obrigada. – A gente se abraça por alguns segundos. Como é bom ter uma amiga que te entende e se importa com você.

- E o Spencer, onde é que ele tá?

- Com aquela namorada dele, a Julie. - Julie é namorada do Spencer a uns quatro meses já, e estão firmes até hoje. Gosto dela, ela é engraçada e doidona, e é rockeira também. Vou super com a cara dela. É eu já tive quedinha pelo Spencer sim, mas não passou de uma coisinha boba, que eu não sei de onde veio nem pra onde foi. Agora, vejo ele como um irmão mais velho que eu nunca tive.

- Nossa, faz tempo que eles estão juntos, não é?

- É sim... acho que até que enfim vamos ter casamento! - Carly ri junto comigo. A última coisa que eu consigo imaginar é o Spencer se casando...

Ap. do Freddie 19h56min

Graças a Deus. Graças a Deus aquela maluca da Marissa tá trabalhando. E eu to aqui nesse quarto, no maior tédio, apenas mexendo num jogo de xadrez no Nerd e comendo bolo gordo. Eu pedi uma marmita tamanho família em um restaurante qualquer com um dinheiro que eu achei aqui. Vamos combinar, quem é o louco que comeria as comidinhas cheias de frescura da mãe do Freddie?

Ouço o telefone tocar. Atendo.

- Alô.

- Sam? Bom se atendeu o telefone, ainda não botou fogo na casa. Sam a sua mãe é maluca! Ela ficou o dia inteiro de biquíni tomando sol na laje e agora ela saiu com um cara muito estranho e disse que não volta hoje, e eu to aqui morrendo de fome e não tem comida nem dinheiro nessa casa. E seu gato me atacou de novo. Ele sabe que eu não sou você.

- Viu só como é ser eu? Viu só pelo que eu passo todos os dias? 

- Sam eu já pedi desculpas... Olha só me faz um favor, me deixa jantar aí? Por favor...

- Não.

- Ah quer saber? Eu vou sim. A casa é minha e o dinheiro é meu. To indo!

Filho da mãe! Além de desligar na cara, vai vir jantar aqui. Não que eu não queira, mas é que eu não sou eu quando estou sozinha com ele. É difícil de explicar. Alguns garotos já me deixaram louca. Mas Freddie Benson é o único cara que me deixa boba...

Meia hora depois enquanto ouvia Sweet Child O Mine da banda Gun N’ Roses, ouço batidas na porta. A marmita já chegou então... Acho que já sei quem é.

- Oi Freddie Mercury. 

- Lá vai...

- Entra logo antes que eu não deixe mais.

- Música alta hein? – Lá vai o Nerdinho reclamar...

- E daí? O importante é que a música é boa.

Vamos direto para a mesa. Não temos muito assunto, de vez em quanto falamos qualquer bobagem que aconteceu enquanto estamos “trocados” e tal. Até que o assunto acaba, e a gente fica uns dez minutos em silêncio, apenas comendo. Ele tenta quebrar o silêncio.

- Esse frango tem uma perna maior que a outra...

- Vai comer o frango ou vai dançar com ele? Engole essa comida! – Tá certo que ele não merecia uma tirada dessa, mas, cá entre nós, ele só abre a boca pra falar besteira. Ao contrário do que pensei, ele apenas sorri, e comenta:

- Você não tem jeito...

- Você é que não tem jeito. – Não consigo segurar o sorriso. É isso o que acontece quando estou com ele. Eu fico insegura, sorridente, esqueço da vida, isso é bom e ao mesmo tempo péssimo. Melhor falar algo, ou vamos continuar por mais tempo nesse momento mais embaraçoso do que o macarrão que estou comendo.- Mas... e então, mudando de assunto, você falou com alguém sobre o nosso caso?

- Era o que eu não queria falar com você – Ele ri – Falei, mas... Não deu muito certo. Pra falar verdade, todo mundo que eu tentei me chamou de maluco. Maluca, pra piorar.

- Ah, Nerd, nem sei por que eu mando você fazer essas coisas. Como a minha avó sempre diz, se quer uma coisa bem feita, faça você mesma. Deixa que amanhã EU tomo conta disso.

- Tá bom então... Vamos ver como você vai se sair...

- Você tá duvidando de mim Nerd? Ta de deboche? Qual é a sua, esqueceu quem eu sou? Amanhã mesmo eu arrumo quem acredite e ajude a gente e vou esfregar na sua cara, tá entendendo?

- Ok, entendi.

- É bom mesmo ter entendido.

Depois que acabamos de comer, eu tento o mandar ir embora, mas... Sem sucesso. Ele se senta no sofá e liga a Tevê, e eu sento ao seu lado. O que posso fazer, a casa é dele... O canal é MTV, e está passando um clipe muito lindo que já vi na internet, All About Us, de He Is We e Owl City. Todo mundo devia assistir, com certeza.

- Lindo esse clipe – Diz Freddie, me fitando.

- Verdade... – Tento não parecer muito emotiva em relação á essas coisas.

- Essa música passa uma mensagem muito bonita. Ela nos inspira a sermos sinceros com a pessoa que amamos.

- Só é mais fácil quando essa pessoa nos corresponde... – Caramba que fora que eu soltei! Burra, burra!

- O que disse? – Ele não ouviu, graças a Deus! Que alívio...

- Nada, eu só estava... Pensando alto. – Pronto, faço a cagada e agora fica tentando disfarçar.

- Pensando o que? – Cara, fala sério, que garoto curioso!

- Pensando... O que será que a gente fez pra entrar nessa roubada...

- Hum... – Ele assente e fica calado. Ficamos em silêcio apenas assistindo por um tempo até que ele se vira pra mim e diz:

- Eu tava pensando comigo... Será que isso aconteceu porque, sei lá, a gente briga demais, não se dá muito bem...

- Não tenho culpa se você é um chato.

- Eu não sou chato!

- É sim.

- Não sou.

- É sim.

- Não sou.

- É sim.

- Você que é.

- Eu sei.

- Olha, esquece... O que eu acho é que se acontecesse um lance legal entre a gente, nós poderíamos voltar ao normal. - Ele chega mais perto, estou e não estou gostando disso.

- Como assim lance legal? – Ai meu Deus, do que ele está falando? Espera... é melhor eu não me iludir.

- Bom, um coisa tipo... Espera! Tive um idéia! - Ele estrala os dedos.

- Q-que idéia? Merda eu gaguejei... Caramba eu sou muito burra!

- Talvez isso dê certo. – Depois dessas palavras, seu rosto chega a centímetros do meu. Meu coração está saindo pela boca. Ouço a música ainda tocando.  

"Can I hold you, can I hold you close?

(Posso te segurar, posso te segurar pertinho de mim?)"

Nossos olhares se cruzam, caramba, nunca que isso podia ter acontecido. Tento me esquivar.

- Sam, é pro nosso bem. Não quer sair dessa? – Já era, deixo a coisa fluir. Eu quero, e eu preciso. Junto o útil com o agradável. Nossos lábios se tocam de leve, e ele leva a mão na minha nuca. Como é boa essa sensação, igualzinha a de anos atrás. Esqueço de tudo e de todos. Esqueço até que estou no corpo do Freddie. Parece que estou na saída de incêndio, vivendo aquele momento mágico, mais uma vez. É um beijo simples, leve e inocente. Mas para me desligar de tudo, me fazer sentir borboletas no estômago e os tais fogos de artifício, já é o suficiente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Obrigada por ler ;* Quero reviewns *-*