PDV Sam

Acordo, tomo café, escovo os dentes, me arrumo e vou pra escola.

Durante a troca de aula, estou pegando os materiais necessários para a próxima aula, afinal, eu tenho que fingir ao máximo que sou o Benson. Então, eu tenho que prestar muuuuita atenção na aula (sente o sarcasmo). Quem me vê, estou olhando a professora com cara séria, e anotando tudo o que ela disser. Mas por outro ângulo, eu to assassinando ela mentalmente (tiro, facada, serra elétrica...) enquanto desenho ela em uma morte trágica. As vezes penso no Freddie...

– Olha só o nerdinho arrumando as coisinhas para a aula – Me viro e dou de cara com o Luck, um ruivo valentão da escola, e dois dos caras barra pesada que andam com ele,. Eles são de boa comigo e eu com eles, mas com os nerds, cara, eles são piores do que eu. Sério, eles pegam pesado. Apenas ignoro e continuo a fazer o que estou fazendo.

– Fiquei sabendo que ontem você levou outro fora de outra garota. Que dó não é? Se fosse como eu... – Ele diz em tom de deboche. Isso já está irritando.

– Isso não é da sua conta – Falo ríspida e me viro para o armário.

– Qual é garotinho da net, desencana. Ninguém te quer, afinal, você é um nerdizinho mimado filhinho da mamãe tão certinho que poderia virar padre. – Ok esse cara já foi longe demais. Quem ele pensa que é para zoar do MEU garotinho da net desse jeito? Só EU posso zoar ele, falou? Calma Sam, apenas use as palavrinhas mágicas.

– Vai se foder – E me viro para o armário.

– O que? Repete? – Luck me desafia chegando perto. Viro pra ele, olho nos seus olhos, respiro fundo e encho a boca: - Vai se foder. – E ainda com um risinho irônico de acompanhamento. Medo? Não conheço...

– Cara você já era! – O cara parte pra cima de mim, ele e mais os dois caras. Já sei o que fazer, vou usar a força do nerd (e que força!) a meu favor. Se ferrou, Luck!

Mando um soco no rosto do Luck o fazendo cair no chão, passo uma rasteira no outro e... Olha só, o terceiro fugiu! - Quem é o filhinho da mamãe agora? – Grito pra ele, que nem responde.

– Vai se foder OTÁRIO. – Falo vitoriosa olhando para o ex-valentão caído aos meus pés. Me viro para continuar meu caminho e...

– Oi diretor... – Risinho falso.

– Para minha sala, agora. – Me ferrei.

Uma hora depois...

– Como assim detenção? Eu nunca levei detenção! Pensei que tínhamos um pacto...

– E temos! Mas o cara tava enchendo o saco, aí eu deixei ele caladinho, Freddalupe...

– Espera aí, me deixa entender, você estava me defendendo?

– Não idiota. Eu fiz isso porque eles estavam irritando, passaram dos limites. E além do mais, eu nunca fui com a cara daqueles metidos. Você não tem atitude cara? Porque força não te falta pra arrebentar de vez a cara deles. – Droga, falei que ele é forte, se eu tenho um dom, é de falar merda.

– Você tá dizendo que eu sou forte? – Um sorriso um tanto malicioso se abre em seu rosto. Eu acho que vou ter que arrebentar a cara de mais alguém.

– Não é você noob, é a academia...

– Você gostou, não é? – Ele me faz cócegas na barriga, isso é bom... Cale-se Sam. O empurro para longe de mim.

– Não, eu não gostei, eu não falei que você é forte e eu não te defendi, me deixa! – Estou tendo um chilique, porque fico tão nervosa perto dele? Devem ser hormônios...

– Tudo bem, calma... – Ele diz.

– Cara, agora que eu lembrei, com eu vou ficar na detenção, você não se esquece de ir atrás de alguém pra tratar do nosso caso ainda hoje. – Falo pra ele.

– Beleza, mas quem?

– Qualquer pessoa que acredite o que aconteceu...

– Tipo o que um psiquiatra? Um padre? Um pajé?

– Ah cara vai em tudo... Alguém deve saber o que fazer! Falando nisso, eu tive um sonho...

– Me conta ai – Ele cruza os braços.

– Sonhei que a gente estava tipo em um parque, e aí apareceu um velhinho que...

–...Falou “A resposta está com vocês mesmos...” e “ Até o próximo sonho” ?

– Cara, você sonhou também...! Então não foi apenas um sonho, sabia que era importante!

– Mas o que isso que dizer?

– Eu sei lá! Nós não sabemos nem como isso aconteceu vamos saber como dar um jeito? Velho maluco...

–Né? – Ele faz uma cara engraçada.

– Oi Freddinho... – Uma garota de cara chupada aparece na minha frente – Super corajoso o que você fez com o Luck hoje, bem que a gente podia sair qualquer dia desses... – que voz horrível cara! – Aqui meu telefone – Ela me entrega um papelzinho – Liga depois das onze, beijos lindinho! – Ela sai toda rebolando, bem que podia cair e quebrar o pé pra variar. Quando vou rasgar o papel, ele toma da minha mão.

– Não faz isso! – Ele diz protegendo o papel com se fosse um cheque de um bilhão de dólares. Que cara mais idiota!

– É só o número de uma garota besta! – Tento tomar da mão dele.

– Mas eu preciso dele! – Ele coloca no bolso.

– Você precisa é de um médico! – Quer saber, eu vou para a detenção logo! – Viro as costas pra ele e sigo o meu caminho, irritada.

– Se comporta!- Ele grita

– Foda-se Nerd - Apenas ergo o braço mostrando o dedo do meio.

PDV Narrador

Enquanto Sam dirigia-se à detenção, Freddie saiu da escola, em busca de alguém que pudesse resolver o problema. Ambos nem notaram a presença de uma garota morena e um menino rechonchudo no fim do corredor, escondidos atrás da parede; Carly e Gibby.