Agora com essa notícia, vou desistir... Acho que chegou a hora que eu perco as esperanças... Depois de tanto tempo acreditando nesses dois. Puta que pariu!

Eu achava mesmo que o Bry ia me esperar... Aquele... Ah... Não tenho nem palavras!Ele era tão santo, tão nerd, mauricinho, bonito. É, chega a um ponto que a validade do colírio acaba. Parei de suspirar. É, parei de suspirar. Mas foi muito difícil parar. Era um vício. Também não sei como encontrei essa parte tão ruim de ficar só... Bem que a Tina sempre fala: A vida te dá coisas muito boas. Mas logo depois dos dias de glória... Ela pisa em você... Até te destroçar e não sobrar mais nada. Eu falava que isso depende da pessoa, mas, acho que agora, só dependeu do destino...

Nem sei como isso começou. O Bry... Nem explicou direito. Saiu daqui como se tivesse roubado algo. Tenho várias hipóteses... Ela planejava isso, ele, os dois... Ou foi mesmo um acaso do destino.

A Sarah bem que podia aproveitar quando eu tivesse morta... Mas não... Queria se vingar. Da forma mais vadia que ela conhece. COMO ASSIM, JANIE?É. Eu e ela já estávamos meio brigadas, nem nos falávamos mais... Ela disse que eu era uma conquistadora de segunda... Foi uma briga meio infantil... Essa conquista foi o Bry. Ela não queria que eu ficasse com ele. Mas foi difícil, nós já nos gostávamos há dois anos... E foi nisso que nós não sentávamos mais juntas, não íamos para a praia de Miami, não íamos para o cinema. A minha virou um ciclo sem fim:

CASA, COLÉGIO, CASA DO BRY, CASA.

Até que um dia, eu fui chamada para ir a algum lugar, e então, desde aquele lugar, do caminhão, não lembro mais de nada. Queria passar essa história em limpo... Sem brigar, sem chorar, sem confusões. Por tanto, nem consigo resistir a tanta pressão. A tanto desgosto.

Fico fria de pensar que os médicos estão certos de que vou morrer, de que estão preparados para desistir.

O que vai ser da minha vida, dos meus pais, da Tina, que é a única que realmente é a minha amiga. Não sei nem se ela se esqueceu de mim, se ela está triste pelo acontecido mistério...

Fui interrompida bruscamente. Era como nadar até a superfície de um mar sem fim.

Chacoalhava mais e mais de asma. Ninguém ali estava para me socorrer.

Gritei o mais alto que podia, a enfermeira me viu, e logo pegou uma máscara de oxigênio, pude voltar ao meu estado normal. Parecia que isso não ia acabar... Ou não acabou?

Tenho dúvidas.