Eu e Tom ficamos dançando normalmente até que ele começou a beijar meu pescoço me levando pra um canto mais escuro da balada me encostando na parede, ficamos nos beijando, mas ele começou a passar um pouco dos limites. Sua mão tentava abrir o meu short para poder satisfazer seu desejo, mas eu não iria fazer aquilo, não ali, não agora.

-Tom para alguém pode ver.

-relaxa loira eu já estou acostumado.

Aquela frase me deixou verdadeiramente nervosa, o empurrei e sai andando, ele foi atrás de mim e pegou meu braço.

-ei o que foi eu fiz algo errado?

-claro que não. Você nunca faz nada errado Tom. Eu que sou idiota e sempre caio nas mesmas coisas.

-Taylor o que foi? É sério seja o que for me desculpa.

Me soltei dele e voltei pra mesa. Ele fala merda e nem se liga. Há que ódio. Ele está acostumado a sair comendo qualquer puta dentro de uma balada? Isso significa que ele pode muito bem ter comido aquela rapariga no mesmo canto que tentou me comer. Ele está acostumado a fazer isso eu não e nem vou fazer. Se tinha uma chance de me entregar a ele essa chance acabou agora.

Ele se sentou do lado de Bill que me olhava estranho, eles perceberam obvio. Agora mais do que nunca eu vou irritar Tom, vou fazer da vida dele um inferno. Vou fazer ele se apaixonar por alguém que nem conhece. Eu não vou mais ceder pra ele. Esse é meu único objetivo, e daqui vinte dias vou poder ir viajar e esquecer toda essa merda de viajem. Não sei nem porque resolvi vim. Vivi vinte anos visível pra que quero isso agora?!

-Ge pode me levar pro hotel?

-claro Tay.

Nós levantamos e saímos da balada com os três nos olhando e principalmente Tom que se levantou e parou na minha frente bloqueando minha passagem.

-Pinto pequeno se não quer morrer saia da minha frente.

-só se me falar qual é o problema.

-nada. Absolutamente nada.

-então só fez aquilo pra me deixar na vontade de novo?

-exatamente. Até que o cérebro loiro funciona não?

-eu te odeio Taylor.

-tarde demais pra falar isso Tom, pois sei que sente exatamente o contrario.

Ele fez uma careta e não discordou, então era realmente verdade? Ótimo, porque tudo que eu sentia por ele passou. Ou pelo menos está escondido, bem fundo muito fundo. E eu não pretendo achar. Nunca mais. Não vale a pena. Não com Tom.

Sai da balada com Ge e pegamos um taxi pra voltar pro hotel, pelo menos eu esperava isso, até que paramos em uma soverteria que estava quase fechando e entramos. Ge comprou um milk-shake de baunilha pra ele e pra mim um de Nescau. Dispensamos o taxi e ficamos andando pelas ruas meio desertas de Milão bebendo o milk-shake e conversando. Até que paramos em uma praça vazia e nos sentamos no banco gelado. Ge me olhou e disse:

-você está bem?

-estou Ge. Não se preocupe.

-olha sei que não tenho nada a ver com sua vida, mas você é minha amiga e ele também, eu conheço ambos, sei que vocês se gostam, mas sei que ele dá muita mancada de vez em quando, então se quiser conversar comigo eu vou te ouvir tudo bem?

Olhei pra Ge, eu precisava realmente conversar com alguém agora. Ele parecia sincero, ele só queria meu bem.

-eu gosto dele Ge, mas sei que ele não gosta de mim e se gosta não demonstra. Mas eu não quero assumir, pra depois ele me magoar, eu tentei hoje, eu queria ficar com ele, de verdade, mas ele disse uma coisa que bem... Eu não sou como ele, posso ser meio doida e tudo, mas eu não quero que ele me considere só mais uma com a qual ele passou a noite. Porque pra mim ele não vai ser só isso.

-eu entendo Tay, mas você sabe como Tom é. Não crie muitas esperanças.

-já criei e já as desfiz. Sei como ele é. Não sei como pude começar a gostar dele. Eu já o conheço, não devia cair nessa.

-já ouviu dizer que sempre gostamos da pessoa errada?

-é já devo ter ouvido isso por ai sim.

Ele sorriu e pegou minha mão me levantando e caminhando fomos pro hotel, onde eles também estavam chegando em um taxi, passei direto por Tom e entrei no hotel, indo pro elevador, Ge subiu comigo e me deixou em meu quarto.

Então vamos colocar o plano em ação. Peguei um papel e escrevi coisas pra Tom, quando ele entrou em seu quarto eu fiquei invisível e sai do meu, coloquei o papel por baixo da porta e sai voltando pro meu quarto. Só queria ver a cara dele.

Pov Tom On

Eu subi com meu irmão e Gustav pro nosso andar onde Taylor já estava, parei em frente sua porta e pensei em bater e tentar entender o que aconteceu, mas desisti e fui pro meu quarto, tirando logo minha roupa e tomando um banho, quando sai do banheiro vi um papel no chão que foi jogado pelo vão da porta e o chão. Peguei o papel e li.

“Tom, sou uma grande admiradora sua, e queria muito, muito mesmo uma única chance com você. Espero que atenda meu pedido, vou continuar a mandar essas coisas pra você, por enquanto é só isso que precisa saber. Beijos. Amo-te. Vejo-te na minha cama em breve, espero”.

Depois de ler aquilo só me venho uma pessoa à cabeça, mas pelo jeito como saiu da balada não podia ser ela, então poderia ser uma fã, ou até mesmo um dos meninos me zuando. Mas se foi ela, fico feliz por ter me perdoado tão fácil, mesmo eu nem sabendo o que eu fiz.

Guardo o bilhete na mala e vou pra cama só de boxer, me cobrindo e rapidamente durmo. Sem ter sonhos que atrapalhem minha noite. Quando acordo vou direto pro banho, coloco uma roupa e desço pra ir tomar café com eles, avisto ela, sorridente sentada ao lado do pai, tomando café e conversando, me sento mais ou menos de frente pra ela.

-bom dia gente.

Eu falo, mas olhando pra ela, pra ver a reação dela. Ela dá um grande sorriso e fala:

-bom dia poser de hip-hop, como foi a noite?

-ótima.

-que bom a minha também foi ótima pintinho.

E assim que ela me chama por meus “lindos” apelidos eu sei que tudo voltou ao normal. Que agora não passamos de dois amigos, que se gostam, mas que não demonstram e que implica um com outro. Imagino como vai ser agora, se depois de ontem ela podia ser tudo pra mim, menos uma simples amiga implicante como disse semanas atrás. Eu queria muito mais dela. Mas vejo que isso vai ser um pouco mais difícil do que planejava. Ou talvez até impossível.