-Ei Você!

Estava sozinha em meu quarto, sexta a noite, todos saindo e se divertindo e eu aqui, deitada na minha cama macia e fofinha com os fones no ouvido. Depois de olhar o quarto inteiro á procura do dono da voz grossa não o encontrei, então apenas voltei a fechar os olhos deduzindo que aquilo fora fruto de minha imaginação. Então alguém toca meu pé, me fazendo cócegas. Comecei a rir e olhei pra lá, não tinha ninguém, me encolhi na cama abraçando os joelhos rapidamente.

-ei toma cuidado quase me chuta o rosto.

A voz continuava, sai do quarto em disparada correndo pelo corredor da mansão de meu pai gritando!

-meu quarto é assombrado pai!

Quando entro em seu escritório, quase jogando uma estatua que venho da Grécia no chão, percebo que atrapalhei algo. Algo muito importante por sinal. Olho pra eles. Os cinco ali, todos sentados formalmente na enorme mesa de tampão preto, ambos com uma dose de uísque na mão.

-o que gritava filha?

Meu pai perguntou ironicamente me olhando com as sobrancelhas arqueadas, com uma camisola preta curta, descalça e cabelo totalmente bagunçado. Não é assim que se deve aparecer em publico é? Não! Muito menos na frente de uma banda famosa e seu produtor, no caso meu pai.

-nada pai. Eu sinto muito em atrapalhar a reunião.

Virei às costas pronta para sair dali o mais rápido possível quando esculto a voz novamente, rindo de minha cara.

-isso foi hilário cara!

Faço a pior careta do mundo, não sei pra quem e resmungo:

-vai se fuder.

-falou comigo filha?!

-er... Sim tenham uma ótima noite.

-obrigado. Você também.

Saio do escritório rapidamente, fechando a porta atrás de mim. Vou para o quarto e fecho a porta, encostando na mesma e falando pra mim mesma:

-não é ninguém. É só fruto de sua imaginação fértil demais Taylor.

-falando sozinha?

Dou um pulo de susto e olha pra frente. Um menino de no máximo 16 anos, cabelos negros iguais aos olhos e pele morena. Até que bem bonitinho está parado me olhando.

-quem é você?

-Bodhi.

-e quem te deu a liberdade de entrar em meu quarto?

-eu geralmente não preciso desse tipo de coisa.

-pois no meu quarto precisa. E não tem. Então de o fora daqui Bo... Sei lá o que.

 -devia ser mais educada com quem esta prestes a realizar um desejo seu.

-e como é que você um menino de 16 anos e mais baixo do que eu tem algo a oferecer pra mim?

-só para sua informação tenho 17 e tenho nome! Bodhi.

-que seja... Então como pretende me oferecer algo se nem me conhece?

-conheço muito bem acredite. E não importa como e sim que vou fazer. Claro se você quiser.

-e qual seria esse meu desejo?

-ser invisível.

-hahaha!

Gargalhei de sua cara e ele fez uma careta feia de raiva.

-há qual é Bodhi. Você não pode fazer isso.

-se não quer tem quem queira.

Ele ia sair do quarto, mas segurei sua mão.

-pode mesmo fazer isso...?