A Equipe Alfa escrita por SnookerBR


Capítulo 5
Capítulo 3 - O Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Ta aí o terceiro capítulo, pessoal! Espero que gostem! Eu sei que os capítulos estão grandes, mas vocês não precisam ler tudo de uma vez. Ao lado do "CONTINUA" e "CONTINUANDO" tem o número da página. É só anotar e depois continuar lendo de onde parou! Obrigado a todos aqueles que acompanham e que deixam review. Vocês são os responsáveis pela a minha inspiração e criatividade. Muito obrigado!



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A EQUIPE ALFA

 

Episódio 3

“O Seqüestro.”

 

     Paul Sanchez abre os olhos. O local estava bem escuro, mas ele podia reconhecer as pessoas à sua volta. Estava deitado sobre uma cama, em um típico leito de hospital. Na sua frente estava o Chefe, que não conseguia olhar em seus olhos. Ao seu lado esquerdo estava Steve Morgan, com a cabeça baixa, lamentando a situação. Do seu lado direto, estava Sara. Ela segurava em seu antebraço e uma lágrima podia ser notada se formando um de seus olhos.

     Ao observar o próprio corpo, Paul notou o porque da tristeza de todos. Seus antebraços estavam enfaixados até os pulsos, mas suas mãos não estavam lá! Enquanto o agente Sanchez tentava entender o que havia acontecido, o som de uma bola batendo contra a parede tirava a sua concentração.

     Um homem estava destacado na sala, de costas para Paul. Ele arremessava uma bola vermelha na parede e depois a apanhava, repetindo o movimento várias e várias vezes. Toc...Toc...Toc... Em um determinado momento, a bola bate na parede, mas o homem não a apanha quando ela retorna. A bola quica no chão vindo na direção de Paul. Ela passa por baixo de sua cama e vai até a parede, se destacando na escuridão.

 

 

***

 

 

     Ao despertar no corredor do hospital, Paul pôde notar a bola vermelha próxima à parede. Ele olha para suas mãos, para se certificar que elas estavam lá. Graças a Deus! Ao esticar os dedos, notou que ainda estavam um pouco rígidos e doloridos, por isso o médico havia lhe dado aquela pequena bola. Era um instrumento de fisioterapia para ajudar a recuperar plenamente o movimento das mãos.

     Paul se levanta e apanha a bola. Ele a observa e a aperta suavemente, até que nota o Dr. Robert se aproximando. Agora Paul se lembrava o porque estava lá. Estava lá para saber sobre a situação de sua parceira, Sara. Ela estava muito ferida e corria risco de vida.

 

DR. ROBERT

Me desculpe, mas eu não tenho boas notícias.

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         2.

 

 

PAUL

...

 

DR. ROBERT

Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Mas, infelizmente os ferimentos são bem graves.

 

PAUL

Não há chances de ela sobreviver?

 

DR. ROBERT

Ela está em coma induzido. Ela já tem morte cerebral constatada. O que a mantém viva são os aparelhos.

 

PAUL

Eu entendo...

 

DR. ROBERT

Eu sinto muito.

 

PAUL

Eu também.

 

 

***

 

 

     Steve se preparava para voltar à faculdade. Já havia faltado as aulas durante três dias. Precisa ir se não quisesse ficar reprovado por falta em alguma matéria. Depois de amarrar os cadarços de seu tênis, ele pára e olha pro lugar a seu redor. Ali não era a sua casa.

     Aquela noite em que haviam capturado Thomas havia deixado seqüelas para todos, e ainda mais, para ele. O PSI falou claramente que o conhecia, levantando assim as suspeitas que o Chefe tinha sobre ele. Agora, era obrigado a ficar ali, sob observação durante 24 horas, junto com Mike.

     A porta do elevador que dá acesso ao apartamento se abre e Steve pode notar sua mãe saindo de dentro dele. Margareth caminha na direção de seu filho trazendo um bolo de envelopes nas mãos.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                          3.

 

MARGARETH

Olá, meu filho. Como você está?

 

STEVE

Estou bem, Mãe.

 

MARGARETH

Eu preferia você morando comigo, filho.

 

STEVE

Eu também, mãe. Mas tem que ser assim. Ou moro aqui ou me manda pra uma instalação do governo. Isolado e sem visitas.

 

MARGARETH

Eles não tem o direito de fazer isso!

 

STEVE

Mas eles Fazem. E vão fazer comigo se eu for uma ameaça para eles.

 

MARGARETH

Oh, meu filho. Não fique assim. Você irá provar a sua inocência.

 

STEVE

Sim. E como a senhora está?

 

MARGARETH

Estou bem. Eu vim apenas trazer as suas correspondências.

 

STEVE

Obrigado.

 

     Margareth Morgan se prepara para sair. Enquanto ela se levanta, Steve observa as cartas que havia recebido. Apenas cobranças de cartão de crédito, publicidade de algumas assinaturas de revistas e uma carta do banco U.K. América. Ele rasga a carta e retira um papel de dentro. Haviam vários números e códigos. No topo havia um título: Extrato mensal. Steve desce até o fim da folha e vê o saldo: U$ 1.000.000,00 (Um milhão de dólares).

 

STEVE

Oh meu Deus!!!

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         4.

 

MARGARETH

O que houve, filho?

 

STEVE

Eu tenho um milhão de dólares!

 

MARGARETH

Como?!

 

STEVE

Eu não sei! Só sei que eu tenho um milhão de dólares!

 

MARGARETH

Calma, filho! Fale baixo. Se o Chefe ouvir isso...

 

     Margareth se aproxima de Steve e se senta ao seu lado novamente. Ela pega a carta e confere com os próprios olhos.

 

 

MARGARETH

É melhor mantermos isso em segredo por enquanto. Não conte a ninguém. Esse papel fica comigo.

 

STEVE

Tudo bem, mãe.

 

     Steve estava ainda mais confuso. Um milhão de dólares? Enquanto tentava achar alguma maneira plausível dele ter conseguido esse dinheiro, ele observa sua mãe entrando no elevador e indo embora. Steve se levanta para ir até a cozinha e avista Mike passando no corredor.

 

STEVE

Olá.

 

MIKE

Opa!

 

STEVE

Bom dia.

 

MIKE

Bom dia. Indo para a faculdade?

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                          5.

 

 

STEVE

É. Vou só tomar café e depois já vou para a aula.

 

MIKE

Bem, vamos tomar café então!

 

     Steve e Mike se sentam sobre a mesa e tomam café juntos. A refeição era farta, mas nem um pouco saudável. Apenas produtos industrializados e enlatados. Nada de ovos, bacon e etc. Apenas cereal, leite, aveia, pão. Steve come de tudo, enquanto Mike se limita aos cereais.

     Os dois terminam de se alimentar e Steve ruma para a faculdade. Enquanto sai, ele escuta o telefone tocar, mas logo depois Mike atende.

 

MIKE

Alô?

 

CHEFE

(Preciso falar com você.)

 

MIKE

Já estou indo.

 

 

***

 

 

     Steve chega com seu novo carro na faculdade. Após receber uma nova moradia no prédio da equipe alfa, ele havia recebido também um novo veículo. Não sabia o porque do presente, e ainda assim, não gostava daquele tipo de carro compacto. O veículo possuía apenas dois lugares.

     Steve andava rápido pelos corredores da faculdade. Estava atrasado. Ele abre a porta e entra na sala, fazendo com que todos olhassem em sua direção. Felizmente o professor também havia acabado de chegar, e ainda não havia começado a aula. Steve se senta ao lado de Bobby quando o professor começa se pronunciar para toda a turma.

 

PROFESSOR

Bom dia. Hoje, nós teremos um teste surpresa!

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         6.

 

STEVE

Aff!

 

 

***

 

 

     O Chefe estava sentado em sua grande poltrona de couro. Ele observava um pequeno palm top, e na tela, havia uma imagem de GPS, revelando a localização do carro de Steve Morgan. Enquanto se certificava que o suspeito havia ido até a faculdade, alguém bate na porta.

 

CHEFE

Entre.

 

     A porta se abre e Mike entra na sala.

 

MIKE

O sr queria falar comigo, chefe?

 

CHEFE

Sim. Preciso falar sobre duas coisas com você, Mike.

 

MIKE

As suas ordens!

 

CHEFE

Primeiro preciso que você crie um programa.

 

MIKE

Que tipo de programa?

 

CHEFE

Um programa de monitoramento. Iremos monitorar o estado de Sara online. Assim, se algo acontecer, nós seremos os primeiros à saber. O hospital já se preparou para manter um link conosco.

 

MIKE

Não houve melhora?

 

CHEFE

Infelizmente não.

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                           7.

 

 

MIKE

Merda.

 

CHEFE

Há outra coisa que preciso falar com você.

 

MIKE

Sim...

 

CHEFE

Como temos um novo hóspede em nosso prédio, preciso tomar certas precauções.

 

MIKE

Como?

 

CHEFE

Bem. Acredite, estou fazendo isso para o seu bem.

 

MIKE

Lá vem bomba!

 

CHEFE

Exatamente!

 

MIKE

Como?

 

CHEFE

Você terá que utilizar essa gargantilha por enquanto. Ela será uma segurança de que o Steve não tentará seqüestrá-lo ou qualquer coisa do tipo.

 

MIKE

Uma coleira?

 

CHEFE

Mais ou menos. Bem, essa coleira na verdade é um dispositivo explosivo. Se ela sair de um raio de dez metros dessa propriedade, durante um tempo maior que dez segundos, ela explode.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         8.

 

 

MIKE

O que???

 

CHEFE

É isso mesmo. Eu sinto muito. Mas é necessário!

 

MIKE

...

 

 

***

 

 

     A porta do elevador se abre e Paul Sanchez adentra o local. Ele passa entre os funcionários sem ao menos dar um bom dia. Em uma das mãos, furtivamente, ele carregava uma bolinha, apertando-a freneticamente.

     Ao se aproximar do escritório do Chefe, ele nota a porta se abrindo e Mike saindo de dentro do local. Ele estava com uma cara nada contente. Paul pôde notar uma espécie de gargantilha em volta do pescoço do rapaz com um pequeno visor no centro. Os dois se cruzam, mas não se falam.

     Depois do que aconteceu naquela noite, o clima ficara pesado entre todos. Ninguém nunca falava, mas Paul podia sentir a culpa que os outros colocavam sobre seus ombros pela situação de sua parceira. Afinal, eles deviam cuidar um do outro, e desta maneira, ela sacrificou a própria vida salvando Sanchez. Mesmo que as pessoas não falassem, Paul podia sentir os olhares pairando sobre ele como se houvesse uma palavra carimbada em sua testa: Culpado.

     Ao chegar até a porta do Chefe, Paul bate três vezes e aguarda até ser autorizado a entrar. Depois de entrar no local, sentiu o olhar frio do Chefe cruzar com o seu. Não era um olhar de julgamento ou de crítica, ele apenas o encarava com aquela expressão de desapontamento.

 

CHEFE

Como ela está?

 

PAUL

Mal.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         9.

 

 

CHEFE

Foi o que eu pensei.

 

PAUL

...

 

CHEFE

Bem, preciso que você faça uma coisa.

 

PAUL

Sim, sr.

 

CHEFE

O hospital entrou em contato. Pelo jeito, a situação de Sara é irreversível. Eles querem uma decisão sobre manter os aparelhos ligados.

 

PAUL

Entendo.

 

CHEFE

Creio que eu não seja o mais adequado a tomar tal decisão. É por isso que preciso que você vá até esse lugar para mim.

 

PAUL

O que é isso?

 

CHEFE

Esse é o mapa com a foto do local. É um orfanato. O nome é “Paradise”. Sara cresceu lá. Procure pelo padre Lázarus. Ele deve tomar a decisão sobre desligar os aparelhos ou não.

 

PAUL

Certo.

 

CHEFE

Mantenha contato.

 

PAUL

Ok.

 

 

***

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         10.

 

 

     Steve Morgan estava chegando em seu novo lar quando seu telefone começa a vibrar. Ele observa o visor e vê que é sua mãe.

 

STEVE

Oi mãe.

 

MARGARETH

(Olá, filho. Como você está?)

 

STEVE

Bem!

 

MARGARETH

(Que bom! Escuta...É que eu estava precisando de você hoje a noite.)

 

STEVE

De mim?

 

MARGARETH

(Sim. É que o Robert vai vim jantar aqui em casa hoje, e ele vai trazer a filha dele. Então eu pensei se você não podia vir e fazer companhia a ela.)

 

STEVE

Ah, mãe...

 

MARGARETH

(Por favor!)

 

STEVE

Ta bom!

 

MARGATEH

(Esteja aqui as 20:00! Te amo!)

 

 

***

 

     Mike começava a criar seu programa de monitoramento quando a porta do elevador se abre. Steve sai de dentro dele e caminha em sua direção.

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         11.

 

 

STEVE

Olá.

 

MIKE

E ai.

 

STEVE

Notícias da Sara?

 

MIKE

Tudo na mesma.

 

STEVE

Que pena. O que você estava fazendo aí?

 

MIKE

Nada. Apenas um programa que ajusta o horário do computador.

 

STEVE

Mas a hora está certa.

 

MIKE

É. Mas uma hora pode ficar errada, então...

 

STEVE

...

 

MIKE

Você não tem que estudar?

 

STEVE

Não. Já sei tudo o que tenho pra saber.

 

MIKE

Você não tem o que fazer?

 

STEVE

Ah, sim. Tenho uma coisa hoje mais tarde. Minha mãe me chamou para jantar com ela. Lá pelas 20:00.

 

MIKE

Você sabe que tem que estar aqui as 22:00 em ponto, certo?

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         12.

 

STEVE

Certo...

 

MIKE

Ok. Irei avisar ao Chefe.

 

 

***

 

 

     Paul Sanchez estacionava o carro em frente ao orfanato. Ele compara a foto com a aparência do lugar. É aqui.

     O orfanato era como uma antiga mansão, com grandes janelas na frente. No centro havia uma grande imagem de uma cruz com Jesus Cristo sendo crucificado. Na frente do terreno havia um pequeno chafariz que levava até o centro da mansão. A entrada central dava para uma espécie de igreja, com bancos de madeira e um humilde altar.

     O agente Sanchez entra na igreja, se sentindo um pouco desconfortável com a situação. Algumas freiras passam. Ele pensou em perguntar sobre o paradeiro de Lázarus, mas logo um rapaz se aproximou. Mesmo sendo ainda jovem, ele vestia uma batina de padre. Ele tinha a pele branca, com cabelos negros bem bagunçados e olhos escuros.

 

PADRE

Olá, boa tarde. O sr seria Paul Sanchez, certo?

 

PAUL

Sou eu mesmo.

 

PADRE

Me chamo Gabriel, Sr. O padre Lázarus está a sua espera.

 

 

***

 

 

     Mike digitava uma série de códigos no computador quando o Chefe sai da sala e vem em sua direção.

 

CHEFE

Está pronto?

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         13.

 

MIKE

Quase.

 

CHEFE

Me avise quando estiver.

 

MIKE

Chefe. O Steve disse que tem um compromisso hoje à noite. Parece que um jantar na casa da mãe.

 

CHEFE

Tudo bem. Se alguma coisa acontecer, me avise.

 

 

***

 

 

     Paul Sanchez estava sentado em uma rústica cadeira de madeira. Ele aguardava em um corredor, próximo a uma porta aonde havia um nome escrito: Padre Lázarus. Enquanto apertava impacientemente a sua bola terapêutica, a porta se abre e Gabriel o autoriza a entrar.

     Ao entrar na sala do padre, Paul pôde notar uma grande estante repleta de livros no canto. Atrás de uma mesa repleta de papeis, estava o padre também vestindo ama batina. Ele era calvo e usava um óculos de grau para corrigir a visão.

 

PADRE LÁZARUS

Sente-se, por favor.

 

PAUL

Obrigado.

 

PADRE LÁZARUS

Você deve ser Paul Sanchez, certo? Recebi um telefonema de seu Chefe. Ele avisou que você estava a caminho. Em que posso ser útil?

 

PAUL

Creio que não tenho boas notícias, padre.

 

PADRE LÁZARUS

É sobre a Sara, não é?

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         14.

 

 

PAUL

Ela não está nada bem.

 

PADRE LÁZARUS

Gabriel, deixe-nos a sós.

 

     Gabriel se retira do local bem abatido. Ao ouvir as palavras de Paul, uma expressão de tristeza havia tomado conta de sua face.

 

PADRE LÁZARUS

Me desculpe, mas ele e a Sara...Eram bem ligados.

 

PAUL

Como assim?

 

PADRE LÁZARUS

Eles foram criados juntos aqui. Consideravam-se irmãos praticamente.

 

PAUL

Eu entendo.

 

PADRE LÁZARUS

Como a Sara está?

 

PAUL

É por isso que eu estou aqui, sr. O estado de Sara já é crítico. Ela esta em coma.

 

PADRE LÁZARUS

Oh, Meu Deus. Eu a avisei. Eu disse a ela para não entrar nessa guerra.

 

PAUL

Todos eles vão pagar. Todos vão morrer.

 

PADRE LÁZARUS

Quanto ódio, meu filho. Você até me lembra um pouco ela quando chegou até aqui. Ainda bem jovem. Ela passou por uma situação parecida com essa. Bem, venha. Caminhe um pouco comigo.

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         15.

 

 

***

 

 

     Já era tarde. Mike ainda estava trabalhando no programa na frente do computador. Na mesa, ao lado do teclado, havia uma lata de refrigerante vazia.

Para se distrair um pouco, enquanto ele trabalhava, ele costuma conversar com algumas pessoas na Internet. Principalmente com mulheres, é claro. Havia uma em especial que Mike gostava muito de teclar. Soho. Ela era uma das mais belas que havia conhecido virtualmente. Infelizmente, ela não estava online.

     Mike ainda tenta dar mais um gole no refrigerante, mas estava vazio. Quando já se preparava para ir pegar outro, o computador emite um som característico e uma pequena janela se abre no canto da tela. Ele havia recebido um e-mail. Tomara que seja Soho! Mike abre rapidamente a mensagem e a lê.

 

“Me desculpe, mas eu fiz o que tinha de fazer. Sem ressentimentos?

Ass.: Black Bomb.”

 

     Mike amassa a lata do refrigerante com uma das mãos.

 

MIKE

...Maldito!

 

 

***

 

 

     Os dois caminhavam em um belo jardim, localizado nas redondezas do orfanato. O Padre Lázarus falava enquanto Paul o acompanhava com a cara emburrada. Não estava gostando daquela conversa.

 

 

 

 

 

 

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         16.

 

 

 

PADRE LÁZARUS

Eu tentei ensinar Sara as doutrinas de Deus, mas ela possuía uma personalidade muito forte. Talvez tenha herdado isso de sua mãe, mas não sei ao certo. Tentei por várias vezes fazê-la entender não só apenas a nossa religião, mas também todas as outras, mas falhei. Não sei porque, mas ela era incapaz de aceitar algumas diferenças. Talvez o que tenha acontecido com a mãe dela tenha sido obra de algum PSI, e por isso, o ódio mortal por eles.

 

PAUL

Faz sentido.

 

PADRE LÁZARUS

Não. E mesmo que faça, de nada adianta. Afinal, do que vale ter sentido e ela se encontrar no estado em que está agora? Talvez, se vocês aprendessem a respeitar as diferenças, Sara estivesse viva.

 

PAUL

Eu nunca irei respeitar criminosos. Eles são criminosos padre! Merecem morrer!

 

PADRE LÁZARUS

Não cabe a você em a mim julgar quem deve viver ou morrer, Paul. Sabe, o cristianismo também é uma religião complexa. Antes, as pessoas iam a igreja porque temiam a Deus. Elas tinham medo de serem castigadas por ele e serem enviadas ao inferno.

 

PAUL

Sei...

 

PADRE LÁZARUS

Isso era apenas o instinto humano. A humanidade teme tudo aquilo que ela não compreende. Muitas pessoas ainda temem a Deus.

 

PAUL

Eu não tenho medo.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         17.

 

 

 

PADRE LÁZARUS

Eu sei.

 

PAUL

Podemos voltar ao que estávamos falando antes? Me fale mais sobre a Sara.

 

PADRE LÁZARUS

Bem, quando ela chegou aqui, ela era apenas uma criança. A mãe dela também estava em coma, e não tinha condições de criá-la.

 

 

PAUL

...

 

 

PADRE LÁZARUS

A mãe dela era uma mulher forte. Uma policial. Sara a visitava regularmente no hospital, mas nunca houvera nenhum tipo de progresso no estado dela. Quando ela completou 18 anos, o hospital a procurou para ela assinar os papéis. Ela teve de escolher entre manter ou não os aparelhos ligados.

 

PAUL

E o que ela escolheu?

 

PADRE LÁZARUS

Ela decidiu desligar os aparelhos.

 

PAUL

Hm...

 

 

***

 

 

     A porta da casa dos Morgans se abre. Steve entra no local. Meu Deus! Ele se surpreende ao ver a garota colocando os pratos sobre a mesa. É ela!

    

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         18.

 

 

Steve já havia visto aquela garota antes na faculdade. De todos os rostos desconhecidos, aquele era o único que ele havia gravado em sua mente. Enquanto ele fecha a porta, ele mantém contato visual com a loira. O olhar dos dois se cruzam por um momento, mas a voz da mãe de Steve interrompe o clima.

 

MARGARETH

Oh, você chegou!

 

STEVE

Cheguei, mãe.

 

MARGARETH

Já está tudo pronto. Vamos comer!

 

 

***

 

 

     A mensagem de Black Bomb ainda estava aberta na tela do computador. Maldito! Enquanto amaldiçoava o seu ex-parceiro hacker com o pensamento, Mike começava uma busca virtual para saber de onde vinha a mensagem. Isso seria fácil para ele.

     Enquanto ele digita códigos indecifráveis no computador, a porta da sala do Chefe de abre. Quando Mike olha para trás, ele nota o Chefe se aproximando.

 

CHEFE

E o programa?

 

MIKE

Já está pronto senhor.

 

     Mike aponta para um dos monitores do computador. Havia uma série de informações médicas contidas nele, como batimentos cardíacos, pressão, etc.

 

CHEFE

Ótimo. Mantenha-me informado.

 

MIKE

Certo.

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         19.

 

    

Mike observa o chefe entrar no elevador. Quando a porta se fecha, ele volta a observar seu monitor. Seu programa rastreador havia localizado a mensagem. Ela vinha de um computador que era mantido em rede com vários outros computadores. Um Cyber Café, talvez. O sinal estava localizado em uma cidadezinha pequena no interior do Canadá.

Droga...Não posso nem ir na esquina! Como vou chegar no Canadá?

 

 

***

 

    

A porta central do orfanato se abre, e de dentro dele, saem Paul Sanchez e o padre Lázarus. No segundo andar, bem acima da entrada aonde os dois conversavam, havia uma grande cruz com a imagem de Jesus Cristo sendo crucificado.

 

PADRE LÁZARUS

E qual é a sua opinião, Paul Sanchez? O que você acha? Devemos desligar ou não os aparelhos?

 

 

PAUL

Não. Acho que devem manter os aparelhos ligados. A medicina está evoluindo bastante.

 

PADRE LÁZARUS

Compreendo. Então, essa será a minha decisão. Não desliguem os aparelhos.

 

     Quando o padre termina a frase, ele pode notar um ruído estranho. Algumas pequenas pedras começavam a cair do céu. Quando Lázarus olha para cima, ele vê a cruz despencando do andar superior, caindo sobre Paul Sanchez.

     Mesmo com uma idade avançada, o padre superou os limites impostos pela velhice e pulou sobre Paul Sanchez. Sem entender nada, Paul apenas segura os braços de Lázarus o segurando. Enquanto os dois caiam sobre o chão, Paul pôde ver a imensa cruz passar bem próximo dos dois, e logo depois se chocar contra o chão.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         20.

 

 

 

Deitado sobre o chão, Paul pode ouvir o barulho da cruz se quebrando e se dividindo em vários pedaços. O padre Lázarus rola para o lado, e diante de seus olhos, pode ver a cabeça da imagem de Jesus Cristo bem a sua frente, separada do corpo.

 

PADRE LÁZARUS

Você deve partir. Agora!

 

 

***

 

 

     Por enquanto, tudo ocorria bem no jantar. Margareth e Dr. Robert estavam sentados nas cabeceiras das mesas, enquanto Steve sentava na lateral, de frente para a linda jovem de cabelos loiros.

 

MARGARETH

E então, Steve? Você já conhece a Sophia? Ele também estuda na sua faculdade.

 

STEVE

Eu sei.

 

DR. ROBERT

É, não se preocupe, Steve. Sophia não é tímida. Ela está assim calada porque está com ciúmes.

 

SOPHIA

Você concorda com isso?

 

STEVE

Isso...?

 

SOPHIA

Isso...Esse...Romance...De terceira idade.

 

DR. ROBERT

Sophia!

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         21.

 

 

 

STEVE

Eu...

 

SOPHIA

Acho melhor eu ir!

 

     Sophia se levanta. Dr. Robert ainda tenta convencê-la a ficar, mas ela simplesmente o ignora. Ela caminha em direção a porta e pára ao lado do roupeiro, procurando seu casaco.

     Steve estava estático, sem entender o que estava acontecendo. Podia notar um ar de preocupação no rosto de Robert. Ele não iria deixar a sua filha ir embora sozinha. Talvez, eu... Antes que ele terminasse de pensar, ele nota sua mãe o olhando com uma cara brava. Ela aponta para Sophia com a cabeça como se estivesse mandando ele ir com ela. Ok!

 

STEVE

Sophia, espera. Eu acompanho você.

 

SOPHIA

Ok.

 

 

***

 

 

     Steve e Sophia caminhavam juntos pela rua. O inverno já havia passado, e mesmo sem gelo nas ruas, ainda estava um pouco frio la fora. Eles conversavam coisas banais até que Sophia sinaliza que havia chegado em sua casa.

 

SOPHIA

Bem, é aqui.

 

STEVE

Ok. Você está bem?

 

SOPHIA

Estou sim. Obrigada. E desculpe, é que...Sou um pouco possessiva quando se trata do meu pai.

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         22.

 

 

 

STEVE

Sei como é.

 

SOPHIA

Você...É paciente dele, não é?

 

STEVE

Sim. Eu...Estou com um problema...

 

SOPHIA

Problema de memória. É, ele me contou.

 

STEVE

É.

 

SOPHIA

Você não se lembra de nada?

 

STEVE

Não.

 

SOPHIA

...Nada mesmo?

 

STEVE

Não. Porque? Tem alguma coisa que eu deveria lembrar?

 

     Sophia encarava Steve de um jeito estranho. O Olhar dela parecia responder que... Sim, ele devia lembrar de alguma coisa. Mas o quê? Será que eles dois...? Não. Não é possível. Iria parecer um idiota se falasse aquilo.

 

SOPHIA

Não. Eu acho que não. Bem, agora eu vou entrar. Boa noite.

 

STEVE

Boa noite.

 

 

    

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         23.

 

 

 

Steve estava parado na calçada enquanto observava Sophia subir as escadas e entrar no seu prédio. Logo depois, ele se vira e caminha novamente, retornando para a sua “nova” casa. O “QG” da equipe alfa. Se surpreendeu ao olhar para o relógio. Já eram 21:50! Ia chegar atrasado.

     Enquanto estava preocupado com o seu toque de recolher, Steve sentiu uma pontada em sua cabeça. Não era uma dor, era apenas uma sensação nova. Parecia ser um desconforto ou uma enxaqueca esquisita. Sem diminuir o ritmo dos passos, sentiu o coração bater mais forte e a adrenalina sendo liberada em seu organismo. Parecia que alguma coisa estava errada. Era como se sua mente estivesse processando uma situação de perigo.

     Talvez esteja apenas tenso por chegar atrasado. Achou melhor correr para não se atrasar. Depois de percorrer uma curta distância, Steve chegou em uma esquina. Foi obrigado a parar, pois uma vã branca havia freado bruscamente em sua frente. Decidiu dar meia volta e correr na direção oposta, mas quando se virou, notou um homem mascarado correndo rapidamente em sua direção. O que é isso?!

     Nas suas costas, Steve ainda pôde ouvir o som da porta lateral da vã se abrindo. Pensou em fugir, mas já era tarde demais. O homem mascarado já estava no ar, pulando sobre ele, agarrando-o forte com os braços. Enquanto tentava lutar para se desvencilhar do agressor, Steve apenas sentiu suas costas batendo contra o chão do carro.

     Dentro do carro, Steve notou também outros homens mascarados. Eles fecham a porta da vã e o carro sai cantando pneu. Tentou fazer força novamente para se soltar do homem, mas logo um dos outros mascarados sacou uma arma e colocou sobre a sua cabeça. Era um revólver cano longo e cromado.

 

HOMEM MASCARADO

Mexeu com a mulher errada!

 

 

***

 

 

    

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         24.

 

 

 

22:05. Mike olhava a hora no relógio do computador. Steve estava atrasado. Desceu até o apartamento dos dois para verificar se ele já havia chegado, mas não havia ninguém la. Pegou o telefone e decidiu ligar para o celular do companheiro de quarto.

 

 

***

 

 

     Steve ainda estava imobilizado quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso. Infelizmente, o homem mascarado que o estava segurando também sentiu a vibração do aparelho.

 

HOMEM MASCARADO

Alguém está ligando pra ele.

 

     O homem coloca a mão no bolso de Steve e retira o celular. Steve pôde ver o nome da pessoa que estava ligando na tela do aparelho antes que o homem o arremessasse para fora do carro. Mike.

 

HOMEM MASCARADO

Coloca o capuz nele.

 

     Um homem cobre a cabeça de Steve com um pano negro. Agora, ele não podia ver mais nada. Tudo era escuridão.

 

 

***

 

 

     O celular estava chamando, mas logo depois a conexão havia sido interrompida. O aparelho parecia ter sido desligado. Mike decidiu então ligar para a antiga casa de Steve.

 

MARGARETH

(Alô?)

 

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         25.

 

 

 

 

MIKE

Olá, sra Morgan. Poderia falar com o Steve?

 

MARGARETH

(Mike? Bem, ele não está aí?)

 

MIKE

Não. Ele ainda não chegou.

 

MARGARETH

(Uhu!)

 

MIKE

Hã...?

 

MARGARETH

(Ah, desculpe. É que ele foi deixar uma amiga em casa. Não deve demorar.)

 

MIKE

A sra pode me passar o telefone da aonde ele esta?

 

MARGARETH

(É claro.)

 

 

***

 

 

     Paul Sanchez dirigia pela estrada enquanto falava no celular.

 

PAUL

Chefe.

 

CHEFE

(Sim.)

 

 

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         26.

 

 

 

PAUL

Ele optou por não desligar os aparelhos.

 

CHEFE

(Ok.)

 

     Enquanto Paul falava no celular, ele notou uma pessoa andando pela calçada. Parecia ser um padre. Gabriel? Hm. Não. Não pode ser.

 

 

***

 

 

     O capuz é retirado da cabeça de Steve. Enquanto dois homens o seguravam, ele podia ver o lugar a sua volta. Parecia estar na cobertura de um prédio em construção. Bem a sua frente, havia um homem assustador. Ele era grande, e tinha uma espessa barba ruiva na face. Trajava um colete de couro sem mangas, relevando várias tatuagens no braço. Parecia uma mistura de um troglodita com um motoqueiro. Ao lado do homem, havia uma série de vergalhões cravados no chão, formando uma espécie de cruz.

 

MOTOQUEIRO

Eu assumo daqui.

 

 

***

 

     Mike estava de frente para o computador. Tentava localizar o celular de Steve através do sistema de GPS, mas ele parecia estar realmente desligado. Quando suas esperanças haviam se esvaído, o computador emite um som e uma janela se abre no canto da tela. Havia recebido um e-mail. Mike abre a mensagem rapidamente.

 

“Seu amigo foi seqüestrado. Ele foi levado para o prédio Deveax na rua Hamilton nº 728. Vá rápido. 

Ass.: Black Bomb.”

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         27.

 

 

MIKE

Merda!

 

***

 

     Paul acabava de passar em frente ao hospital da cidade. Pensou em parar para ver como Sara estava, mas já era tarde. Estava muito cansado e stressado. Preferiu seguir para seu apartamento. Enquanto estava dirigindo, ouviu seu celular tocar. Olhou pelo visor para ver quem estava ligando. Era Mike.

 

PAUL

Alô.

 

MIKE

(Paul, você já está na cidade?)

 

PAUL

Sim. Porque?

 

MIKE

(O Steve foi seqüestrado. Ela está no...)

 

PAUL

Ele foi seqüestrado...? Aonde está?

 

MIKE

(Paul! Vá para o hospital! Imediatamente!)

 

PAUL

O quê? O quê houve?

 

MIKE

(Alguém desligou os aparelhos! A Sara está morrendo!)

 

PAUL

Estou a caminho!

 

     Paul Sanchez vira o volante bruscamente. O carro gira no asfalto cantando pneu e logo depois entra na pista contrária, pegando o caminho de volta. Agüente firme, Sara! Não Morra!

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         28.

 

 

***

 

 

     Mike estava nervoso. Olhava para o monitor a sua frente enquanto mantinha o telefone colado na orelha. Observou os batimentos cardíacos de Sara. Zero.

 

CHEFE

(Alô.)

 

MIKE

Chefe! Desculpa eu ligar essa hora. Mas temos um problema. Digo, dois problemas.

 

CHEFE

(Calma, Mike. O que houve?)

 

MIKE

Alguém desligou os aparelhos da Sara.

 

CHEFE

(Quem fez isso?)

 

MIKE

Ainda não sabemos. Mas Paul já está a caminho. Há outro problema também, sr. Steve Morgan foi seqüestrado!

 

CHEFE

(O que?)

 

MIKE

Isso mesmo, sr. Mas acho que já sei aonde ele está.

 

CHEFE

(Me passe o endereço. Irei entrar em contato com a equipe Delta.)

 

 

***

 

 

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         29.

 

 

     Steve estava deitado, em uma posição semelhante a de Jesus sendo crucificado. Ao seu redor estavam os vergalhões formando a cruz. Tentou erguer a cabeça, mas não conseguiu. Observou o motoqueiro a sua frente. Ele estava com uma mão erguida em sua direção. Os olhos estavam fechados, como se estivesse se concentrado. Parecia que estava segurando Steve ali com a força da mente. Eu tenho que sair daqui!

 

STEVE

Quem é você?

 

MOTOQUEIRO

...

 

STEVE

Olha, eu tenho dinheiro! Eu te dou se você prometer me soltar!

 

MOTOQUEIRO

...

 

STEVE

Quanto você quer? Cem mil? Eu te dou cem mil...

 

MOTOQUEIRO

...

 

STEVE

Duzentos mil...

 

     O homem continuava ignorando as propostas. Enquanto Steve tentava comprar a própria liberdade, ele sentiu os vergalhões ao seu lado se mexerem. Steve Estava com medo.

 

STEVE

Quinhentos mil. Minha última oferta.

 

     Os vergalhões agora se mexiam rapidamente. Pareciam ser feitos de borracha e se movimentavam como uma cobra, se contorcendo e serpenteando.

 

 

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         30.

 

 

STEVE

Um milhão!

 

     Essa fora a sua última oferta. Depois de oferecer tudo o que tinha, Steve sentiu os vergalhões se fechando sobre ele. Eles pressionavam com força todo o seu corpo, esmagando seus braços e pernas. Os ossos chegavam a estalar. A dor era insuportável. Um dos vergalhões apertava também seu pescoço, sufocando-o. Steve tentou pronunciar uma palavra, mas a falta de ar, fez com que ele apenas conseguisse pensar nela. Socorro!

 

 

***

 

 

     Paul já estava dentro do hospital. Ele corria pelos corredores, procurando o quarto de Sara. A perna doía, mas ele tentava ignorar a dor o máximo que podia.

     Ao chegar no corredor em que se localizava o leito de Sara, ele avistou alguns enfermeiros em frente ao quarto da paciente. Paul correu rapidamente para chegar no local. Ao se aproximar, ele avistou Sara pelo vidro. Ela estava deitada, inconsciente. Ao lado dela estava Gabriel. Ele segurava sua mão com os olhos fechados, como se estivesse orando por ela.

 

PAUL

O que houve?

 

ENFERMEIRA

Ele desligou os aparelhos e trancou a porta!

 

 

     Logo em seguida Paul verifica. Tenta abrir a porta, mas ela parecia estar trancada. Chutou a porta com toda sua força, mas ela não se abriu. Ele é um PSI!

     Paul olhou para os lados em busca de algo que pudesse usar para quebrar a janela. Avistou algumas cadeiras no corredor. Pegou uma delas e a arremessou contra o vidro, que logo se rompeu em mil pedaços.

    

 

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         31.

 

 

Com a arma em punho, Paul correu na direção do quarto. Utilizou uma das cadeiras que estavam por ali para dar impulso e pulou pela janela quebrada.

Como um reflexo, Gabriel abriu os olhos e conseqüentemente, o agente parou no ar, estático. O padre direciona o olhar para Sanchez e o arremessa para fora do quarto. Paul sente suas costas se chocarem violentamente contra a parede no corredor. Os enfermeiros agora também entravam pela janela.

 

 

***

 

 

     A vista de Steve Morgan começava a ficar turva. Não conseguia mais enxergar as coisas ao seu redor. Já estava tonto devido a falta de ar. Naquele momento, tudo era apenas uma mistura de borrões de cores girando ao seu redor. Suas forças já estavam se esvaindo e sua consciência estava por um triz. Estou morrendo.

 

 

***

 

 

    Paul Sanchez levantava vagarosamente. Suas costas estavam doendo muito. Quando já estava de pé, notou a porta a sua frente se abrindo. Gabriel saiu de dentro do quarto correndo rapidamente. Paul tentou segui-lo. Sentiu as fisgadas no pé, que incomodavam bastante. Tentou ignorar a dor o máximo que pôde, mas ainda mancava um pouco.

     Paul viu que não conseguiria alcançar o PSI e ergueu sua arma em direção ao padre. Estavam se aproximando de uma bifurcação. Antes que Gabriel virasse, o agente disparou, acertando o ombro do rapaz.

     Quando estava se aproximando da bifurcação, Paul ouviu um barulho de vidro se quebrando. Quando chegou no final do corredor, viu uma janela quebrada a sua direta. Correu rapidamente até ela e olhou para baixo. A escuridão tomava conta do lugar. Não conseguia enxergar ninguém. Droga!

 

 

***

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         32.

 

 

     Steve estava morrendo. A dor era insuportável. Já havia se entregado a morte. Quando seus olhos já estavam quase se fechando, alguma coisa aconteceu. Podia enxergar outra pessoa no local. Não conseguia reconhecer quem era. A pessoa parecia estar usando uma espécie de capuz, escondendo a face. Steve sentiu o vergalhão que apertava o seu pescoço se soltar e voar no ar.

     O motoqueiro barbudo, agora, também havia notado o homem misterioso. Ele se preparou para atacar o homem com a sua mente. Apontou a mão com os dedos esticados em direção ao encapuzado, mas já era tarde demais. Antes que pudesse se concentrar, ele sentiu o vergalhão atravessar a sua mão. O grandalhão deu um urro de dor enquanto caía de joelhos.

     Steve agora podia assistir a tudo normalmente. O motoqueiro gemia de dor, com a mão coberta de sangue.

 

MOTOQUEIRO

Quem é você?

 

     O encapuzado não responde. O motoqueiro sente o seu outro braço se esticar contra sua vontade. Ele fazia força, mas era em vão. Agora sua mão também se abria vagarosamente. Depois, em um movimento rápido e brusco, sua mão ia de encontro ao vergalhão e se encontrava com a outra. Agora, as duas mãos estavam unidas, atravessadas pelo vergalhão.

     O homem de capuz estava de costas para Steve. Ele não conseguia ver o seu rosto. Quem seria aquele homem? Porque estava salvando a sua vida?

 

STEVE

Quem é você?

 

     O homem inclina a cabeça para o lado. Logo depois, o som de pessoas subindo as escadas ecoa sobre o lugar. O homem misterioso corre rapidamente até o final da cobertura e salta sem hesitar.

     Depois de ver o homem pular, a porta que dava acesso a cobertura se abre. Homens armados entravam no local. Eles estavam vestidos com uma espécie de armadura negra. Usavam capacetes e máscaras, parecidas com aquelas para que se respire quando estiver em volto de algum tipo de gás.

    

 

(CONTINUA...)

...CONTINUANDO:                                         33.

 

 

 

Havia uma espécie de símbolo no uniforme dos soldados. Era uma espécie de triângulo. A Equipe Delta. Enquanto alguns rendiam o motoqueiro, que já estava praticamente rendido, um deles se aproximava de Steve.

 

CAPITÃO

Há mais alguém?

 

STEVE

S...Sim...

 

CAPITÃO

Aonde?

 

STEVE

Ele foi por ali.

 

    O capitão da equipe delta corre rapidamente até a beirada da cobertura. Ele olha para baixo apontando sua arma, mas não vê ninguém. Ele olha para Steve.

 

CAPITÃO

Ele fugiu.

 

 

 

CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO...

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

    

 

 

 

 

 


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