Capítulo 4: A paixão do guitarrista e o saque da cidade

Uma cidade grande tem suas vantagens, uma delas é que alguns restaurantes não fecham, é o caso daquele restaurante em que Daniel e Hellt comeram na noite anterior, nesse momento tomam café da manhã neste mesmo restaurante, uma pessoa diferente está atendendo, uma jovem de uns 15 anos, loira de olhos castanhos e bem bonita.

- Olha só se não é o futuro rei dos piratas e o seu nakama que eu não sei o que faz.

- Oi Gabriel, bom te ver! – o gordinho cumprimentou o guitarrista que acabara de entrar.

- Eu não sou da tripulação, só estou viajando com ele. – o artista falou de cara fechada.

- Já se decidiu Gabriel? Vai vir comigo na minha vida pirata?

- Eu não posso ir com vocês, eu sinto muito, tenho um sonho também e pessoas que gosto aqui.

- E você veio aqui só pra dizer isso? – o desenhista perguntou.

- Na verdade não é que...

- Oi Gabriel quer o mesmo de sempre? – a garota perguntou a ele.

- Sim o de sempre Lucinda por favor. – o garoto falou com corações nos olhos, Hellt percebeu o motivo pelo qual o garoto não queria partir em uma viagem pirata e o porquê dele se sujeitar aquela banda ruim.

Gabriel usava as mesmas roupas da noite passada, mas não estava de costeletas, a guitarra dele era singular, o braço era normal e o desenho do corpo era arredondado em uma metade e reto na outra parte, tinha tons de vermelho e preto, o guitarrista é um pouco mais alto que o gordinho e é magro.

- Senta aí Gabriel. – Hellt falou e o guitarrista se sentou ao lado do gordinho que não parava de comer. – Quer dizer que até os roqueiros amam. – falou em tom de piada.

- Go to hell! Ficou tão claro assim? – o desenhista afirmou com a cabeça mostrando que sim, era óbvio que o guitarrista estava apaixonado por Lucinda.

- É de manhã, por que você está dando boa noite? – o músico não entendeu a pergunta que Daniel lhe fez, Hellt falou para o guitarrista não ligar que o gordinho as vezes viaja, depois o desenhista joga um biscoito, o mais novo o pega no alto e começa a comê-lo esquecendo da pergunta que fizera.

- Temos que ir Gabriel, eu e o balofinho temos que procurar emprego, precisamos de dinheiro para comer e dormir entende?

- Sim eu preciso de dinheiro também, eu segui seu conselho e saí da banda, to oficialmente sem serviço, vamos juntos procurar emprego?

- Já vai Gabriel, não quer mais nada? – o guitarrista com corações nos olhos responde que precisa ir, a jovem sorri pra ele e se despede o que o faz quase desmaiar de emoção, os três jovens se despedem de Lucinda e saem para procurar trabalho.

O dia foi longo, Daniel e Hélio trabalharam em uma obra e arranjaram um dinheiro, Gabriel não teve a mesma sorte pois ele não é fisicamente forte como os outros dois, não conseguiu trabalho, se encontraram no final do dia naquele mesmo restaurante, comeram e saíram.

- Droga! Não sobrou muito dinheiro por que você come demais. – Hellt falou apontando seu dedo indicador direito para o nariz do garoto. – Aonde a gente vai dormir hoje Daniel?

- É só não dormirmos, vamos virar a noite cozinhando. – essa frase não fez sentido para o desenhista que imaginou que o músico também não entendera.

- Go to hell! Eu gosto do estilo do Daniel, vocês podem vir dormir em minha casa caras, porém eu não moro na cidade, moro num vilarejo próximo, é uma caminhada boa até lá. – o artista desistiu de tentar entender os dois garotos, ele considerou muita sorte aquela proposta de Gabriel.

- Não tem problemas vamos até lá. – Disse Hellt para o adolescente e realmente se foram, Daniel cantava umas músicas enquanto o guitarrista tentava tocá-las, “o Gabriel é bom!” é o que o desenhista pensa, “o gordo não sabe cantar!” pensa isso de Daniel.

De repente chegaram na casa do músico, nem viram quando aconteceu, a casa de Gabriel parecia uma pequena casa de burgo, diferente das construções arrojadas da cidade grande, morava sozinho, ele é bem hospitaleiro, os deu comida e abrigo, Hellt percebeu uma coisa que não era difícil de se notar: Gabriel morava sozinho.

No mar, próximo ao porto de Liros uma embarcação se aproximava, uma bandeira negra tremulava, ossos cruzados com uma cabeça de esqueleto sorrindo com uma rosa entre os dentes, os olhos do esqueleto tinham cílios postiços.

- É a cidade de Liros chefe, é lá a cidade que falei, que tem várias coisas pra se saquear e as mulheres que deseja meu senhor. – Um marujo fala ao seu capitão sentado em uma poltrona no escuro.

- Certo vamos até lá e vamos saquear o que pudermos. – Uma voz esganiçada sai da escuridão junto de uma ordem. – Peguem tudo o que puderem!

Na casa de Gabriel estão todos na sala se preparando para dormir, Daniel já ronca no sofá, o guitarrista está em outro sofá e Hellt está em um colchão ao solo.

- Gabriel eu sei que você não ta dormindo, quer conversar?

- Sobre?

- O fato de você morar sozinho e fumar, quantos anos você tem?

- Essa porcaria desse cigarro maldito, comecei com isso a uns dois anos de onda e agora não consigo parar, eu não moro com meus pais porque nem os conheço, eu fugi do orfanato quando era novo, daí eu morei nessa casa com uma senhora idosa até ela morrer.

- Meus pais morreram, mas no meu caso eu já estava por minha conta, o Daniel também é órfão.

- Como você sabe disso Hellt? Eu não te contei. – Daniel acordou e falou.

- Pensa comigo guitarrista, um moleque sai por conta própria pro mar pra ser pirata e ir até o mar mais perigoso de todos, esse garoto é órfão ou não?

- É Daniel ele tem razão, não é difícil de imaginar que tu é órfão.

- Eu sou órfão, mas acho que todo pirata é, só que eu morava com minha tia, ela não queria que eu fosse para o mar, mas ela não podia me impedir, afinal eu sou forte como uma montanha. – Falou colocando sua mão esquerda sobre seu bíceps do braço direito flexionado e sorrindo.

- Daniel começou a falar merda, vamos dormir.

- Hellt seu feioso! – o gordinho falou bravo. – Sabia que o Hellt é desenhista Gabriel, ele é corajoso ele assumiu que é artista.

- Cala a boca moleque idiota! – falou o desenhista com sua face nervosa. – Você é muito tapado Daniel, sabia que o Gabriel também é artista? – Hellt se referia ao fato de um músico também ser artista.

- Eu não sou isso não! Eu gosto de mulher! – o adolescente opinou.

- Você também guitarrista? Eu vou dormir não vou discutir isso. – o maior se deita nervoso.

- Go to hell cara! Eu não sou preconceituoso não se preocupe!

- Pois é eu falei com ele que não ligo pra isso, não sei por que ele estressa. – Hellt se levantou e desferiu um soco na cabeça de cada um, eles desmaiaram todos tortos com galos gigantes na cabeça.

- Boa noite! – o desenhista falou nervoso e foi dormir.

No dia seguinte acordaram e foram a cidade para mais um dia de trabalho ou de procura de trabalho, entretanto ao chegar na cidade eles se surpreenderam, a cidade estava caótica, casas queimadas e pessoas feridas nas ruas.

- Ei cara o que aconteceu aqui? – Perguntou Daniel a um caído.

- P-piratas... – disse isso e desmaiou.

- Merda, eu vou procurar alguém pra explicar melhor o que rolou aqui. – Hellt falou e saiu a procurar alguém consciente.

- Eu vou ver se a Lucinda está bem. – Gabriel falou e correu para o restaurante.

- Quem faria uma coisa dessas? – Daniel falou pensando que o responsável por isso não poderia ser um pirata, na verdade a muitas coisas nesse mundo que Daniel não conhece e a realidade sobre o mundo pirata é uma delas.

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- Eu sei Gabriel, mas nossa situação é difícil, eles estão muito na nossa frente e não sabemos onde eles estão. - falou o desenhista.

- Hellt, Daniel me levem até seu navio, eu tenho uma ideia de como achá-las.

O mais alto e o gordinho levaram o músico até o barco no cais o mais rápido possível.

- Eu disse navio? Go to hell...! – Gabriel falou desanimado após ver que a condução dos jovens era um barquinho.

- Qual é seu plano Gabriel? Eu to curioso. – o menor disse...

Próximo capítulo: O pirata de um estilo diferente e a linha dos destinos