Capítulo 22: O ferimento físico e o ferimento da alma

“– Se eu ficar com você nunca serei forte e eu preciso ficar forte pra conseguir minha coisas sozinho, não é que não queira ficar com você, é que não quero depender de você pra sempre Nathália...” – essas palavras ecoavam na cabeça da espadachim.

“– Minha menina o mundo é enorme e existem espadachins muito mais poderosos que eu por aí, seu objetivo de me superar é nobre mas você precisa de objetivos maiores não acha? Torne-se a maior espadachim que esse mundo já viu...!” – palavras de uma pessoa diferente que também ecoavam na cabeça da espadachim.

– Carlos, mestre! – ela fala assustada se levantando de uma cama. – Onde estou? E esses curativos em meu corpo? – fala surpresa.

– Bom dia... – Daniel a cumprimenta sorrindo muito. – Que bom que acordou!

– Você?! O que você ta fazendo aqui e por que está sem camisa? – a jovem espadachim fala surpresa reparando no gordinho.

– Ele ta sem camisa porque eu to costurando a camisa dele, pior que ainda tenho que costurar a minha... – Hellt fala, está sentado próximo deles em uma cadeira. – Garoto você podia poupar as pessoas da visão de você sem camisa não acha? Ela acabou de acordar, quer que ela morra de susto?

– Hellt seu feioso! – o gordinho fala bravo.

– Essa casa é de vocês? Foram vocês que me salvaram? – a espadachim pergunta confusa.

– Na verdade essa casa é de um moço e do filho dele, a gente ta aqui só por enquanto, é que os garotos arranjaram uma confusão na cidade e... É uma longa história... – Rebeka fala adentrando o lugar. – Puts! Você poderia terminar mais rápido de costurar a camisa do Daniel? – a navegadora fala incomodada para o desenhista.

– Fui eu que cuidei de seus ferimentos. – Beto falou entrando no quarto com um balde de água em mãos.

– Go to hell! Esse garoto é bom com curativos. – Gabriel fala também carregando uns baldes de água.

– Aqui, um pouco de chá é única coisa que posso oferecer a vocês jovens, desculpe não poder fazer mais pelas pessoas que salvaram meu único filho. – o velho fala com pesar, realmente ele era muito pobre, sua casa era bem pequena e rústica e ele não tinha muito a oferecer.

– Não precisava se preocupar senhor, não queríamos nada para comer, o senhor já está nos dando abrigo... Terminei! – Hellt fala e depois exclama feliz por terminar de costurar a camisa do gordinho. – Veste isso rápido moleque. – ele deu a camisa a Daniel. – Agora é a minha.

– Por que vocês me ajudaram? – a mulher de olhos diferentes fala.

– Porque o Daniel é assim, ele nunca ia deixar alguém que precisasse de ajuda morrer. – Rebeka fala com um leve sorriso no rosto.

– Seu capitão é uma boa pessoa garota. – Nathália fala.

– Um bom motivo pra você fazer parte de minha tripulação não acha? – o gordinho fala sorrindo já vestido, nesse instante Ernesto se assusta, ele não imaginava que aqueles quatro eram piratas, ele começa a ter várias dúvidas, na cabeça daquele senhor já idoso piratas são pessoas crueis e vis e não garotos inocentes e pessoas altruístas como aqueles jovens.

– Já te falei garoto, meu sonho não bate com o seu, eu só estou no North Blue para matar Rino e vingar meu mestre! – a mulher fala serrando os punhos.

– Por que você chama esse lugar de North Blue? – Daniel pergunta.

– É assim que os estrangeiros chamam esse nosso mar Daniel. – Hellt fala.

– Estrangeiro?! De onde você é Nathália? – o jovem capitão pergunta curioso.

– Eu nasci e vivi quase toda minha vida na Grande Linha. – os olhos do gordinho começam a brilhar, ele agora mais que nunca a queria aquela mulher em sua tripulação. – Eu só saí de lá para vingar meu mestre, consegui matar quase todos os assassinos dele porém resta um: Rino. – fala serrando os punhos novamente.

– E o que você pretende fazer depois que sua vingança estiver feita? – Hellt pergunta já despido de sua camisa e a costurando.

– Go to Hell! Hellt tem razão, o problema da vingança é justamente o depois não é cara? – Gabriel fala a Nathália e depois olha para o desenhista pedindo apoio a sua afirmação, contudo se assusta ao ver uma tatuagem no bíceps direito do mais alto, era um nome escrito em letras cursivas, estava escrito Daniel, “go to hell! Por que o Hellt tem o nome do gordinho tatuado no braço?” o guitarrista se perguntou em pensamento.

– E o que vocês sabem sobre mim? O que vocês acham que podem fazer por mim? – a jovem de olhos diferentes fala nervosa. – É só por essa vingança que eu vivo!

– Desculpe, a gente não queria ofender, é que você é uma pessoa tão legal mas traz tanta tristeza nos olhos, olha minha tripulação como é alegre... – o jovem capitão falou sorrindo, nenhum dos jovens conseguiu segurar as risadas, só os donos da casa que não entenderam e não riram, a resposta do garoto surpreendeu a espadachim.

– Chega de piadas. – Hellt fala vestindo sua camisa. – Temos que decidir o que vamos fazer, não podemos sair daqui e deixar Ernesto e Beto com todos esses problemas com piratas, a partir do momento que nos envolvemos com as pessoas dessa cidade tomamos a responsabilidade de salvá-las do domínio de Rino!

– Isso não deveria nem ser conversado Hellt! Nós vamos chutar a bunda desse tal de Rino! – Daniel fala determinado.

– Isso mesmo meninos! Não podemos deixar esse cara maltratar as pessoas daqui! – Rebeka fala decidida igual ao jovem capitão.

– Agora vejo o quanto me enganei com você garota, imaginei que você não fosse uma guerreira mas você mostra coragem e disposição para enfrentar o inimigo. – Nathália fala surpresa.

– Como assim? Eu enfrentar aqueles piratas? Eu não você é louca?! Eu vou voltar para o navio isso sim! – a navegadora fala tirando o corpo fora.

– Go to hell! Rebeka tem toda razão! Nesse instante Rino já deve saber que existem piratas na ilha e deve estar procurando o navio, vamos Rebeka vamos voltar pra caravela e enfrentar os milhares de piratas que devem estar lá! – Gabriel fala o que coloca a navegadora em pânico extremo, ela começa a chorar cascatas.

– A gente não pode sair assim, temos que comer algo antes de sair pra brigar! – o gordinho fala entregando a comida que a navegadora e o guitarrista compraram a Ernesto. – Senhor cozinhe pra gente, a comida que sobrar é do senhor. – novamente Nathália é surpreendida pelo garoto, o velho começa a verter lágrimas, na sua cabeça pensava como havia julgado mal Daniel por ser pirata.

– Por que ta chorando pai? – Beto pergunta.

– Estou chorando de felicidade filho, vocês realmente vão enfrentar Rino? – o senhor pergunta e recebe uma resposta positiva. – Então farei a melhor comida de todas! – Ernesto fala feliz.

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Enquanto o idoso cozinhava, Daniel e Beto jogavam uns jogos de adivinhação, o menino constava o quão tapado era o gordinho, do lado de fora olhando as estrelas estava Hellt que apontava para o céu como se mostrasse algo lá em cima para alguém, Gabriel fumava de longe até que decide ir conversar com o desenhista.

– Hei Hellt, o que você ta fazendo cara? Ta engraçado apontando com o dedo pro nada. – falou o músico em tom de piada.

– Olha Gabriel, aquelas estrelas juntas formam um carneiro. – o desenhista falou apontando para o alto.

– Não consigo enxergar nada.

– Tem que usar a imaginação guitarrista! – Hellt fala sorrindo.

– Escuta cara, eu vi em seu braço uma tatuagem, tava escrito Daniel, por que você fez uma tatuagem com o nome do gordinho? – o músico pergunta muito curioso, de repente o semblante de Hélio muda para uma feição triste.

– Não existe só um Daniel no mundo guitarrista! – afirmou de forma ríspida e foi pra dentro da casa.

– Go to hell! Foi só uma pergunta. – Gabriel estranhou o comportamento de seu colega, ficou mais curioso mas decidiu o deixar quieto.

Do lado de fora da casa próximo ao rio Rebeka e Nathália conversavam.

– Rino é muito forte vocês realmente vão enfrentá-lo? – a espadachim pergunta à navegadora.

– Pois é... – Rebeka respondeu chorando cascatas. – Você vai com os meninos lá na sede do governo para lutar com ele não é?

– Eu iria sozinha, mas acho que seu capitão não me deixaria fazer isso. – a de olhos diferentes afirma. – Não entendo como um capitão pirata pode ser tão altruísta, ele simplesmente deu a comida dele pros donos dessa casa.

– O Daniel é assim mesmo, só age no impulso, mas não se engane com a aparência dele, o garoto é bem forte.

– Sim, eu sinto o espírito de luta dele transbordar na forma de sua honra. – Nathália fala serrando seus punhos e dentes, seus olhos pegavam fogo.

– É doidinha de pedras meu Deus! Só dá louco! – Rebeka fala bem baixo pra si mesma. – Sabe que você seria bem útil na nossa equipe, já que você conhece a Grande Linha, já se decidiu se vai com a gente?

– Eu não vou com vocês eu já disse! – a jovem de cabelos curtos fala tirando quase que completamente a esperança da jovem de cabelos longos. – Mudando de assunto, sua arma é esplêndida! Esse seu bumerangue nem se arranhou com meu golpe de espada. – Nathália fala fazendo referência ao pequeno confronto que teve com os jovens mais cedo.

– É por que meu bumerangue é feito de ossos de baleia negra, é uma das substâncias mais resistentes do mundo! – a navegadora fala feliz.

– Eu devia ter percebido pelo som que minha espada fez ao tocar sua arma que se tratava desse material, sabia que na Grande Linha tem coisas mais resistentes que esses ossos e... – a espadachim é interrompida por Beto que chama todos para comer.

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– Depois de comer vamos acabar com esse Rino! – Daniel fala animado.

– Não será tão simples, vou lhes contar quem me feriu daquela forma, foi o próprio Rino...! – a espadachim fala cortando a palavra do gordinho e começa a contar a história de sua batalha com o homem rinoceronte. –... E é por isso que digo para vocês não o enfrentarem! Ele é problema só meu! – a jovem de cabelos curtos parecia estar se importando com os jovens, os tripulantes do navio ACD começam a rir.

– Se queria nos fazer desistir seu plano deu errado. – Hellt fala.

– Go to Hell! Conhecendo o Daniel do jeito que conheço eu sei que agora ele quer enfrentar esse homem rinoceronte mais que tudo! – Gabriel afirma.

– Agora mais que nunca eu quero chutar a bunda daquele rinoceronte feioso! – Daniel fala de maneira direta, a espadachim começa a desistir de entender o garoto, de súbito um sorriso se forma na face dela e ela não contém a gargalhada.

– É bom ouvir seu riso Nathália! – o gordinho fala, todos estavam felizes pela felicidade da jovem de cabelos curtos, por alguns instantes os olhos que passavam profunda tristeza e ódio passaram a transmitir uma alegria incapaz de ser contida.

– O que foi isso? – Ernesto pergunta confuso com o acontecimento.

– É o efeito Daniel. – Rebeka responde com um leve sorriso, parece que os ferimentos físicos da jovem espadachim não estão mais tão sérios e os de sua alma finalmente parecem estar cicatrizando.

Preview:

Próximo ao navio ACD uma quantia de 11 piratas observam contentes por terem achado o navio dos jovens.

– Achamos Leon, conseguimos achar o navio dos piratas que venceram Igor e Hugo! – um pirata fala feliz.

– O que disse? – o pirata chamado Leon pergunta e o que havia falado repete gritando. – Ótimo, a missão que Rino nos passou conseguimos executar!

– Agora é só afundar essa caravela! – um terceiro pirata fala...

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– Eu vou dar uma coisa pra esse cara escutar! GO TO HELL! – aquelas palavras chamam atenção de todos, se tratava de Gabriel que estava próximo deles com seu cigarro na boca e com sua guitarra em mãos.

– De onde ele veio! Não deixamos aquele idiota vigiando! – a pessoa que deixaram vigiando está desmaiada babando.

– Escutem um pouco de rock piratas de Rino...

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– O que ta fazendo sua louca?! – Gabriel pergunta furioso.

– O que parece? To te salvando seu mal agradecido! – Rebeka fala igualmente nervosa.

– Você percebeu que quase me matou sua doente! – o guitarrista continua nervoso.

– Doente é seu passado seu moleque filho de uma égua! – ela fala furiosa novamente...

Próximo capítulo: A defesa do navio e o inimigo surdo