Passamos duas semanas em Seattle juntas e depois voltamos juntas de ônibus. Estávamos tão apaixonadas. Sempre trocando elogios e muitos "eu te amo". Quando finalmente chegamos em Los Angeles, fui pra minha casa e ela pra dela. Iríamos descansar hoje e como meus pais estavam de férias no Havaí, amanhã, iríamos ter um jantar à luz de velas cozinhado por mim. Não conseguia parar de pensar nela, mas agora não doía mais. Era bom. Liguei o computador e procurei alguma receita para um jantar romântico. Não achava nada bom. Mas depois uma luz veio a minha cabeça e eu iria fazer algo simples e que a agradaria mesmo assim. Fiquei, então, ouvindo meu Riot! do Paramore. Eu sou viciada nesse CD. É um dos melhores que já ouvi. Passei o resto do dia bem entediada. Fui no Starbucks comprar um café, passei numa loja de discos na volta e comprei o "We Started Nothing" do The Ting Tings. Quando cheguei em casa, coloquei o CD no rádio e comecei a guardar as minhas roupas da viagem no meu armário. Como eu tinha levado uma mochila com poucas mudas de roupas, tive que comprar mais roupas e uma mala em Seattle. Quando acabei, estava exausta e fui dormir.

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No dia seguinte, pedi comida chinesa pro almoço, assisti TV, tomei um bom banho e arrumei a sala pra receber Miley. Preparei o jantar pra nós duas, dei um ultimo toque no ambiente, terminei de me arrumar e acabei minutos antes da hora marcada. A campainha tocou. Abri a porta. Dei um selinho em Miley e a convidei pra entrar. Ela estava deslumbrante, com um vestido branco, mas diferente do outro que ela usou no nosso segundo encontro. Quando ela entrou, ela se chocou ao ver a sala. A sala estava perfumada, tinha almofadas grandes e bonitas no chão. Pétalas de rosas em todo o chão e nas almofadas. A iluminação estava baixa, quase a luz das velas que eu acendi e espalhei por toda a sala. Botei uma mesa com duas cadeiras próxima às almofadas. Ela sentou em uma cadeira enquanto eu pegava a comida. Trouxe então, uma travessa de Ravioli de carne com um molho francês esquisito lá que eu aprendi na internet. Sim, massa de novo. Mas ela adorava e era romântico e remetia ao nosso primeiro encontro.

- Demi, foi você que fez? - Ela perguntou pegar o primeiro Ravioli. Fiz uma afirmação com a cabeça e um sorriso largo no rosto. - Isso está uma MA-RA-VI-LHA! - Ela elogiou. - É sério! É o melhor Ravioli que eu já comi. Obrigada por tudo isso. Você é a melhor namorada do mundo. Eu te amo!

- Eu te amo também! E não fiz mais que minha obrigação. - Brinquei. Ela riu.

Comemos, bebemos uma taça de vinho e nos sentamos nas almofadas. Ficamos conversando e contando piadas.

Não exatamente contando piadas, mas falando coisas engraçadas. Eu falaria qualquer coisa se fosse fazê-la rir. Até caretas estúpidas de palhaço, desde que eu pudesse ver o sorriso mais lindo do mundo.

- Seus olhos são viciantes. - Falei bem próxima dela.

- Seu sorriso, é hipnotizante. - Ela respondeu.

Ficamos em silêncio nos olhando por alguns segundos e então nos beijamos suavemente. Acariciei o cabelo dela devagar enquanto ela acariciava meu braço.

Ficamos nos beijando assim por uns dois minutos, quando ela deitou-se nas almofadas e eu me deitei por cima dela, ainda beijando-a. Ela acariciava minhas costas devagar e isso me arrepiava de tão bom. Minha mão estava encostada na perna dela, que estava levantada e dobrada.

- Você quer mesmo fazer isso? Se você não quiser, eu também não quero. - Falei com sinceridade.

- Quero. - Ela falou com um sorriso no rosto.

Miley então me beijou lentamente, aproveitando cada segundo. Ela tirou minha blusa e beijou meu pescoço devagar. Eu tirei o vestido dela e retribuí os beijos no pescoço. Tirei minha calça e ela deitou em cima de mim de roupas íntimas, assim como eu. Ficamos nos beijando por vários minutos. Então nós fizemos. Explorei cada canto do corpo dela e ela do meu. Foi a minha primeira vez e certamente a dela também. Mas foi bom, porque foi com amor. Não foi apenas sexo. Foi delicado e carinhoso. Dormimos abraçadas entre carícias e dizeres de amor. Não podia ter sido melhor.

- Bom dia dorminhoca! - Miley disse pra mim da cozinha enquanto eu acordava. Ela usava uma das minhas camisas e embaixo, só a calcinha, que nem ficava visível com a minha camisa. - Como gosta dos ovos? Fritos ou mexidos?

- Bom dia. Mexidos. - Respondi coçando a cabeça.

Conversamos durante o café da manhã de ovos com bacon que Miley fez sobre o que faríamos. Decidimos ir ao cinema e assim foi. Chegamos lá, compramos pipoca, os ingressos e na lanchonete encontramos Selena.

- Oi. - Ela falou em um tom de voz baixo.

- Oi. - Eu respondi enquanto Miley ficou quieta.

- Olha, quanto ao que eu fiz. Me desculpem. - Ela disse, aparentemente envergonhada do que havia feito. - Eu fiz isso sem pensar e me desculpa por ter causado o transtorno que eu causei. Espero que possamos voltar a ser amigas.

- Tá tudo bem, Selena. - Miley disse. - O que você fez foi bom até. - Quando Miley falou isso, eu e Selena nos espantamos e olhamos pra ela assustadas. - Você fortaleceu a gente. - Agora eu concordei. Sel deu um sorrisinho simpático.

- Então, - Sel começou. - conheçam meu novo namorado. - Amor! - Sel chamou-o prolongadamente. Era um cara alto e moreno. Ele fazia bem o tipo de que todas as garotas acham bonito. - Demi, Miley, esse é o Nick. Nick, essas são minhas amigas, Demi e Miley.

Ele nos cumprimentou e fomos pra sala de cinema. "Assistimos" o filme. Dos 50 milhões de filmes que a gente veio ver no cinema, não terminamos nenhum. Depois ela foi pra minha casa e ficamos lá, conversando no meu quarto e acabamos fazendo de novo.

Quando eu acordei ela já tinha ido pra casa. Cocei os olhos, lavei o rosto e fui tomar café. Quando voltei ao meu quarto, vi um bilhete na mesinha do lado da minha cama que eu não tinha visto antes. Peguei o bilhete e comecei a ler.

"Desculpa por não ter avisado que ia embora. Não quis te acordar. Me ligue quando acordar.

Te amo, Miley."

Peguei o telefone e liguei pra ela como ela pediu.

- Oi. - Falei pelo telefone.

- Oi amor, bom dia. - Ela falou com uma voz dócil. - Tive uma ótima ideia. Essas férias tão desanimadas, que tal irmos viajar? Eu, você, Zac, Taylor, Tay, Liam, Sel e o Nick, o namorado dela. Que tal?

- Parece ótimo, mas pra onde?

- Bom, eu tava pensando, não vamos nos dar ao luxo. Então, nós oito, dois carros e uma longa viagem até Hilton Head Island.

- Legal, mas onde infernos fica Hilton Head Island? - Perguntei curiosa.

- Na Carolina do Sul. - Me espantei quando ouvi isso.

- Você bateu com a cabeça? - Ela riu quando eu falei isso.

- Para com isso, vai ser ótimo.

- Mas é do outro lado do país, vai demorar dias pra chegar lá de carro.

- E daí? Nós dirigimos, passamos pelo deserto de Mojave, o Grand Canyon. Descansamos em Albuquerque, ou até mesmo em um hotelzinho de beira de estrada. Ah, vamos, por favor!

- Tá bom! - Me rendi.

(...)

No dia da viagem, nos separamos em 2 carros com 4 pessoas em cada um. No meu carro, foram Miley, Zac e Tay, enquanto no carro da Sel foram o namorado dela, Taylor, Liam, e ela claro. Na música foi uma guerra. Zac queria Iron Maiden e Metallica. Tay queria Britney Spears e Gwen Stefani, enquanto Miley queria Alicia Keys e The Ting Tings. Como o carro era meu, escolhi um CD meu primeiro. Aos poucos todos se renderam ao som de Brand New Eyes do Paramore. Depois coloquei o ultimo CD da Alicia Keys, Circus da Britney Spears e me torturei com a barulheira do Metallica enquanto Zac cantava aos berros as músicas. Cheguei até a ficar com dor de cabeça com Metallica. Tay passou a viagem inteira reclamando que queria ouvir Britney o tempo todo, enquanto eu apenas a ignorava. Deixava o vento bater forte nos meus cabelos e o sol quente brilhar nos meus óculos aviador. Miley também estava de óculos. Um Wayfarer preto. Ela ficava extremamente bem de óculos, por mais que eles escondessem seus lindos olhos. Depois que o estoque de CD's acabou, Zac teve a brilhante ideia de cantar músicas de viagem, que depois de um tempo me irritou profundamente. Me concentrei na estrada, enquanto Miley se concentrava na paisagem desértica e Tay e Zac contavam piadinhas sobre o novo namorado da Sel. Chegamos em Albuquerque de noite, exaustos. Pelo menos eu estava exausta. Dirigir sem uma boa trilha sonora era um saco. Ainda por cima tinha que ouvir a Tay, que não calava a boca. E acredite, depois de algum tempo, a voz dela se torna extremamente irritante.

Pegamos 4 quartos no Holiday Inn, que eram bem baratos. Miley ficou comigo, mas estávamos muito cansadas pra fazer alguma coisa. Taylor ficou com Tay. Sel com o namorado e Liam com Zac, que provavelmente dormiu no chão. Acordamos no dia seguinte, tomamos banho, tomamos café e prosseguimos viagem. Dessa vez eu peguei um CD da Amy Winehouse que Dallas tinha esquecido no porta-luvas. Eu sempre pensei que era ruim, mas até que era bem legal. Ouvimos umas três vezes e na segunda já cantávamos Back to Black inteira sem errar. Depois, infelizmente repetimos os CD's de ontem, pra minha infelicidade. Paramos num hotel de beira de estrada umas duas horas depois de termos passado a fronteira do Texas com Oklahoma. O hotel era sujo e mal cuidado, mas pra quê o luxo? A viagem de carro era pra isso. Hotéis sujos na beira de estrada nos quais bactérias desconhecidas pelos cientistas mais famosos do mundo habitavam os lençóis das camas. Fizemos a mesma separação de quartos e partimos pela manhã. No dia seguinte, passamos por Arkansas, um pedacinho do Tennessee, Mississippi e paramos em Birmingham no Alabama já à noite. Repetimos o esquema das outras noites e seguimos viagem no dia seguinte. Em seis horas chegamos na tão aguardada Hilton Head Island. A cidade era maravilhosa. Ficamos na casa do tio de Miley que estava na Itália de férias. A casa era grande e ficava em frente a uma praia maravilhosa, mas não tinha camas suficientes. Miley ficou numa cama comigo, Sel e Nick no quarto do primo de Miley e Tay e Taylor no quarto da prima de Miley, enquanto Zac dormiu no sofá e Liam no chão da sala de estar.

Exaustas, apenas dormimos de novo. Tava começando a ficar chato. No dia seguinte, acordamos cedo, tomamos café juntas enquanto os outros dormiam. Decidimos ir a praia. Miley tomou banho e eu tomei logo depois e fomos juntos pra praia. Só nós duas, finalmente. Quando chegamos na praia Miley tirou a roupa e ficou só de biquíni enquanto eu tirei apenas a blusa ficando de biquíni em cima com meu short jeans em baixo. Ela foi mergulhar enquanto eu fiquei sentada na areia pegando sol. Depois ela saiu da água e ficou deitada ao meu lado. A praia estava completamente deserta. Ninguém passava na rua, estávamos totalmente sozinhas. Era muito cedo pra fazer alguma coisa então ficamos só nos beijando. Depois de uma hora na praia, vimos o pessoal chegando.

- Ei! - Liam gritou com os braços abertos. - Porque não chamaram a gente?

Apenas ignoramos.

- A casa tá vazia. Vamos voltar? - Miley sussurrou no meu ouvido.

De cara eu concordei, nos levantamos, segurei a mão dela e corri na frente até a casa. Ela foi correndo atrás de mim, ainda segurando a minha mão. Quando chegamos na casa e fechamos a porta, não esperamos nem cinco segundos e eu agarrei ela. Fiquei prendendo o corpo dela contra a porta. Ela me beijava com vontade e eu retribuía. Ela então beijou meu pescoço rapidamente e depois voltou a minha boca. Então, eu beijei levemente a orelha dela, dando diversas mordidinhas. Beijei o pescoço dela rapidamente também. Soltei o biquíni dela e a segurei contra o meu corpo. Ela me empurrou no sofá, pulou em cima de mim e soltou meu biquíni também...

Já que todos sabem o que aconteceu, prosseguiremos com a história. Depois que fizemos, vocês sabem, voltamos pra praia.

- A essa hora do dia? - Taylor gritou de longe. - Não aguentam esperar chegar a noite não?

Miley ficou vermelha que nem um tomate. Resolvemos andar pela praia, de mãos dadas e sentindo as ondas batendo nos nossos pés.

- Sabe de uma coisa? - Miley falou sorridente. - Nós nunca falamos sobre profissões. Eu não faço ideia do que você quer ser.

- Escritora. - Respondi sem demora.

- Uau! - Ela fez uma cara de surpresa. - Pra escrever o que?

- Romances. Quero ser uma Nicholas Sparks da vida. E você?

- Fotógrafa. - Ela respondeu olhando pra baixo. - É o meu maior sonho desde criança.

- Que tipo de fotografia você pretende tirar?

- O que dá mais dinheiro é ser fotógrafa de séries, filmes e de moda. - Ela falou ainda olhando pra baixo. Eu a olhava com atenção. Essa resposta havia me decepcionado. - Mas, - agora sim - o que eu quero mesmo é fotografar pessoas. Pessoas comuns, em dias comuns, com paisagens bonitas ao fundo. Como lá no píer, um casal de velhinhos sentados no banco tomando sorvete com o mar ao fundo.

- Incrível. Talvez você fotografe as capas dos meus best-sellers. - Brinquei.

- Porque talvez? - Ela brincou de volta.

- Porque depende de como você fotografa.

- Ah é? - Ela aceitou essa resposta como um desafio.

Ela me mandou esperar ali e saiu correndo. Depois de quase dez minutos ela voltou correndo com uma câmera profissional na mão.

- Com licença, você pode tirar uma foto pra gente? - Ela perguntou a um homem aparentemente coreano, que passava perto da gente. Ele pegou a câmera e Miley correu pra cima de mim. Ela me beijou e eu segurei a cintura dela e fechei meus olhos. Ouvi o homem dizer algo como "pronto".

- Não vale! - Sussurrei no ouvido dela. - Não foi você que tirou.

- Eu sei. Só queria uma foto nossa. - Ela sussurrou também e me deu um selinho. - Agora faz uma pose aí, vai. - Ela disse se afastando pra tirar fotos minhas.

Passamos a tarde na piscina da casa que estávamos. Taylor fez um churrasco e Zac botou uma música bem alta. A noite nós penetramos numa festa de alguém que nenhum de nós conhecia. Os outros dias passaram na mesma rotina, praia, sexo, praia, churrasco, música alta, festa e alcool. Legal né? Seguíamos essa agenda com fidelidade, até que passaram as duas semanas planejadas na Carolina do Sul. Infelizmente era hora de voltar. Embarcamos na nossa viagem de volta praticamente irreconhecíveis. De ressaca da bebedeira na noite anterior, com uma cara de lixo e bem bronzeados. Apesar das consequências, foi bem divertido. Voltamos do mesmo jeito que na ida, parando nas mesmas cidades e nos mesmos hotéis. Ouvimos os mesmos CD's e nos agrupamos nos carros do mesmo jeito que da ida. A única diferença era o caminho.

Tudo parecia tão normal, tão simples. Era uma sensação incrível, essa de adolescentes normais, que não vão pra Europa nas férias de verão. Mal sabíamos que algo chocante estava prestes a estragar essa viagem, mesmo que já no final...