Starlight - Decodificações escrita por brelaurien


Capítulo 5
Capítulo 5 - A festa


Notas iniciais do capítulo

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- Quer dançar? – uma voz vinha atrás de mim enquanto eu tentava decifrar do que era feito o doce que eu estava experimentando.

- Ai Nate – eu ergui uma sobrancelha enquanto me virava para encará-lo. – Tem certeza que quer dançar? – eu sorri.

- Bem na verdade não. – ele me apertou em seus braços. – Eu só quero ficar perto de você.

Eu o apertei, como se eu precisasse dele para sempre, como se eu necessitasse que aquilo nunca tivesse um fim.

- Minha pequena. – Ele sorriu e encostou delicadamente sua testa na minha, e nesse instante meu coração acelerou.

- Melissa Campbell Greene, onde você estava? – uma voz irritada ecoava em meus ouvidos, ao mesmo tempo em que duas mãos ágeis tentavam me soltar dos braços fortes de Nate.

- Saia daqui Jenny. – Nate falava, mas não tirava seus olhos dos meus.

- olha aqui Chaceford, eu estou falando com a minha prima e não com você, está bem?

Eu me soltei sem muita disposição de seus braços.

- O que você quer Jenny? –eu a encarei.

- Eu gostaria que a minha priminha me ajudasse. –Seus olhos brilhavam como os de uma criança quando quer alguma coisa.

- Está bem Jenny, eu vou ir te ajudar. – Ela mostrou um sorriso radiante.

- Vai me deixar aqui sozinho Mel? – Nate me encarou fingindo está magoado.

- Vai ser rápido, daqui a pouco ela está de volta e será toda sua. – Falava Jenny enquanto me puxava pelo meio da multidão.

Nossa, quantas pessoas tinham nessa festa? A casa estava lotada e a decoração maravilhosa. Ao longo de toda a sala havia varias flores e véus, todos em um tom de azul, a iluminação era igual à de qualquer boate, o que me fez pensar em como a Jenny arranjou isso nessa minúscula cidade.  Enquanto ficava me fazendo perguntas, percebi que Jenny me carregava em direção as meninas, logo conclui que havia acontecido alguma coisa.

- Conseguiu seqüestrar a Melissa? – Chantal riu enquanto falava.

Eu sorri, assentindo com a cabeça.

- É, consegui tirar minha prima dos braços do grosso do Nate. – Jenny fez uma cara de nojo.

Todas nós rimos.

- Olha só quem veio... – Camila olhava em direção a enorme porta da casa dos Walker.

Era Nicole Sullivan. E ela não estava só, havia um garoto de uma pele tão pálida quanto à dela e de cabelos claros, os olhos eram um preto intenso, afagando sua mão constantemente. Ao lado deles havia mais duas pessoas. Um garoto e uma garota. Ela era um pouco mais baixa que os demais, e quase da minha altura, seu cabelo era de um loiro muito claro e caia longamente em forma de ondas até um pouco a cima da sua cintura. E ao lado dela estava ele. Seu cabelo era um castanho escuro e um pouco encaracolado, o que lhe dava um ar de leveza, sua pele era pálida igualmente os demais assim como os olhos negros, seu corpo através do casaco de lã azul escuro parecia ser forte e magro ao mesmo tempo, suas feições eram perfeitas, ele aparentava ser o mais alto, mas não o mais velho, o garoto ao seu lado que segurava a mão de Nicole Sullivan era quem devia ser.

- Quem são eles? – Chantal perguntou, foi ai que eu percebi que não eu era a única a os encarar de boca aberta.

- Devem ser os outros filhos do medico. – minha prima respondeu enquanto voltávamos as nossas composturas.

- Outros? Pensava que só era a novata... – Chantal pensava em voz alta.

A partir daí varias especulações foram feitas, se eles iam morar aqui, se eles eram mesmo irmãos, porque o garoto de cabelo claro estava segurando a mão de Nicole Sullivan, entre varias outras. Eu não consegui acompanhar todas elas, porque enquanto eu admirava a beleza das quatro pessoas que adentravam na festa, um deles me encarou, era o mais alto, mas eu não senti vontade alguma de desviar meu rosto, e de repente por alguns milésimos de segundos eu senti a paz em meu corpo como eu não sentia há muito tempo. Ele sorriu quando viu o meu olhar em sua direção. Eu corei, e voltei a conversar com as meninas.

- Podíamos ir dar boas vindas – Camila gritou em meu ouvido toda animada.

Ergui uma sobrancelha.

- Não Camila, por favor, sem loucuras. – Jenny a repreendeu.

Eu ri e fitei Camila.

- A cada dia suas idéias pioram Camila. – eu sorri. – É incrível.

- Pelo menos eu tive uma idéia! – rebatia ela emburrada.

Camila estava com uma cara furiosa, o que a deixava com certeza mais engraçada. Todas nós rimos menos ela.

A festa estava calma, as músicas eram conhecidas por todos, e quase todos estavam no centro da sala dançando. Desde que Nicole Sullivan mais aquelas outras três pessoas passaram pela porta, eu não conseguia pensar em mais nada. Por que senti como se a paz estivesse me entorpecendo quando aqueles olhos negros fitaram os meus? Eu não conseguia entender.

- É a festa não está tão chata mesmo. – alguém cochichava em meu ouvido.

- Josh, você veio. – eu sorri e o abracei.

- É claro. – ele piscou.

- Está gostando? – perguntei enquanto soltava seu corpo dos meus braços miúdos comparando aos dele.

- Da melhor festa do ano? – ele sorriu irônico. – É claro Mel.

- Ah Josh, pare de ser tão anti-social está bem? – eu sorri.

- Tudo bem Stra. Greene.

- Hey, Josh você sabe quem são aqueles que estão a Nicole Sullivan? – ergui uma sobrancelha.

- Nossa Melissa você é mesmo prima de Jenny Walker né? – ele ria enquanto eu o encarava com repreensão. – Desculpe não quis te deixar com raiva. – ele afagou minha bochecha.

Eu sorri.

- Está tudo bem, te perdôo. – mostrei a língua como uma criança.

- Bem, voltando a sua pergunta, o Marc estava me dizendo que parece que eles são familiares.

- São os outros? Quero dizer os outros filhos do medico?

- Parece que sim. – ele disse pensativo enquanto íamos caminhando em direção a porta. – Marc me contou que a garota é uma prima dela que mora com a família, o cara de cabelos claros é o namorado dela.

Eu não consegui acompanhar esse raciocínio.

- Como assim namorados?

- Você sabe Mel, eles se beijam, tem certa intimidade... – Ele parecia ruborizar, nós já estávamos fora da festa, sentamos em um banco embaixo de uma árvore perto das janelas da casa.

- Não estou falando disso! – Eu ri. – Estou falando que... Bem, eles não moram juntos?

 - Moram, parece que ele também é primo dela, e irmão da outra garota. – ele suspirou. – Já outro garoto parece que é filho adotivo dos Sullivan.

Escutei pensativa.

- Hum, e já sabem o nome? – eu o fitei.

- Na verdade não.

- E como Marc sabe disso tudo? – continuava a olhar para o seu rosto.

Ele fitou a entrada da casa que estava cheia de véus azuis.

- O pai dele trabalha com o Dr. Sullivan. – ele sorriu e me fitou.

- Ah...

Continuamos ali, sentados embaixo daquela árvore. Era bom passar meu tempo com Josh, eu me sentia tão feliz, ele era verdadeiramente um amigo, talvez minha estadia fosse muito mais sem graça se ele não estivesse aqui, ele me fazia rir até nas horas menos improváveis, como quando ele começava a contar piadas sem graça nenhuma, ou então quando ele começava a imitar de um jeito irônico minha prima e suas escuderias.

- Ah Josh, você devia dar credito a elas, elas são muito legais. – Já havia perdido as contas de quantas vezes tentava explicar isso a ele. Mais eu gostava disso em Josh, ele tinha uma própria opinião, isso o tornava único. Pelo menos para mim.

- Não sei por que você anda com elas. – Ele me questionava. – Você é diferente delas, bem pelos menos, você tem opinião própria.

Por mais absurdo que o que ele pronunciou parecia ser, era verdade. Não o fato delas não terem opinião, mas sim o fato de sempre concordarem com a minha prima.

Era como se fosse um jogo de xadrez, minha prima a rainha, a mais importante, e logo em seguida os peões, era como se elas não tivessem valor.  Eu sabia que não era isso que Jenny queria, mas era a única forma de ela conseguir o poder, e era isso que ela aspirava. O poder.

- Josh... – Tive a impressão que o acordei de vários pensamentos.

- Oi Mel – Ele sorriu e me fitou.

- Pode me levar pra casa?

- Claro. – ele se levantou do banco e logo em seguida estendeu a mão, eu a segurei.

- Mas antes, não quer ir se despedir das suas amigas?

Fitei a grande porta, cheia de enfeites em tons de azul celeste, e pude perceber pela janela varias pessoas sorrindo e animadas, dançando conforme a batida que a música proporcionava a seus corpos.

- Acho que não. – Eu sorri, e o encarei. – Quero mesmo ir pra casa.


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