Starlight - Decodificações escrita por brelaurien


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sozinha


Notas iniciais do capítulo

comentem gente, é mt importante



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Era domingo de manhã, a chuva estava um pouco mais forte do que de costume, meu pai já havia levado meu irmão para o aeroporto de Olympia, preferir não ir, ia ser muito ruim ver o meu irmão partir. Enquanto meu pai não voltava resolvi ficar sentada na pequena varanda da casa vendo a chuva cair nessa cidade tão melancólica. A névoa estava muito forte e o frio era imenso, mas eu não me importava. Alguns carros passavam pela rua, eram poucos e todos com os faróis acesos, talvez fossem pelo escuro que a névoa fazia.

            O restante do dia se passou em uma terrível lentidão, mesmo depois que meu pai voltou do aeroporto de Olympia ele tinha que ir trabalhar, e como eu previa o tédio dominaria aquele meu restante de domingo, resolvi ir com ele para o hospital. Meu pai era o medico chefe do único hospital público de Woodland, talvez fosse por isso que ele vivia para o trabalho, ainda me lembro quando a minha mãe reclamava enquanto nós jantávamos que o papai nunca chegava na hora certa. Aquelas lembranças me fizeram sorri ao longo do trajeto para o hospital, era bom saber que eu ainda guardava na memória todos os momentos de alegria com a minha querida mãe.

            - Liza, eu não vou demorar muito, está bem? – avisou meu pai enquanto adentrávamos no hospital.

            - Tudo bem pai. – respondi enquanto o ele assinava algum papel na recepção. – Só vou andar um pouco por aqui.

            - Está bem Liza, tome cuidado. – ele afagou minha testa e saiu em direção a um corredor não muito distante.

            Por incrível que pareça o hospital não havia mudado quase nada, só a pintura do local que antigamente era de um azul celeste e agora estava com um verde claro. Vaguei pelos corredores sem direção alguma, até que enquanto passava pela lanchonete, percebi alguém sorrindo para mim e acenando. Sorri involuntariamente e fui em direção a pessoa que me encarava com um misto de surpresa e alegria.

            - Josh? – continuei sorrindo enquanto me escorava na cadeira ao lado esquerdo que ele estava sentado. – O que você está fazendo aqui?

            - Não vai se sentar? – ele sorriu. O fitei e ao mesmo tempo sentei-me ao seu lado. – Estou esperando minha mãe larga do expediente.

            - Sua mãe trabalha no hospital?

            - Sim, ela é enfermeira.

            - Mais uma coisa em comum – eu sorri. – nossos pais trabalham aqui.

            - É, e mais outra, estamos sem nada para fazer hoje. – ele piscou pra mim. – Que tal nós irmos passear lá fora?

            - Parece uma boa idéia.

            E saímos em direção à porta dos fundos. Atrás do hospital havia um campo de futebol muito maltratado, a grama estava tão alta que quase conseguia se aproximar da altura dos meus joelhos, o que me dava a conclusão que ninguém praticava nenhum esporte ali. Enquanto rodeávamos aquele campo sem vida eu e Josh nos divertíamos contando piadas sem sentindo. Era legal passar o tempo com o Josh, ele em alguns aspectos lembrava o meu irmão e ao mesmo tempo parecia uma pessoa totalmente oposta, outro ponto positivo é que mesmo que o motivo fosse diferente de estamos em Woodland nós dois sabíamos que aquele lugar irritava um ao outro, o que me dava a oportunidade de me queixar à vontade dos meus problemas sem soluções como o Josh caracterizou.

            Já havia se passado oito dias desde o dia que eu havia chegado, e tudo já tinha se tornado uma rotina. Todo dia as mesmas aulas, as mesmas pessoas e os mesmos lugares, eram como se fosse uma historinha em quadrinhos.

            Jenny e as meninas estavam organizando uma festa, não entendi muito bem o porquê, mas mesmo assim concordei em ajudar, pelo menos ocuparia uma grande parte do meu tempo.

            - Você foi convidado para a melhor festa do ano em Woodland. – Josh caia na gargalhada lendo o convite enquanto íamos para a aula de trigonometria.

            - Ah Josh, pare de ser assim, as meninas só querem animar essa cidade.
       Ele me fitou.

            - E você não gosta disso né?

            - Eu? – eu o encarei. - Bem digamos que eu preferia ficar em casa lendo algum livro, mas a festa vai ser divertida. – tentei enganar ele e a mim mesma.

            - Eu posso ir stra. Greene? - ele sorriu.

            - Claro Josh, e afinal esse é o seu convite. – Entramos em sala.

            O restante da semana foi tranqüilo, eu já havia me acostumado nessa cidade, afinal é como o velho ditado diz: se não pode vencê-los, junte-se a eles. E era isso que eu estava fazendo, ou pelo menos tentando, e também só faltava mais três anos, ai depois eu poderia seguir o meu sonho de ir pra Yale e então tudo estaria novamente bem.

            - Sabe Mel, eu não gosto muito dessa sua amizade com o Stephens – Nate me encarava com uma fúria nos olhos enquanto estávamos ajudando minha prima a organizar a grande festa do dia seguinte.

            - E posso saber o por quê? – tentei olhar nos seus olhos com a mesma fúria.

             - Eu não vou com a cara dele – disse ele emburrado. Eu ri. – Posso saber qual é graça Melissa Greene? – ele me encarou com mau humor.

            - Isso por acaso é ciúme? - ergui uma sobrancelha enquanto o encarava.

            Ele não respondeu apenas se aproximou de mim, fazendo-me perder o chão e a respiração.

            - O que você acha? – ele sussurrou em meu ouvido ao mesmo tempo em que me segurou pela cintura.

            Eu não consegui responder, era como se as minhas cordas vocais não estivessem mais presentes em meu corpo. Ele fitou os meus olhos e sorriu.

            - Vamos Melissa, vamos logo terminar isso antes que a Jenny nos expulsem dessa festa. – ele continuava sorrindo e me soltou.

            - Acho que seria uma boa idéia. – falei baixinho enquanto recuperava meu fôlego.

            Ele riu.


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