My Heart, Your Skin escrita por bramadas


Capítulo 11
You're right... I'm wrong


Notas iniciais do capítulo

Ai, gente... Desculpem a demora! Terceiro ano ta complicado, to sem tempo! D:
Espero que gostem... Vou tentar não demorar a postar o próximo!



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- O que você pensa que está fazendo? – Eu perguntei, enquanto encurralava ele em frente a uma parede. Até cruzei os braços. Me senti até poderosa com essa postura toda de mandona.
- Até que você não fica feia quando está com raiva. – Ele disse, quase sorrindo.
- Anthony! Eu to falando sério! O que eu te fiz pra você sair “quase” contando coisas?
- Ainda bem que você disse “quase”, né? Mas se você quer saber...
- Sim! Por favor! Quero saber. – Eu disse um pouco alto.
- Ah, você quer saber? – Ele disse, me lançando um olhar frio. – Pensei que você tivesse imaginado. Depois do que fez...
- Como se eu tivesse feito algo demais... De qualquer forma, você estava muito ocupado com alguma loira qualquer pra notar. – Soltei, antes que percebesse o quanto isso soava estranho. Na verdade, não percebi que me importava com a coisa da loira até agora.
- Poderia ter sido com você. – Ele respondeu.
Droga. Me pegou de guarda baixa. Logo agora que eu estava me preparando para  rebater tudo que ele falava.
E então me dei conta do que ele havia dito.
Demorei alguns segundos pra responder, enquanto ele me olhava à espera de uma resposta. Não, ele está confundindo as coisas.
- Eu estava bêbada. Da onde você tirou essa idéia maluca? Até parece que eu...
- Que você o que? Não fui eu que fiquei perguntando por você, nem tocando você e nem disse pra minha melhor amiga que já dormi com você... E que foi ruim!
- Aquilo foi apenas uma desculpa. Eu já disse que estava bêbada. – Respondi, com ênfase no bêbada.
- Você já ouviu falar que tudo que um bêbado faz/fala, foi pensado enquanto ele ainda estava sóbrio? Porque quando estamos bêbados ficamos meio propensos a falar sem pensar, você deve saber muito bem como é isso. – Ele respondeu, dessa vez sorrindo de verdade.
Ele tinha me ganhado. Mas eu não iria admitir isso.
- Não aconteceu nada. – Eu disse, ignorando parte do que ele havia dito.
- Claro. Eu fui falar com você pra parar e então você sai de perto de mim como se eu tivesse te dito uma coisa horrível, ou algo assim.
- Mas... O jeito que você disse... Você não queria realmente que eu parasse. – Falei, abaixando o tom de voz.
Isso o fez me lançar um sorriso presunçoso.
- Foi você quem saiu correndo.
- Eu não saí correndo!!! Idiota! Eu só saí de perto de você.
- Sou tão assustador assim? – Ele perguntou, cruzando os braços.
- Não... Mas... Ai, Anthony! Não interessa nada disso. Você não tem motivos pra ficar falando daquele jeito na frente do meu pai, ele vai pensar besteira. É por isso que estamos aqui conversando para resolver isto. Além do mais, você sabe que aquilo foi apenas uma distração minha, eu estava bêbada, não estava fazendo nada com nada. E eu estava chapada também...
- Ah! Claro! Agora você voltou a usar drogas? Não foi você que me disse que “nunca mais” ia fazer nada disso? – Ele perguntou, um pouco intrigado.
- Não foi nada demais... Aliás, eu não devo satisfações sobre isso a você.
Ele me observou impassível por alguns segundos.
- Ta bom então, Charlotte. É isso que você quer? Eu não vou falar nada, certo? Realmente te interpretei mal ontem... Nunca, jamais, em hipótese alguma nós ficaríamos interessados um pelo outro. Você tem razão. Eu não deveria me importar com isso. Verdade.
Droga. Odeio quando as pessoas concordam fácil demais. Nunca sei dizer se elas estão falando sério ou se estão zoando com a minha cara.
Bom, preciso confessar que ao ouvi-lo dizer aquilo...Foi estranho. Embora parte de mim imaginasse que ele estava sendo sarcástico.
Bem, não tenho nada com ele. Não fiz nada pra ele pensar assim. Porque estou com a consciência pesada? Bem, talvez eu não devesse ter colocado a culpa na bebida... Realmente fiquei “tocando” ele. Mas não tinha nada demais nisso, tinha?
Quando os instintos dele responderam, simplesmente saí de perto. Aquilo não daria certo. Eu estava com a líbido nas alturas, tenho que admitir. E com certeza ele não demora muito pra se excitar também. Imagino o que não teria acontecido. Se eu já estava arrependida por simplesmente tocar ele sem segundas intenções, imagina se algo mais tivesse acontecido?
Ok, talvez não tivesse sido sem segundas intenções. Eu só não sei o que me deu naquela hora... Eu tinha que tocá-lo.
Mulheres. Mulheres tem vontades. Acontece. Isso não quer dizer nada, certo? Foi um desejo rápido. Nada demais.
Além do que.., Até parece que eu cairia tão fácil nos braços de alguém... Pfff.
Muito menos dele. Mulherengo idiota. Não mesmo.
Só que ouvir isso dele foi diferente. Não pensei que me importaria. Digo... Quem ele pensa que é pra falar que “nunca, jamais, em hipótese alguma” nós poderíamos ter interesse um pelo outro? Odeio admitir, mas eu gostei quando ele disse “Poderia ter sido você”, quando comentei sobre a loira que ele havia pegado.
Porém, o que mais me doeu foi quando ele me chamou de Charlotte. Não foi ele mesmo que disse que iria me chamar de Charlie? Qual era o problema agora? Será que ele não queria ter um apelido especial pra mim mais?
Não. Pare com isso, Charlotte. Você não está nessa. Não, mesmo. Respire, se acalme. É, é isso aí.
- Quando você pensar numa resposta pra me rebater, meu esqueleto já vai ter virado pó. – Ele disse com uma voz cansada.  
- Anthony... Simplesmente não confunda as coisas. Eu sei muito bem o que você quer com as mulheres...
- Ainda bem que você sabe. – Ele me interrompeu.
- Essas coisas acontecem, somos amigos, certos? Eu sou muito grata por tudo que você fez por mim.
- Amigos não fazem o que você fez.
- Mulheres tem desejos.. Às vezes... – Comecei a dizer, me enrolando.
- E homens tem vontades. Sabe, odeio ficar com vontade. – Ele disse, aproximando o rosto do meu pra dizer isso.
- Para! O que você esta fazendo? – Perguntei, dando um passo pra trás. Pensei por um segundo que ele fosse me beijar. Dei um passo pra trás, mas queria ter dado um passo pra frente.
Não. Não pensei isso. Não pensei isso. Não pensei isso.
Anthony deu um suspiro.
- Nada! Eu não estava fazendo nada, certo? Ta vendo? Não estou fazendo nada. Assim como você não fez ontem. Então, estamos “acertados”, né? – Ele disse, como se essa conversa não tivesse acontecido. – Não vou me intrometer nos seus assuntos mais. Quando você quiser me molestar, estarei a seu dispor. Mas depois não reclame das conseqüências. – Disse e saiu andando.
- Como se eu quisesse... -  Isso o fez parar e virar a cabeça em minha direção, parecendo ter se divertido com meu comentário.
- Aham, Charlie. Você não quer... – Ele disse, e então pude perceber o puro sarcasmo de primeira.
- Convencido! – Eu disse, andando atrás dele. Ele era mesmo convencido. Grr. – Até parece que vou querer alguma coisa com você.
- Ah, é? Você faz as coisas e acha que depois não irão ter conseqüências... Cuidado. – Ele disse, ainda andando e sem se virar pra mim.
- Isso é uma ameaça, Anthony?!
- Se você acha...
- Esqueça. – Eu disse, passando por ele. – Não aconteceu nada, nem vai acontecer. Não se depender de mim.
E ao dar uma última olhada nele, vi o vislumbre de um sorriso.
Entrei na cozinha com um pouco de raiva.
- Lauren. – Eu chamei, passando pela cozinha e saindo rapidamente, esperando que ela fosse atrás de mim.
- O que houve? – Ela disse, quando estávamos longe o suficiente da cozinha, ainda andando entre os corredores de minha casa.
- Eu pensei que vocês não tivessem percebido meu pequeno “deslize” com Anthony ontem.
- Como não? Vocês estavam conversando... De repente vocês ficaram se encarando, enquanto você descia a mão pelo corpo dele sem camisa... E quando ele puxou você de jeito... Você ficou estática. Afastou-se dele com as mãos e sentou do outro lado do sofá. Ah... Claro... Sem contar que você resolveu ignorá-lo o resto da noite.
- Não foi tão óbvio assim.
- Ah, amiga... Sei que você entende que bêbados cansam de fazer coisas que pensam que ninguém nota, mas que ao invés disso estão tendo a mesma sutileza que um elefante teria. Ou seja, você pensa que ninguém vai ver, quando na verdade todos estão reparando. Você entende que pode acontecer com qualquer um. Ainda mais você que já fez isso várias vezes. Merda feita.
- Shit...
- Mas eu também não entendi você. Você o provocou, Chars. O que você queria? Que ele não fizesse nada?
- Eu não provoquei ele! – Eu disse, alto demais.
Ela me lançou um olhar cético. Nós nos sentamos na escada que tinha na sala e ela continuou a me olhar.
- Provocou sim. Aliás, nunca vi você provocar de forma tão direta e depois cair fora. Você sempre fez tudo que te deu vontade.
- Não sou mais assim... Não posso fazer tudo que dá na telha. AH! ESSA CIDADE ESTÁ ME DEIXANDO MALUCA.
- Aceita algo pra relaxar? – Ela perguntou, sorrindo de modo sagaz pra mim.
- Lauren...
- O que foi? Foi só uma pergunta... Enfim, qual o problema com Anthony, afinal? O que vocês estavam fazendo lá fora?
- Estávamos conversando. Discutindo. Sei lá.
- Só por causa disso? O que está realmente acontecendo, hein?
- Não sei... Eu fico nervosa. Alterada. Confusa. Ele me deixa assim.
Lauren começou a rir.
- Ok... – Ela disse, calmamente. – Depois de escutar essa frase tenho que perguntar: VOCÊ SAIU DE PERTO DELE PORQUE, ENTÃO, MULHER? Olha bem pra sua reação sobre isso, Chars. Você está se importando demais. Você queria não ter resistido, queria não ter saído de perto. Queria se render aos encantos dele.
- Eu? Claro que não! Não comece a insinuar coisas você também. – Protestei.
- Claro que sim... Vai me dizer que você não se sente atraída por ele?
- Não! Não me sinto!
- Claro que se sente, - ela disse, cerrando os olhos pra mim. – deixa de ser mentirosa.
- Santo Deus, não posso mais beber. Não quando eu faço merda e depois me importo.
- Isso é verdade, antes você não ligava pra nada. O fato é que você realmente atentou ele. Não negue.
- E agora ele pensa que eu quero ele ou algo assim.
- E você não quer? Você até falou que ele não é bom de cama e tudo mais, mas...
- Não! Não quero! Você acha mesmo que vou querer algo com um mulherengo desses?
- Acho. É só sexo, deixa de ser fresca.
- Não! Não, Lauren! Não. Isso é loucura.
- Vai por mim, você ta muito tensa. Isso é falta de sexo, amiga. Veja bem, quem foi seu último lá em NY? Já fazem alguns meses, se me lembro...
Eu não podia culpá-la, ela não sabia da real história com Anthony... Como eu iria contar pra ela que eu não havia realmente feito sexo com ele?
Ah, é. Ainda tinha essa história. Talvez ele também estivesse  puto porque eu havia dito pra Lauren que ele não era muito bom de cama.
Maldito orgulho.
Sério, mesmo. Porque agora, como eu iria admitir até pra mim mesma que talvez.. Por uma pequena porcentagem... Eu sentisse um pouco de curiosidade em saber se ele era realmente bom ou não de cama?
Ugh. Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. Digo, problemas.
E ainda tinha o fato de que ela estava realmente certa sobre eu estar precisando, sabe?
- Lauren. Não posso admitir que quero nada disso. Acabei de discutir com ele exatamente pra tentar provar o contrário.
- E daí? Até parece que ele se importa.
- Ele tem outras...
- Ah, isso é verdade... Ele realmente não precisa de você.
- Isso não ajudou muito.
- Então você se importa?
- Droga, Lauren! Não, não me importo.
- Quanto tempo eu vou ter que rodear em perguntas, até que você admita?
- Você não vai desistir até eu admitir, né?
- Você me conhece. E bom.. Eu te conheço bem demais, também. Anda logo, facilite para nós duas e admita.
- Talvez eu me sinta um pouco atraída por ele. Talvez. Só talvez. Mas eu não faria sexo com ele. Não tem nada a ver.
- Ahá! Eu sabia! – Ela disse, levantando os braços alegremente.
- Para, Lauren! Shhh! Sem se exaltar, ok? Posso ter admitido isso... Mas não quer dizer que eu vá fazer alguma coisa! Esqueça. É uma pequena atração, nada mais do que isso! – Falei, revirando os olhos. – Além do mais, tenho a impressão de que ele acha que irei correndo para os braços dele em algum momento implorar por ele. Você sabe o quanto eu odeio isso.
- Ugh. Que presunçoso. Ele tem cara disso mesmo. Bem, então só temos uma solução para isso. – Ela disse, se levantando e botando as mãos na cintura desafiadoramente, me lançando um sorriso diabólico.
- Ai, Senhor. Qual a ideia mirabolante da vez, Lauren?
- Simples. Existe coisa melhor do que provar pra um homem que ele está errado? Ainda mais fazendo ele fazer exatamente o que ele espera que você faça, invés disso? Vem, Chars. Vamos nos preparar para essa festa hoje á noite, vamos provar para Anthony que ele está errado. E aí, você vem ou não? – Ela perguntou, abrindo a porta da frente da sala.  
Não ia adiantar eu dizer 21654621454 de vezes para ela que queria deixar esse assunto quieto, ela iria tentar me convencer de alguma forma. Eu conheço minha melhor amiga. Ela não iria desistir.
Bem, e também tinha o fato de que eu queria descobrir como ela iria provar que ele estava errado. Ou será que eu só queria mesmo era ver ele fazendo o que ele falou que eu faria?
Não importa. Eu estou mesmo com um pouco de raiva desse cara.
- Tô dentro, Lauren.
Anthony Kiedis que me aguarde.


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