– Eu só quero aproveitar o que pode ser nossos últimos dias juntos. – Insistiu Justin no plano maluco.

Ele me esperava no pé da escada, sorrindo divertido. Ver seu sorriso de novo é como se anulasse toda aquele episodio da nossa volta pra casa qual ele permaceu frio e serio, só pra depois desmoronar de madrugada quando me ligou... Chorando. Pois é. E hoje pela manhã ele simplesmente apareceu todo sorridente com algo estranhamente suspeito no olhar. Ele dizia que iria me levar a um lugar que até agora, eu não fazia idéia de onde era. Eu apenas optei em confiar nele. Espero que tenha sido a decisão correta porque de Justin, pode se esperar de tudo!

– E eu só não sei porque eu tenho que levar essa mochila com roupas – reclamei, parando ao seu lado e passando a alça da mochila no ombro.

Ele sorriu intencionando.

– Você logo saberá – garantiu ele seguindo para a porta.

Eu o segui. Lá fora nós entramos em seu carro.

– Posso pelo menos avisar papai? Não quero que... – Saquei o celular do bolso, mas Justin em um movimento rápido o pegou negando meu pedido.

– Não, seu celular também ta suspenso comigo. – Ele guardou o mesmo no bolso.

– O que é? Vai me seqüestrar? – brinquei sorrindo com malicia.

– Isso me passou pela cabeça e juro que a idéia foi tentadora – admitiu sorrindo malicioso. – Mas isso não será um seqüestro, porque seu pai já sabe dos meus planos e como ele me ama – sorrindo, ele enfatizou presunçoso a palavra que se dirigia a ele –, ele concordou. Então não a mais nada com que você se preocupar – esclareceu e ligou o carro.

– Ah, que legal! Até meu pai! Estou me sentindo completamente fora dessa historia – resmunguei me encostando-se ao banco do carona e cruzando os braços.

– Não, benzinho. Você está mais por dentro do que imagina – insinuou sorrindo, deixando o clima de mistério mais pesado.

Seguimos para um aeroporto próximo onde um jatinho nos esperava. Espantei-me.

– Nós vamos voar? – perguntei assustada, enquanto o vento batia contra meu rosto.

Justin não respondeu, apenas sorrindo e continuou me guiando até o jato.

– Justin, pode me dizer aonde vamos? – perguntei pela... Perdi as contas.

Outra pergunta sem resposta. Quase travei na escada do jato, querendo bater o pé e exigir uma resposta agora mesmo. Mas segui; curiosa de mais para parar.

Aquela era a primeira vez que eu voava em um jatinho e era estranho porque nunca havia pensando que um dia voaria.

– Justin, já me pode dizer aonde vamos? – perguntei outra vez, afivelando o sinto.

– Espere só um segundo... – pediu erguendo o dedo indicador.

Fiquei imóvel junto a ele, esperando. O motor rugiu e o avião ganhou velocidade até decolar no ar.

– Pronto – disse Justin quando o fez.

– Agora já pode me dizer? – perguntei agora impaciente.

Justin apoiou-se nas costas do acento girando o corpo para falar com Kenny que estava logo atrás de nos.

– Kenny, assegure se os pára-quedas estão mantidos longe dela – sussurrou ele para Kenny.

– Eu escutei isso! – reclamei indignada. – E eu não vou pular do avião! – completei garantindo.

Justin com um suspiro se virou de volta.

– Não é porque não estamos mais em piso firme que isso vá me impedir de te bater, Justin Bieber. Me fale agora a onde estamos indo ou... – grunia entre os dentre.

– Não precisa terminar – interrompeu Justin. – Acho que já é seguro de te contar agora que não estamos mais em chão firme, não há mais possibilidades grandes de você tentar fugir.

Semi-serrei os olhos pra ele. Mas sabia que ele tinha razão.

– Estamos indo para Los Angeles – respondeu finalmente.

Minhas sobrancelhas se uniram.

– L.A? – repeti confusa.

– Nós vamos ao MTV Video Music Awards – confessou enfatizando a palavra na terceira pessoa.

Congelei esperando que minha mente processe cuidadosamente as informações. Precisei de alguns segundos para me recuperar.

– Retiro o que disse. Pode me dizer onde encontro os pára-quedas? – disse quase em transe.

– Ok. Isso é ridículo, Justin Bieber! – declarei marchando enquanto descia a escada do jato.

– Ridículo é seu drama! – contrariou Justin atrás de mim.

Depois de 5 longas demoradas horas de vôo havíamos finalmente chegado em L.A. É, eu não havia pulado. Mas acho que já estava arrependida de não ter o feito.

– Drama? Claro! Porque é muito fácil aparecer como namorado do Justin Bieber para todo o mundo. – disse com sarcasmo.

Justin me segurou pelo braço após eu descer o ultimo degrau, me obrigando a virar para ele.

– Você disse que enfrentaria isso, por nós – lembrou-me.

Eu oscilei, pra frente e pra trás. Devido ele estava parado no ultimo degrau da escada foi preciso levantar a cabeça para que meu olhar se encontrasse com o seu.

– Eu lembro – murmurei.

– E você ainda não tentou – completou depois.

Mordi o lábio e voltei a olhar pra baixo.

– Mas talvez ninguém queira saber, porque talvez eu não seja a namorada que todos queiram pra você – confessei cabisbaixa.

A mão de Justin escorreu do meu braço para o encontro da minha mão. Ele levantou meu rosto com a mão livre.

– Mas é você que eu quero para mim – disse ele firme.

Senti meu queixo tremer e olhei para baixo de novo.

– Eu não tenho nada de diferente... – sussurrei.

Justin voltou a levantar minha cabeça pelo queixo.

– Amor, você tem a mim, e eu garanto, isso ninguém mais tem. – prometeu e encostou seus lábios nos meus.

– Justin precisamos ir, já estão nos esperando – chamou Kenny atrás de nós.

Justin passou o braço pela minha cintura e seguimos para o carro que nos esperava.

Eu nem queria imaginar quanto teria sido os custos de tamanha arrumação. Assim que chegamos ao hotel, cabeleireiros e maquiadores contratados começaram a maquiagem e o penteado. Eu estava com um coque moderno, os fios meio frouxos e a franja meio solta no alto da cabeça se encontrando com o coque. As roupas e os sapatos foram entregues instantes depois, experimentei algumas e eu escolhi ficar com o vestido que era estampado com um floral japonês e de manga longa; era completamente coberto na frente justo ao redor da cintura e aberto nas costas. O salto – graças aos céus – não era muito alto, e nem era preciso, o vestido era pra ser longo mesmo e se arrastar atrás de mim. Tirei essas próprias conclusões após finalmente ficar sozinha no quarto, por poucos instantes também, logo três batidas na porta me assustaram.

Justin me esperava, ele estava tão... Exótico? Com uma calça vermelha e uns óculos caindo na ponte do nariz, vestia um casaco preto por cima da blusa da mesma cor. E ele segurava uma... Cobra?

Ri.

– Que coisa é essa na sua mão? – perguntei.

Justin fingiu espanto e cobriu a cobra com a mão livre.

– Não se sinta ofendida Johnson, ela não falou por mal – murmurou ele para a cobra.

– Johnson? – ri. – Deixe-me vê-la aqui – estendi a mão para pega-la.

Justin afastou a cobra.

– O que é? Não vou machucá-la – garanti.

Justin me entregou na mão.

– Oi amiguinha. – sorri a olhando se enroscar em meu punho.

Olhei para Justin sorrindo.

– Você está maravilhosa – elogiou.

Sorri.

– E você esta bem... Animal? – fiz um barulho parecido com um rugido e ri com meu trocadilho idiota.

Justin riu também e nós seguimos para o carro que nos esperava, Kenny dirigia, ele também estava vestido para o evento. À medida que nos aproximávamos do Nokia Theater parecia ser um batimento cardíaco a menos. Muita gente cercava aquele lugar. Inclusive fãs.

– Você vem se preferir, tudo bem? Se não quiser vir, eu te encontro lá dentro depois – disse ele sereno antes de sair do carro.

Ele me beijou e eu entreguei Johnson a ele.

Expirei e inspirei varias vezes e decidi que enfrentar aquilo agora seria melhor. Não foi bom ter saído do carro depois de Justin, pois tive que seguir sozinha pelo tapete até encontrá-lo lá na frente. Senti os flashes me seguindo. Foi desconfortável. Eu mantive uma posição ereta ao lado de Justin que sem hesitação me puxou pela cintura. O mínimo de afeto que ele ate agora poderia demonstrar, tentei sorrir o máximo que pude. Os flashes eram fortes e me cegavam. Ficamos cerca de uns cinco minutos no carpete antes de seguir para dentro, Justin deu algumas entrevistas e eu permaneci com Kenny enquanto ele o fazia. E como eu esperava, tinha muita gente famosa, pessoas que eu só pensei que só veria na TV e que eu nem imaginei que um dia conheceria como assim nunca havia imaginando que estaria ali como namorada do Justin Bieber.

– Hey, Justin. – Demi Lovato veio nos cumprimentar.

– Hey! – disse Justin.

Demi estava incrivelmente linda. O vestido em tecido brilhante curto, colado e decotado. Aparentava estar bastante saudável.

Os dois se abraçaram e só depois que se afastaram Demi notou a cobra na mão de Justin.

– Oh – ofegou ela dando um passo pra trás.

Justin riu. Eu acompanhei na risada.

– Relaxa, é só a Johnson – ele disse, estendendo pra ela a cobra que se desenrolava do seu punho. – Demi, Johnson gosta de você.

– Johnson – repetiu Demi rindo nervosa. Hesitante ela estendeu a mão para tocar na cobra, mas depois encolheu os braços sem coragem. – Ai!

Justin riu de novo.

– Demi, deixe-me te apresentar uma pessoa – Justin me puxou para o seu lado mais ainda. – Essa é Melanie, Miles se preferir. Minha garota. – Essa era a primeira vez que Justin pronunciava essas palavras desde que elas se tornaram oficialmente verdadeira. Ele parecia que iria explodir de satisfação por isso.

– Oi – eu disse acenando.

Nós nos cumprimentamos.

– Olá, Miles. – Ela disse sorrindo. – Você tem sorte. – ela piscou pra mim.

– Eu sei. –ri

Também tive a honra de conhecer Usher e praticamente reconhecer Scooter, ele estava menos serio do que da outra vez. Logo depois, nós fomos para nossos acentos reservados e permanecemos lá até as apresentações das categorias começarem. Antes, fotógrafos se aproximavam para fotografar uma vez ou outra. Justin se parecia bem confortável em colocar minha mão em minha perna enquanto eles o faziam.

– MELHOR VIDEO MASCULINO – dizia a voz de uma mulher enquanto um vídeo apresentando os concorrentes era mostrado em um telão –: Cee Lo Green “F*** You”. Kanye West feat. Rihanna and Kid Cudi “All Of The Lights”. Bruno Mars “Grenade”. Eminem Ft. Rihanna “Love The Way You Lie”. Justin Bieber “U Smile”.

Meus olhos se arregalaram.

– Você não me disse que estava concorrendo a essa categoria – disse a Justin surpresa.

– Sim, Milers, eu estou! – respondeu sereno demais até.

– Ai meu Deus! Justin! Droga! Porque não me falou antes? – reclamei aflita.

Eu realmente amava aquela canção e de repente estava mais nervosa do que qualquer um ali. Comecei involuntariamente esmagar a mão de Justin na minha.

– Calma, Milers! – riu ele.

– Calma?! Um prêmio desses vale mais que minha própria vida! – disse agitada.

A imagem do telão foi cortada para Kim Kardashian.

– E o VMA do melhor clipe masculino vai para... – Ela com toda calma que alguém pode ter dentro de si abriu o envelope enquanto eu estava ali me espremendo no banco de nervoso. – Justin Bieber “U Smile” – completou.

Levantei-me empolgada demais para permanecer sentada. Depois quase sentei de novo quando percebi que nem Justin havia se levantado e eu já aparecia no telão. Sorri de nervoso. Justin finalmente se levantou rindo divertido e surpreendentemente encostou seus lábios nos meus. Corei de vergonha. Eu o abracei e acompanhei o resto com as palmas até ele subir no palco. Kim o entregou o premio e ele começou os agradecimentos enquanto eu explodia de orgulho na platéia.

– Esse também é pra você – sussurrou Justin quando voltou e se sentou ao meu lado.

Sorri pra ele e entrelacei nossos dedos.

No fim de tudo, enquanto passávamos pelo Backstage, Selena Gomez veio parabenizar Justin. Eu estava bem ciente de que ela já havia namorado Justin há pouco tempo e que eu não era compatível a ela. Ela era linda e elegante.

– Parabéns pelo premio, Justin.

– Obrigado, Selena. Você também fez um bom trabalho.

Os dois trocaram longos olhares. Eu me encolhi.

– Hm... Selena, essa é Melanie. Minha Melanie – apresentou Justin, me puxando mais pra perto.

Ah, você lembrou-se de mim Justin – pensei.

Selena acenou com a cabeça pra mim. Fiz o mesmo.

– Ahm, acho que depois a gente se fala Justin. – disse ela apenas para o Justin.

Justin assentiu com a cabeça. Ela se afastou.

– Até parece que eu não vi o jeito que ela olhou pra você! – resmunguei enquanto passávamos pelo Hall do hotel tirando aquelas jóias pesadas das mãos e das orelhas e as jogando dentro da bolsa que segurava. Eu carregava o salto também nas mãos e pisava um pouco no vestido.

Eu estava passos a frente de Justin.

– E como ela olhou? – indagou.

– Eu não sei, porque não vai perguntar pra ela? – indaguei tentando disfarçar o ciúme na voz.

Apertei o botão do elevador com força do que necessária. Virei-me para Justin enquanto esperava. Ele estava ridiculamente rindo.

– Milers, amor, nenhum olhar me importa a não ser o seu – assegurou, me puxando pela cintura.

– Há! – Bufei e revirei os olhos, em constando na parede.

– Baby Blue Eyes, lembra? – E me beijou.

Eu o odiaria se não o amasse tanto.

Mais tarde, minutos depois de trocar de roupa e deitar, ouvi três batidinhas na porta.

– Amor, é o Justin, posso entrar? – pediu aos sussurros.

– Entra – permiti, com preguiça demais pra levantar.

Ele entrou, estava com moletons folgados.

– Dorme comigo hoje? – pediu ele, sorrindo no escuro.

– Ah, não Justin! Deite aqui você.

– Vamos Mel, só hoje! – insistiu.

– Mas já ta tão quentinho aqui e... – disse cheia de preguiça.

Justin me interferiu inesperadamente sentou em cima de mim.

– Ai! Justin! Sai! Esta esmagando meus rins – reclamei tentado me mover.

– Só se você disser que dorme comigo hoje – chantageou.

– Ta. Ta. Eu durmo com você – cedi.

– Agora diz que eu tenho a melhor barriga de todas – exigiu rindo.

– O que? – disse incrédula.

– Diz que eu tenho a melhor barriga – repetiu.

– Ai! – reclamei. – Você tem a melhor barriga, Justin! – disse com esforço por estar quase sem fôlego. Não pude deixar de rir.

Eu empurrei Justin e me sentei.

– Ai! Acho que meus rins vão parar de funcionar – choraminguei.

– Ok. Eu durmo com você, Melanie! – Irônico, ele disse fingindo impaciência,

– Oh – ofeguei numa risada. – Idiota! – ri jogando uma almofada nele. – Você tem três segundos pra correr. Um... Dois... – Contei, mas Justin nem se moveu. – Não vai começar a correr?

– Correr de você? Nunca! – disse ele se curvando para me beijar.

Justin pulou para meu lado livre da cama e me abraçou.

– Você vai ter que ir mesmo embora? – perguntou ele depois de alguns minutos de silencio.

Suspirei.

– Você quer mesmo falar disso agora? – indaguei.

– E que... – hesitou. – E que... De qualquer jeito eu vou ter que continuar a turnê... E se... Ahm... Sei lá... Você fosse comigo? – disse ele por fim.

Minhas sobrancelhas se uniram me virei pra ele.

– Ir com você? – repeti confusa.