Amor E Outros Desencontros. escrita por Amanda Souza


Capítulo 1
Encontro Indesejado.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do primeiro capitulo :)



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Havia procurado pelo meu pai, nós últimos 10 minutos, ele já devia estar aqui. O saguão estava lotado, nas férias de verão em uma cidade grande, os aeroportos ficavam lotados, provavelmente hospitais também. Mas não era minha culpa se a cada 10 minutos chegava um paciente com a cabeça estourada após dirigir embriagado.

Lembrar de costurar miolos dentro da cabeça de pacientes ele lembrava, mas lembrar de costurar compromissos na cabeça ele não fazia.

Conclui que ficar ali era completa perda de tempo, depender do meu pai também era, percebi disso quando ele começou a não se lembrar de vir me buscar na escola quando eu tinha 5 anos de idade. Então tratei logo de encontrar o endereço da casa do meu pai, anotado pela minha mãe, caso qualquer coisa acontecesse – como agora –. Quando finalmente o encontrei anotado na folha de um bloco de notas, o puxei da bolsa pendurada em meu ombro que atravessava pelo meu corpo e fechei o zíper rapidamente. Estava decidida a me virar sozinha, sair dali e pega um taxi, mas assim que me virei, tombei com alguém que vinha na direção oposta, com o impacto do choque entre os dois corpos a tampa de isopor do copo que a pessoa segurava, não agüentou a pressão e voou, fazendo com que o café quente se espalhasse pela minha camiseta branca. Não teve nada de câmera lenta como se vê nos filmes por aí.

Congelei olhando para a camiseta, incrédula.

O café queimava em minha pele, não iria se tornar uma queimadura muito grave, mas o suficiente para ficar vermelho durante algumas horas.

Na minha frente o garoto que atrasou meus planos, estava tão surpreso quanto eu.  Ele vestia uma blusa de moletom, o capô da blusa cobria o boné em sua cabeça, deixando apenas a aba aberta para fora, sua calça justa baixa... Bem abaixo do nível que o normal, combinava com seus tênis supra.  Quase não dava para ver seu rosto, dando a impressão que ele queria se esconder.

– Você está bem? – perguntou ele com uma voz grave e rouca, ele sacudia minha blusa tentando melhorar as coisas, mas não ajudava em nada.

Eu afastei suas mãos.

– Eu estou bem, ok? – respondi friamente.

Por causa do café, minha blusa grudava em minha pele deixando transparecer minha barriga.

– Eu sinto muito, não foi minha intenção. – desculpava-se parecendo preocupado.

 Pouco mie importava com suas desculpas, já estava tudo acabado mesmo. O estrago já havia sido feito!

Ele colocou o copo com o pouco que sobrou do café de lado e inutilmente começou a passar um guardanapo em minha blusa, quando tudo que eu conseguia fazer era fitar a camiseta manchada que havia comprado apenas algumas semanas atrás.

O guardanapo se desintegrava com facilidade, precisei afastar suas mãos novamente para que ele parasse de querer melhorar as coisas.

– Não! – falei talvez um pouco alto demais – Não faça isso, ta?  Não piore as coisas. Eu vou sobreviver ok?

Eu tentava me livrar das pequenas caspinhas que havia se transformado o guardanapo. Parei por um momento não entendendo a razão de que aquele rapaz continuava ali. Olhei pra ele por cima dos olhos, em um movimento seu, deu pra notar o lado esquerdo do seu rosto sendo iluminado e seu cabelo loiro brilhando sob as luzes do aeroporto. 

Finalmente veio o reconhecimento deixando as coisas bem claras.

– Ei! – gritei o sobressaltando.

Não controlei meus impulsos de tirar o boné da sua cabeça, o capô do seu casaco caiu para suas costas.

Em um gesto rápido e assustado ele arrancou o seu boné da minha mão e colocou sob a cabeça novamente.

– Você é o...

Ele me interrompeu. 

– Shhhhh... – sibilou ele.

Ele me segurou pelos meus ombros e me arrastou para a sombra de uma pilastra longa.

– Justin! – gritei ao lembrar-se do seu nome – É você! Justin Bieber! – afirmava, percebi que minha voz tinha subido 8 oitavas.

– Shhh, Shhh – implorou por silencio de novo – Por favor, não grite, seja discreta se for me agarrar ou...

Dessa vez fui eu que o interrompi.

– Ei! Eu não... – eu continuava a gritar.

– Shhh... – seu rosto implorava por compaixão.

– Não vou te agarrar, ok? – alertei abaixando o volume da voz.

Não sabia me controlar diante de situações absurdas.

 Ele suspirou de alivio deixando seus ombros caírem.

No momento que ele percebeu que ainda me segurava, tirou as mãos dos meus ombros rapidamente. Eu dei rápido passo para trás.

Eu estupidamente corei. 


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews se gostarem. ♥