O café estava preparado na mesa da copa e estávamos todos na sala esperando que Damon chegasse. Não sabia desde quando ele adorava bolo de cenoura, mas tinha que confessar que o cheiro estava tentador.

- Queridinho da mamãe. – ouvi a voz de Eliza assim que ela havia saído da sala.

Revirei os olhos com o tratamento carinhoso com que ela sempre se dirigia a ele. Ouvi a voz de Damon sibilar algo que não entendi. Então ele apareceu na sala caminhando calmamente em minha direção.

- Minha cunhadinha preferida. – ele me cumprimentou com um beijo na bochecha e então abraçou-me carinhosamente.

Pergunto-me se ele tinha melhorado as suas técnicas de atuação ou estava realmente mais afetuoso do que há dois anos.

- Sou sua única cunhada, Damon. – lembrei-lhe.

- Mas continua sendo a minha preferida. – esboçou um sorriso de canto extremamente sexy.

“Droga, Damon Salvatore, pode parar com isso por favor?” Pensei em pedir, mas limitei-me a dar um sorriso amarelo em resposta e desvencilhar-me de seu abraço.

Caminhamos até a sala de jantar onde a mesa estava exposta para um delicioso café da tarde.

- Conte-nos como foi de viagem. – Eliza pediu sentando-se em uma das cadeiras.

- Tive alguns contratempos com alguns presentes que trouxe, mas consegui convencer a mulher a deixar-me trazê-los. – ele sorriu dando um rápido beijo no rosto da mãe caminhando para o lado contrário da mesa.

Tentei sentar o mais distante possível de onde imaginei que ele sentaria, mas imprevisível como sempre ele acabou sentando na ponta da mesa e só me restou sentar de frente para Eliza já que pareceria um pouco estranho eu sentar na outra ponta da mesa.

Presentes, hm? Pelo sorriso debochado que ele trazia pude imaginar como foi que ele convenceu a mulher a deixá-lo passar com os pacotes sem problemas.

- Stefan não virá tomar café com a gente? – perguntei servindo-me de um pouco de leite.

- Não querida, parece que houve alguns problemas no escritório e ele acabou tendo que resolvê-los já que Michael está na França. – ela esclareceu.

A maioria dos homens da família Salvatore eram formados em Direito. Stefan provavelmente estava cuidando do escritório do pai aqui nos Estados Unidos e Michael, meu futuro sogro, está na França em um congresso de juízes. Damon se diferencia dos demais por causa disso, ele escolheu engenharia civil em uma faculdade no Canadá ao invés de direito e talvez esse seja o motivo pelo qual nem Stefan nem o pai o queiram muito bem.

Pelo que conheci dos Salvatores, eles têm algumas manias em relação à sua família, como é o caso da escolha da faculdade. Se isso parece um pouco exagerado espere até saber o que é que eles teimaram em enfiar na cerimônia do meu casamento!

- Conte-me cunhadinha, como vão os preparativos para o casamento? – Damon perguntou e em seguida mordeu indiferente um pedaço do bolo. – Esse bolo não poderia ser mais gostoso. – comentou.

Revirei os olhos ignorando a sua pergunta e torcendo para que ele me esquecesse pelo menos durante o café.

- Então Elena, não me respondeu. – ele olhou-me pelo canto dos olhos sorrindo.

- Estão melhores do que imagina Damon. – sorri otimista bebendo um pouco do café que eu havia colocado a pouco em minha xícara.

- Sra. Elizabeth, telefone. – a empregada Luisa entrou com o telefone sem fio na mão.

- Com licença. – Eliza pediu levantando-se da mesa e saindo do cômodo.

Sorri para a mulher e cogitei a ideia de fazer o mesmo, mas, assim que abri minha boca para pedir licença a Damon, fui interrompida por ele.

- Como se sente a poucos dias de se tornar parte da família Salvatore? – seu sorriso de canto em nenhum momento abandonara seus lábios e me amaldiçoei internamente por estar reparando nisso.

- Segundo sua mãe já faço parte da família há dois anos, desde que comecei a namorar Stefan. – limpei meus lábios com o guardanapo e em seguida o coloquei sobre a mesa levantando-me. – Com licença. – pedi educadamente.

Ele pareceu se ferir com a minha resposta um pouco rude demais para alguém que estava acostumado com meu jeito sempre educado.

- Você pode entrar para a família de outra maneira. – sua voz saiu baixa, mas suficiente para eu perceber que ele estava logo atrás de mim, então soltou uma gargalhada debochada pelo próprio comentário.

- Talvez eu prefira seguir da única maneira que eu acho mais conveniente.

- Conveniente? – ele se colocou na minha frente bloqueando a minha passagem.

- Acha mesmo que se eu deixar Stefan vou correr para os seus braços Damon? – gargalhei. – Espere deitado, porque vai cansar.

- Está confiante demais, Elena. – ele sorriu de canto.

Fiquei por um instante analisando as suas palavras e assim que as compreendi permaneci em silêncio tentando controlar a minha vontade de socá-lo nessa sua cara tão linda.

Senti que meus lábios foram tocados pela ponta de seu dedo indicador e só então percebi que devido ao toque eu havia prendido a minha respiração por alguns segundos.

Irritada por perceber o que eu acabara de fazer, segurei o seu pulso com força afastando-o rapidamente do meu rosto.

- Cale a boca Damon. – sibilei friamente empurrando seu corpo para o lado e conseguindo passar pela porta.

Caminhei até a sala sentando-me no braço do sofá tentando manter a minha expressão sorridente de antes. Assim que finalmente consegui despistar Damon e acalmar os meus nervos que estavam a flor da pele por causa dele, Eliza desligou o telefone e avisou que precisava sair.

Decidi que iria para casa antes que Damon resolvesse aparecer para tirar-me do sério outra vez. Peguei minha bolsa e assim que caminhei até a porta senti que dois braços envolveram-me pela cintura me abraçando por trás. Arregalei os olhos surpresa e sem coragem de olhar para trás apenas torcendo para que ele não estivesse perdido totalmente o juízo.