Acordo Selado escrita por Ayame Tsukinoki


Capítulo 7
Dance Macabre.




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Ciel corria por um túnel escuro e parecia pisar em lama, esta grudava-se em seus pés, e, agora, seu corpo encontrava-se nu. Ele tentou andar o máximo que conseguia, a lama grudava-se mais e mais, parecendo um barro mais espesso, que grudava-se mais e mais criando camadas que faziam seus pés pesarem cada vez mais. Chegou a doce criança a tropeçar, e sem opções, apoiou as mãos no chão, porém elas pareciam limpas. O chão, mais à frente, estava limpo, liso e parecia sutilmente encerado, brilhante, ele tinha uma tonalidade de preto, parecendo um mármore em cor granizo. O menino estranhou, tinha seus pés amarrados por um estranho barro, enquanto que suas mãos tocavam naquele lindo e limpo piso.

De repente, barulhos de saltos, um barulho fino, discreto. O demônio se aproximava, ele poderia fazer som algum, mas ao contrário, ele queria que o menino soubesse de sua aproximação.

A luz no recinto era negra mas misturava tons de lilás, azul marinho e laranja, ele se encontrava num quarto fechado. Havia um silêncio completo, não haviam janelas, apenas um teto característico, que quando se olhava para ele, parecia haver cobras dançando umas sobra as outras, serpentes negras, mas as mesmas nao emitiam nenhum som.

Ciel estava em pânico, tinha sua respiração suspensa, o único barulho que ouvia naquele instante além das pegadas, eram as batidas aceleradas de seu coração.

O barulho dos saltos parecia aumentar, mais e mais, gradativamente.

Dava-se para ver que era um quarto, mas ao olhar adiante, a parede que deveria estar diante de si, era nada mais que um enorme breu escuro, um vazio completo perdido em ruínas obscuras.

– Se... Se... Sebas...

Uma voz masculina, mas sutilmente andrógina quebrou o silêncio, embora nenhum outro ser parecesse estar ali.

– Meu nome aqui não é esse...

De repente umas gotas negras pareciam cair do teto, pingavam marcando o chão com um discreto tom incandescente, Ciel tentou se levantar, conseguiu ficar de pé, mas os mesmos não se moviam devido a camada grossa de barro.

– Mestre.

Quando ele olhou para cima, pôde ver que um corpo parecia nascer daquelas cobras negras, esse corpo surgia como se brotasse dos animais, e estes, agora, pareciam em frenesi. Algumas cabeças de serpente foram cortadas e caíam na direção do garoto que teve que se encolher para não ser atingido nem pelo sangue nem pelos pedaços de escama que caíam sobre si.

O demônio nascera por completo, seu corpo estava nu, apenas coberto por uma gosma negra, que pingava, cercado a alguns traços de sangue devido à morte das serpentes. Ele saltou dali parou em pé diante do menino, no entanto, uma sombra, como que uma fuligem negra, cheia de areia preta pareceu-se forma-se ali, suas roupas foram criadas. Ele Vestia uma roupa negra, aderida ao corpo, uma espécie de couro brilhante.

O menino sabia que se tratava de seu servo, ao menos lembrara-se de vender a alma a ele, mas Sebastian parecia outro ser, embora não conseguisse vê-lo agora. Era como se seus olhos fossem perdendo o poder de enxergar, até que sua visão desapareceu completamente. Só conseguiu acessar sua memória mais recente, de um homem alto e magro, com uma fisionomia sádica, com contornos corporais masculinos, mas consideravelmente magros e discretamente andrógino.

O menino tentou falar e sentiu seus lábios colados a algo quente e morno, sua nuca estava sendo puxada, enquanto que algo que parecia ser uma língua, invadiu-lhe não só a boca, mas os pensamentos. Sentiu uma mão tocar-lhe levemente o peito, apertar-lhe um dos mamilos. Um sussurro ao pé do ouvido se fez presente.

– Mestre, meu mestre...
– Te...tenho medo, Sebastian.

O mordomo abraçou-o e fez com que o menino voltasse a ver, ao perceber que o seu serviçal estava ali, abraçado, empurrou-o e, só agora, se deu conta que estava de pé, no telhado de sua mansão. Todos olhavam lá de baixo, chamavam-no.

– Mestre, segure-se em mim, irei ajudá-lo a descer.

Ciel sentiu seu pés escorregar no telhado e Sebastian o segurou fortemente, colocando-o nos braços e descendo ali. Ele caiu ao lado dos demais membros da casa que correram para abraçar o menino. Todos pareciam falar ao mesmo tempo e perguntar-lhe como estava.

Michaelis apenas sorria gentil, ligeiramente aliviado de seu mestre estar bem, mas seu sorriso escondia uma sutil gota de sangue no canto de sua boca.


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