Acordo Selado escrita por Ayame Tsukinoki


Capítulo 4
Verdade ou mentira? Delírio talvez...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/175507/chapter/4

O mordomo encarava ainda o menino em silêncio, o mais novo o olhava como se tentasse desvencilhar ou até mesmo descobrir o que o mais velho estava pensando.

A imagem onipotente do mordomo de seu arqui-rival Alouis lhe veio à mente, em toda sua majestade: Alto, másculo e principalmente “macho”, ao menos foi a palavra que ecoou nos pensamentos de Ciel. O menino levou uma das mãos ao próprio queixo e pareceu refletir.

- Realmente... bem viril.

Comentou se conversasse sozinho. Tentou lembrar-se do nome daquele outro serviçal, mas o mesmo escapou-lhe das lembranças.

- Boochan?

Sebastian tinha os celhos franzidos e olhava fixadamente para a face misteriosa de seu mestre, que naquele momento, parecia estar com os pensamentos bem longe dali. O demônio sorriu de leve, levantou-se e pareceu ajeitar as tortas no carrinho.

- Bem, já volto, pois já está na hora de seu banho, my lord.

- Certo...

Michaelis ainda o olhava levemente perturbado e curioso com o que o menor estava tão entretido e distante. Suspirou e saiu dali aparentando uma tranqüilidade inabalável.

- Realmente preciso iniciá-lo...

Pensava o homem de preto caminhando pelo corredor. Voltemos ao quarto, o menino ainda refletia e conseguiu lembrar de algumas nuances da roupa de seu serviçal na hora que fez o pacto. Lembrou de barulhos de saltos, unhas grandes, uma vestimenta de couro preto, o menino levantou-se e aproximou-se da janela a olhando, se debruçando parcialmente no parapeito.

- Ele... se faz de viril... mas... duvido que realmente seja.

- Seja o que, my lord? Filosofando sozinho?

O homem de preto estava sem a parte de cima de sua vestimenta, mantendo-se vestindo apenas uma blusa social branca, sim, era a hora do banho e ele retirava as luvas e o blazer de seu uniforme nesse momento, porém o homem não parecia ter pressa alguma e arrumava tranqüilamente os novos lençóis na cama, além de claro, retirar o antigo lençol sujo dali, ao fazer isso, o dobrou calmamente, colocando sobre uma cadeira próxima e deu umas palmadinhas nos travesseiros como se lhes tirasse uma sutil cobertura de poeira. Ciel o olhava quieto, nitidamente desconfiado.

- Claude... lembrei.

- Hum?

Sebastian reergueu o olhar e encarou o menino como se tivesse ouvido um palavrão.

- Mestre?

- Não é nada... apenas... filosofando.

Sebastian ficou calado enquanto Ciel encarava os pássaros do lado de fora da janela.

- Há algo que queira me dizer, boochan?

- Só estava pensando... você é bem diferente do mordomo da família Trancy.

- Sim, obrigado.

Sebastian riu e inclinou-se para frente o cumprimentando como se aquilo tivesse sido um elogio e tanto. O pequeno comentou baixo:

- Ele é bem viril...

Sebastian fez uma sutil cara de nojo e um ar de inveja brotou-lhe no brilho de seu olhar. Levantou-se e finalmente encarou seu mestre, falou em tom de pêsames:

- E?

- E?

Ciel retrucou, cruzou os braços e virou-se de frente para o outro.

- E daí? Com todo respeito, my lord.

- Hum?

- Não vou mais me alongar, deves tomar um banho. Imagina se eu fosse viril como ele... arrancaria sua pele, com todo respeito. Ele só me parece bom numa coisa... boochan... em corromper criancinhas.

Ciel viu um vulto e quando se deu conta já estava sentado em sua banheira e Sebastian lhe massageava as costas calado, estava nitidamente contrariado, até que finalmente comentou:

- E imagina se fosse ele que lhe tivesse beijado, se já comigo... que não sou tão viril, já foi uma reclamação e um surto e tanto.

Ciel dobrou as pernas e as abraçou, sentiu como se uma facada lhe tivesse sido enfiada no peito.

- Não que o ache mais atraente se é isso que está mencionando, Sebastian. Ele é apenas diferen...

- Já entendi mestre.

Ciel sentiu a esponja cortar-lhe a face superficial da epiderme. Ciel fez uma cara de dor e disse:

- Lembro de quando me encontrou... ouvi saltos... achei que fosse uma mulh...

Novamente a esponja machucou-lhe a pele.

- Ai, Sebastian! Tome cuidado com isso!

- Mil desculpas, my lord.

Comentou com uma voz desinteressada e fria, retirou a esponja da água, a espremeu e recolocou-a ao lado da banheira numa pequena prateleira. O mordomo suspirou e levantou-se se aproximando de um armário, tirou um frasco de xampu e um de condicionador. Voltou a agachar-se ali, derramou um pouco do liquido numa das mãos e em seguida começou a massagear os cabelos azulados do outro começando a fazer espuma. Ciel permanecia abraçado às suas pernas, permanecendo agora, calado. O homem pediu que o menino deitasse na banheira e lavou-lhe o sabão dos fios que logo reapareceram na superfície completamente limpos e cheirosos. Ele sorriu, realmente sentia uma prazer enorme em servir o outro.

- Já estamos quase acabando.

- Sim, Sebastian... hoje é um dia vago, não?

- Sim, é. Se quiser podemos praticar montaria. Afinal, a festa da rainha será no próximo sábado e sempre usam cavalos para a caça.

- Eu sei, mas... não estou afim de montar hoje.

- Hum.

Agora, era o condicionador que lhe era jogado nos fios, uma massagem era elaborada ali com tamanha perfeição. A mesma seguiu para os ombros, Ciel sempre fechava os olhos e adormecia, mesmo que por alguns minutos.

- Isso é tão relaxante... que essência usou hoje?

- Camomila.

Ciel olhou-o por cima de um dos ombros, Sebastian correspondeu-lhe com um sorriso.

- Quer que eu fique calmo hoje, Sebastian?

- ...

O mordomo se reegueu e caçou uma toalha branca, o menino levantou-se e ele enrolou-a em seu corpo.

- Pronto, perfeitamente limpo.

- Sim, você é muito bom nisso.

- Qual roupa prefere usar hoje?

- Sebastian...

- Sim?

- .. desculpa se.. não quis compará-lo com... aquele outro...

O menino não o encarava, tinha os olhos abaixados e fitavam a água com sutis espumas em sua superfície. O de preto sorriu e falou amavelmente:

- Eu entendi, mestre. Eu lhe fascino, não consegues me enquadrar em nenhum estereotipo.

O homem aproximou-se do menino, inclinou-se para frente e tocou-lhe a face com as palmas das mãos.

- Já que és heterossexual, é bom que eu lhe pareça uma mulher, não?

- Como?

O Mordomo sorriu gentil, o garoto agora, tinha a face rubra que nem um tomate.

- Não é isso o que quis dizer!

Tarde demais, quando Ciel se deu conta, já estava sobre a sua cama e o seu servente parecia procurar uma melhor vestimenta para o pequeno Phantonville. Ciel ainda estava rubro de vergonha, agarrou um travesseiro e ficou quieto.

- Pensei se não seria uma boa idéia visitar o seu amigo. O senhor Alouis.

Ciel levantou-se permanecendo de pé na cama.

- SEBASTIAN, ENLOQUECEU!?

O mordomo finalmente escolhera uma roupa em tom azul escarlate.

- O senhor fica muito bonito nessa roup...

O Menino precipitou-se para o homem e arrancou-lhe a roupa das mãos, dando um forte tapa nela a atirando para um dos lados.

- SEBAST...

O Homem ajoelhou-se e o abraçou, puxou Ciel para si, embora num primeiro momento, este resistira e se debatera constantemente, mas logo parou e pareceu escutar o que o seu fiel empregado lhe dizia baixinho.

- Boochan...

-...

- Não comente de outros em minha presença... me sinto... incapaz... inadequado... impotente.

- Seb...

O mais velho distanciou-se um pouco e tocou a face do menino, sorria-lhe melancólico.

- És o meu mestre, aquele ao qual me dedico tanto a satisfazer... a ser o mais perfeito que posso.

- Hum. Entendo.

O garoto abaixou a face e segurou as mãos do demônio com as suas, ficou olhando-as em silêncio.

- Fui rude... admito.

- Sim, boochan.

- Não que você não mereça... às vezes merece sim.

- Sim.

- Mas... hoje... eu o comparei e... também não gostaria de ser comparado àquele garoto.

- E como seria, mestre? Não tens nada haver com ele...

- ...!

Ciel corou e fitou o olhar rubro do outro, este lhe correspondia sem ao menos piscar.

- És tão puro e gentil, boochan.

- ...!!!

- És tão lindo coradinho...

- Pare! É uma ordem! Só tem autorização de pronunciar apenas duas palavr...

O menino caminhava para a sua cama e quando ia subir nela, o mordomo o abraçou por trás. Ciel se surpreendeu e olhou-o por cima de um dos ombros, mas este não o encarava, apenas contentou-se a ficar ali, com uma das bochechas encostada nas costas do menor.

- Se...

O garoto desistiu de pronunciar o seu nome, deitou-se de frente na cama e ficou quieto ali, com a face sobre o travesseiro. Sebastian sentou-se na beirada e afagava-lhe gentil as costas pálidas.

- Mestre...

Este inclinou-se para a frente sussurrando-lhe ao pé do ouvido.

- Meu mestre...

A mão adulta dele afagava a nuca do menino fazendo uma leve compressão ali, não demorou muito a tocar com os lábios úmidos dando um beijo bem de levinho. Ciel sentiu arrepios por toda a espinha, empinou um pouco as nádegas rosadas e levou uma das mãos ao seu membro o tocando.

- Seb... continu....

Disse abafado pelo travesseiro, sim, tinha a face comprimida ali, mas não atrapalhou do ser escutá-lo já que tinha uma audição muito potente.

- Sim... boochan...

Beijou-lhe longamente a nuca, depois passeou com a ponta da língua por toda coluna do menino, criando um rastro de saliva até chegar ao seu rego. O menino já fazia movimentos de vai e vem com a mão e emitia gemidos abafados o que fez com que o demônio lhe virasse de forma a ficar com a barriga para cima,e , ao fazer isso, revelou-se um falo duro e bem avermelhado. Sebastian ajoelhou-se ali e começou a tocá-lo, massageando de uma forma estratégica para que o menino não gozasse logo, mas que experimentasse pelo maior tempo possível. Ciel gemia, contorcia-se na cama, fazia com o quadril para frente, às vezes o requebrava de forma a fazer seu membro dançar nas mãos do seu criado. Os dedos longos e as unhas negras já estavam completamente melados pelo pré-gozo do menino. Sebastian o admirava, lambia os próprios lábios, nada como poder observar um anjo em plena decadência. O homem não deixou de notar que seu corpo correspondia ao estímulo visual e ele mesmo tocava-se junto com o menino. Sem mais resistir abocanhou o falo do garoto e em alguns minutos, ambos logo estariam aliviados.

Um chamava pelo nome do outro, um gemia enquanto o outro deliciava-se com o requebrar e o prazer que a visão lhe proporcionava. Finalmente chegaram ao coito.

- Sebas...

O menino observou que seu serviçal já estava prontamente de pé ao lado da cama, impecavelmente arrumado como se nada tivesse acontecido, ele sorria-lhe gentilmente.

- Foi bom o cochilo, Boochan?

-...

Ciel sentou-se na cama e encontrava-se arrumado, ele mantinha os olhos arregalados e não conseguira entender o que acontecera.

O sorriso perfeito do demônio enfeitava aquele tremendo mistério.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Acordo Selado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.