Assim que o moreno terminou de falar, todos sentaram-se. Mas, ele havia trocado a mesa de chá dos Guardiões por um pequeno centro, uma mesinha pequena, com almofadas em vez de cadeiras. Então, após todos sentados e prontos para o jogo, Kukai fala:

-Bem, vocês sabem que há dois tipos de jogo. O direto e o verdade ou consequência. Mas, acho melhor deixarmos as coisas mais interessantes.

-Hum, talvez verdade ou consequência seria bom, mas acho que podemos fazer assim, em quem a garrafa apontar, as duas pessoas vão ter colocar um palito em suas bocas, tipo, a boca de uma pessoa em uma ponta, e a da outra na outra. Se o palito quebrar, elas param, mas se o palito continuar firme eles prosseguem, vendo onde vai-Nagihiko sugeriu.

-Tipo, se o palito não quebrar, eles se beijam?-Rima foi direta, levantando uma sobrancelha.

-É-é m-mais ou m-menos isso...-o menino falou, um pouco constrangido, ruborizando.

-Hum, pra mim tá bom. Mas onde estão os palitos?

-Eu tenho aqui alguns palitos açucarados, eu tinha a quase total certeza de que não iriam querer verdade ou consequência, por isso eu já trouxe os palitos-Nagihiko falou, revirando os olhos.

Todos assentiram, embora Tadase, Amu e Yaya estivessem bem nervosos. Então, Yaya, tentando parecer confiante, disse:

-Então, vamos começar ou não?! A Yaya-chi já está muito agoniada! Comecem logo esse jogo idiota!

-Ah, então já que o jogo é assim tão besta pra você, por que tu não começa?-Rima desafiou, fazendo a Às corar levemente.

-Ah, Rima-tan! A-a Y-yaya não quer começar! Por que você mesma não começa, já que fica mandando os outros fazerem o mesmo?!- a menina bufou, fazendo a Rainha revirar os olhos, sem resposta, sabendo que Yaya não iria ceder.

-Tá bem tá bem, eu começo já que vocês têm essas frescuras todas!-a loira exclamou, fingindo não ter interesse.

Assim, a menina girou a garrafa, apreensiva.

Os outros olhavam fixamente, todos realmente com olhares fixos na garrafa. Quando a garota girou, o objeto de vidro apontou para ela e ninguém mais, ninguém menos do que Kukai. O coração de Yaya deu um pulo, a menina tomou um susto tão grande que arregalou os olhos mais do que nunca. Ela desejava profundamente que aquele palito quebrasse. Mas também, tanto a loira quanto o moreno estavam realmente nervosos. Assim, mesmo sem querer, Rima pegou um palito, mordendo-o de um lado, e Kukai, forçadamente e com uma cara nada legal, morde o palito do outro lado. Ninguém estava com coragem para falar, por isso todos ficaram em silêncio, apenas esperando o resultado daquela situação. E Yaya, ah, Yaya sim estava mais que nervosa. A menina via a cena com tamanha apreensão, temendo que o “pior” acontecesse. E, quando o palito estava prestes a fazer a boca dos dois se encostarem, o doce se partiu no meio.

-Yes!-a Às comemorou, ainda sem perceber que havia falado isso alto.

Quando a menina percebeu que havia falado isso alto, ela rapidamente recuou, parecendo um pimentão de tão vermelha.

-Como assim “yes” Yaya?-Amu perguntou, rindo-Não vá me dizer que você estava com ciúmes do Souma-kun não é?-a menina indagou num sorriso maldoso.

-M-mas é c-claro q-que não Amu-chi! Err...

-Então o que foi Yuiki-san?-Tadase perguntou, mas um pouco mais inocente.

-Err... A Yaya tava... Tava... Querendo saber se o palito quebrava fácil, assim seria melhor de... Saber sua resistência!-a menina disse tão rápido, entre tropeços e ainda gaguejando, muito nervosa, pois como havia dito aquilo alto, tinha que dar uma desculpa.

-Hum, ainda penso que não foi só isso...-Rima falou com os olhos baixos.

-Aff. Prossigam logo com esse jogo!-a Às reclamou.

-Tudo bem então Yaya-chan!-Nagihiko respondeu-Vamos girar a garrafa.

Então, antes que alguém dissesse algo mais, o menino girou a garrafa, que apontava pra ele e uma certa menina de cabelos rosa, Hinamori Amu. Assim, a menina logo enrubesceu, muito nervosa.

-E-então Fujisaki-san, nós bem que...

-Ah nem venha com desculpas Amu-chi!-Yaya interrompeu a Coringa-Você vai sim fazer o jogo com o Nagi! Nenhum de nós aqui tem argumentos!

-M-mas...

-Nada de mas! Coloquem logo esse palito na boca!-a menina bufou.

-Afe Yaya-chan, não precisava ser tão barraqueira! Mas tudo bem, temos que jogar não é?-o Valete corou, também um pouco nervoso, pois, como Yaya desconfiava, o garoto tinha uma paixão secreta por Amu, a qual nunca revelara ou simplesmente demonstrara.

-Tudo bem então, botem o palito!-a ruiva aperreou, com um sorriso maldoso.

-Ok, sem pressa.

Então, os dois Guardiões colocaram o palito na boca, e começaram a mordiscar de ponta a ponta, e quando o palito está em praticamente seu final, suas bocas se encostam. Os dois dão um leve e suave beijo, mas bem mais longo que o esperado. Amu corou um pouco, mas estava com uma cara que gostou daquilo. Eles estavam tão intensamente concentrados que a própria Às teve que interromper.

-GENTE ISSO AQUI NÉ FILME DE ROMANCE NÃO!-a Às gritou, bufando, agoniada com a situação.

A rainha estava sem prestar muita atenção, o Rei estava realmente corado e Kukai estava totalmente perplexo.

Os dois se separaram ofegantes, forçadamente.

-Hum, devia tá muito bom pra demorar desse jeito né?-Yaya provocou, fazendo os dois ficarem muito corados.

-Y-yaya-chan! Pare de dizer besteiras!-Nagihiko disse, ainda corado. E Amu ainda estava paralisada, só saindo do transe com a conversa entre Nagihiko e Yaya.

-Tá parei, mas com certeza isso iria mais longe né?-a menina encerrou, com um sorriso maléfico.

-Agora sua vez Yaya-chan! Você gira a garrafa agora!-Amu provocou, sabendo que com qualquer pessoa que Yaya tivesse que dividir o palito, ela com certeza iria ficar bem corada e desesperada.

-Ah, Amu-chi! Por que tem que ser a Yaya?!-ela bufou.

-Ora Yaya, não era pra esse jogo ser rápido, então jogue logo!-Amu retrucou.

-Tá bem tá bem. No final terminam é roubando as frases da Yaya!-finalizou a menina, cruzando os braços.

Então, ela girou o objeto, que demorou para parar, já que a menina colocara determinada força. Quando a garrafa parou, apontou para ela, e o ex-valete, Souma Kukai.

Na mesma hora, a menina empalideceu e ao mesmo tempo corou. Ela não sabia porque, mas sentia uma certa alegria, mas também um pouco de desespero, afinal... Eles eram só amigos não?

-Hum, agora sim as coisas vão ficar interessantes...-Rima sorriu de repente.

-M-mas c-como a-assim R-rima-chi? É só um jogo n-não é?-indagou a Às trêmula.

-Claro que sim-Nagihiko intrometeu-se.

-Ah, mas deixem de besteira! A Yaya vai jogar o jogo como qualquer um!-ela deu de ombros.

-Tudo bem, se é o que você diz...-finalizou Amu.

Mesmo Kukai não ter falado muito, ele também estava bastante nervoso. Isso pra ele também era bastante estranho, mas pra quê se preocupar? Eles não eram “só amigos”?

Mas assim mesmo, o garoto sentia um contentamento, pois não havia tido que beijar Rima, mas agora tinha a chance de beijar Yaya. Por que aquilo não o incomodava? Aquilo soava mais para algo bom dentro de sua cabeça.

Então, eles colocam suas bocas em cada extremidade do palito, um pouco trêmulos, e muito corados. Ambos estavam de olhos fechados. Assim, o palito foi se corroendo, corroendo, até que o doce faz a boca dos dois se encontrarem, causando uma boa sensação nos dois. O beijo que seria curto e rápido, tornou-se algo longo e intenso. Logo a Às estava praticamente em cima do menino, beijando-o concentradamente. Os dois tinham uma ligação, um correspondia ao outro.

Até que eles se dão conta do que estavam fazendo e também por conta da falta de ar, se separam ofegantes. Yaya de repente arregala os olhos e diz:

-K-kukai... E-eu, n-não q-queria!-ela disse mal podendo falar.

Todos os outros ainda olhavam atônitos para Kukai e Yaya. Eles não haviam acreditado na cena.