Almas Prometidas escrita por ChatterBox


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

É muito pedir para vcs comentarem? Ia ficar muito feliiizzz xD
Beijocas, aproveitem o capítulo.



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          Respirei fundo dentro do carro. Olhei em volta. Estava no carro de Eric Burton, aquilo não parecia ser normal. O carro estava coberto de cacarecos que ele possuía, um monte de roupas dele espalhadas pelo banco de carona, uns papéis caídos no chão. Se tirasse uma hora para vasculhar, provavelmente encontraria lingeries embaixo dos tapetes.

O carro também aspirava seu cheiro. Era parecido com bala de hortelã e suor, não conseguia negar de que era uma combinação deliciosa.

Mas naquele momento eu tinha de me preocupar em ir pra casa, ligar pra Stella e tomar um banho quente, liguei o carro e manobrei para entrar na rua. Não conseguia imaginar que havia passado por isso. Exatamente quando achei que Stella tinha achado alguém legal, tinha sido o pior de todos. Seja lá o que Marco havia feito, devia estar encrencado agora. Em pensar que eu poderia não ter escapado viva. Haviam pessoas baleadas, pessoas inocentes pelas quais eu podia estar fazendo parte nesse momento.

Eric era um louco, Jessica podia ser uma delas também, tudo porque ele a abandonou no meio do fogo-cruzado. Ainda por cima me salvou. Tinha sido muito útil pra mim, mas extremamente inconveniente, já que eu não tinha a menor importância pra ele desde a quinta série. Poderia cogitar que talvez ele ainda gostasse de mim, tivesse lembranças de quando nós éramos crianças, mas a verdade era que isso era impossível. Ele era frio e inconsequente, não conseguia nem amar as garotas com quem saía, quanto mais guardar algum sentimento por mim.

Estacionei na garagem de casa, olhei o relógio, eram seis e meia da noite. Uma dor de cabeça latejava na minha testa.

Peguei a chave da ignição e saí do carro, tranquei a porta indo até a entrada de casa. Todos estavam assistindo televisão na sala.

Eu morava com meu pai, minha mãe e meu irmão menor, Simon. Quando ouviram o barulho da porta bater, quiseram saber sobre a festa. Tinha contado pra eles que iria á uma festa com Stella aquela tarde.

 - Como foi a festa? Correu tudo bem?

 Minha mãe perguntou da sala. Eu não queria responder, sabia que não diria à ela que fiquei no meio de tiroteio, ela nunca me deixaria pisar os pés fora de casa de novo se soubesse. Apenas disse:

 - Foi legal. Vou tomar um banho quente.

 - Tudo bem.

Ela aceitou bem. Subi as escadas. Não tinha nada que eu queria mais do que dormir, mas preocupações ainda me incomodavam. Tinha que ligar pra Stella e contar que eu estava bem.

Sabia que deveria estar com as unhas no sabugo naquele momento. Peguei o telefone no meu bolso, era um milagre que ainda estivesse ali. Disquei o número dela ao jogar-me na cama, exausta.

Ela atendeu na metade do primeiro toque:

 - Alô??

 Atendeu em tom de desespero.

 - Oi Stella.

 - Ai, amiga, quer me matar de susto? Estou com as unhas no sabugo, vai se assustar quando me ver amanhã.

Dramatizou. Me remexi na cama.

 - Eu estou bem. Quer dizer, agora estou.

 - Como escapou? Está baleada?

 - Não, fica tranquila, não foi dessa vez que você se livrou de mim.

 - O que aconteceu de verdade? Qual foi o motivo do tiroteio?

 - Parece que Marco não é exatamente quem nós achamos que fosse...

 - Ele... – Pigarreou. – Ele é um criminoso?

 - Dos piores.

 - Mas que droga. Estou arrependida de ter comprado aquela jaqueta de oitenta dólares, usei minhas economias!

 - Não foi culpa sua. Eu também achei que ele fosse um cara direito, mas pra variar não foi dessa vez.

Ela grunhiu do outro lado.

 - Quando será que eu vou achar um namorado pra mim, hein? Parece que só os imprestáveis se aproximam de mim! Preciso ir à igreja.

 - Você não sabe procurar. Da próxima vez eu vou arranjar um cara pra você.

 - Aproveita e arranja um pra você também. Pelo visto estamos na seca.

 Hesitei. Por um momento me lembrei de Eric. Stella ficaria louca em saber que ele tinha me salvado.

 - Você não vai acreditar...

Na verdade nem eu acreditava no que iria dizer.

 - O quê? Algum gato deu carona pra você no fim do tiroteio?

 - Quase.

 - Ai-meu-Deus. O que está esperando pra contar tudo?

 - Eric estava na festa.

 - Eric...? – Pausou para se situar. – Espera, Eric Burton?

 - Ele mesmo.

 - Como eu não o vi? Vocês se falaram?

 - Ele...Tipo, me salvou do tiroteio.

Silêncio do outro lado.

 - Ele... Salvou...Você?

 - Me tirou de lá pela porta dos fundos.

 - Por quê? Quer dizer... Ele não estava namorando? Não que isso indique que ele está interessado, mas sei lá, vocês mal de falam hoje em dia.

 - Não entendi também, mas ele me emprestou o carro dele.

 - O carro dele?

 - Sim, mandou eu ir pra casa.

 - E depois?

 - Voltou pra boate, para buscar a Jessica. Ele a deixou no meio do tiroteio pra me salvar. Não é esquisito?

 - Talvez seja você quem ele está querendo agora. Somos praticamente uma das únicas que ainda não caiu na armadilha de Eric Burton, talvez tenha o deixado intrigado.

 - Não acho que seja isso, ele não me cantou. Só me salvou.

 - Não seja por isso, ele vai buscar o carro hoje ou amanhã?

 - Hoje.

 - Se prepare para resistir.

 - Deixa disso, Stella. – Neguei, frenética. – Não tem como isso acontecer, foi só um surto de maluquice dele o que aconteceu, ele só é um inconsequente, só isso.

 - Tudo bem, depois não diga que eu não avisei.

 Decretou convencida. Eu soltei uma baforada, não queria que aquilo acontecesse, estava muito bem sem ele por perto, não seria agora que queria ele de volta.

 - Preciso desligar, como está o Rick, melhorou?

 - Melhorou, a mãe dele me obrigou á fazer um chá amargo pra ele antes de sair, por isso me atrasei.

 - Ela te salvou de um fogo-cruzado, até tomaria o chá amargo se fosse você.

 - Uuugh. Acho que não sou capaz disso.

 - Tenho que ir, a gente se vê amanhã.

 - Legal.

Click. Joguei-me na cama e olhei pro teto durante alguns segundos. As luzes do quarto estavam apagadas. Retomei as forças para levantar e ir tomar banho.

Não sabia que hora Eric Burton e pretendia chegar, talvez fosse do seu interesse me deixar esperando até de madrugada só por satisfação.

De fato ainda não entendia o que aconteceu na festa. Por que ele preferiu salvar á mim e não á Jessica, por mais que ele não a amasse, eu era muito menos importante que ela. Talvez fosse uma estratégia de envolvimento, fosse isso, talvez Stella estivesse certa, estivesse interessado em uma das únicas garotas que ainda não caíram na dele e ele tivesse feito isso para me deixar em dúvida, sobre se ele era ou não um cafajeste.

Não me importava. Quando chegasse diria obrigada e nada mais. Talvez perguntaria se Jessica estava bem, ou se ele estava bem, por educação.

Mas algo ainda não encaixava, como o que ele fazia na festa? Ele conhecia Marco, e se sim, da onde? Era possível que ele tivesse alguma coisa a ver com o motivo de Marco ser um procurado da polícia? Teria algo a ver com o crime cometido por eles?

Saí do banheiro, desliguei a luz, caminhei rapidamente até o corredor. Todos estavam dormindo. E eu, estava ali, esperando Eric, que droga.

Não podia dormir, estava a mercê dele, ele ia precisar do carro amanhã e eu estava com as chaves. Mas talvez não precisasse atender a ele acordada, poderia colocar as chaves na varanda em algum lugar que pudesse ver e caísse fora.

Mas algo não me deixava fazer isso. Eu queria vê-lo. Queria perguntar o porquê dele ter deixado Jessica e porque dele ter ido a festa. Algo não me cheirava bem, sabia que não era de boa índole, mas não sabia até quão suja sua índole iria a ponto de fazer parte de uma gangue.

Estremeci, ao levar um susto ouvindo a campainha tocar. Levantei da cama e saí do quarto, passei pelo corredor em silêncio para não acordar os outros. Desci as escadas e caminhei até a porta, de algum jeito, achei melhor checar pelo olho mágico antes de abri-la, não custava vigilância depois do que aconteceu.

Era ele, estava debruçado sobre a parede. Abri a porta num ato.

Ele continuou debruçado, apenas levantou o olhar pra mim. O olhar de Eric podia ser definido como não-estou-a-fim-de-papo, o que era sexy suficiente para deixar todas aquelas garotas loucas por ele.

 - Desculpe o atraso.

Falou, mas não tinha arrependimento em sua voz. Torci o lábio tentando ignorar o jeito que meu coração balançou ao vê-lo.

 - Comecei a achar que tinha sido baleado.

Entonei para que parecesse uma brincadeira, mas o tom de preocupação na minha voz me traiu. Seus lábios contraíram-se num sorriso torto. Seu olhar estava mais claro, meio escuro, a cor estava completamente indefinida, parecia oscilar.

 - Onde estão as chaves?

 Ergui as chaves e as pousei na palma de sua mão.

 - Como está a Jessica?

Eu quis saber. Mais para aliviar a sensação de culpa.

 - Está bem, ela sabe se cuidar.

 - Por que fez isso? – A pergunta saiu meio sem querer, mas foi útil. – E eu sei que isso vai parecer ridículo, mas... Você conhece o Marco? Tem alguma coisa a ver com o crime que ele cometeu?

Ele gargalhou. Acho que pensei longe de mais.

 - Sou mau, mas não tanto, Lara.

Ouvir o meu nome saindo da boca dele, Lara. De alguma forma fez-me hesitar. Ele afirmou ser mau, que egocêntrico.

 - Eu acho melhor eu ir, acho que você ia fazer alguma coisa...

Apontou pras minhas roupas, só daí percebi que estava de beibedol na porta de casa. Enrubesci.

Gaguejei:

 - Ah, é... – Ele mordeu o lábio apetecido, odiei ter dado esse gostinho à ele, além de quê isso era muito embaraçoso. – Eu tenho escola amanhã, estava me preparando pra dormir. Aliás, nós temos escola amanhã.

Esperei que ele entendesse o recado.

 - Não vou à escola amanhã. – Típico. – Mas também vou ter de acordar cedo, vou me mudar amanhã de manhã.

 Mudança? Menos mal, era um bom motivo pra faltar aula. Mas havia algo de errado quando ele disse me mudar, parecia que queria me esconder alguma coisa.

 - Vou indo agora, Cambrige. – Se afastou indo em direção ao carro. - A gente se vê.

 - A gente se vê...

Não tinha certeza se queria vê-lo de novo, não depois de perceber o quanto fiquei chocada ao ele ir embora. Podia ser perigoso de mais me envolver, muito mesmo. Não podia me aproximar dele de novo, ou tudo podia estar perdido.


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Notas finais do capítulo

Genteee, eu acho que podem ter alguns erros aí --'
É pq eu ia colocar o nome do personagem Eric de Shane antes, só que eu achei que não combinava, quando eu decidi pôr Eric, eu já tinha colocado três capítulos como Shane e fiquei com preguiça de apagar todos e escrever outro.
Daí eu pensei que como o Word considerava o nome "Shane" Como errado, e tbm tinha aquela opção de correção automática, eu mex num troço lá para corrigir automaticamente Shane por Eric, mas nas opções de correção qnd vc olhava la lista para "Shane" tinha tipo "sanem, sane..." e aí eu apertei sem querer e todos os nomes mudaram para "SANEM".¬¬ Se alguma vez isso aparecer, foi por causa disso. Sorry. -.-"
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