Almas Prometidas escrita por ChatterBox


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo virou mais uma transição para um acontecimento um pouco mais impactante que está para acontecer na história, é importante de ser lido.
Divirtam-se. ;)
Anonymous girl writer s2.



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 - Toma, - mandou Stella, colocando o celular no meu colo. – liga para ela. Convida ela para ir fazer compras com a gente.

Eric tinha me dado o número dela. Mas aquilo era mesmo necessário? Convidá-la só para que desse dicas de moda para Stella?

 - Fala sério, Ster.

Quase nunca chamava Stella de Ster, só quando estava pedindo alguma coisa.

 - Por quê? Tem problema querer mais companhias para as compras? Não é só pelas dicas de moda, ela pode ser legal, não é?

Suspirei fundo. Não sabia se podia dizer que estava falando a verdade, mas não faria diferença, não fazia mal chama-la, eu gostava na companhia dela.

Procurei o número na agenda e chamei. Quatro chamadas depois ela atendeu:

 - Alô?

 - Alô, oi Jessie, aqui é a Lara.

 - Oi Lara, tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

 - Não, não... Eu só estou indo fazer compras com a Stella e a gente quer saber se você quer ir.

 - Compras? Nossa, estava mesmo precisando. Eu vou sim. Te encontro no centro daqui alguns minutos, pode ser?

 - Claro.

 - Até mais. Obrigada pelo convite.

 - De nada. Até mais.

Desliguei. Stella fitou-me cheia de expectativa:

 - Então...?

 - Ela aceitou. Vai nos encontrar lá.

 - Awn... Você podia ter pedido carona, ia economizar bastante gasolina do meu carrinho e eu ia adorar andar naquele conversível dela.

Stella parecia ás vezes bem interesseira, mas tinha bom coração.

 - Ster!

Reivindiquei.

  - Que foi? Não posso adorar conversíveis?

 - Não seja boba, vamos, não vamos a deixar esperando, não é? Nós convidamos.

 - Tudo bem!

Stella pôs as mãos para o alto em ar de rendição.

Chegamos na Esquina de compras Terry e Jessica estava estacionando o carro no mesmo momento que nós.

Saímos e nos cumprimentamos com abraços.

 - Oi!

Jessica tinha o estilo “estou-sempre-sorridente” e um faro espetacular para peças de roupa. Estava naquela tarde, vestindo uma boina verde-oliva virada para o lado. Uma trança no cabelo e um vestido preto com um cinto marrom grande na cintura.

 - Olha, eu estou disposta á levar uma loja inteira hoje. – falou enquanto andava pela calçada em frente ás vitrines. – Estou precisando relaxar e também me livrar de algumas roupas que não aguento mais.

 - Ah, sabe que eu também? – Stella entrou na conversa. – Tem um monte de roupa que eu já enjoei.

 - A gente podia fazer umas trocas depois, o que você acha?

 - Acho ótimo.

 - Legal.

Começamos á andar e entramos em uma loja de liquidação, tinha ala feminina e masculina. Stella logo tratou de pegar milhares de roupas e entrar no provador então ficamos eu e Jessie escolhendo umas saias.

Olhei em volta, não tinham muitas pessoas na loja. Vi um garoto na ala masculina que me chamou a atenção, era extremamente familiar, usava um moletom azul e calça jeans, cabelos loiros e fuçava os cabides de calças jeans. Só então percebi quem era. Raymond.

 Sorri e o chamei:

 - Hey, Ray!

Acenei alegre.

Olhou para mim e abriu um sorriso vindo me cumprimentar. Jessica passeou pelas prateleiras, distraída.

O abracei.

 - Que bom te encontrar, também veio fazer compras?

 - É, estou precisando de umas calças novas, mas e você, veio com alguém? Me contaram que está namorando.

 - É, estou. Vim com duas amigas, deixa eu te apresentar a Jessica...

Peguei o braço dele para leva-lo até Jessie, ela ainda olhava as roupas dispersa. Mas algo aconteceu quando eu aproximei os dois, do nada, Raymond parou, recuou um passo.

 - Jessie, esse aqui é... – Olhei para ele alarmada. Fitava Jessica com surpresa, susto talvez, parecia gélido, como se acabasse de ver uma assombração, imóvel e sem fala. Fiquei preocupada. – O que foi?

Raymond respirou denso. Só então Jessica virou-se para ele. E surpreendentemente teve a mesma reação. Ficaram em silêncio olhando um pro outro com cara de terror sem dizer nada e eu só fiquei parada, tentando entender o que eu perdi.

Jessica então deu a primeira palavra:

 - Ray...?

Foi como se estivesse com medo agora, como se acabasse de ter sido machucada. Seguiram-se dois minutos sem Raymond manifestar resposta até que ela veio:

 - Jessie...!

E avançou em cima dela, agarrou-a com toda força pela cintura e a beijou intensamente, meio agressivo, apressado, não sei bem.

Fiquei incrédula, sem reação. Não entendi bem o que tinha acontecido, eles se conheciam? Tinha sido tipo... Amor á primeira vista? Desejo avassalador pela primeira olhada?

Corrigi-me para não assistir o beijo dos dois, aquilo era bastante constrangedor, ainda bem que não haviam muitas pessoas na loja, porque o beijo estava ficando cada vez mais longo e... Louco?

O que me pareceu ser uma hora depois, eles se afastaram. Continuei de costas e constrangida.

Quando enfim ouvi o murmúrio de Raymond para Jessica:

 - Sabe quanto tempo eu procurei você? Sabe o que aconteceu depois que me deixou...?

Foi então que numa explosão de lógica minha mente ligou os pontos. Raymond era o par da Jessie! Ele veio morar na cidade para acha-la depois que ela foi obrigada á morar aqui para protege-lo!

Virei para eles e não pude evitar de indaga-los:

 - Vocês são o par um do outro??

Ray me olhou com indiscrição, com a testa franzida depois sussurrou para Jessie:

 - Ela sabe...?

 - Não só sabe como é um par.

 - Então... – Ray se afastou um pouco de Jessie por uns instantes, rindo da situação. – Pelo visto eu estava mais perto de você do que imaginava...

Andou em círculos pensativo ainda confuso com o que acabou de acontecer e num ato voltou-se para Jessica:

 - Você não podia ter me deixado... – Seu tom tinha mágoa, e ao mesmo tempo receio de perde-la. Pegou as mãos dela. Ambos estavam com os olhos cheios de lágrimas. Não podia negar que era uma cena romântica e emocionante. Pensava em como seria se tivesse acontecido o mesmo comigo e Eric e foi como se eu me sentisse como eles se sentiam ali. – Me magoou muito, eu... Não consegui ficar longe de você, sem ter notícias suas, distante, eu tive que descobrir onde você estava. Quando eu descobri em que cidade você estava, eu vim morar na cidade vizinha para conseguir achar você, mas o tempo passou e eu não consegui te encontrar. Perdi as esperanças e tentei te esquecer com a Lara... – Tudo bem, não queria que tivesse contado isso. Não queria que ela soubesse que eu beijei o namorado dela. Até porque não tinha sido nada. Eu vi Eric no lugar dele e provavelmente ele a viu no meu lugar. Só esperei que ela soubesse disso. – Mas você sabe que não é possível não é?

Jessica estava aos prantos, parecia uma mistura de arrependida e injustiçada. Quando conseguiu recuperar fôlego entre um soluço e outro ela disse:

 - Acha que não foi difícil para mim? – soluçou. – Mas eu tinha que proteger você, você sabe o perigo que está correndo tendo vindo atrás de mim?

Ray pôs as mãos no seu rosto, senti uma lágrima rolar no meu rosto. Estava emocionada e fragilizada com aquela cena, era impressionante como parecia o mesmo sentimento, me tocou profundamente. Pensar que poderia acontecer o mesmo comigo e Eric.

 - Corremos maior perigo estando separados. – Ray fitou-a nos olhos. – Não posso viver sem você, Jess...

E a beijou.

Recuei lentamente, não fazia sentido atrapalhar o reencontro dos dois, quando pensava em mim nessa situação, imaginava que iria querer privacidade e só ver uma pessoa na minha frente, Eric.

Eles iam ficar bem. Certo que agora correriam mais riscos, mas estavam juntos, sabia do mesmo jeito que sentia-me forte com o meu par, que eles seriam mais fortes juntos também.

Puxei Stella para longe, não podia deixar que ela desconfiasse ou atrapalhasse os dois, nunca entenderia.

 - Aii!! Espera, mas e a Jessie?

Stella protestava enquanto puxava-a para passar pela porta.

 - Encontrou um velho amigo, vão voltar juntos para casa.

Menti, mas não tanto.

 - Nossa, ela mal saiu com a gente, já vai sair com um outro amigo. Somos tão desagradáveis assim?

 - Talvez.

Falei qualquer coisa, só para faze-la mudar de assunto.

 Fizemos um pouco mais de compras durante o resto do dia, passamos na nossa sorveteria de sempre, Janine’s Claire Bottom. Na saída, tive o maior susto da minha vida, justamente quando estava sozinha voltando á pé para casa de noite.

 Jared apareceu, surgiu, devia ter se tele transportado até ali, para me pegar desprevenida. Quase gritei ao vê-lo, mas consegui recuperar o fôlego e me manter segura na frente dele. Não podia demonstrar medo. Sorriu presunçoso para mim, observando minha exaustão.

 - O que você quer aqui?

Indaguei-o, nada contente. Não consegui evitar de ficar com o coração á mil por hora, estava começando á conseguir me aterrorizar.

 - Calma, - gargalhou num apelo de palmas das mãos para cima como numa rendição. – só precisava falar com você.

 Colocou as mãos atrás. Na analisei-o desconfiada, poderia confiar nele?

 - Do que você quer falar?

Não tinha carinho na minha voz.

 - Você me deixou confuso, sabia? – estranhamente, parecia sincero sobre isso. Nos seus olhos laranjas havia confusão. – Isso é algum truque?

 - Truque? – Perguntei para ter certeza de que ele falava sério. Acho que não estava acostumado com conselhos, achava que tudo era parte de algum plano. – Isso se chama verdade, diga “muito prazer.” Para ela.

 - Acha que me enganam? Querem me fazer acreditar que eu vivo uma vida sem sentido para querer me confundir se devo te sacrificar ou não, mas não adianta, porque eu tenho foco. – enfrentou-me. Me perdi. Desde quando aquilo começou á ser uma discussão? – E  quando me olha assim, tentando me seduzir, e tudo um plano também, não é?

Franzi todo o rosto. Aquilo foi ridículo. Bufei três vezes um riso irônico antes de conseguir falar.

 - Escuta, nosso lado não é trapaceiro como o seu. E eu não seduzo você! Não tenho culpa se nunca ficou tão perto de uma garota legal, ta? Agora deixa eu ir para casa? Obrigada.

Atravessei-o seguindo o meu caminho, dando-me minha própria permissão para ignorá-lo. Aquilo foi o bastante ridículo e patético para eu pensar que talvez nem tenha sido real. Jared estava sendo seduzido por mim? Desde quando eu tive essa intenção? Nunca.

Fui direto para meu quarto. Estava no banheiro escovando os dentes quando ouvi o barulho de pés pesados pisando no meu quarto. Voltei-me para o quarto ansiosa. Eric. Tinha esperado por aquele momento o dia todo. Dormir ao lado dele tinha se tornado a minha parte favorita do dia. Não via a hora de deitar no peito dele, acompanhando sua respiração e aspirando seu cheiro toda a noite, ouvia ele sussurrar no meu ouvido quando não estava com sono e estava se tornando um vício tê-lo perto de mim.

Corri até ele e o tomei num beijo. No mesmo momento ele me respondeu, me colando no corpo dele. Uma das coisas que eu mais gostava de sentir estava sentindo agora. Estava ficando difícil me controlar e sentia que para ele também.

Seguiu-se um minuto até que ele me afastasse cuidadosamente dele. Mesmo cuidadoso, ainda odiava quando me obrigava a ficar longe.

 - Sabe que não pode fazer isso comigo...

Apelou ainda tocando meus lábios, tudo porque o obriguei a ficar ali, prendendo meus braços no pescoço dele. Não demorou para que ele conseguisse tirá-los de lá sem esforço. Suspirei com frustração.

 - Quando isso vai poder continuar, hein?

Reclamei, sentando-me na cama. Ele veio até mim sentou-se ao meu lado.

 - Assim que estiver a salvo e tiver certeza que não vou te machucar.

Envolvi meus braços nos ombros dele insistindo:

- E se eu quiser que você me machuque?

Mas ele não me levava á sério, quando se tratava de minha própria segurança ele tinha certeza de que eu era a última pessoa que ele devia me confiar.

 Riu brevemente tirando meus braços dele.

 - Para, sei muito bem que você não gosta de apanhar. Tenha um pouco de paciência está bem? Por que não me conta o que aconteceu hoje?

Sugeriu. Estava disposta a ir com aquele assunto até o final, mas fui obrigada a contar o que tinha acontecido:

 - A Jessica, o par dela é o Raymond, acredita nisso? Eles se encontraram hoje quando fomos fazer compras.

Eric fez expressão de perdido.

 - Quem é Raymond?

Hesitei. Sabia que não iria gostar que eu o lembrasse do episódio no Mega Z.

 - É o cara que você deu um soco...

Falei tímida.

 - Ele? – senti que se esforçava para não se irritar ao lembrar-se dele. – E por que ele beijou você?

 - Pelo mesmo motivo que eu, tentando esquecer o par dele.

 - Mas o que ele está fazendo aqui? Jessie saiu e lá especialmente para deixa-lo em segurança.

 - Eu sei, mas ele veio atrás dela.

 - Que tolo! Não sabe o perigo que vai correr agora.

 - Teria feito o mesmo.

Quando eu disse isso ele pairou, não tinha notado como aquela situação era semelhante á nossa, aconteceria tudo isso com nós dois.

Voltou atrás na mesma hora quando percebeu que acabou me chamando de tola. Não ligava, não importava quão tola eu fosse por amá-lo tanto assim, eu adorava aquilo, adorava me sentir tola.

 - No fundo eu sei. – sibilou. – Sei que acabaria sendo fraco e vindo atrás de você. Mas eu só quero me obrigar a pensar que eu posso fazer isso, porque se algum dia eu precisar te deixar para deixa-la viva, preciso muito resistir á isso, Lara.

 - Não tem que resistir a nada, eu não vou embora.

Disse-lhe concreta.

 - Nunca vou te deixar.

Passou o polegar no meu rosto carinhosamente.

 - Acho que Jared acha que estou o seduzindo.

Tudo bem, aquilo saiu sem querer, de repente lembrei e disse, tinha que parar com essa mania. Eric não fez nada que fosse novidade, fez uma cara feia ao ouvir o nome de Jared.

 - Como assim?

 - Não sei... Ele me encontrou agora á pouco, disse que era um truque para distraí-lo. Mas juro que não fiz nada.

Aquilo fazia eu parecer culpada, mas eu não era!

 - Quero você longe dele. Dizer que isso é um truque é um truque dele para achar que é inofensivo e pode ter sentimentos por alguém, sabe que isso não é possível, não é?

 - Claro!

Afirmei meio que automaticamente, mas na verdade achava meio rude. Ser um caçador era bastante sombrio e coração-de-pedra, mas não significava que ele não podia ter sentimentos.

 - Vamos dormir, venha.

Chamou.

Nos aconchegamos na cama, encostei meu rosto no peito dele enquanto ria ouvindo ele sussurrar uma canção de ninar como se eu fosse uma criancinha pequena.

 Não queria que ele soubesse, mas estava pensando em Jared naquele momento, não como uma lembrança boa, mas com preocupação. Se estivesse mesmo deixando Jared envolvido, sem querer, poderia estar me metendo em uma enrascada. Não podia fazer um caçador morrer de amores por mim. Eles eram o tipo de pessoas que faziam tudo para conseguir o que queriam, a prova já era o que eles eram. Caçadores. Pessoas que dedicam a vida para sacrificar alguém e atingir a imortalidade. Dava-me arrepios pensar que Jared poderia estar sentindo alguma coisa por mim. Se ele me quisesse, não iria me ter. A final eu sou prometida para Eric, ficarei apaixonada por ele minha vida toda. E quando visse que não pode me ter... Se eu for o seu próximo desejo? Poderia ser pior do que correr perigo de vida nas mãos dele.

Abracei forte Eric. Não podia pensar em nos ver separados, nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, de arrepiar, hein?
Jared vai roubar a cena. Kkkkkk'
Beijocas, Anonymous girl writer s2.
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