A Filha Da Magia escrita por Isabela Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1




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Meu nome é Marina, eu levo uma vida normal. Isso é, levava até descobrir que eu não era, bem, uma adolescente comum.
 Era uma linda manha de sábado, eu e meu amigo Lucas, passeávamos pelo parque, como de costume. Nos sentamos próximo ao lago, na grama e ficamos por um tempo, observando as nuvens. Quando algo passou rente as nossas cabeças. A principio não distingui bem o do que se tratava. Quando Lucas gritou:
 - Corra Marina! Esconda-se.
 Corri.
Fui para perto de um arvore que se situava próximo à saída do parque. Não adiantou. Aquela coisa que e parecia com um morcego gigante continuou me perseguir.
- Marina! Pegue! – disse Lucas jogando para mim um anel.
Peguei o pequeno objeto que, logo se transformou em uma lança que eu mal conseguia segurar.
- O que é isso Lucas?  O que esta acontecendo aqui?
- É uma longa e perigosa historia. Te explico quando chegarmos.
- Chegarmos aonde?
- Você vera.
E isso foi tudo que ouvi antes de bater minha cabeça e desmaiar.
Lembro-me de ter acordado em algum lugar que me parecia ser de outra época.
Sentei-me ainda meio zonza. E com a visão um pouco embaçada.
- Onde estou? – perguntei
- Bem vinda de volta Marina!
- Lucas! É você! – disse quase o esmagando em meus braços.
- Também estou feliz que esteja bem.
- Mas... Que lugar é esse?
- Se chama Acampamento Meio-Sangue. É um lugar para pessoas como você.
- O que você quer dizer com “pessoas como você”?
- Venha, conheço alguém que poderá te explicar melhor. -  disse Lucas me ajudando a levantar.
Olhei para baixo ainda meio zonza.
- Lucas! Suas pernas! O que houve?
- Ah... Bem... Eu não queria lhe contar assim, desse jeito.
- Eu estou em um lugar que você me diz ser para pessoas como eu, com um galo gigante na minha cabeça e um amigo que esta com um par de pernas de BODE! Eu mereço explicações. Não acha?
Lucas me puxou e me levou para fora daquele lugar que distingui como enfermaria.
- Pare com esse mistério todo! Me diga aonde você esta me levando?
Lucas continuou a me puxar sem dizer mais nenhuma palavra.
Chegamos a uma grande casa, entramos em uma sala que, parecia um salão de jogos.
- Sente-se – ofereceu-me um homem que, surgiu não sei de onde.
- Quem é você? O que eu estou fazendo aqui? E... – o homem não me deixou terminar as minhas inúmeras perguntas.
- Acalme-se criança. Lhe darei todas as respostas que deseja.
- Certo! – falei com um tom de desgosto.
- No mundo há mais ‘tipo’ de pessoas do que você imagina. Lembra-se daqueles mitos sobre Deuses e Deusas da Grécia e Roma antiga? – perguntou-me Quiron.
- Vagamente...
- Aqueles Deuses e Deusas ainda vivem e ‘ficam’ com mortais tendo assim proles metade humanas e metade Deuses. – disse Quiron apontando em minha direção.
- Não, não, não pode ser! Eu sou só uma garota do interior de Nova York. De jeito nenhum sou isso que vocês dizem. Definitivamente, eu sou a garota errada.
- Má, lembra-se daquele dia no parque? Aquele morcego que nos perseguia era uma fúria. Ainda não sabemos muito bem o que exatamente ela fazia aqui e nem o que ela queria.
- Nossa então tudo isso, é mesmo real! – disse eu, incrédula – Mas, Lucas, e suas pernas? O que houve com elas?
- A, isso. Eu sou um sátiro. Sou encarregado de trazer os semideuses seguros para cá. Me tornei seu amigo logo que eu soube o que você era.
Eu me sentia mais como algum tipo de mutante do que metade Deusa.
- Seu eu sou mesmo isso que vocês dizem “metade Deusa” , quem é minha mãe olimpiana?
- Ainda não sabemos. Mas esperamos que hoje a noite na fogueira, você seja reclamada. – explicou-me Lucas
- Lucas, leve-a para o chalé de Hermes para que descanse e ponha suas ideias no lugar. – sugeriu Quiron
Saímos da grande casa e nos dirigimos aos chalés. Era algo como um U gigante. Formado por chalés de varias cores, formas, tamanhos e enfeites.
Nossa caminhada até o chalé de Hermes foi bem silenciosa.
Em quanto andávamos, pensei em tudo o que havia acontecido até aquele momento. Pensei no acidente de meu pai e em quem poderia ser minha verdadeira mãe.
- É aqui – disse Lucas abrindo a porta para que eu entrasse.
Ao entrarmos a primeira coisa que pensei foi: Uau! Que bagunça!
- Seja bem vinda – me recebeu um sorridente garoto que se apresentou como Léo, filho de Hermes.
- Léo, essa é Marina, ela é nova aqui. Tem uma cama sobrando para que ela possa descansar?
- Sim, venha por aqui Marina.
Léo me levou a uma cama encostada na parede.
- Obrigada.
- Aqui estão, toalhas e roupas. Espero que fique confortável.
Léo saiu e eu fui tomar um banho e deitar um pouco.
Não consegui dormir. Muito menos descansar.
Levantei com Léo me chamando para jantar.
Lavei o rosto e descemos para o refeitório.
Logo após o jantar fomos para a fogueira quando aconteceu. Eu fui reclamada.
Um pequeno e flamejante caldeirão apareceu sob minha cabeça e, não importava para onde eu me movia, o pequeno e flamejante caldeirão me seguia.
- Seja bem vinda Marina, filha de Hécate.
Eu estava extremamente paralisada e sem reações. Não sabia o que fazer ou dizer.
Desceram dois garotos. Uma menina que aparentava ter uns 16 anos e um garoto com uns 14 anos.
- Seja bem vinda Marina, meu nome é Tamires e esse é meu irmão Thor – apresentou a garota.
- Obrigada – eu disse sendo esmagada por uma Tamires feliz demais.
- Venha, vamos ajudar a seu instalar – disse Thor.
Eu sempre fui sozinha. Criada por meu pai até os 5 anos, filha única e agora eu tinha dois irmãos com quem eu com certeza gostaria de passar um tempo junto. Eu estava tão feliz. Estava a ponto de explodir ou até sair levitando.
Saímos pelo grande campo de atividades até chegarmos a um chalé que, por fora lembrava uma daquelas casas mal-assombradas de filmes de terror antigos.
- Bem, chegamos – disse Thor abrindo a porta.
- Nossa! – foi tudo que consegui dizer.
Logo ao entrar, via-se uma grande televisão de plasma e algumas parafernálias tecnológicas. Havia apenas duas grandes camas e um sofá com formata de um U. A decoração era linda. E parecia em constante mudança.
- Por sermos filhos da Deusa da magia e bruxaria temos alguns privilégios. – gabou-se Tamires
- É lindo. Nunca imaginei que eu Marina uma garota normal, seria filha de uma Deusa.
- Acho que você conseguira se acostumar com isso... Como eu dizia, nós, filhos de Hécate, temos alguns privilégios como conseguir levitar alguns objetos com a mente, mudarmos de roupas com um simples estalar de dedos ou fazer a decoração ficar em constante mudança – concluiu Tamires.
- Acho que não vou demorar a me acostumar com isso...
Depois de arrumarmos mais um cama, jogamos alguns jogos e fomos dormir.
Sonhei que estava caindo.
Não consegui distinguir onde, mas, a cada vez ficava mais quente. Era como se eu estivesse afundando em lavas.
- Marina! Marina! Acorde. Acho que estava tendo um pesadelo. – disse Thor.
Sentei-me assustada na cama e contei o sonho a Thor e Tamires.
- Pela manhã podemos conversar com Quiron, ele poderá interpretar seu sonho – sugeriu Tamires.
Deitei-me e logo adormeci. Dessa vez não sonhei.
Acordei com o despertador, já eram 07h30min.
- Bom-dia! – disse uma espontânea e sorridente Tamires.
Levantei e tomei banho.
Eu estava animada com o meu primeiro dia no acampamento, mas também preocupada com o meu sonho.


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