Damned Promise escrita por raquelsegal


Capítulo 4
Capítulo quatro




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– Ivy! Vamos logo! – Will gritava.

– Eu já vou. Espera eu terminar de pegar o troco do café. – respondi enquanto terminava de comprar meu cappuccino.

Era uma sexta-feira e estávamos todos animados com o luau que aconteceria mais tarde na praia em frente ao campus. Peguei meu troco e corri em direção à Will.

– Quanto tempo temos? – perguntei olhando para o pulso dele.

– Cinco. Acha que conseguimos?

– Temos que conseguir.

– Vem. Segura minha mão. – disse estendendo sua mão para mim. Olhei para ela e hesitei, mas não por muito tempo. Segurei-a forte e de repente senti um puxão no meu braço.

– Se segura. – Will disse. – Vamos correr um pouco. – e começou a correr, me puxando junto. Corri para acompanhar seu passo, mas era difícil. Will tinha um porte atlético e eu... bem, era apenas eu. Compro coisas em shopping e vou ao cinema. As únicas vezes que corri foi em alguma promoção ou em um show de uma banda que eu amava.

– Espera, Pernalonga! Não tenho tanto fôlego assim. – disse.

– Pernalonga? Mas o que isso tem...

– Esqueça. – interrompi-o. Will começou a rir e continuou correndo.

Chegamos à sala esbaforidos e bagunçados, e o professor nem tinha chegado ainda. Tinha fios de cabelo na minha boca e Will estava com uma mancha de café na ponta da blusa. Sim, na correria derramei café nele. Fazer o que...

Parada na porta olhei para minha mão e percebi que ainda continuávamos de mãos dadas. Envergonhada, larguei a mão de Will devagar. Ele olhou rápido para mim, mas fingiu não perceber e começou a andar para o fundo da sala, onde era seu lugar. O segui, já que sentava perto dele.

Will foi cumprimentar seus amigos e eu apenas sorri para eles. Joguei minha mochila no chão e me larguei na cadeira. Posso ser patricinha, mas a relação que tenho com cadeiras e afins é uma coisa muito íntima. Simplesmente sento como um menino: pernas abertas e corpo afundado.

– Confortável? – Will sussurrou de uma forma sexy e insinuante no meu ouvido. Ajeitei-me rápido na cadeira, constrangida. Olhei para trás e ele estava rindo.

– Há. Há. Achou graça, é?

– Sim. O jeito que você se arrumou rápido. Fica calma, Ivy. Pode se sentar do jeito que quiser. – disse dando um sorriso que fez meu coração disparar. Sorri de volta e virei para frente.

A aula foi passando e finalmente ouvimos o sinal da saída.

– Vai ao luau? – Will perguntou, arrumando sua mochila para sair.

– Claro. E você?

– Não perderia por nada. – sorriu e veio andando junto comigo. Eu simplesmente não entendia o porquê, mas a presença dele fazia meu sangue circular mais rápido e meu batimento cardíaco aumentar consideravelmente. Eu queria estar cada vez mais perto dele e meu desejo de tê-lo só para mim apenas aumentava.

Chegamos ao meu dormitório e nos despedimos com um aceno de cabeça. Estava entrando no hall principal quando Will me chamou.

–Ivy! Trate de se arrumar, ok? Quero te ver bonita hoje. – gritou, sorrindo para mim.

– Há. Há. Engraçadinho. – respondi ironicamente.

Fui para o meu quarto e Jennie já estava se arrumando.

– Vai ser hoje finalmente? – perguntou colocando sua camisa azul justa. Olhei para ela séria, mas comecei a rir junto com ela.

– Vai saber. Não depende só de mim. – disse.

– Ivy, ele já está na sua mão faz tempo e só você não percebeu ainda. – Não respondi e continuei me arrumando. Escolhi um vestido branco e um par de sapatilhas pratas. Jennie estava com uma saia preta e a camisa azul, completando com seu par de sapatilhas pretas. Deixei meu cabelo cair na frente e botei um arco. Estávamos lindas.

Descemos para pegar o táxi e nos encontramos com Katie e Bella, duas meninas que estudavam conosco, e decidimos ir juntas e dividir o dinheiro depois.

Havia um quiosque que tinha sido reservado para nós naquela noite.

Chegamos à praia e vimos ao longe um brilho de fogueira. A noite estava linda e o céu recheado de estrelas. Fomos nos aproximando e acabamos tirando nosso sapatos para ficarmos mais confortáveis na areia. Will, Ben e Paul estavam em um canto assando marshmallows, um grupo de seis pessoas estava dançando em volta da fogueira e outro grupo mais cheio estava tocando violão e cantando músicas perto da água. Falamos oi para todos e nos juntamos ao pessoal do marshmallow.

– Olá! – falei.

– Oi gente! – Jennie disse, sorrindo.

Os três olharam para nós e responderam educadamente. Will fixou seu olhar em mim e não consegui parar de olhá-lo. Ele estava realmente bonito com aquela camisa cinza de decote V e a bermuda xadrez branca. Envergonhada, olhei para meus pés e encarei Jennie, que olhava para mim com um sorriso malicioso nos lábios.

A noite foi passando e estávamos nos divertindo muito. Todo mundo se juntou para cantar, comer, dançar, contar piadas e histórias de fantasmas. O dia estava sendo ótimo para todos. Jennie tinha ido para um canto afastado se atracar com Paul e Ben estava tão bêbado que foi dormir no carro de Will. Algumas pessoas ainda continuavam dançando e bebendo.

– Vem cá. – Will me puxou pelo pulso em direção à água. Sentamos na areia e ficamos olhando para o céu. Após um longo minuto de silêncio, Will começou a falar, quase sussurrando.

– Quando eu era pequeno costumava ir à praia de noite com meu pai. Adorávamos ver as estrelas e brincar na água. Mas depois do acidente dele, nunca mais cheguei perto desse lugar.

– O que aconteceu com ele? – perguntei virando de lado para olhá-lo.

– Ele estava com uns amigos no mar, bem em cima de um banco de areia. Os amigos foram jogar vôlei, mas ele quis continuar ali. O banco desmoronou e ele não conseguiu voltar à superfície. Quando seus amigos viram, já era tarde. Eu só tinha 9 anos quando aconteceu. – virou para o lado e me encarou. Seus olhos estavam brilhando e sua expressão demonstrava tristeza e saudade.

– Sinto muito. – foi a única coisa que consegui responder.

- Tudo bem. - ele disse, dando de ombros.

- Então... - falei gaguejando, enquanto olhava para meus pés na areia. - Por que veio para cá hoje?

Will hesitou um momento.

- Me sinto seguro com você, Ivy. - Will olhou bem no fundo dos meus olhos e se levantou para poder sentar. Fiz o mesmo e ficamos nos encarando. Ele se aproximou e tocou meus lábios com seus dedos. Tive a sensação de que o mundo havia parado e só existia eu e ele no momento. Fechei os olhos e me entreguei aquele beijo. Seus lábios estavam quentes e delicados, mas o beijo era convidativo e viciante. Senti seu calor passar pelo meu corpo inteiro e um desejo profundo cresceu em meu peito. Will foi abaixando e começou a dar beijos em meu pescoço. Ele segurava minha mão e ia passando a mão atrás da minha nuca. Eu não queria parar e nem ele, mas eu precisava me controlar. Não nos conhecíamos a mais de uma semana e eu já havia me entregado. Continuamos ali até escutarmos ao longe uma buzina.

– Will! Precisamos ir ou Ben vai vomitar no tapete do seu carro. – Paul gritou.

– Já estamos indo! – Will respondeu de volta. Ele olhou para mim e se levantou, estendendo sua mão para eu segurar. Levantei com sua ajuda e caminhamos até o carro abraçados. Will havia escorregado seu braço até minha cintura e eu segurava a dele. Fomos embora e chegamos ao meu dormitório. Paul se despediu de Jennie com um beijo super caloroso, para não dizer palavra pior, e esperamos ela subir e ele sair para seu dormitório.

– Cinema amanhã. Quer ir? – Will perguntou.

– Contanto que eu não pague a pipoca e o refrigerante. – brinquei, sorrindo para ele.

– Ah, droga. – disse me puxando para perto de seu corpo até estarmos colados um no outro. Ele me beijou e novamente aquele desejo intenso subiu pelo meu corpo. Apertei seus braços com minha mão e ele começou a apertar minha cintura.

– Te vejo amanhã, então? 18 horas, pode ser? – falei contra a minha vontade, parando de beijá-lo.

– Claro. – disse e me deu um último beijo antes de partir em direção a seu dormitório. Subi as escadas e cheguei ao meu quarto. Jennie me empurrou contra a parede e sussurrou no meu ouvido.

– Conta. Tudo. Agora! – e se distanciou, rindo. Olhos brilhando de felicidade. Olhei para ela e sorri, envergonhada, mas prometi contar tudo para ela no sábado de manhã.

Fui deitar para dormir e não pude deixar de sonhar com aquele garoto. Aquele.



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