Genes: Você Não É A Única! escrita por Marilapf, Amis


Capítulo 17
Capítulo 16 - Beijo


Notas iniciais do capítulo

Well, um pouco atrasado, mas tá aí...



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Lizzie entrou na sala exatamente quando o sinal tocou avisando o início da aula. Sentou-se na frente de Jenna, que estava ao lado de Bridget e respirou fundo.

- Lizzie – disse a loira animada. – Acabei de descobrir porque o Logan fez isso com o seu braço. – disse fazendo uma pausa dramática, com seus olhos gelos brincando. - Ele é namorado da Linda! – falou animada.

A morena revirou os olhos.

- Jura gênio? – disse de forma irônica. – Nem tinha percebido isso quando a Barbie chamou ele de amor...

 Bridget a ignorou e continuou sua conversa com Jenna.

-Como ele aguenta ela? – perguntou a loira.

- Eu acho que ele só namora ela porque ela é bonita... – Jenna comentou calmamente.

- Bonita? – exclamou Bridget um pouco alterada. – Ela não chega nem perto de ser bonita. – disse mexendo em seus fios loiros claros.

A garota encarou a loira.

- Bridget. – falou Jenna – Ela pode ser uma vaca, mas ela é bonita.

Os olhos da loira faiscaram de raiva. Ela era a mais bonita.

- Não, não é. Ela é muito feia, cabeçuda demais, gorda, oxigenada, muito feia – respondeu a loira fazendo bico.

            Jenna ia responder, mas Lizzie virou para trás, fitando-a.

- Quando ela faz isso, você espera ela parar de falar e faz ela dizer uma coisa boa, daí você dá um biscoito para ela. É assim que se treina uma loira! – disse divertida.

            Jenna riu, mas a Bridget fechou a cara e olhou fixamente para a louza.

*-*-*

            Faith andava ao lado de Adam, que havia se oferecido para acompanha-la até a sala. Ele contava para ela a vida de cada pessoa que passava por eles, rindo das próprias piadas, demonstrando ser muito divertido.

- E a Linda? – perguntou a ruiva curiosa.

- Bem, não tem muita coisa para falar sobre ela. – disse Adam calmamente. – Ela namora o Logan há bastante tempo e tudo que sei sobre ela é isso.

A ruiva revirou os olhos rindo.

- Você sabe tudo de todo mundo e nada dela?

O garoto assentiu.

- Ela é meio reservada, só conta as coisas para o Logan e para Jennyfer... E a Jenny é bem leal – falou sério. - A única qualidade dela. – completou sorrindo venenosamente.

            Eles entraram na sala e se sentaram em carteiras da frente. Adam havia começado a contar sobre um caso entre o professor de gramática e a professora de yoga quando viram Mary e Luke entrando.

Os dois se dirigiram ao fundo, sendo seguidos pelo olhar por Faith.

- Ele é bonitinho não é? –comentou Adam, com seus olhos falsamente azuis brilhando.

Faith suspirou, antes de arregalar os olhos.

- Que? – disse, se virando para frente e corando levemente ao perceber seu suspiro.

Adam riu.

- Tudo bem, eu também reagi assim quando o vi pela primeira vez. – disse observando ele de relance. -  Mas aí eu vi o Daniel e esqueci o Luke..

A ruiva desviou seu olhar da louza para ele.

- Espera, como assim? – perguntou confusa. – Você é gay?

- Não dá pra perceber? – perguntou ele rindo.

A menina o analisou durante alguns segundos, antes de responder.

- Na verdade não... – falou ela atônita.

- O que não dá pra perceber? – perguntou Mary atrás deles, curiosa.

- A gente não viu vocês aqui na frente. – disse Luke, que estava ao lado de Mary. – Achei que vocês ainda não tinham chegado.

Adam fez um gesto com a mão de descaso.

- Tudo bem. – disse.

- Eu ainda quero saber o que não dá para perceber – disse Mary insistindo.

            O professor entrou logo em seguida e todos se sentaram esperando o início da aula.

*-*-*

            Melanie pegou seu caderno e o colocou em cima da mesa. Sua primeira aula seria de controle emocional, então ela não tinha muita certeza de qual material ela precisaria. Remie, que estava sentado ao lado da garota, conversava com Cam e Logan, que estavam  sentados lado a lado na frente de Remie e de Melanie.

            O professor entrou na sala. Ele era negro, alto, careca e vestia uma calça social e uma camisa branca.

            Melanie ajeitou a coluna e pegou a caneta.

- Bom, como temos dois alunos novos, vou me apresentar. – falou o professor com a voz grossa e controlada. – Sou Christian e ensino controle emocional. Ensino vocês a controlarem suas emoções para não perderem o controle de seus poderes...

            Melanie anotava tudo que ele falava sem nenhuma pausa e Remie olhava em volta entediado.

- Muito bem, vamos para a outra sala – falou Christian alguns minutos depois saindo da sala e sendo seguido por todos.

- Espera, aonde nós vamos? – perguntou Melanie ao Cam, que passava por ela.

- Para sala de aula. – respondeu ele revirando os olhos.

- Nós estamos na sala de aula - falou ela baixinho seguindo o professor.

            Eles adentraram em uma sala com colchonetes espalhados pelo chão e cada aluno foi se sentando no chão ao lado de um.

- Bem, sentem em seus colchonetes. – falou Christian se sentando no seu. – Cruzem as pernas, coloquem as mãos nos joelhos, ou unam o indicador e o dedão apoiando as mãos nos joelhos. Fechem os olhos.

            Melanie fez o que o professor mandou se sentindo extremamente desconfortável. Não era com isso que a menina estava acostumada a fazer em uma aula.

- Quero que pensem, primeiramente, no lugar que mais faz vocês felizes – falou ele com a voz serena.

            Melanie se imaginou sentada na maior biblioteca do mundo, mas depois pensou em casa, na sua cama, em sua mãe e seu pai e panquecas aos domingos. Dormir até tarde no sabádo e ouvir os gritos de sua mãe, a primeira vez que andou de bicicleta. Quando ela foi pra praia com seus pais, caiu e sua mãe a segurou até ela parar de chorar. Uma lágrima escapou de seus olhos.

- Agora respirem fundo e se concentrem em cada expiração, no movimento, no som, na tranquilidade...

            A garota tentava se concentrar nas coisas que o preofessor falava, mas ela não conseguia parar de pensar em casa e então, mais lágrimas escapavam. Ela se lembrava de quando ganhara seu primeiro kit de química e como os pais sempre sentiram orgulho dela por suas notas. Como sua mãe fazia o macarrão mais delicioso do mundo inteiro e como ela sorria sempre que entrava em casa e via Melanie. Como seus pais sempre diziam que ela era a razão deles viverem.

- Não quero que pensem em nada, se concentrem na respiração. Seus pensamentos são nuvens, mandem as nuvens embora, soprem elas. – dizia Christian. 

            Melanie tentava soprar as nuvens, mas não conseguia, então abriu os olhos. Olhou em volta e todos estavam concentrados fazendo o exercício, até Remie. A menina fechou os olhos novamente e tentou se concentrar na respiração das outras pessoas.

            Quando o sinal tocou Melanie ainda pensava em seus pais, café na cama quando ficava doente e do natal. Como ela adorava o natal, presentes, peru e a família toda reunida. A paz que ela não conseguia na escola ela recebia no natal, cercada de pessoas que a amavam e aceitavam.

            Mais lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da menina, mas ela nem percebeu, continuando a pensar sobre seu passado.

- Mel, você está bem? – perguntou Remie colocando a mão sobre o ombro da morena.

- Sim, só estava pensando – disse ela secando as lágrimas.

*-*-*

            Lizzie olhava para frente entediada. Quando o professor entrou na sala ela achou que ia ser bem engraçado, já que Frank era um pouco gordinho, baixinho, com o topo da cabeça sem cabelos (que ele tentava encobrir puxando um pouco do cabelo da lateral da cabeça) e daria aula de controle dos poderes. Mas até agora ela estava achando tudo bem chato.

            Bridget se contrava em seu estojo tentano fazê-lo levitar como o professor havia falado, e logo ela havia conseguido.

-  Lizzie, olha só. – falou feliz.

A menina fez uma expressão de surpresa.

- Nossa! – exclamou Lizzie – Nem ligo. – falou voltando a encarar a louza.

            Bridget mostrou a língua para a morena e se concentrou em fazer o estojo flutuar mais alto.

A morena apoiou o rosto na mão e suspirou, se negando a fazer qualquer coisa.

- Qual é o seu poder? – perguntou o professor que se postou ao lado de Lizzie alguns minutos depois.

- Fotocinese – respondeu ela entediada.

- E não vai tentar apagar as luzes? Ficar invisível? Nada? – perguntou ele arqueando a sobrancelha.

A menina revirou os olhos.

-  Sabe o que é? – perguntou retoricamente. - Muito chato, isso eu posso fazer em casa... – desdenhou.

O professor franziu o cenho.

- Gostaria que a senhorita tentasse fazer agora.

            Lizzie não respondeu e se esticou na cadeira, preguiçosamente.

- Muito bem classe. – falou Frank em voz alta, não tirando os olhos da morena. – A senhorita Fillipes vai nos fazer uma demonstração de seu poder.

- Que? – perguntou Lizzie rapidamente adquirindo uma postura defensiva.

- Vamos, achei que você pudesse fazer isso em qualquer lugar. – disse com sarcasmo.

            Sentindo o tom de desafio, Lizzie se levantou e fechou os olhos, concentrando–se. Logo a sala escureceu, as luzes se apagaram e seus colegas de classe bateram palmas.

            Lizzie abriu os olhos se sentou, fazendo as luzes voltarem logo em seguida.

- Voltem ao trabalho garotos – disse Frank sorrindo levemente.

- Pronto – falou ela irritada.

O professor olhou para ela.

- Sabia que a senhorita conseguiria – falou o professor sorridente.

Lizzie o encarou irritada.

- Então por que fez eu me levantar e fazer na frente de todo mundo? – perguntou Lizzie com a voz um pouco alterada.

O professor deu de ombros.

- Por que você tem que treinar tanto quanto os outros. Não é só porque já sabe usar um pouco de seus poderes que não vai fazer minha aula. – falou o indo checar os outros alunos logo em seguida.

- Idiota – falou Lizzie deitando a cabeça na carteira.

*-*-*

            Remie esperava Bridget ao lado da porta da sala dela quando o sinal tocou. A loira saiu apressada para se olhar no espelho, mas ele a segurou pela cintura.

- Oi – sussurrou em seu ouvido, abrindo um sorriso maroto.

            Ela se desvencilhou e corou.

- O que está fazendo? – perguntou meio confusa, arrumando seus cabelos com a mão.

- Eu vim te levar para o almoço. – falou segurando a sua mão.

            Ela o seguiu meio tensa, mas não soltou a mão. Eles andaram um pouco e Remie se desviou do caminho.

- O refeitório é para o outro lado. – falou a menina apontando na direção correta.

- Eu sei. – disse Remie puxando-a pela mão.

Passaram por alguns corredores e chegaram a um jardim que ficava depois dos dormitórios. Sorrindo, ele a conduziu pelo local, que havia hortênsias, rosas, primaveras, todas as flores que se podia imaginar, e a olhou sorridente..

- Nossa, que lindo! – falou a loira deslumbrada, olhando para cada detalhe com os olhos brilhando.

Remie assentiu.

- Eu achei ontem quando estava voltando para o dormitório e notei que tinha uma porta no fim do corredor. Decidi checar. – informou. -  Pena que não tem luz do sol, iria ficar mais bonito ainda...

- É.- falou a menina se sentando em um banco.

            Remie se sentou ao lado da menina colocando sua mão por cima da dela. Ela virou a cabeça para o outro lado e sorriu, pensando porque ele a levaria lá.

Ele havia sido o primeiro que a viu não só pela popularidade ou pelo dinheiro, já que ela não os possuía mais. Ele a via como apenas Bridget.

            Eles ficaram assim por um tempo, até Remie dizer que eles tinham de ir, antes que o horário de almoço acabasse.

- Tem razão. – disse Bridget se levantando e limpando a sua calça jeans. – Eu gostaria de ficar mais aqui. É que aqui é tão lindo e  perfeito...

- Não é não! – falou Remie com convicção.

            Bridget olhou para ele confusa. Aquele lugar era sim perfeito.

Percebendo a confusão dela, puxou seu queixo para cima e colou sua boca na dela, agarrando-a pela cintura e passando a mão pelos seus cabelos sedosos e loiros.

Bridget correspondeu surpresa, sentindo uma satisfação enorme ao perceber que gostava daquele contato.

Tão rápido como começou, o ar acabou e gentilmente o garoto descolou suas bocas, encostando sua testa na dela.

- Mas agora é. – falou a abraçando.

            A menina corou forte e sorriu. Era perfeito mesmo.


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Notas finais do capítulo

Fofinho vai! Decidi falar um pouco sobre a Melanie já que a personagem dela não aparece muito.
Esse foi um capítulo que eu gostei bastante de escrever e espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu :)
Beijos
# Mari



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