Cheguei em frente à casa dos meus pais, lá pras 12 pm. Da esquina senti o cheiro da comida da mamãe. Estacionei em frente a casa e fui em direção a porta.

         Fiquei parada na frente da porta pensando em como seria recebida, após 10 anos da minha fuga. Ou por tapas e xingamentos ou por beijos e abraços. Instantaneamente recuei. Respirei fundo para tomar coragem e bati duas vezes na porta.

         “Já vai!” ouvi uma voz infantil e lembrei da Melissa, a minha irmã  mais nova que na época que fugi não passava de um bebezinho de colo.

         Uns 2 minutos depois, a porta foi aberta e vi minha irmãzinha sorridente.

         “Com quem deseja falar?” ela perguntou em uma forma meio robótica, mas nunca deixando de sorrir.

         “Posso falar com a sua mãe?” perguntei meio temerosa da resposta.

         “Claro, já volto” ela se virou e gritou “Mãe, tem uma moça bonita querendo falar com você”

         “Ok, Mel. Já estou indo” ouvi minha mãe responder e logo em seguida alguns passos na direção da porta.

         Ela ia abrir a boca pra falar alguma coisa, mas a fechou logo depois espantada. Algumas lágrimas brotavam dos seus olhos.

         “Jennifer?” sua voz saiu bem vacilante.

         Concordei com a cabeça, e sentia as lágrimas saindo impiedosamente dos meus olhos.

         “Robert, a nossa filhinha voltou!” ela girtou para meu pai com alegria na voz e me abraçou bem apertado.