Amor Quase Proibido escrita por ChatterBox


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Muitas farsas acabarão nesse capítulo, hein? D8
Antes de começar, seria de mais pedir para darem uma ohadinha em outra fic minha? Para os que gostam de mistério, vão adorar. "Almas roubadas" e veja quem escreveu para saber se é mesmo a minha, antes, pq tem outra com o mesmo título ¬¬' (drogaa)
P.s.: Estou pensando em publicar essa nova fic, postei para fazer um teste antes de começar a edição.
Não deixem de comentar, hein?
Beijocas, Anonymous girl writer s2



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Era a tal feira. Todos na quadra, rodeando a mesa do sorteio. Julie rodava a roleta com o nome dos estudantes. Eu estava sentindo calafrios. Algo me dizia que eu seria sorteada, por mais que eu quisesse acreditar que não.

  Sete pessoas já tinham sido sorteadas quando um balde de água fria caiu sobre minha cabeça:

 - Molly Sanders.

Meu rosto produziu um sorriso nada convincente enquanto os outros aplaudiam. Caminhei para ficar ao seu lado, junto aos outros que foram sorteados.

Pouco depois dela sortear todos, ela veio nos dar as atribuições:

 - Você, você e você... – Apontou para três garotos. – Barraca de destruir melancia. – Você, você, você, você e você... –Cinco pessoas, um garoto e quatro garotas. – Acerte o alvo e lanchonete. Algum pode ficar no lança-rolhas? – E vocês duas... – Eu e outra garota. – Hum... Barraca dos beijos.

Ela disse e saiu. Minha boca fez um ângulo de quase noventa graus. Corri para alcança-la, incrédula:

 - HEY! – Protestei, ela não parou de andar, tive que acompanha-la enquanto andava pela quadra. – Eu não posso ficar na barraca dos beijos!

 - Por que não?

Perguntou sem dar importância.

 - Porque... – O que eu diria? “Namoro o meu primo”? – Porque eles podem ter herpes.

 - Não se preocupe, ta. Eu já fiz isso, você e a outra garota vão revezar, não é tão ruim assim, é só fechar os olhos, tem limite de sessenta segundos. Você é uma garota bonita, vai tirar muito dinheiro dos garotos, poderemos colocar um piso de porcelanato! – Comemorou batendo palmas. Mas eu não tive outra reação senão achar um absurdo.

 - Julie, eu-não-posso!

Só de pensar em quem eu poderia beijar, me dava ânsia de vômito.

 - Relaxa, ta? Pense no porcelanato!

E saiu. Sim, ela saiu. Minha boca fez um ângulo próximo de cento e oitenta graus dessa vez. Estava imóvel no meio da quadra, não sabia o que fazer. Avistei Lucy do outro lado e Cody do outro, estavam distraídos brincando nas barracas. Nenhum sinal de Gabriel. Estava perdida.

 - Hey, Molly!

Ouvi alguém me chamar, me virei. Era a garota que revezaria comigo na barraca de beijos. Fiz uma careta horrorosa. O que eu faria? Fugiria? Não, seria muito imaturo da minha parte deixar a coitada sozinha e além disso levaria marcação.

Andei pé ante pé, cambaleando até a barraca. Não havia nada além de um pote para o pagamento de dois dólares e um cronômetro para marcar os sessenta segundos. Era isso? Meus lábios valeriam dois dólares?

 - Tudo bem, eu poderia até ser a primeira, mas... – A garota de rabo-de-cavalo marrom olhou para a fila que se formava em frente à barraca. Haviam garotos nojentos, gordos, fedorentos e ensebados. Ela voltou-se para mim e tapando a boca correu para fora da quadra. – Não estou me sentindo be...

E só Deus sabe o que aconteceu com o estômago dela. Olhei para a fila, não estava pronta para isso. Meu estômago embrulhou. Mas uma visão ainda mais terrível do que meus clientes me aterrorizou. Brad, me avistou da multidão e vinha rapidamente para a barraca de beijos, no seu rosto, más intenções.

 O que eu faria? Teria de beijar aquele estúpido sem cérebro? Se não fizesse isso, seria praticamente massacrada no fim do ano, quando recebesse a minha nota. Ele se aproximava cada vez mais, cada vez mais perto, olhei para o primeiro garoto da fila. Ele era sardento e tinha quase cem quilos. Não tive escolha:

 - Pode vir...

Quase vomitei quando ele se aproximou rindo. Adiei o máximo possível, ajustei o cronômetro, peguei o dinheiro lentamente e coloquei no pote, antes que eu acabasse com minha vida de vez, uma coisa ainda pior aconteceu, Brad chegou. Empurrou o garoto bruscamente para longe.

 - Sai daqui! – Se aproximou, parecia um monstro, minhas pernas tremeram. Seria o fim do meu relacionamento com Gabriel, ele nunca me perdoaria. – É a minha vez.

Eu lutei para empurrá-lo, o peito dele era duro e ele era forte de mais, quase não se mexeu, aquela boca asquerosa que já passou por quase todas as líderes de torcida do colégio, começou á chegar perto da minha.

Quando algo impactante me salvou. Alguma coisa o empurrou para longe, alguém. Voltei-me para quem tinha sido, maravilhada. Era Gabriel.

Estava furioso, bufava de raiva, usando o seu boné de baseball e uma blusa branca coberta por uma xadrez. Fuzilava Brad com o olhar, que tinha quase caído no chão com o seu empurrão.

 - Gabe, eu...

Eu pensei no que iria dizer, mas não sabia o que seria. Ele girou-se para me ver. Seus olhos mudaram de raiva, para desejo. Não disse nada, pegou duas notas de um dólar no bolso e bateu-a no balcão.

 - Meu pagamento...

Não consegui reagir. Ele me agarrou pelos ombros intensamente, me beijando sem parar, meu corpo derreteu-se, meu coração se acelerou. Minha mente me dizia que eu estava estragando tudo deixando que me beijasse na frente de todo o corpo estudantil, mas meu corpo seguiu meu coração, minhas mãos agarraram sua camisa, puxei-o para mais perto. Ondas de prazer e ansiedade corriam em minhas veias.

Um som nos perturbou:

 - Triiimm!!!

Não precisei virar para saber o que era, o cronômetro, já dera um minuto. Por mais que eu tentasse me afastar, eu não queria, continuei e quando ameacei recuar, Gabriel deu um tapa brusco no cronômetro, ele caiu no chão cessando o barulho.

O beijo seguia-se com todo desejo possível, cada vez mais ardente, quando fomos obrigados a pegar fôlego. Respirei fundo, ainda agarrada em sua camisa. O balcão que nos separava pareceu não existir enquanto nos beijávamos.

Olhei em seus olhos. Ele ofegava. Inclinei levemente a cabeça para espiar as pessoas ao nosso redor. Algumas pararam o que estavam fazendo para ficar nos observando de olhos arregalados. Eu abaixei a cabeça para prender o riso. Aquilo era constrangedor, mas com Gabriel, parecia ser uma aventura, como todas as outras coisas que sei que acabaria fazendo sem pensar com ele.

Ouvi um pigarreio. Julie estava ao meu lado, de olhos arregalados e incrédula, sua face dizia: “O que foi isso?”. Não precisei responder. Gabriel tomou a frente e abriu a porta que fechava-me dentro da barraca, saí de lá, aliviada.

 - Posso leva-la agora, eu presumo.

Ele disse para Julie, numa baforada. Julie gaguejou:

 - B-bem...

 - Foi bom falar com você, Julie, você é dez.

Gabriel a cortou me levando para fora da quadra. Ela ficou imóvel, não era para menos, qualquer um ficaria com medo do olhar ameaçador de Gabriel.

Entramos na parte de dentro do colégio, o corredor estava vazio e silencioso, todos estavam na quadra, não havia mais nada além de armários e um chão meio sujo. Gabriel nos viu sozinhos e suspirou para mim, com um ar de frustração, desgosto e paciência.

 - Está bravo, não é?

Presumi, fitando o chão.

 - Não sei. Devia estar?

Seu tom estava calmo, mas esbanjava um pouco de ironia.

 - Não foi culpa minha!

Me defendi.

 - Mas o que você estava fazendo na barraca de beijos?

 - Fui obrigada pela Julie, se eu não fosse, teria um ponto á menos.

 - Entre perder um ponto e beijar o Brad Carrie, você preferiu o beijo?

 - Eu não tinha visto ele, ele apareceu depois.

 Gabriel deu meia volta procurando fôlego, ao mesmo tempo, estava procurando a paciência para não brigar.

 - Não quero brigar com você. Preciso de você.

Sibilou para mim, tocou a minha mão e a acariciou.

 - E agora toda a escola viu o nosso beijo.

 - O que importa? Eu odiava aquela farsa mesmo.

 - Me desculpe se eu não me impus.

Lamentei. Sereno, ele beijou o meu rosto e me afagou num abraço apertado e confortável. Seríamos nós dois sem se importar com os outros agora.

Uma pitada de preocupação me rondava, a final eu sabia que não seria fácil ser motivo de fofoca no colégio, nunca gostei de ser mal falada por aí. Mas uma outra parte de mim, sentia uma vontade de rir e de curtir o momento.  O conforto dos braços de Gabriel me fazia querer quebrar as regras para tê-lo em todos os lugares que quisesse, não importava com o quê eu precisasse brigar.

Aquilo era realmente muito chato. Eram sete horas, o expediente de Gabriel já tinha terminado. Então onde ele estava? Mastiguei uma pipoca vorazmente enquanto me obrigava meus olhos á se fixarem na televisão. “Não seja tão ciumenta, não seja tão grudenta...” Minha mente repetia, mas outra parte queria explodir de tantos pensamentos angustiantes. Não conseguia pensar mais que o meu namorado/primo todo engomadinho no trabalho sendo vítima de uma multidão de garotas skatistas e surfistinhas de plantão. E se ele tivesse resolvido ficar mais um pouco para dar atenção á uma cliente (garota) qualquer?

O barulho da porta se abrindo me fez saltar do sofá. Era ele e mais irresistível do que nunca. Usava o uniforme de trabalho, uma camisa pólo verde-escura com o nome da loja no peito embaixo de um bolso. Não cabia direito nele, os músculos se apertavam dentro da camisa.

Sorria, um pouco suado segurava um saco que trouxera da padaria. Ufa, era isso que foi fazer depois do trabalho.

 - Você chegou!

Pulei no braços dele, abracei sua nuca o enchendo de beijos. Ele respondeu ao meu beijo, jogou o saco da padaria no balcão e fechou a porta atrás dele com o pé, arrastou as mãos pela minha cintura até as minhas pernas, as puxou para que eu as envolvesse na sua cintura.

Fiquei pendurada nele. O gosto da sua boca estava ótimo, parecia ainda melhor que antes. Quando parou de me beijar, deu risada.

 - Sentiu minha falta?

- Muita.

Riu. Desembolei minhas pernas de sua cintura e pisei os pés no chão, me restaurando do beijo.

 - Como foi o trabalho?

Perguntei com interesse. Ele suspirou com cansaço e andou para se jogar no sofá:

 - Foi legal...

Não parecia muito convincente. Ótimo, “muito legal” podia ser definido como “muitas garotas”. Sentei ao seu lado.

 - O que você fez? Tinha algum cliente chato?

O indaguei.

 - Não, ainda não, eu acho. – Riu. – Fiquei no caixa, passei um monte de coisas no computador, nada de mais.

 - Charlie te ajudou á entender?

Desta vez, foi mais zombando. Riu.

 - Ajudou, ela me perguntou o que eu era seu.

 - E o que você disse?

Essa pergunta me preocupava, até porque, nem eu tinha certeza do quê.

 - Disse que era minha namorada.

 - Não disse que éramos primos?

 - Não precisei. Ela desistiu na hora de me cantar.

 - Ótimo.

 Senti vontade de fazer isso. Engatinhei em cima do sofá e sentei em seu colo, olhando para ele. Ele não se assustou, me olhou pensativo, ainda encostava a cabeça no sofá, acariciou minhas coxas em silêncio. Seria um gesto meio pervertido, mas parecia carinhoso pelo seu olhar. Seguiram-se dois minutos antes que eu sussurrasse:

 - Sabe quantas garotas adorariam ter um namorado de uniforme de trabalho em casa nesse momento...?

Encostei suavemente meus lábios nos dele, dei-lhe um selinho. Ele não se mexeu, só sorriu.

 - Qual a diferença de eu estar de uniforme?

Sorri presunçosa:

 - É sexy.

 E me joguei ao seu lado, encostei a cabeça no sofá para ficar diante dele. Um barulho de porta se abrindo soou. Estiquei-me para olhar. Era Logan.

 - Oi para vocês! – Fechou a porta, passou a maleta de trabalho de uma mão para outra. – Não trouxe nada para o jantar hoje.

Lamentou. Gabriel se manifestou orgulhoso:

 - Eu trouxe donuts da padaria.

Logan sorriu surpreso:

 - Ahá, parece que já está gastando o salário, hein? Parabéns, espero que eu tenha direito de comer uns, porque eu adoro donuts.

 - Dez dólares a hora. – Gabe ficou de pé e foi até a cozinha seguir Logan. – Vou poder juntar bastante no fim do mês.

 - Vai querer comprar um carro, certo?

 - Claro, o mais rápido possível.

 - Eu lembro do meu primeiro carro...

 Meu irmão abriu o pacote de donuts, abriu a boca e jogou um pedaço lá dentro, olhou para o nada vagando as lembranças. Depois revelou com indiferença:

 - Era uma lata velha!

Gabe riu, quase engasgando com o donuts, até eu ri, sentada no sofá.

 - É, acho que a Molly lembra dele. Não lembra, Molly?

 - Acho que sim. Não sei nem a marca, era desconhecida.

Gritei do sofá.

 - Até hoje eu não sei pronunciar o nome daquele carro...

Logan resmungou. Gabriel riu mais ainda.

 - Mas foi o primeiro, me deu liberdade de ter vários melhores depois. Você, - apontou para Gabe do outro lado da mesa. – deve fazer o mesmo.

Comeu mais um donut. Eu saí do sofá e corri para a cozinha, agarrei um donuts na mesa.

 - Desse jeito não vou comer nenhum!

Dei um leve tapa na mão de Logan que tentou pegar o meu. Dei uma mordida dando risada.

Muitas coisas aconteceram dali para frente. E uma delas foi a minha paixão ficar cada vez mais descontrolada por Gabriel, quase sem freio. As pessoas na escola não importavam mais. Eu o queria mais e mais. Nos beijávamos cada vez mais intensamente, conversávamos durante horas e ríamos quando Logan não estava olhando.

Estava deitada na cama, fazia o dever e a porta se abriu. Ele tinha chegado do trabalho, sorria. Deitei de barriga para cima e sorri de volta.

 - O que está fazendo...?

Perguntou após seis segundos me observando em silêncio.

 - O dever.

Respondi. Ele encostou a porta e sentou ao meu lado, olhou para o caderno, depois o pegou.

 - Só tem duas questões respondidas.

Me disse.

 - Eu sei, comecei a fazer agora.

Riu de mim. Fiquei sentada.

 - Mas e você? Nunca te vi fazendo o dever desde que arranjou emprego.

Insinuei.

 - Não tenho tempo.

 - Há! Isso não é desculpa. O que vai fazer se ficar de recuperação? É o último ano.

 - Eu me garanto. Falando nisso... Já resolveu para onde vai depois da escola?

 - Yale. Ou Havard. Não tenho certeza, provavelmente Yale.

Ele puxou fôlego.

 - Difícil, não?

 - Não tanto. - Respondi. – É mais difícil achar que vamos nos separar depois do colégio.

Nos entreolhamos, aquilo pareceu cair como uma rocha no estômago. Percebera meio de repente, mas estava certa. Não imaginava minha vida sem ele, não queria me afastar.

 - Não vamos pensar nisso hoje.

Pediu, passou o polegar suavemente no meu rosto e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha ele me beijou. Estava sendo cada vez mais difícil me controlar. As curvas de seus lábios, as suas mãos viajando pelo meu corpo, eu precisava de mais daquilo, cada vez mais.

Caímos na cama, mesmo que estivéssemos indo muito longe, eu não conseguia parar, nem ele. Beijava cada canto da minha boca, depois arrastava-se beijando de meu rosto até meu ombro. A sensação de adrenalina se espalhava e as minhas mãos viajavam entrelaçando os dedos em seus cabelos.

No entanto, numa pausa ele parou, levantou e se sentou na cama, ofegava apalpando a cama, como se procurasse alguma coisa entre os livros que eu estudava.

 - O que...?

Ia perguntar, mas não terminei, quando vi que ele destampou uma caneta de bico fino de tinta preta. Me perguntei o que iria fazer com ela quando ele agarrou minha coxa, fiquei imóvel enquanto ele rabiscava com a caneta na minha coxa, fazia cócegas, mas me dava prazer, umedecia os lábios enquanto riscava concentrado milhares de coisas.

No fim, tampou a caneta. Levantei o joelho para ver. Fiquei boquiaberta, inóspita e emocionada. Tinha desenhado a frase “Eu amo você” subscrita entre milhares de desenhos desencontrados.

Pulei no seu pescoço, o afaguei com toda força sentindo seus braços me envolverem e foi quando eu sussurrei em seu ouvido:

 - Eu também amo você. Muito.

Que levei o maior susto da minha vida. Logan.

Logan estava lá, ele viu, ouviu tudo. Parado na porta, incrédulo e imóvel, de olhos arregalados e a raiva contida nos dentes cerrados.

Gabriel olhou para trás e quando se deparou com Logan deu um pulo para trás se afastando rapidamente.

 - Então era isso?? - Logan berrou para nós. – você me enganou, não foi? Você traiu minha confiança!

Urrou para Gabe. Eu me levantei, meu coração chacoalhava de tensão.

 - Calma Logan!

Pedi, na verdade gritei.

 - Não fale nada. Esse garoto é um cafajeste, ele faz isso o tempo todo, eu sabia que não podia confiar em você! Está acostumado á enganar as garotas com essa sua cara de bonzinho, não é? Minha irmã é diferente!

Meu irmão estava vermelho de fúria, era como ver toda a cena que eu imaginava acontecendo ali, agora.

 - Eu não a enganei, Logan. – Gabriel defendeu-se, sua voz estava serena a pesar de tudo, falava com sinceridade. – Eu não sou assim, você sabe, cara!

  - É um sedutor barato! Vai sair da minha casa, vai ficar longe da Molly!

Naquele momento entrei em um pânico extremo:

 - NÃO!!

Gritei quase estourando os vidros da casa. Logan assustou-se com o meu grito, mas não durou mais que seis segundos antes de reclamar de novo:

 - Não vai ficar com ele! Eu achei que confiasse em mim, Molly, por que não me contou??

 - Eu sabia que isso ia acontecer. – Expliquei-me. – Eu sei que está preocupado, mas eu não sou mais criança, eu sei escolher com quem eu quero ficar.

 - Ah não... – Logan lamentou. – Ele já conseguiu o que queria, está apaixonada por ele, é isso que ele quer! Como pode ser tão estúpido á ponto de enganar sua própria prima??

Enfrentou Gabriel de novo. Estava desesperada á ponto de esperar que ele o atacasse.

 - Não, não.

Eu afastei os dois, respirei fundo, se não me acalmasse, nunca conseguiria acalmar Logan.

 - Eu não consegui, cara, a Molly é mais que uma prima para mim.

Gabriel se explicou, num tom apelatório. Interrompi Logan antes que retrucasse de novo:

 - Logan... – Pedi para que olhasse para mim. – Não pode manda-lo embora. Não vou deixar.

 - Como isso aconteceu? Semanas atrás você estava louca para que ele fosse!

 - Isso mudou, eu estava tentando fugir dele. Não pode me obrigar a ficar longe dele.

 - Logan... – Gabriel chamou do outro lado do quarto. – não queria te chatear, por isso escondemos isso de você.

 - Tudo bem...!

Logan pôs as mãos para o alto, andou ofegando de um lado para o outro do quarto.

 - Eu vou conversar com você! – Apontou para Gabriel com rigidez. – Á sós.

 - Não podem fazer isso! - Protestei, furiosa. – Isso também tem a ver comigo!

 Os dois me ignoraram, foi como se eu não estivesse ali. Gabriel murmurou para mim enquanto saía:

 - Vai ficar tudo bem.

 - Mas...

 - Confia em mim.

Me silenciou com isso. Os dois entraram no escritório e fecharam a porta.

Estava aflita, tensa, desesperada, em pânico! Os murmúrios começaram a sair da porta do escritórios após alguns segundos e não me contentei e fui até a porta, encostei o meu ouvido na porta, esperei que não notassem.

Meu coração corria. Estava completamente em dúvida do que poderia acontecer. Em uma melhor das hipóteses, Logan iria provavelmente deixa-lo morar lá e me proibir de falar com ele, ou na pior, ele iria manda-lo para Lakeland de novo e me proibiria de vê-lo não importa o que eu fizesse.

Fiz silêncio para conseguir ouvir o outro lado da porta:

 - Então... Espero que tenha um bom motivo para me dar.

Era a voz de Logan.

 - Eu amo a Molly.

Aquela frase me fez ficar com os olhos cheios de lágrimas, mas me contive para continuar ouvindo.

 - Ha-há, boa tentativa. Isso pode ter convencido a minha irmã que é romântica de mais, mas não á mim, eu conheço essas coisas.

Tinha quase certeza que Logan cruzou os braços depois de dizer isso.

 - Não estou mentindo. Só estou aqui por ela, Logan. Não tem nada a ver com a escola.

Ia soltar um grito de surpresa, mas tapei minha boca antes que saísse. Prestei atenção para entender o que queria dizer:

 - Eu sempre fui louco por ela. Desde criança, mas isso tinha passado até que eu a vi na ceia de natal. Foi como se tudo voltasse. Eu quis conhece-la agora, depois dos anos que se passaram, me lembrava dela quando criança, gentil, inteligente e ingênua e queria conhece-la agora, foi como se eu tivesse certeza que eu me apaixonaria de novo.

 - E o que isso tem a ver?

 - Eu não podia fazer isso, sabia que vocês não nos visitavam mais no interior. Mas eu sabia que vocês moravam sozinhos, e não tinha nada para me acrescentar aonde eu morava, então eu dei a desculpa para a minha mãe e vim.

 - E quando chegou deu o bote?

A pesar da irritação, a voz de meu irmão soava mais calma.

 - Quando eu cheguei, achei que fosse conseguir me controlar o bastante, porque eu ainda não tinha certeza se era certo namorar uma prima. Daí teve você. A gente começou a ter um relacionamento legal. Eu sei o quanto a Molly é importante para você, e não queria te magoar. Tentei me afastar por um tempo, depois de uma briga que tivemos, mas não resisti. Eu amo a Molly, Logan. Muito, sabe que estou falando a verdade.

Silêncio perdurou seis minutos.

 - E se você a magoar... – Logan respirou fundo. – Se você alguma vez for longe de mais, eu...!

Não terminou a frase, Gabe o interrompeu:

 - Não se preocupe. Eu sei me controlar sobre isso.

O suspiro de derrota de Logan foi tão forte que eu consegui ouvir do outro lado.

 - Ta, que seja, pode ficar. Mas eu estou de olho.

Ouvi passos se aproximarem, corri para longe da porta e vi Logan sair do quarto, procurando a calma.

Uma onda de alívio me rodeou. Foi como se de uma só vez eu soubesse o motivo da vinda de Gabriel, terminasse a farsa para o meu irmão e terminasse a farsa para o colégio. Estávamos livres. Estávamos livres para ficar juntos como e onde quiséssemos.


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Notas finais do capítulo

Será que já acabou a farsa para todo mundo??
Hum... Acho que faltam algumas pessoas, hein?
XOXO



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