Amor Quase Proibido escrita por ChatterBox


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Aiiinnn genteee, estou amando postar aqui. *v* Valeu pra todo mundo que ta lendo, fico muito feliz.xD
Nesse capítulo as coisas vão mudar um pouco, parece que Molly não tem certeza se pode confiar na fidelidade de Gabriel...
Leiam á vontade! :D
Beijocasss ;x



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Talvez fosse a hora de mais tensão da minha vida.

Eu acordara naquela segunda-feira, logo depois de um beijo nada inocente com Gabriel na noite passada. Eu sabia que Sally e Logan já deviam estar na mesa tomando café da manhã e Gabriel sempre acordava antes de mim, então já estava lá. Eu tentava me preparar para agir normalmente na presença de meu irmão e a namorada dele, eu não tinha certeza se conseguiria fingir que nada aconteceu ontem á noite e Logan podia perceber, ele me conhecia mais do que eu mesma.

Mas respirei fundo e passei pelo corredor. Parei quando os vi sentados na mesa e vi Gabe lá. Fiquei tão nervosa que uma frase estupidamente animada escorregara entre meus lábios:

 - BOM DIA!

Eu me odiei no mesmo momento. A voz soara animada de mais e eu nunca ficava animada de mais ás manhãs. Todos perceberam, inclusive Gabe, que abafou um riso virando pro lado. Logan e Sally se entreolharam de testas franzidas estranhando meu comportamento, depois Sally respondeu:

 - Bom dia. Parece que alguém acordou animada hoje.

Eu caminhei ainda nervosa até a mesa, me odiando por dentro. A cadeira vaga ficava em frente á Gabriel, fui obrigada á sentar-me ali. Ele ainda sorria se recuperando da risada que reprimiu ao me ver gritar “bom dia”. Eu queria me matar, queria tudo, menos fazer papel de boba na frente dele.

Sentei-me á sua frente, já que era única cadeira vaga. Tentei não prestar atenção nele para não ficar nervosa. Ele ficava me encarando, tentando me deixar mais estabanada do que eu já estava, começava á perceber o quanto Gabriel adorava a reação que ele provocava em mim, todo o meu nervosismo servia de diversão pra ele.

Quando não foi o suficiente me fitar, eu senti um arrepio nas pernas, um toque suave no tornozelo, olhei para debaixo da mesa discretamente e vi que Gabe estava todo deitado na cadeira, arrastando o seu pé perto do meu, fazendo eu ficar exaltada. Quando percebi que poderia dar algum sinal para Sally e Logan, eu retirei minha perna de perto da dele e lhe dei um chute na canela para que parasse. Ele comprimiu um grito de dor na garganta e depois deu risada do que eu fiz, quase imperceptível.

Quando o café da manhã acabou nós nos arrumamos pro colégio. Sally saiu no carro dela direto pro trabalho e Logan foi no dele para nos deixar no colégio no caminho. Eu não sabia bem como me sentir sabendo que ficaria com meu primo no banco de trás, não sabendo que agora não tinha o mesmo sentido de antes.

Eu entrei primeiro e ele veio depois, sentou bem próximo à mim e ficou vigiando, esperando Logan se distrair. Quando isso aconteceu, ele não mediu esforços para envolver um braço nas minhas costas e sussurrar em meu ouvido:

 - Sentiu minha falta ontem?

Eu sussurrei de volta:

 - Sim. - Sorri. – Mas não podia ser mais discreto hoje de manhã?

Eu dei risada lembrando do que fez. Ele sorriu de lado.

 - Não consegui, eu adoro te ver nervosa.

 - Acho que deu pra notar.

 - Não sei se estou pronto pra escola.

Eu franzi o cenho para o que disse.

 - Por quê?

 Quis saber.

 - Vou ter que ficar longe de você, fingir que não aconteceu nada... Por quanto tempo essa farsa vai durar?

Ele pareceu-me tristonho, como se já estivesse se maltratando. Quase fiz um beicinho de pena.

 - Não sei. – Admiti, sem graça. Não queria responder isso, mas a verdade era essa. – Todos sabem que nós somos primos. Não quero que fique mal falado, acabou de chegar.

 - Sei, eu também não quero que pensei coisas erradas de você. - Ele acabou concordando. – Mas... Se acontecer alguma coisa... A farsa acaba.

Eu não entendi muito bem o que quis dizer.

 - “Alguma coisa”?

 - É... Alguém dar em cima de você.

Soltei uma gargalhada do que disse, era tudo ciúmes?

 - Não se preocupe com isso.

Dei-lhe um selinho breve, com medo que Logan visse.

Vimos a escola se aproximar da janela e o carro estacionar na entrada, saímos do carro. Me despedi de Logan e entrei no colégio, ao lado de Gabe, ele me abraçou pela cintura me guiando pra dentro, não houveram olhares diferentes, pensaram só ser carinho de primo.

Ele me levou pra primeira aula e disse antes de ir:

 - Vou sentar com você hoje no almoço.

 - Tudo bem. Até mais.

Olhei ao redor e lhe dei um selinho muito rápido, passou imperceptível pelos alunos. Ele saiu mordendo o lábio.

Não era minha intenção me apegar de mais, mas sentia que já estava agarrada naquilo.

Caminhei para dentro da sala e sentei na fileira ao lado da de Cody, que me olhou e franziu a sobrancelha.

 - O que aconteceu? – Olhou para a porta. – Ele te trouxe na porta?

Era óbvio que não conseguiria esconder aquilo dele ou da Lucy, eles iriam saber, só eles. Mas não contaria ali.

 - É, aconteceram umas coisas.

Eu respondi. Ele arregalou os olhos e virou-se pra frente. A aula de biologia começou. Eu acho que consegui prestar atenção, na verdade, ainda estava dispersa, lembrando de como tudo aquilo parecia louco, meio sujo. Éramos primos, não devíamos fazer isso, não mesmo. Mas parecia que o sentimento familiar nunca havia existido entre nós, começava á ficar cada vez mais claro.

No fim da aula tive de ir no armário mais uma vez, me separei de Cody e disse que o contaria o que aconteceu no refeitório, na hora do almoço, antes de Gabriel chegar.

Coloquei uns livros no armário e depois fechei a porta, de repente me alarmei assustada com alguém que tinha se escondido atrás. Quase gritei de horror, depois me acalmei.

Era Brad.

Não entendi bem o que fazia ali, estava recostado nos armários, olhando pra mim com o mesmo olhar caído e safado de sempre, fitava-me de cima á baixo. Eu não estava feliz com ele, aliás, nunca estive, Brad era exatamente o tipo de garoto que eu não gostava de me envolver, me dava nojo, ainda mais depois do que fez comigo na festa.

Mas por algum motivo ele tinha feito aquilo, por alguma razão ele estava interessado em mim. Me perguntava porque, quando milhares de garotas fúteis e ingênuas teriam o maior prazer em sair com ele.

Era óbvio que não adiantava nada disso, eu o odiava e ainda por cima, estava muito satisfeita com Gabriel.

Encarei-o insatisfeita:

 - O que você quer aqui, Brad?

Indaguei-o, nada feliz. Ele se pôs de refém, pondo as mãos pro alto:

 - Calma, só vim perguntar se você está bem. Depois do que eu te dei pra você dar uma relaxada, parece que você ficou mal, fiquei preocupado com sua falta ontem.

Ele era sínico. Era óbvio que só estava querendo me enrolar.

 - Será que você não poderia perguntar se eu queria relaxar?

Irrite-me.

 - Tudo bem, eu sei que foi vacilo...

 - Um GRANDE vacilo.

Enfatizei antes que terminasse.

 - É, pro isso eu peço desculpas. – Suas desculpas eram mentirosas, completamente astutas. – Eu não sou um cara ruim, só achei que você podia me dar uma chance, sabe? O que você acha da gente sair um dia desses? Sem nada pra relaxar, só pra te provar que eu posso ser legal, hein?

Eu odiava seu tom esnobe ao falar e mais ainda me odiava por ter que perder meu tempo ali.

 - Não.

Rejeitei, inóspita e fria, do jeito que merecia. Eu me virei para sair, mas ele segurou no meu braço me impedindo:

 - Hey, hey, hey... – Eu me virei para ele irritada com seu atrevimento. – Eu ainda não acabei.

Eu puxei o ar para o meu pulmão, tentando não arranjar confusão com ele. Olhei-o sacrificada esperando o que ia dizer.

 - Por que não quer sair comigo, hã? Você por acaso é idiota?

Pairei, tentei entender direito o que ouvi. Não acreditava que ele tinha acabado de me insultar, estava me obrigando a falar com ele e ainda estava sendo rude. Era isso que mais irritava, como ele achava que tinha o direito de fazer o que queria com as pessoas, como se fosse superior. Continuou falando:

 - Todas as garotas querem sair comigo. O que é que há? Você é a única que não quer e eu quero saber porque.

Abri minha boca para falar, pronta para debate-lo á altura quando ele me interrompeu de novo:

 - Esquece. Eu já sei o que é. – Parei, por um minuto fiquei curiosa pela sua conclusão. – É esse seu primo, Gabriel. Ele ta enlouquecendo todas as garotas agora e levou você pra casa na festa. O que é que rola entre vocês, hein? Vocês são primos ou não? Mas eu não quero saber, porque ele não vai estar o tempo todo pra te defender e aí eu vou poder fazer o que eu quero.

Eu simplesmente quis mata-lo. Senti um ódio correr em minhas veias, cada vez mais ardente. Não acreditava na ignorância do que disse, me dava nojo da sua arrogância.

Foi quando estava prestes á falar que Gabriel chegou por trás de Brad. Me assustei com a rapidez com que ele o pegou pela gola da camisa e o jogou contra os armários. Parecia que ele tinha ouvido tudo, e estava furioso:

 - Vai fazer o que você quer é?? Duvido! Seu imbecil, se você tocar na Molly, nem que seja em um fio de cabelo dela você vai se ver comigo! – Bateu Brad contra os armários outra vez e ele gemeu de dor. – É melhor ficar longe dela! Bem longe, ouviu?

Brad não conseguia reagir, estava sendo enforcado pelas mãos de Gabe, e quando ele o soltou, ele respirou, fraco.

Gabe pegou-me pela cintura e caminhou para longe de Brad, ainda parecia furioso. Eu estava incrédula. Não imaginava que ele faria tudo isso pra me defender e estava completamente lisonjeada. Pensava no que dizer pra agradecer, mas ele soltou uma baforada nervosa:

 - Eu não acredito que ele fez isso com você, eu não acredito que ainda teve a coragem de dizer aquelas coisas... Aquele inútil, imbecil, devia voltar lá e mata-lo! Ele machucou você?? Fez alguma coisa antes de eu chegar?

Parou para olhar pra mim, procurando alguma lesão, preocupado.

 - Não, não, estou bem, só... – Parei pra respirar. No fundo ainda estava assustada com o que aconteceu. – Ele me assusta, só isso.

 - Ele te ameaçou, não foi?

Virou-se para olhar para Brad mais á frente nos armários, depois disse arregaçando as mangas num ar ameaçador:

 - Talvez eu possa dar um jeito nisso...

Ele deu um passo prestes á ir atrás de Brad, quando eu impedi em pânico:

 - Não! – Ele virou-se pra mim. – Não quero que se meta com o Brad, ele é perigoso.

 - Não tenho medo dele.

Debateu.

 - Não. – Insisti. – Ele não vai fazer nada, por favor, não quero que se meta em confusão está bem? Faz isso por mim.

Disse-lhe em tom suplicante. Ele olhou nos meus olhos ainda em dúvida, depois soltou uma baforada cedendo á contragosto:

 - Ta bem...

Continuamos andando, eu suspirei aliviada. Não sabia o que fazer, estava com medo. Brad era perigoso e sem limites quando queria alguma coisa e eu não sabia o que poderia fazer agora que Gabe o deixou sem defesa na frente de todos. Não sabia se deveria me preocupar, ou achar que ele desistiria fácil disso, mas do que jeito que falava, pareceu que estava sendo desafiado por mim. Queria á qualquer custo fazer com que eu gostasse dele tanto quanto as outras.

Talvez fosse esse o seu interesse, o fato de eu nunca ter me interessado por ele fez ele me achar especial. Era tudo que eu não queria.

Eu continuei caminhando pelo corredor com Gabriel e conversando, por um momento vi que nem sabíamos pra onde estávamos indo, só estávamos andando pelo fato de caminhar. Ele falava comigo baixinho no meu ouvido enquanto em caminhava:

 - Não sei se eu vou aguentar, Molly.

 - Para com isso, consegue sim, você precisa ficar bem longe do Brad, ele não é confiável.

 - Não é disso que estou falando...

Ele escorregou os lábios levemente nas minhas bochechas, fez meu corpo soltar um arrepio.

 - Estou falando, - Voltou á falar no meu ouvido, enquanto envolvia meu ombro. – Disso, de nós. Não estou aguentando ficar longe de você esse tempo todo, eu quero te beijar em público.

Eu me controlei pra não cair no chão. Organizei meus pensamentos e disse:

 - É por pouco tempo.

 Ele parou de andar, de repente se aproximou tanto que para me afastar dele, bati contra a parede do corredor, ele ficou cara a cara comigo, olhou nos meus olhos, senti que era difícil respirar, isso sempre acontecia quando ele estava perto.

 - Não vai brincar comigo, vai?

Perguntou sincero.

 - Claro que não. – Eu respondi na lata. – Só não sei como fazer isso.

Quando eu disse isso me assustei com a facilidade e rapidez com que ele encostou o nariz no meu, minha cabeça encostou-se na parede e nossa respiração passou a ser a mesma, com os lábios á centímetros de distância ele sussurrou:

 - É fácil, - Sibilou deliciosamente. Pude perceber que todos os olhares de quem passava tinham se virado pra nós. Eu tentei fazer com que meu coração ligasse pra isso, mas na verdade, eu queria muito ficar ali. – Nós nos beijamos e a farsa acaba aqui mesmo.

Não posso negar de como fiquei tentada, mas todos os olhares do corredor voltados pra nós, em meio de cochichos entre as pessoas, fez eu me lembrar de que não podia fazer tudo assim ao léu.

 - Hoje não, aqui não.

Implorei. Ele cedeu num suspiro triste:

 - Tudo bem, mas eu preciso ficar com você. Essa é sua escola á mais tempo do que é a minha, deve saber um lugar que ninguém nos veja.

Eu olhei-o, eu sabia sim. Tinha um canto estreito ao lado da entrada da quadra, atrás de uns armários que seria perfeito.

 - Me siga.

Assobiei. Caminhei á caminho da quadra, ele veio atrás de mim, discretamente. Quando chegamos no canto foi quase um alívio.

Eu me assustei com a rapidez com que ele me jogou contra a parede. Beijou meus lábios intensamente, passei as mãos nos seus cabelos, em êxtase. Começava á sentir calor, percebia que ele também. Até que ele se afastou para tirar o casaco, não deixei de fazer o mesmo com o meu e depois não demorar para beijar ele de novo.

Não existia muito espaço entre a parede, eu e ele. Mas ainda sim não parecia o suficiente quando ele pegou minhas pernas e as envolveu em sua cintura, fiquei grudada nele.

 - Mais perto...

Ele falou enquanto pressionava ainda mais seu corpo no meu, senti um arrepio delicioso correr em meu corpo. Já não sabia mais como fugir. Uma parte de mim, se sentia suja por isso, nunca imaginei que faria isso com um primo, alguém do mesmo sangue que eu, que compartilha meu DNA, mas a outra parte, que era a que me dominava, queria mais, muito mais.

Pensei que fosse enlouquecer, quando ouvi o sinal tocar. Ele se afastou lentamente, tirei minhas pernas de sua cintura, pisei no chão, ainda estava bamba, minha cabeça girava com tudo aquilo.

 Pegamos nossos casacos no chão.

Eu ia andar em direção á minha sala de aula, quando ele me disse:

 - Vamos sair hoje.

Eu parei para fitar seus olhos verdes, pareciam ainda mais mágicos agora.

 - Para onde?

Perguntei-lhe num meio sorriso. Ele encostou um braço na parede, me recostei nela.

 - Não sei. – Deu de ombros. – Vamos para algum lugar perto de casa, é bom que posso procurar algum lugar que precise de funcionários.

 - Ah, é. – Lembrei. – Você ainda quer um emprego. – Mordi o lábio. – Quer mesmo passar mais tempo fora de casa?

Apelei para aquela pergunta sugestiva, não queria que ele ficasse fora de casa agora, agora que tínhamos começado esse namoro/não sei, queria que ficasse em casa para aproveitar. Ele sorriu de lado e se aproximou, me deu um beijo breve depois respondeu:

 - Não se preocupe, vou ter tempo pra você.

 - Tudo bem. Se diz isso eu posso ajudar.

Cedi, sua abordagem me convenceu. Ele pegou habilidosamente a mochila no chão e pôs no ombro, logo depois puxou a minha pela alça e pendurou no meu ombro, imaginei como fez isso. Ela estava muito pesada para ele conseguir levantar tão facilmente.

Mas fui adiante, ele foi para a aula dele e eu fui para a minha. No almoço, sabia que ele ia aparecer logo, então tratei de contar bem antes para Cody e Lucy.

 - Vocês não vão acreditar...

Eu falei de cabeça baixa, meio envergonhada pensando no que iriam dizer, enquanto estávamos sentados na mesa, com a bandeja feita. Eles se entreolharam.

 - Aconteceu alguma coisa?

Lucy quis saber, preocupada. Olhei para ele por um segundo depois abaixei cabeça num suspiro de novo.

 - Aconteceu. – Olhei pro teto, não conseguia olhar pra eles. Depois voltei á olhar pra mesa. – Eu e o Gabe...

 - “Gabe”? – Cody me interrompeu. – Ahm, de repente adquiriu carinho pelo primo, nunca o chamou pelo apelido...

Observou sugestivo. Lucy deu um sorriso. Ficou ainda mais difícil dizer.

 - É que... – Hesitei. – Ele tem dado muitas indiretas, vocês sabem disso.

 - Sabemos, ou melhor vimos. – Lucy lembrou-se de olhos arregalados. – No jogo lá na sua casa. O clima ficou super quente entre vocês... Que é aquilo? Eu fiquei impressionada como ele podia dizer aquilo de uma prima, olhava pra você como se fosse um pedaço de tentação.

Ela abanou a cabeça indignada. Cody assentiu concordando.

 - Pois bem, eu acabei... – Pairei no ar outra vez. – Eu acabei aceitando.

Falei de repente, joguei aquilo antes que não conseguisse. Eles se entreolharam de novo com a testa franzida, pensando não ter entendido.

 - Vocês... Estão... Tendo... Tipo... Um caso?

Cody perguntou pausadamente, percebia como temia a resposta. Eu não podia esconder, falei em tom culpado:

 - Sim...!

Os dois se assustaram, ficaram sem fala por breves momentos.

 - Amiga... – Lucy pareceu apavorada. Eu já esperava isso. – Eu sei que o seu primo, nossa, é muito difícil de resistir e que vocês não são primos diretos, mas vocês moram na mesma casa agora, não acha que seu irmão pode descobrir? E aí nunca vai perdoar o Gabriel.

Eu respirei fundo, vi Gabriel entrar no refeitório, sorriu pra mim e sorri de volta. Eu temia por isso. Não queria que Logan perdesse a confiança em Gabriel, não agora que estavam se tornando amigos, não queria prejudicar Gabe, ele também gostava do meu irmão. Tinham começado á ter um relacionamento meio fraternal que eu não queria atrapalhar, conversavam durante as manhãs antes de eu acordar e depois, percebia como Logan estava gostando da presença masculina de Gabe lá, com quem ele pode ter uma relação de companheirismo, falar de coisas de homem, coisas que antes, só comigo ali, ele não tinha a oportunidade de falar.

 - Sei. – Afirmei num lamento. – Eu tentei evitar, o máximo que eu pude, mas ele ficava insistindo... Eu não consegui aguentar.

 - Tudo bem, ele ta vindo pra cá...!

Lucy nos alertou, vendo ele chegar com a bandeja na nossa direção. Sentou-se na cadeira vaga ao meu lado animado, pousou tão rapidamente a bandeja na mesa que ela tremeu.

 - E aí?

Exclamou alegre. Lucy e Cody ainda ficaram sem ação lembrando do que eu tinha contado, mas conseguiram responder depois de uns segundos de embaraço:

 - Oi.

Os dois responderam ao mesmo tempo, com a mesma falta de animação sem sucesso. Gabriel não era bobo, percebeu como eles estavam olhando para ele como se fosse um extraterrestre.

Olhou pra mim com a testa franzida, depois perguntou com voz arrastada:

 - Aconteceu alguma coisa...?

Lucy e Cody ficaram completamente sem reação, então num suspiro, resolvi contar. Ele ia ter que saber que eu dividi nosso segredo com eles, certo?

 - Eu contei pra eles.

Disse num ato. Ele ficou me fitando por uns instantes tentando absorver, depois olhou para Lucy e Cody ainda meio perdido:

 - Contou...? Achei que... Fosse segredo.

 - E é. – Confirmei. – Mas alguém precisava saber pra nos dar alguma cobertura, além disso, não posso esconder nada deles, são meus melhores amigos.

Ele simplesmente deu de ombros. Cody fez questão de esclarecer:

 - Não contamos os segredos da Molly.

 - Não tem problema. – Gabe não se importou. – Eu sei que não vão contar, só... Não quero que pensem coisas erradas de mim... Só que... Não foi algo que eu pudesse escolher, infelizmente, não consegui fugir. Não quero que pensem que levei a Molly a fazer o que não queria.

Lucy suspirou.

 - Sabe, pode ser estranho agora, mas acho que posso me acostumar, muitos primos namoram hoje em dia.

Ela acabou não se importando, Cody fez sim com a cabeça. Eu sabia, podiam ás vezes não concordar comigo, mas eram meus melhores amigos e apoiavam o que eu decidia. Sorri, Gabe pegou um garfo, espetou uma almôndega e depois sorriu pra mim brevemente.

 - É, mas... – Cody de repente comentou. – Se casassem acho que não poderiam ter filhos, quer dizer... Pessoas que dividem o mesmo DNA, tem problemas com a genética...

Eu arregalei os olhos, Gabriel soltou o garfo de repente no prato e começou á engasgar, tossindo e ficando vermelho de tanto nervosismo. Eu bati nas costas dele pra que ele recuperasse o fôlego. Cody não foi nada conveniente. O que ele pensava? Que já estávamos planejando casar?

 - Não, não. – Neguei pra Cody enquanto batia mais nas costas de Gabriel. – Não vamos pensar em ter filhos, enlouqueceu? Só temos dezesseis e dezessete.

 - Sério? Porque se não for sério, como ia ser se vocês terminassem agora? Quer dizer... São da mesma família, não poderiam simplesmente parar de se ver como nos relacionamentos comuns, continuariam se encontrando nas festas de família, lembrariam sempre do que aconteceu, e depois se se casassem com outras pessoas não se falariam direito porque ainda lembrariam de tudo e teriam, tipo... Vergonha...?

Gabriel conseguiu recuperar a comida entalada na garganta e respirou fundo o ar se restabelecendo. Eu não deixei de pensar nisso. A possibilidade de nos separarmos, por algum motivo, não me passara à cabeça, não tinha pensado em que isso poderia acontecer.

 - Eu acho que é muito cedo pra saber.

Gabe soltou isso, como se quisesse finalizar o assunto e continuou comendo.

Cody era assim, sei que sua intenção não tinha sido nos aterrorizar, ele só era verdadeiro demais pra deixar alguma coisa passar. Mas não consegui evitar de ficar em silêncio, pensando nisso. O que eu queria? Queria mesmo ficar para sempre com Gabriel, sem pensar nas consequências?

Como seria se aquilo acabasse? Será que eu conseguia imaginar minha vida sem Gabriel depois de tudo que aconteceu? Ou talvez fosse cedo de mais, ou talvez fosse tarde de mais.

Não sabia o que era o certo a fazer, sabia que não conseguiria terminar com ele, não depois do que aconteceu, continuar vendo-o caminhando pelos corredores do meu apartamento e lembrando de todos os toques que iria com certeza querer de volta. Ou talvez fosse o melhor a fazer, antes que me envolvesse ainda mais e a separação envolvesse mais lembranças.

Mas eu conseguiria mesmo fazer isso? Conseguiria abrir mão de Gabe? Olhei para ele de canto de olho, ele olhou discretamente pra mim e sorriu, as costas largas curvavam-se na mesa para se aproximar do prato do almoço.

Era impossível. Estava louca por ele, sem ele era nada, uma vida de inutilidades. Com ele, tinha a paixão, o desejo, a emoção de um relacionamento às escondidas, tudo projetado num corpo perfeito, de músculos definidos e sorriso galante.

Gabriel ao menos não pareceu cogitar em relação ao que Cody disse, não parecia preocupado ao falar comigo, ou pensativo, sorria do mesmo jeito subjetivo pra mim. Irresistível.

O tempo pareceu não passar, arrastar-se no espaço. As aulas pareceram demorar seis horas cada aquele dia, piorando a minha ansiedade de ver Gabe na volta pra casa.

Quando o horário bateu, corri pro ônibus, sentei em um banco vago e guardei jugar para Gabriel ao meu lado. Distraí-me até ver ele chegar como um dos últimos no ônibus, levantei os olhos quando o notei de pé sorrindo de lado como sempre.

Sorri de volta enquanto tirava minha mochila do seu lugar para que se sentasse. Ele jogou-se, como sempre, no banco e virou-se pra mim soltando um suspiro de cansaço.

Peguei meu celular e sinalizei pra ele:

 - Mandei um torpedo pro Logan, avisei á ele que vamos à sua entrevista de emprego hoje.

 - Ah, é. – Ele levantou as sobrancelhas, lembrando-se. – Você achou um emprego pra mim perto de casa. É uma loja de quê mesmo?

 - Esportes. - Respondi sem indiferença. – Você entende de esportes, certo?

  - Entendo. – Ele pareceu se gabar. – Fui capitão do time de baseball lá Da escola de Lakeland. Mas esse ano não quero me envolver com esportes de novo, estou cheio de raladuras e suor. – Dei risada. – Isso não é mais pra mim.

Decretou. Eu fiz um ar de curiosa.

 - Você não tinha me dito que era bom em esportes, eu só achei isso porque o Brad disse que...

Pairei quando percebi mencionar o Brad na conversa. Não queria lembra-lo sobre ele, já tinha sido esforço demais ele esquecer aquela história, na verdade eu só achava que ele desistiu, porque sua resposta não foi muito convincente.

Ele soltou uma baforada de frustração:

 - Vai, fala, o que foi que aquele idiota lhe disse?

 - Para, não foi nada de mais. – O tranquilizei. – Ele falou sobre querer você no time do colégio, mas foi antes de tudo acontecer.

 - Não quero que ele fale com você. – Ele de repente disse aquilo em tom rigoroso. Olhou nos meus olhos com exigência. – Nunca mais, porque se ele falar...

Respirou fundo e pairou no ar, como se eu já soubesse o que vinha depois. Eu tentei permanecer sem preocupações sobre aquele assunto, mas não posso mentir em dizer que fiquei assustada do jeito que ele falou aquilo, como se fosse uma ordem para Brad á distância.

Apenas disse:

 - Ele não vai se aproximar, confia em mim.

Senti-me culpada por minha voz não parecer tão convincente. Ele apenas soltou outra baforada frustrada e virou-se pra frente.

 Achei que ficaríamos em silêncio depois disso, mas ele continuou falando depois de um minuto de silêncio:

 - Não falo só por causa... – Procurou as palavras. – De nós dois, você também é minha prima e isso faz eu querer você em segurança em dobro. Não posso deixar aquele inútil conseguir o que quer.

 - Ele não vai.

Avisei. Dessa vez eu fui convicta, o que fez ele ficar um pouco mais convencido disso. Pensei em alguma coisa para sair daquele assunto:

 - Mas então, vai ser seu primeiro emprego, quanto tempo acha que vai ter que ficar fora de casa?

 - O que for preciso pra eu conseguir grana. – Virou-se pra mim e sorriu como se lembrasse de algo que o deixasse animado. – Assim posso comprar um carro e a gente vai pra onde quiser.

Mordeu o lábio e aproximou-se para me dar um beijo no rosto. Eu sorri de volta com a ideia. Não era novidade que a maioria dos garotos sonhava em ter um carro, não pensava que com Gabriel seria diferente. Mas não sabia que ele sabia dirigir.

 - E desde quando você tem carteira?

Indaguei-o, dei-lhe um leve tapa no ombro por ter me deixado fora dessa informação.

 - Desde algum tempo.

Falou olhando pro nada como se fizesse as contas. Eu bufei. Ainda não sabia muitas coisas sobre Gabe. A verdade é que só fizera parte de um passado muito breve dele, sua infância, não sabia se ele mentia quando dizia que tinha vindo pra cá pelos estudos, não sabia o que fazia na sua cidade, as companhias dele, que lugares frequentava, nada. Era tudo mistério.

 - Não acredito que ainda não sei quase nada sobre você.

Lamentei numa risada sarcástica, minha intenção era arrancar informações a partir dali.

Ele revirou os olhos, como se aquilo fosse algo muito previsível.

 - Ninguém no mundo sabe tudo sobre mim. Só eu mesmo.

Soou um tanto obscuro de mais, mas resolvi deixar pra lá.

 - Qual é...! Nem seus pais?

Duvidei. Deu uma risada meio sem humor.

 - Eles são os que menos sabem, doce.

Eu fiquei um pouco balançada por ele ter me chamado de doce, mas não podia desistir de descobrir o que eu queria:

 - Por que tem que sertão misterioso? O que você fez de tão errado no seu passado? Assaltou um banco? Matou um cara? Levou uma bala perdida no peito e sobreviveu?

 Ele gargalhou como se tivesse passado longe.

 - Acho melhor deixar você em dúvida. É mais divertido.

 - Não tem a menor graça.

Protestei, não era legal querer me deixar perdida sobre sua vida, como se fosse brincadeira.

 - Tem sim, assim você pode se dar o trabalho de descobrir. – Fez uma pausa e me examinou. – Já eu, acho que não vou ter o mesmo problema.

Franzi o cenho. O que ele queria dizer? Que eu não tinha segredos? Retruquei na mesma hora, insultada:

 - Eu tenho muitos segredos.

Ele riu, como se não o convencesse, não gostei.

 - Ta brincando? Você é a pessoa mais aberta do mundo e se eu quisesse saber seus segredos era só pegar aquele seu diário que li outro dia.

 - Não tem tudo o que eu já vivi naquele diário. Mas não tente mudar de assunto, não confia em mim? Por que não me conta de uma vez o que houve?

 - Não houve nada, bobinha. – De repente me atacou fazendo cócegas. Era tudo gozação. – Não sou um foragido da lei, se é o que você pensa.

Eu ofegava, ainda me recuperando das cócegas mortais que me dera, quando respondi:

 - Vou tentar acreditar em você.

 - Pede para que eu confia em você, mas não sabe se confia em mim?

 - Eu sou uma pessoa confiável, você... – O analisei. – Nem tanto.

Riu alto. Por um momento lancei meu olhar pela janela e percebi que já estava na hora de soltar. Levantei do banco e parei para espera-lo, que ficou sentado ainda todo esparramado no banco.

 - Vamos!

Apressei. Gabriel me olhou de pé e durante um segundo ficou perdido em sua distração, antes de levantar rápido ao perceber o que estava fazendo:

 - Ah, é.

Disse. Descemos do ônibus. O olhei esperando que o ônibus saísse.

 - Vamos?

Perguntei, virando a cabeça para a esquina onde ficava a loja onde ele faria a entrevista. Sorriu torto e veio até mim, beijou minha boca num minuto e disse bem baixinho:

 - Vou á qualquer lugar com você...

Eu estava no meio da rua, com o meu primo perigosamente perto de mais, mas era como se houvesse nós dois ali. Rodeados pelo desejo. Respirei fundo antes que fosse longe de mais, pronunciei:

 - Ótimo, porque pretendo te levar á muitos lugares... – Beijei-o durante mais um minuto, eu queria mais, mas não podia sair dos limites ali. – Mas hoje é só ir por ali.

Apontei com a cabeça. O som da sua risada soou alto na rua. Caminhamos juntos pela esquina até o lugar onde eu tinha visto a placa: “Precisa-se de funcionários”. O nome da loja era MegaSports Store. Vendia todo tipo de artigo para esportistas, pranchas e surf, skates, tacos de baseball, tudo espalhado pelas seções.

Entramos pela porta e caminhamos até o balcão do caixa, a loja estava meio vazia. Uma garota da mesma idade que nós estava do outro lado do balcão, tinha cabelos castanho-claros lisos até os ombros e olhos cor de ébano, um sorriso gentil e com toque inocente.

 - Com licença, - Chamei. Ela nos olhou, antes estava distraída carimbando papéis. Quando levantou os olhos, se deparou com Gabriel e sorriu, enrubescida. Tentei ignorar o fato de que ela estava interessada nele. – Estamos procurando o gerente, ele vai se candidatar para funcionário da loja.

Apontei para Gabe. Ele acenou tímido e sorriu de lado. A garota, com o nome escrito em seu crachá de Charlie, sorriu ainda mais enquanto enrolava os cabelos no dedo, maravilhada com Gabriel. Bufei, sem acreditar.

 - Ah, claro, eu vou chamar.

Ela lembrou-se que tinha que sair para chama-lo um pouco depois de ficar olhando fixamente para ele durante vários minutos. Saiu pela porta que tinha atrás do balcão, ainda olhava para trás fazendo charme para Gabriel.

Quando ela entrou na sala. Eu não consegui evitar de sentir um pouco de medo. Com Gabriel fora de casa seria muito mais fácil para ele ser infiel, a final eu não estaria lá para ver nada.

Não podia mostrar que tinha ciúmes dele, se ele quisesse um “relacionamento aberto” eu estragaria tudo mostrando que queria ele só para mim.

Fiz com que minha voz soasse uma gozação:

 - Parece que vou ter que ficar de olho em você.

O cutuquei no meio do peitoral. Ele riu.

 - Do que está falando?

Não podia acreditar, mas ele parecia mesmo não saber do que se tratava. Era tão distraído á ponto de não notar os olhares de Charlie? Ou estava mentindo muito bem para me fazer pensar que não notava as outras quando estava ao meu lado?

 - Não seja ridículo, viu como ela olhou para você.

Abordei. E me recostei no balcão.

 - A garota? – Veio para se encostar ao meu lado. – Não me interessa. Você já basta.

Me beijou. Naquele mesmo momento Charlie chegou, bem á tempo de pegar nós nos beijando. Não precisei olhar para trás para ver sua expressão de decepção se formando.

Não consegui deixar de tentar prender o riso. Um homem estava com ela. Era calvo, tinha bigode e no seu crachá dizia “Gerente”.

Ele se aproximou.

 - Então...? É você?

Ele apontou para mim querendo saber quem tinha pedido uma entrevista.

 - Ah, não, é ele.

Gabriel sorriu como um garotinho, tentando parecer amigável. Ri.

 - Qual é o seu nome?

O gerente quis saber de Gabriel.

 - Gabriel. Gabriel Sean Sanders.

 - Tudo bem...

O gerente colocou as mãos sobre o balcão num suspiro de cansaço.

 - O meu é Bob.

 - Muito prazer, estou pronto para a entrevista.

 - Não, não, já tive quatro entrevistas desastrosas essa semana. – Interrompeu com uma cara horrível de terror. – Você é boa-pinta, vai chamar a clientela feminina e... Tem muitos amigos no colégio?

Gabriel franziu o cenho meio sem entender:

 - Tenho.

 - É como eu pensei, faça propaganda da loja para os seus amigos do time de futebol e está contratado. Começa amanhã ás quatro e termina ás sete.

Saiu. Gabriel sorriu para mim contente.

 - Tenho um emprego.

Dei risada.

 - Parabéns por ser “boa-pinta”. – Zombei fazendo biquinho. Ele riu alto enquanto saíamos da loja para voltar para casa. – Te livrou de um monte de perguntas chatas.

 - É verdade. Nunca achei que minha aparência fosse ajudar tão claramente. – Eu ri com o que disse. – Agora eu quero ir para casa aproveitar das minhas últimas hora sem fazer nada, a partir de amanhã já vou ter que pôr a mão na massa.

 - Será que o Logan já chegou?

Passamos pela entrada do prédio.

 - Não sei, tomara que não, quero poder ficar com você...

 Me apertou num beijo no rosto, entramos no elevador.

 - Eu também.

Dei-lhe outro. A porta do elevador se abriu, andamos pelo corredor até o apartamento 24. Peguei a chave para abrir a porta, quando entrei, me decepcionei ao ver Logan esparramado no sofá, assistindo ao programa de arquitetura, vestindo um suéter e degustando uma tigela de cereal.

 - Oi!

Exclamou nos vendo entrar, sua voz soou embolada porque sua boca estava cheia de cereal e leite. Eu adorava ficar com Logan, ele era o melhor irmão do mundo, mas naquele momento eu queria poder ficar com Gabe, a final ele teria de trabalhar durante á tarde agora. Se eu não podia ficar com ele durante a manhã, porque Logan estava lá, não podia ficar com ele na escola, porque os outros estavam lá, a tarde ele iria trabalhar e á noite, Logan quase sempre estava lá... Quando íamos poder ficar juntos?

Um suspiro de irritação se liberou dos meus pulmões.

 - Oi...

Minha resposta para Logan entonou um pouco mal-humorada de mais, eu não queria que pensasse que eu não gostava de tê-lo em casa. Droga.

 - Nossa, mas que mal humor é esse? Não conseguiu o emprego?

Logan limpou o canto da boca sujo de leite. Gabriel quando ouviu isso, iluminou-se de orgulho, deu um pulo na frente de Logan:

 - Consegui!

Abriu os braços convidando para um abraço de parabéns. Logan levantou-se feliz:

 - Parabéns cara!

Deram um abraço masculino cheio de tapas nas costas.

 - Teve muitas perguntas na entrevista?

Logan quis saber. Gabriel ia falar, mas a minha irritação com o que aconteceu me fez o interromper com tom de ironia:

 - Não, o gerente o contratou de cara. Disse que ele iria atrair a clientela feminina.

Cruzei os braços com raiva, depois desfiz a pose, Logan não podia saber que eu estava com ciúmes de Gabriel, iria desconfiar. Logan riu alto com o que eu disse. Mas eu não estava nada contente com aquilo. Não podia deixar de odiar a ideia de saber que todas as tardes, garotas atletas (ou seja, excelente forma física.), Iriam dar em cima de meu namorado/primo. E se ele resolvesse dar bola alguma vez?

 - Vou ser o caixa, eu acho. – Gabriel balançou os músculos andando até a cozinha e colocando água num copo. – Espero que não seja muito chato.

 - Não se preocupe, vai se divertir com a “Charlie”!

Aquela gozação cheia de ciúmes saiu da minha boca sem querer. Logan olhou para mim e franziu o cenho, estranhando o que eu disse. Que grande droga! Tinha dado motivos para Logan suspeitar de nós agora.

  - Quer dizer... – Pensei rápido em algo para amenizar a situação. – Não que isso importe, claro...

Tudo bem, aquilo foi péssimo. Não convenceu ninguém, do jeito que eu disse até pareceu que eu estava em dúvida. Eu me lancei no corredor indo para o me quarto, não queria ver a reação que Logan ia ter. Eu sabia que ele não iria me perguntar nada, mas tinha certeza que ele iria desconfiar.

Logan não podia descobrir. Seria o fim. Logan pode ser o melhor irmão do mundo, mas não deixa de ser meu irmão. Ainda não gosta de meus namorados, principalmente se soubesse que ele deu espaço para Gabriel me namorar sem saber. Iria ficar furioso, iria perder a confiança em mim e em Gabe também. Eles estavam se tornando grandes amigos, quase irmãos, Logan não tinha nenhum parceiro masculino antes e estava gostando da companhia de Gabriel, não queria estragar isso.

Podia até querer mandar Gabriel de volta, dizer que ele estava se atrevendo para cima de mim, me seduzindo, sei lá, ele ainda achava que eu era a irmãzinha frágil e sensível dele, acharia que Gabriel me levou para o mau caminho, não tenho certeza, mas tinha certeza que não seria nada bom.


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Notas finais do capítulo

Ih... Será que Logan descobre? Próximo capítulo a farsa deles dois no colégio acaba, hein gente? De uma forma bem impactante. Não deixem de ler.
Anonymous Girl Writer s2 ;P



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