Em Busca De Amor Em Hollywood escrita por ChatterBox


Capítulo 8
8 - Perigo!


Notas iniciais do capítulo

Jess e Dylan estão se tornando amigos, mas será que isso é segurooo
HAUHAU
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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Não podia acreditar, mas eu e Dylan nos tornamos amigos. Sim, amigos. Por incrível que pareça, bons amigos que contávamos tudo um pros outros. É claro que o meu sentimento é muito mais que amizade, mas não cogitava nem pensar nisso.
O meu contrato de estágio era de oito meses, o tempo de duração da gravação do filme. Já tinha começado a gostar daquele set. Claro que retirando a parte da minha terrível chefe. Mas gostava das pessoas dali. Com um tempo todos começaram a me conhecer de verdade. Lembra daquela moça gorda do atendimento? Me tornei amiga dela. Ela era simpática quando a conhecia, seu nome era Ally.
Gostava de falar de besteira enquanto trabalhava com Simon, de tudo que aprendia com Tom, que gostava da minha ajuda, às vezes me deixava livre de algumas tarefas e me ensinava coisas sobre o cenário, como tem que se posicionar para não fazer sombra, sobre como os atores tem que pausar para a troca de cena. Estava aprendendo muito com ele, me sentia provilegiada por ter aulas de um profissional tão bom, além de ser humilde e atencioso. Sentia como se fosse um padrinho.
Um dia desses fiquei presa no trabalho até mais tarde (para variar). Dylan apareceu e me deu um susto:
 - Boo!
Gritei com o coração acelerado. Ele riu satisfeito.
 - Engraçadinho...!
Protestei. Ainda rindo ele sentou na cadeira em frente à mesa onde eu estava sentada, grapeando papéis importantes e juntando-os numa pilha.
 - Fala sério, achei que hoje a gente ia poder sair depois do trabalho.
Lamentou observando a pilha de papéis grampeados.
 - Pois é... - suspirei. - Acho que fica para a próxima.
 - Você viu o meu ensaio hoje?
Perguntou, mudando de assunto.
 - Vi! - exclamei. - Nada mal.
 - Ah, fala sério, foi horrível. Sinto que estou ficando cada vez pior, tem que me ajudar!
 - Do que está falando? Você foi bem, está progredindo. Falo sério, sabe que não ia mentir para não te magoar.
Zombei.
 - É, mas eu quero que fique bom de verdade, pode me ajudar no próximo script não é? Tem uma cena muito importante nele que se eu for mal, via estragar todo o filme.
 - Tudo bem.
Dei de ombros.
 - Mas e aí... O que é isso?
Pegou um dos papéis curioso.
 - Aargh, registros de encomendas da gravadora.
Grunhi.
 - Eu ia ler, mas parece outra língua para mim. - Franziu o rosto. Ri. - Só conheço a língua da música.
Disse enquanto colocava o papel de volta na pilha.
 - Falando nisso... Eu sou fã das suas músicas, sabia? Quando vem o próximo álbum?
Quis saber, interessada.
 - Estou dando uma pausa. Sabe, é muito difícil a vida de cantor, tem as gravações, as turnês, os fãs, tudo tão corrido que às vezes penso muito em parar para seguir outra carreira como a de ator.
 - Então por isso aceitou participar do filme?
 - É, mas eu sempre acabo voltando para a música, acho que de uma forma ou de outra vai ser sempre o lugar de onde eu pertenço e vou ter que aceitar as dificuldades.
Suspirou. Sorri docemente para ele.
 - Ah, nenhum trabalho é perfeito, mas contanto que você faça o que goste, todo esforço vale a pena. É só olhar para mim!
Zombei mim mesma.
Riu.
 - Você vai acabar conseguindo. Você pertence à isso aqui, eu não. - negou. - Eu chego a me sentir inútil quando olho para você. - arregalou os olhos, ri enrubescida. - Você se esforça muito para fazer tudo certo.
 - Obrigada, eu tento. né.
Me gabei, brincando. Pus o último conjunto de papéis na pilha. Suspirei aliviada.
 - Hmm... To louca para chegar em casa.
 - Eu te levo.
Ofereceu-se. Eu neguei:
 - Não.
 - Ah, por que não?
Fez voz dramática.
 - Eu te dou trabalho demais, não faz sentido, hoje eu vou de metrô.
Informei, já pegando minha bolsa numa cadeira e saindo pela porta, ele me seguiu ainda insistindo manhoso:
 - Aah, por que tem que sempre não querer me incomodar? Eu gosto de te levar, vai.
 - Hã-hã.
Neguei.
 - É rápido! Eu tenho uma Ferrari, sabia? Elas correm muito.
Ri.
 - Não vai funcionar.
Avisei.
 - Vou te seguir até em casa então.
Disse. Eu parei no meio do caminho, olhei para ele num suspiro de frustração. Ele sempre insistia tanto que não me deixava escolha. Aquilo estava ficando perigoso demais. Contei que aparecemos no jornal depois da sorveteria? Pois é. Ele teve de se explicar para um monte de gente no dia seguinte e ainda ficam desconfiados sobre nós. Sabe como é. Nunca acreditam quando um famoso diz que não está namorando com alguém, acho que insistem tanto que às vezes é por isso que acabem namorando, até por rendição para a mídia.
 - Ta legal.
Cedi. Seus lábios formaram um sorriso de satisfação. Fui até sua Ferrari, não era a mesma. Era uma vermelha desta vez. Vermelha com teto solar.
 - Novo, é?
Perguntei enquanto sentava no banco do carona.
 - Não, estava na garagem.
Respondeu com simplicidade. Mas não tinha menor simplicidade em ter duas Ferraris na garagem.
 Me levou até o prédio, quando parou na porta olhei para ele e pus as mãos para o alto indicando:
 - Espero que esteja satisfeito agora, já gastei os minutos que te incomodo por dia.
 - Estou satisfeito. - riu. - Amanhã vai me dar aulas, certo?
 - Certo. Podia cobrar por hora, o que acha?
Brinquei saindo do carro. Ele riu de lá de dentro.
Entrei em casa e acenei para ele quando foi embora.
É...

*****************

 - Jess!
Tomei um susto, virei-me e vi Dylan de pé rindo do meu baque. Adorava me pregar sustos. Olhei para ele ainda me recompondo com uma falsa chateação. Não conseguia me chatear com ele.
 Segurava o script enrolado nas mãos.
 - Peguei o script, tem tempo?
Suspirei e olhei no relógio, faltavam trÊs minutos para o horário de almoço, então eu estava basicamente livre.
 - Estou.
Respondi. Caminhou até a porta do seu camarim e abriu para que eu entrasse. Fiquei parada um pouco distraída até ele me acordar:
 - Vamos?
 - Ah, claro.
Corrigi-me indo para dentro. Ele fechou a porta. Já tinha ido lá algumas vezes. Tinha um sofá, uma escrivaninha iluminada para o cabeleleiro e a maquiadora, que quase não apareciam porque ele não precisava de praticamente nada.
Era amplo e tinha um daqueles suportes de figurino com os que ele usava.
 - Aqui.
Me entregou de pé no meio do camarim. Abri e dei uma olhada, meus olhos passearam rapidamente pelo papel até pararem alarmados ao darem de cara com a palavra "[Beijo]".
 - M-mas... - gaguejei ainda meio desnorteada com a ideia. - Essa é a cena do beijo.
Ele não pareceu se importar, deu de ombros:
 - É a mais importante do filme, é uma comédia romântica, lembra?
 - É, mas...
 - Ah não ser que tenha alguma problema em me beijar...
Sugeriu. Pairei e fitei-o esperando que ele entendesse o que eu queria dizer somente com o meu olhar estilo "Pára, né?".
 - Não é comigo o problema, queria saber se você concorda com isso.
Menti.
 - É só trabalho, não é?
Mencionou. Puxei o ar para dentro tentando fazer com que ele não notasse a minha tensão. Ele não podia saber que eu queria beijá-lo de verdade, quer dizer, ele vivia dizendo que eu era uma boa atriz, não podia dizer que não conordaria fazer o beijo. Ele diria que eu não sou atriz o bastante para separar o trabalho do sentimento, em fim, ficaria zombando de mim.
 - É.
Respondi num fio de voz, completamente insegura. Tentei fazer com que minhas pernas não bambeassem. Respirei fundo e comecei a ler a primeira fala, ele tinha pegado dois scripts para me dar um. Vamos lá... Não deve ser tão difícil, é só trabalho, eu teria que fazer isso milhares de vezes nos próximos filmes, certo
Tudo bem que eu não beijaria alguém por quem sempre fui louca desde criança, mas...
 - Tudo bem, essa é uma cena de romance então... - tentei restaurar minha voz profissional para explicar para ele. - Tem que parecer sincero, apaixonado. Tem que falar mais calmamente e claramente. Em fim.
 - Ta.
Concordou. Levantei meu script para ler. Respirei fundo, meu coração chacoalhou quando comecei a pronunciar a primeira fala:
 - "Não pode estar apaixonado por mim..." - respirei fundo. Tinha que olhar para ele. Levantei o olhar para fitar seus olhos cor-de-mel alucinantes que logo me fizeram ficar derretida... Para! Mantenha o foco! - "Existem muitas outras garotas no colégio, eu sou só uma qualquer."
 - "Não são elas que me interessam. - se aproximou enquanto dizia sua primeira fala. Não conseguia parar de sentir como se estivéssemos realmente dizendo aquelas coisas um pro outro. Por que era exatamente como eu me sentia. Uma estagiária medíocre que não fazia a menor diferença no meio de todas aquelas atrizes no set. Os olhos dele também não pareciam apaixonados falsamente, estavam sinceros e... Irresistíveis. Tudo bem, ou ele era um ótimo ator, ou... Estava falando aquilo de verdade... - Você sabe muito bem que é muito melhor que qualquer uma delas."
Foi então que aconteceu, ele me puxou pela cintura, seus olhos penetravam nos meus cheios de desejo e sua boca estava bem ali, acessível, estava entre aqueles braços que tanto sonhei. Quando finalmente senti seu hálito na minha língua e estava à um passo de me entregar completamente...
Uma voz irritante e familiar nos interrompeu:
 - Amo-or...!! - Nos afastamos alarmados. Hillary entrou na sala para chamar Dylan, quando nos viu ficou nos olhando curiosa. Me afastei mais, completamente envergonhada. - O que ela faz aqui?
Apontou para mim com indiferença. Dylan pigarreou ainda sem graça.
 - Estava me dando aulas de atuação.
Respondeu. Hillary era tão segura de si mesma que nem notou que Dylan estava prestes a traí-la. Comigo, que horror. Me sinto um ser humano sujo e sem dignidade. Não devia ter concordado, eu a odiava, mas nunca chegaria a pagar um papel daqueles.
 - Ah, podia ter me pedido! - riu falsamente. - Mas se bem que eu ando tão ocupada que...
Lamentou também falsamente. Aliás, tudo nela era falso.
Peguei o que sobrou da minha educação e saí do camarim.
Quando ia seguindo para o almoço com Simon recebi uma ligação. Estava no visor: Dylan.
Suspirei. Não sabia nem o que dizer para ele. A verdade é que eu viajei e aquilo não podia acontecer de novo. Eu era uma ESTAGIÁRIA. Entendeu, Jess? Você é uma E-S-T-A-G-I-Á-R-I-A. E e-s-t-a-g-i-á-r-i-a-s, não pegam cantores famosos e gostosos.
 Mas de qualquer forma, eu tinha que atender.
 - Alô?
 Atendi.
 - Jess, escuta, me desculpa pela Hill, ela...
 - Não tem que se desculpar. - intervi. - Ela é sua namorada, foi te chamar, só isso, vocês já passam tão pouco tempo juntos. Fica frio.
Para quem estava magoada consigo mesma eu até que convenci. O fato é que eu por um momento acreditei que ele poderia estar sendo verdadeiro e não atuando naquela hora do "quase-beijo", mas tudo não passou de uma alucinação, eu tinha que me manter no chão mais vezes.
 - É, mas... - pigarreou. - Eu ainda preciso da sua aula. Passo na sua casa hoje amanhã á tarde, posso?
Minha alma gelou em uma fração de segundos. Ele queria tentar de novo? Não entendeu que meu coração não aguentava aquele tipo de emoção partida? E eu não podia dizer não. Acharia que não estava querendo que fosse à minha casa.
 - Ta, ta...
Respondi com voz falha.
 - ótimo. Te vejo amanhã.
Desligou.
Aargh. Pronto, era oficialmente o meu fim.


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Notas finais do capítulo

Na casa dela, neh? LOL.
Kkkk'
Espero que tenham gostado. Merece review?
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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