Em Busca De Amor Em Hollywood escrita por ChatterBox


Capítulo 7
7 - Amigos


Notas iniciais do capítulo

Check this out. Hoho.
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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Andar ao lado de Dylan não era o mesmo que andar ao lado de uma garoto qualquer, porque todos olhavam. Tive a impressão de que alguns caras nos seguiam, se escondendo atrás de carros estacionados na calçada, me virei rapidamente para ter certeza e fui nocauteada com a luz de um flash no meu rosto.

Tapei os olhos com os dedos, tudo que eu via era um clarão.

 - Ele tirou uma foto soua, não foi? - Resmungou Dylan, ao meu lado, tocou no meu punho querendo que eu o tirasse dos meus olhos para que ele pudesse ver. - São os paparazzi. Com um tempo vão embora. Está tudo bem com seus olhos. Se pretende ser uma atriz famosa, vai ter que se acostumar com isso mesmo...

Bufou um risinho. Eh... De uma certa forma ele tinha razão. Sempre que pensava na minha futura fama, eu me obrigava a não pensar na parte ruim. A falta de privacidade, não consegui me imaginar sendo seguidas por caras com câmeras, no dia que eu começasse a ter o meu próprio paparazzi, esse seria o dia que eu enlouqueceria de verdade.

Entramos na sorveteria "Milk Smoothie" e encostamos-nos no balcão de pedidos. Haviam pessoas ao redor que lançaram um olhar surpreso para nós quando entramos.

 - Quero milk-shake de ovomaltine.

Ele pediu à moça, enquanto eu estava apavorada demais imaginando sair na primeira página dos jornais com a machete "Amante do Dylan?". Não conseguia deixar de me preocupar com aonde aquele cara levaria aquela foto. Inclusive eu não devo ter saído no meu melhor ângulo. Não sou o tipo de pessoa fotogênica até quando é pega de surpresa.

 - E você?

A pergunta dele quebrou meus pensamentos.

 - O mesmo.

Sorri. A atendente saiu. Indo preparar nosso pedido.

 - Se recuperou do clarão?

Ele riu.

 - Ah, acho que sim, né. Espero que ele não volte, admito que não consigo me imaginar sendo perseguida por esses caras. Não sei como você aguenta...

Baforei balançando a cabeça com repulsa.

 - Ah, quando se consegue a fama você acaba abrindo mão de algumas coisas. Tempo para si, privacidade...

Deu os exemplos. Não parecia tão feliz, talvez conformado. Devia incluir "Namoradas que amamos" na sua lista.

 - Namoradas legais...

Blefei. Me arrependi no mesmo momento, tapei a boca em pânico. Não falei tão alto, será que ele ouviu?

 - O quê...?

Perguntou como se não tivesse ouvido direito. Sim, ele ouviu.

 - Nada, só que... - bom, agora que eu já fiz a besteira, tenho que arcar com as consequências. Suspirei. - Não acho que você e a Hillary combinam... - a moça trouxe nossos milk-shakes. - Sei que não sei nada sobre você, mas...

 - Sei o que quer dizer.

Interrompeu, sem mais delongas.

 - Não amo a Hillary, mas ela não é tão desagradável quando a conhece...

Deu de ombros. Não consegui evitar de revirar os olhos. Só que, eu a conhecia e continuava sendo desagradável.

 - Quer dizer... - corrigiu-se. - Não quando ela acha que está no mesmo nível que ela. Humildade não é uma de suas qualidades, mas você deve saber disso.

 - Sim, eu sei.

Afirmei concreta. Ainda me intrigava o motivo dele estar se abrindo para mim.

 - Mas... - estava fazendo de novo, falando demais. Só não conseguia evitar, ver aquilo acontecendo e não dizer o que eu penso... - Se não a ama, não vale de nada, não é mesmo?

Opinei. Seja o que for, diria o que eu penso e ponto final. Já estava ali mesmo...!

Dylan sorriu meio tímido, virou-se para frente num suspiro profundo, como se perdesse em pensamentos.

 - Talvez.

Admitiu, cruzando seu olhar com o meu. Não deixei de notar o quanto ele era cada vez mais atraente de perto. Seus olhos cor-de-mel pareciam falar por ele, e o sorriso...

Duas garotas se aproximaram de nós. Sorriam, seduzindo sorrateiramente, Dylan com o olhar. Uma delas segurava um bloco de papel.

 - Com licença, Dylan... - Uma delas pediu num risinho. - Somos suas fãs, pode nos dar um autógrafo?

 - Claro.

Dylan autografou o bloco delas prestativo.

 - Obrigada.

 A outra agradeceu num risinho.

 - De nada.

Falou, girando no banco de volta para o balcão.

 - Legal.

Comentei, querendo rir.

 - Elas sempre fazem isso. - Respondeu descontraído. - Mas você falou de mim... Não continuou a história do teste.

Insinuou. Faria de tudo para fazê-lo esquecer dessa história deprimente de "atriz rejeitada". Suspirei desconfortável, fitei-o por alguns segundos mostrando minha insegurança em contar com o olhar esperando que ele percebesse, mas ele só sorriu de lado perverso e bebeu o ovomaltine no canudo, ainda esperando minha resposta. Baforei, derrotada.

 - Tudo bem. Eu fiz o teste e perdi para a Hillary porque não tinha experiência. Foi isso.

 - Ah tá, conta outra.

Falou sarcástico. Eu teria mesmo que contar aquilo. Que droga.

 - Bom, e depois, eu tive problemas financeiros, então precisava de outro emprego, mas um que conciliasse o estágio com o mesmo seria difícil. Ser a assistente da Hillary era minha última opção.

 - Agora você trabalha para a garota que ficou com seu papel.

Notou desconcertado, coçou a nuca.

 - Exatamente. Disse que era uma história chata.

Riu.

 - Pense no lado bom... - cogitou. Realmente fiquei curiosa em saber qual a parte boa que ele encontraria. - Pelo menos você me conheceu.

Zombou num sorriso falso. Gargalhei.

 - Ah, mas é claro.

Pronunciei falsamente, provocando-o.

Me perdi na parte em que nós acabamos nos tornando tão descontraídos ao falarmos um com o outro. O fato é que Dylan era adorável.

 - Você gosta de estar no set, não é?

Quis saber, quebrando minha linha de pensamentos.

 - Claro.

Respondi convicta.

 - Então dá para o gasto. - brincou, dando de ombros. -  Você bem que podia me ajudar, quer dizer... Você deve ser uma atriz muito melhor do que eu.

Revirou os olhos, criticando ele mesmo. Ri levemente.

 - Não é tão ruim. - tranquilizei, de fato não era. - Só alguns ajustes. Você foi bem para quem nunca fez isso na vida.

 - É, é um bom consolo.

Falou descrente com um sorriso torto no rosto.
Podia ficar ali para sempre, mas uma preocupação me invadiu. Lancei meus olhos para o relógio e me assustei com o horário, tinha que ir logo ou iria dormir em pé no dia seguinte.
Era hora de sair do conto de fadas e voltar para a minha monótona vida real. Adeus encontro dos sonhos com artista teen do passado.[Suspiro].
 - Tenho que ir.
Avisei num lamento. Ele sorriu sem mostrar os dentes para mim e chamou a garçonete.
 Abri minha carteira para pagar meu milk-shake e ele passou na frente dando o dinheiro todo. Fuzilei-o, estarrecida.
 - Por que você...?
 - Qual é, eu te arrastei para cá. Nunca deixaria você pagar.
 Não discuti, apenas neguei com a cabeça frustrada. Não queria parecer uma encostada. Tinha acabado de sair com ele e ele pagou para mim. Não era um bom começo.
Saímos de lá e de novo, me despedi na tentativa de ir para casa.
 - Eu te dou uma carona.
Ofereceu.
 - Não precisa...
 - Você vai chegar tarde em casa, e tem que chegar no set antes de mim.
Fitei-o indecisa e ele arqueou uma das sombrancelhas encorajando-me. Cedi.
 - Ta legal.
Riu de mim, andamos de volta para o estacionamento.
 - Você me faz sentir como um encosto.
Resmunguei, ele riu aproximando-se de uma Ferrari prateada. Parei dois passos antes, boquiaberta. Apertou o alarme e o carro apitou, destranvando-se. Ia entrar no banco do motorista, mas parou quando me viu congelada ali atrás.
 - Vamos?
Chamou.
 - Ta legal...
Respondi inexata indo para o banco do carona. Aquilo não era real, não podia ser real. Quando entramos no carro olhei em volta para ter certeza de que aquilo estava acontecendo mesmo. Dylan não dirigiu o carro, flutuou com ele para fora, andar nele era como plainar, sem barulho e sensação de leveza.
 - Eh... - pigarreei, tentando quebrar o silêncio dentro do carro. - Leva muitas estagiárias na sua Ferrari?
Não tive certeza do que falei, apenas saiu. Aliás, aquilo estava sempre acontecendo ultimamente.
Dylan bufou uma risada, meio em dúvida.
 - Por que? Tem problema em ser a primeira?
 - Não, não, não... Só é meio assustador. Nunca me imaginaria dentro do conversível do Dylan Oklen, só para você saber.
Bufou uma risada.
 - Onde você mora?
Quis saber.
 - Entra por aqui.
Apontei. Entramos em umas cinco esquinas até ele parar na porta do meu prédio.
 - É aqui.
Suspirei, agora definitivamente eu estaria de volta à minha realidade.
 - Espero que façamos isso mais vezes.
Sibilou para mim gentilmente. Não sabia se ele estava falando aquilo para ser educado ou se realmente queria, mas sabia que devia ficar longe dele, mesmo sendo uma tentação, iria trazer confusão.
 - Obrigada pela carona, o milk-shake, em fim, foi ótimo. A gente se vê.
Saí do carro antes que acabasse agindo por impulso. Entrei no prédio e ainda acenei quando ele desapareceu com sua Ferrari pela rua.
Mordi o lábio quando me vi em casa. Meu coração buzinava em meu peito. Talvez tivesse sido uma longa alucinação criada pela minha mente, consequência do trauma recente do primeiro fracasso profissional. Que seja.
Estar louca era o menor dos meus problemas agora. Seria maior problema estar apaixonada.

*****************

No dia seguinte, tive de acordar mais cedo, claro, mas não recebi nenhuma ligação da Hillary, ufa.
Cheguei lá ainda antes dos funcionários chegarem, tudo por culpa da Hillary. Não pude pegar minhas tarefas, já que os funcionários ainda não tinham aberto o almoxarifado, então me dirigi para a área dos camarins, procurar alguma coisa que estivesse fora do lugar, ou beliscar um lanchinho da mesa do café. O camarim do Dylan era o último. Estava aberto, mas é claro que eu não iria bisbilhotar.
Achei uns biscoitos na mesa do café, preparei um capuccino para mim. E quando me vi na minha perfeita tranquilidade, aquele zumbido irritante atrapalhou tudo. O celular da Hill estava vibrando no meu bolso. Respirei fundo, tentando preparar o espírito e atendi na terceira chamada.
 - ALô?
 - De novo? Quantas vezes tenho que mandar você não me deixar esperando?
 - Estava ocupada, Hill.
 - Que seja, só... Espera... "Hill"?
 Droga, chamei-a pelo apelido. Só era chato falar o nome dela inteiro o tempo todo, senti preguiça e saiu sem querer.
 - Sim, é uma abreviação.
 - É um apelido. Não me chame assim, a Lola me chama de Hillary, inteiro. - bufei revirando os olhos. - Escuta, quero que vá no meu camarim e arrume as coisas, não quero chegar e encontrar aquela bagunça outra vez, aproveita e pega o próximo roteiro np almoxarifado assim que abri, depois me procura, vou te dar sua próxima tarefa daí.
 - Ta legal.
Suspirei com impotência.Desligou, de novo sem usar palavras mágicas. Imaginava quem foi que lhe deu educação para que levasse umas boas palmadas por não ter feito isso.
O camarim, para a minha sorte, não estava tão bagunçado, só era irritante por ser todo rosa e emplumado. Blergh.
Fui até o almoxarifado, já havia sido aberto. Peguei meu menu e o script da Hillary. Dei uma lida antes que chegasse, era bom.
 - Escuta. - levantei o olhar me acordando da minha distração, Hillary passou ao meu lado rebolando assim que chegou. - Quero que você pegue esse script e marque todas as minhas falas com um marcador.
Gelei. Ainda fiquei um tanto parada para ter certeza de que ela realmente havia me pedido isso. Aquele era trabalho dela. Não ligava em fazer aquelas tarfeas fúteis para ela, mas não podia me pedir para marcar suas falas, ela mesma devia fazer isso.
 - Não posso marcar suas falas.
Bufei. Ela me fuzilou com desdém.
 - Por que? A Lola fazia isso. Agora vá, não discuta, assim gasto tempo demais.
Arfei o ar, puxando todo que podia para dentro e caminhei para o camarim três, onde preparavam os demais atores coadjuvantes. Teria de ajudar no registro dos materias de maquiagem e ainda marcar as falas da Hillary de seis páginas de script. Era castigo. Achei mesmo que não iria conseguir fazer tudo ao mesmo tempo, então faria isso no final do dia.
Fiquei com Simon nas duas últimas tarefas e quando notei, já era noite.
Fui até um escritório onde tinha uma mesa livre para fazer aquilo, li e marquei aquilo tudo enquanto assistia as luzes se apagarem. Alguém entrou na sala.
 - Boa noite.
Ergui a cabeça. Dylan sorria docemente de pé, à minha frente.
 - Boa noite.
 Sorri um pouco sem vontade. Não iria estender conversa desta vez, já me arrisquei demais.
 - O que está fazendo?
 Debruçou os braços na mesa, querendo espiar o que eu marcava.
 - Marcando as falas da Hillary.
Revelei num suspiro. Ele abriu a boca, incrédulo.
 - Mas ela tem que fazer isso.
Franziu a sobrancelha.
 - Pois é...
Grunhi, e em fim marquei a última fala. Levantei da mesa aliviada.
 - Acabei, tenho que dar para ela amanhã.
 - Deixa que eu dou.
Se ofereceu, pegando os papéis da minha mão. Sorri.
 - Bom, eu tenho que ir. Adoraria fazer o mesmo programa de ontem, mas acho que hoje, eu realmente não posso.
 - Então amanhã podemos almoçar.
Cogitou. Voltei-me para ele, já estava na porta da sala.
 - Porque não leva sua namorada?
Sugeri alegremente, mas não tinha nada de alegre naquilo.
 - Fala sério, ela quase não come...
Desfez da ideia. Ri.
 - Tudo bem, mas se deixar eu pagar minha parte.
Não sei porque acabei aceitando, mas não conseguia resistir de sair com ele de novo.
 - Ta legal, mas é a única vez que vai fazer isso.
Avisou enquanto caminhava ao meu lado pelo corredor.
 - Ah, mas eu preciso pagar, tem que deixar, assim me sinto útil.
 - Vai se sentir inútil então.
 - Não é justo.
Protestei.
 Chegamos na saída. Nos entreolhamos com a intenção de nos despedir.
 - Amanhã, - frisou. - almoço.
Apontou para mim como se me cobrasse.
 - Ta bom!
Coloquei as mãos pro alto, fazendo graça como se me rendesse.
 Saiu em direção ao carro.
 - Tchau.
 - Tchau.
Ai, que droga. Só eu mesmo para me meter em uma dessas.
Não sabia da índole dele, podia ser só um daqueles atores sedutores querendo me enganar dando uma de boa-praça para se "divertir" um pouco.
Mas de uma forma ou de outra, agora já tinha aceito. Seja o que Deus quiser.


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Notas finais do capítulo

No próximo talvez vai ter o beijo...
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



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