Pov. Autora

Annabeth concluiu que a melhor maneira de voltar ao acampamento era nos pégasos. Mandou uma mensagem de iris para Quiron pedindo para que os mandasse novamente. Para a sorte deles, atrás da lanchonete onde pararam, tinha um pequeno parque. Poucas pessoas andavam por ali naquela hora, mas ainda assim precisavam ter cuidado.

Ninguém estava com muita vontade de conversar. Então se estabeleceu aquele silêncio entre eles. Os pégasos chegaram e alguns mortais olhavam estranhamente para eles, mas ninguém manifestou nenhuma reação diferente.

...

A chegada deles no acampamento foi cheia de atenções. Os campistas queriam saber sobre a missão, e sobre a nova semideusa que a profecia falara e sobre a falta de Nico. Annabeth encarregou os gêmeos Stoll de mostrarem o acampamento a Tessa, assim que chegaram acampamento. Os outros seguiram para a casa grande.

Quíron os recebeu calorosamente, os indagando sobre o resultado da missão. Quanto a Nico, ele os garantiu que faria uma homenagem. Pouco conversaram até verem uma luz divina aparecer.

—Lara! – Ártemis estendeu os braços para a garotinha que correu até ela.

As duas ficaram abraçadas e a deusa começou a fazer perguntas para a garotinha que as respondia avidamente.

A deusa seguiu para o chalé das caçadoras com Thalia e Lara. Percy e Annabeth sairam de mãos dadas da casa grande.

—Que bom que acabou. Você está bem? - Percy perguntou para ela.

—Sim, em parte. Mesmo com toda essa história do Nico, acho que Lara ficará bem, e Tessa vai se acostumar rápido com o acampamento. – Annabeth sorriu.

—Descanse, mais tarde nos vemos meu amor.- Percy beijou-a enquanto a deixava em seu chalé.

Foi para o seu, e se atirou em sua cama.

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Era noite, e Thalia não tinha sono. Sua cabeça não parava de reviver momentos. Eram eles com Luke ou com Nico. Foi dar uma volta, e parou encostada em uma árvore perto do mar e da floresta.

Thalia sentiu um olhar sobre si. Olhou para o lado e viu lady Ártemis observando-a. Seu rosto não tinha expressão, mas ela sabia que tinha muita coisa a falar para a deusa. 

—Eu sei que tenho que lhe dar muitas explicações minha senhora, mas... - Thalia começou mas a Ártemos a interrompeu.

—Thalia, eu realmente quero que me explique tudo.- a deusa disse calma.- Mas também quero que fique tranquila. Sei que toda essa culpa que sente não é só sua, assim como toda a saudade, a tristeza... 

A deusa sabia todos os sentimentos ocultos de Thalia, por mais que ela quisesse os esconder. Ao que parece, tudo estava vindo a tona, não é? Porque então condena-la sem ouvi-la antes? Pensou a deusa no tempo que aguardava sua caçadora retornar da missão. Esse segredo não poderia se estender por mais tempo. Então decidiu que a hora de abrir sua mente para as coisas que viriam era agora.

Depois de contar tudo a deusa, Thalia se sentiu estranhamente bem. Ela estava ciente de todo e cada sentimento que Thalia sentiu quando estava perto de Nico. Foi estranho admitir isso para a deusa que repudiava os homens, mas era preciso.

—Não precisa mais se preocupar com isso agora.- a deusa suspirou pesadamente depois de todo o seu relato. - Acabou. O que quer fazer agora?

—Me sinto melhor de esclarecer tudo. - ela respondeu com um sorriso fraco.- Mas sinto que cheguei a uma decisão.

—E qual é?

—É por tudo isso que eu disse, - ela começou.- que eu acho que isso vai ser melhor pra mim.

A deusa aguardou ela continuar.

—Eu quero que saiba que antes de tomar essa decisão,- ela tentou explicar.- eu pensei muito. Muito mesmo. Acho que a minha vida depende um pouco disso, desta decisão.

—Apesar de ser uma das minhas caçadoras, antes de tudo, você é minha irmã.- a deusa tentou ser atenciosa. –Sei que eu nunca fui a melhor irmã do mundo, mas me apeguei muito a você Thalia, e quero que saiba disso, todas as vezes que estiver em perigo, sozinha, ou se simplesmente precisar de um ombro pra chorar, ainda que eu não concorde por quem foi isso. - ela fez uma careta.

—Não sabe o quanto me faz bem ouvir.- Thalia disse evitando a todo modo que aquela lágrima sorrateira bem do canto do seu olho caísse por seu rosto. A duas não eram assim, fadadas a emoções a flor da pele, mas pensaram que este único momento exigia isso delas.

Thalia respirou fundo antes de dizer as palavras que murariam sua vida dali em diante.

—Eu vou sair da caçada.