Pov. Nico Di Angelo

—Quem é você? -perguntei ao ciclope parado na porta.

—Esse é Ted. -Lucia disse calmamente. -ele me ajuda aqui no hotel.

O ciclope Ted dirigiu um olhar feio a nós semideuses e foi para a cozinha.

—Não se importem, -Lucia sorriu. -ele não gosta muito de fazer novas amizades.

—Ah...-Percy abriu a boca lentamente.

—Bom, tenho algumas coisas a fazer, então, fiquem a vontade. -ela foi em direção a cozinha.

—Temos que partir, já! -Annabeth levantou-se e andou de um lado para o outro. -Salvar as semideusas.

—Acho que amanhã bem cedo seria bom.- Thalia disse a ela. -Daria tempo para arrumar-nos nossas coisas e descansar.

—Pode ser e... -Annabeth olhou para Percy que estava com um olhar perdido. - O que foi Percy?

—É que a caixa que Blackjack me deu estava na minha mochila e...

—Você deixou ela explodir. -completei.

—Não se preocupe cabeça de alga, -Annabeth tranquilizou-o. - eu coloquei-a na minha mochila antes de nós apagarmos lá no posto.

—É por isso que gosto tanto de você, está sempre cuidando de mim. -ele pegou-a pela cintura e a beijou.

—Oww, que fofo!- falei com uma voz fininha.

Tudo bem, essa última frase foi meio desnecessária, mas eu estava tentando descontrair o ambiente. Thalia riu e aquilo me deixou feliz.

—Eu estava pensando, -ela começou. -quem será que fugiu do mundo inferior?

—Não faço ideia. Percy e eu falamos.

—Tenho minhas suspeitas...- Annabeth murmurou.

Continuamos conversando sobre a missão até a hora do crepúsculo, quando vimos uma moto parar na frente do hotel.

Quando o homem grandalhão saiu da moto e se aproximou, uma sensação estranha tomou conta de mim. Eu comecei a sentir raiva e rancor. Tive certeza de que não aguentaria a mínima provocação.

Pov. Percy Jackson

Ares. O deus dos olimpo que eu menos gostava. Sempre que ficava perto dele sentia vontade de brigar. Ele vestia-se todo de preto e tinha uma expressão que era uma mistura de crueldade e malícia. Percebi que não foi só eu que fiquei tenso quando ele se aproximou. Thalia em particular, tinha uma expressão demoníaca.

—O que as crianças fazem aqui?- perguntou.

—Não somos mais crianças.- respondi tentando ficar calmo.

—O filho do sereião continua atrevido. - ele sorriu.

Eu estava pronto para dar uma resposta espirituosa para ele mas Annabeth apertou minha mão e me lançou um olhar de ''cale a boca''.

—O que quer?- Annabeth perguntou.

Afrodite me pediu para ajuda-los. - começou. - Tinha algo a ver com o filho de Hades.

Pov. Autora

—Parece que a deusa planejou algo para o ... -Thalia murmurou levantando a sobrancelha, achando que ninguém não iria ouvir.

—O que Thalia? Do que você ia me chamar? ele virou-se para ela irritado.

Ela olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas. Antes de ela abrir a boca para responder, Nico já estava novamente falando.

—Então quer dizer que a filha do todo poderoso Zeus não tem coragem de responder? - ele deu uma risadinha sarcástica.

—Quem você acha que é para dizer que eu não tenho coragem de fazer alguma coisa seu...seu...gótico-idiota?! -seus olhos e seu tom de voz delatavam sua fúria.

—Como é que é?- perguntou irado.

—Você é surdo também? Eu disse gó-ti-co-i-di-o-ta. Entendeu ou quer que eu desenhe? - falou ela com maldade.

Trate de retirar o que disse sua Para-raios Punk! - eles estavam a 1 metro de distancia se encarando furiosos.

—Cale a boca!- ela exclamou.

—Cale a boca você! -ele estava vermelho de fúria.

—Chega os dois! Annabeth interrompeu.

—Foi ele(a) que começou! - falaram juntos.

—Não importa, chega! falou enquanto arrastava Thalia pelo braço escada acima.

Nico saiu dali bufando enquanto Ares olhou satisfeito para toda a briga.

—Divertido, né?- ele perguntou sorrindo.

—Só você achou.- Percy respondeu sério.- Era essa a ajuda que veio nos dar?

—Não exatamente, -disse.- era pra dizer para o filho de Hades tomar cuidado com uma das semideusas.

—Era só isso?- ele disse indignado.

—É. Agora tchau. Ares subiu na moto e saiu a toda a velocidade.

Pov. Percy Jackson

Inútil. A visita do deus foi inútil. Só serviu para causar uma briga. E, ao meu ver, ele só se deu ao trabalho de vir aqui para ver o circo pegar fogo. Eu estava pensando nisso quando Annabeth sentou-se ao meu lado e me abraçou. Nesse momento, tirei todos os pensamentos da cabeça, porque só ela importava.

Estavamos jantando com Lucia que nos contava alegremente sobre o tempo que viveu no acampamento. Fora Annabeth e eu, os outros pareciam estar em uma competição de quem quem tem o olhar mais furioso. Mas, por mim, o vencedor seria Nico. Toda vez que eu o olhava, me vinha na mente a expressão furiosa de Hades.

...

A noite estava agradável e estrelada. Annabeth e eu estavamos no quarto, de frente para a janela. Eu a abracei por trás e beijei seu pescoço.

—Não estou com um pressentimento bom. ela disse.- Alguma coisa ruim vai acontecer.

—Vamos fazer de tudo para que nada aconteça o.k.? -sussurrei em sua orelha dando uma leve mordida.

A virei de frente para mim e a beijei intensamente, seu hálito era inebriante. Depois, fiz uma trilha de beijos começando por seu pescoço e descendo até os ombros.

—Percy...hoje não...- ela murmurou incoerente.

Levei-a para a cama vagarosamente, e deitei-a. Ela simplesmente começou a tirar minha camiseta enquanto eu a beijava.

...

Pov. Autora

Depois do jantar, Thalia foi para o jantar e trancou a porta, furiosa. Ficou lá por um tempo e então acalmou-se, mesmo contrariada. Quem ele achava que era para falar com ela daquele jeito? E que droga de apelido é Para-raios Punk?!

Já passava da meia-noite quando ela percebeu que não conseguia dormir, arrumou suas coisas e foi até terraço do hotel.

Lá estava fresco e escuro. Viu algumas luzes da pequena cidade que a aquela hora repousava. O lugar estava vazio, a não ser por duas cadeiras reclináveis lado a lado. Ela deitou-se em uma delas e observou a lua e as estrelas, esperando conseguir um bom conselho.

...

Depois do jantar, Nico atirou-se no sofá da recepção e lá ficou por muito tempo, pensando. Devia ir falar com ela? Ou seria melhor deixar ela vir falar com ele? E se ela não viesse falar porque foi ele que começou aquela briga sem sentido? Foi ele quem começou mesmo? Essas eram apenas algumas perguntas que atulhavam sua mente. Depois de decidir, foi até o quarto. Hesitou, mas bateu na porta, que para sua surpresa, estava aberta. Entrou, mas nem sinal dela. Andou sem rumo pelos corredores até que achou uma porta que dava para o terraço.

Thalia depois de um tempo sozinha, fechou os olhos e apenas sentiu o ar da noite, quase poderia dormir ali. Algum tempo depois, ouviu o barulho de passos quase imperceptíveis.

—O que você quer?- ela sibilou.

Ele apenas sentou-se ao seu lado e ficou em silêncio, esperando as palavras certas lhe virem.

—Eu não sei bem porque começamos aquela briga.- ele falou por fim.

—Começamos aquela briga porque você não me deixou falar. - ela respondeu com a voz um pouco alterada.

Não. - ele disse.- Começamos aquela briga porque você deixou um final sugestivo na sua frase e em não gostei daquilo.

—Realmente não gosta de finais sugestivos não é ?- ela fitou as estrelas com um leve sorriso irônico.

—Acho que não.- murmurou o moreno.

—Aquela foi a briga mais estúpida que já tive na vida...- ela sussurrou esperando que ele não ouvisse.

Nico pensou em uma resposta para o seu comentário, mas nada lhe passou pela cabeça. O silêncio se instalou, até que de repente ele falou:

—Do que afinal ia me chamar?

—Eu não sei. Isso importa? ela disse exasperada.

Ele não queria admitir, mas a opinião dela importava muito para ele. A cada momento que passava perto dela, tinha a ânsia de conhece-la e agrada-la apesar de tudo. De ela ser uma caçadora, do fato que ele não confiava em caçadoras, do fato que ele nunca poderia considerar ter nada com ela. Tinha certeza de que faria coisas ridículas só para vê-la sorrir. Mas, porque isso? Porque que depois de conhecer ele começou a repensar coisas que, antes, eram tão lógicas, como sua aversão por elas? Será mesmo que estava começando a gostar dela de verdade, como nunca gostou de qualquer outra garota na sua curta vida? Será que estava se apaixonando?

—Não sei porque me importo.- respondeu por fim.

Thalia mordeu o lábio tentando esconder um sorriso. Por nenhum momento se permitiu olhar na direção dele, como medo de que não conseguisse se controlar. Aquela frase deveria ter terminado com um simples Di Angelo, mas as palavras não vieram naquele momento. Foi só olha-lo que já perdeu o controle. Se não tivesse mordido a língua, teria se comprometido muito seriamente.

Levantou-se e foi em direção a porta dizendo:

—Pois vai ficar na curiosidade...Di Angelo.

—Isso quer dizer que estamos de bem? ele tentou parecer despreocupado.

—Talvez.

O moreno ficou refletindo mais algum tempo sobre aquele enigmático Talvez. Quando voltou ao quarto, viu ela dormindo tranquila. Gravou aquela cena na mente, para que se alimentasse dela quando estivesse sozinho, junto com o sorriso, e o olhar misterioso.

Deitou-se desconfortavelmente no pequeno sofá do quarto, observando a expressão tranquila da caçadora.

...

Percy acordou com os primeiros raios de sol. Annabeth dormia serena ao seu lado. Tomou um banho enérgico, e quando voltou ela já estava acordando.

—Dormiu bem? perguntou.

—Sim...- respondeu com um beijo na testa.

Enquanto Annabeth tomava banho, ele desceu e viu Nico ajudando Lucia e Ted a arrumar a mesa.

—Bom dia.- saudou.

—Bom dia.- responderam.

—Onde está a Thalia?- perguntou olhando em volta.

—Não sei. - disse Nico.- Quando acordei ela não estava mais no quarto.

Depois de esperar, começaram o café da manhã. Assim que terminaram, decidiram procurar Thalia. Os três despediram-se de Lucia, agradecendo a hospitalidade.

Quando estavam na porta do hotel, decidindo para que lado ir, um carro, mais especificamente um Maserati parou cantando pneu. O vidro baixou e o motorista perguntou:

—Alguém quer carona?

—Mas o que...?- Percy deixou a frase morrer.

—Thalia você não... -Annabeth começou.

—Sim, eu roubei esse carro.- falou exasperada. - Vamos?

—Claro!- Nico falou enquanto passava admirado a mão pelo carro.