Cápitulo 11: Dor

(Uma semana após o Natal)

Meu mundo estava escuro, e repleto de dor. Já não agüentava, ele estava certo, eu era fraca. Fraca como uma corda fina, que está ao ponto de se arrebentar. A figura em frente ao espelho mostrava os olhos que estavam brilhando, brilhando de dores, dores que um dia vai passar, mas, não hoje. E então eu chorei como se algo estivesse caindo em cima de mim. Como se tudo ao meu redor caísse. E derrepente não tinha mas razões para continuar de pé. Faltavam sorrisos, faltavam forças. Faltava amor. Faltava tudo. Menos tristeza. Na verdade era o que eu mais tinha, tinha até de sobra.

Não entendo como pode haver tanta mágoa, tanta desesperança, tanta tristeza, tanta dor, tanto vazio, tanto ódio, tanta raiva dentro de mim.

_Ela não é nada para mim, eu quero uma coisa dela, apenas isso – eu ainda ouvia sua voz fria e cínica – me apaixonar por ela? Não seja tolo Malfoy, ela me da nojo, isso, Lílian Baiocchi me da nojo.

Ao me lembrar mais uma vez dessas palavras meu corpo cedeu, as lágrimas queimavam meu rosto, eu estava apenas o esperando como ele pediu, não queria ter ouvido a conversa deles, mais eu ouvi, e eu soube que Tom Riddle não sente nada por mim.

_Lily? O que está fazendo aqui no banheiro? – a voz de Abraxas ecoou no vazio, eu queria gritar com ele, mandá-lo ir embora e nunca mais aparecer na minha frente, mais eu era fraca, fraca demais até para falar – está chorando?

Eu continuei calada, tentando buscar uma força inexistente dentro de mim, mais a dor tomara conta de tudo, cegando os meus olhos, prendendo minhas mãos e calando minha boca.

_Você ouviu não foi? A minha conversa com Tom – ele sussurrou se abaixando e me colocando em seus braços, eu apenas me agarrei a ele deixando com que ele me aninhasse como uma criança.

Eu nada respondi, na verdade nem ele mesmo esperava uma resposta, apenas continuou me abraçando.

_Eu vou continuar, vou aprender o máximo que conseguir, vou fingir que nunca ouvi aquela conversa e quando ele menos esperar eu irei matá-lo – eu sussurrei, minha voz saiu arrastada, lutando ao maximo para continuar –eu irei fazer sentir o dobro dessa dor que ele está me fazendo sentir

_Não pense nisso hoje Lily, vem se quiser eu posso ficar com você está noite.

_ Ele me deixou cicatrizes Abraxas, marcas em minha alma, acabou com a minha vida, destruiu a inocência que perdurava minha alma, meus sorrisos. E eu? Apenas o amei, e ele me feriu me machucou, me fez derrubar lágrimas, me fez enxergar o abismo, me deixou cair, sofrer, me apunhalou,cravou uma lança em meu peito. Jogou-me como se eu fosse um lixo, me afundando em uma escuridão sem saída, tentei levantar, chamei,gritei por ele, estendi minha mão, implorando por sua ajuda, mais ele apenas me fitou por breves intermináveis segundos, com uma expressão mórbida, esnobe e me deixou, e eu fiquei perdida em um abismo, sozinha, sem esperança, sem vida, sem amor.

_Ele te jogou Cruciatus não foi? – Abraxas chegou mais perto de mim olhando para as marcas em meu corpo.

_Ele disse que eu tinha que experimentar a dor – eu falei quase em um sussurro – eu não pude negar, não depois dele ter me pedido em namoro, não depois dele ter dito que me amava, depois disso receber uma Cruciatus não era nada demais, não iria tirar a minha felicidade, mais ele já estava indo longe demais, eu gritei, implorei e ele riu, e isso foi se repetindo todas as noites desde o natal, até hoje, quando eu fui vê-lo você estava lá e bem.

_Não precisa falar mais Lily – ele continuou comigo em seus braços até que eu adormecesse presa em meus sonhos, onde pelo menos lá eu estava longe de toda essa dor.