Aphrodite: A Verdade Que Não Foi Dita, A escrita por Priscila Forray


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por demorar a postar a continuação... prometo que não vou deixar vocês esperando por tanto tempo ok? Espero que vocês gostem e ainda estejam dispostos a continuar acompanhando a minha fanfic



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Assim que entrei no quarto notei a diferença de imediato, fiquei chocada em partes pelo luxo que ostentava o "novo ambiente" e pelo fato que todas as coisas da minha antiga colega de quarto sumiram. O quarto agora possuía apenas uma enorme cama de casal com um maravilhoso dorsel branco, aparentemente rendado a mão, um criado-mudo de cada lado da cama, com um abajur em cada um, um closet gigantesco e duas cômodas que faziam parte do jogo de cama, além dos moveis antigos, todos os objetos pessoais de Venus desaparecera, sabia que os vampiros eram rápidos com a limpeza, mas não tão rápidos assim, afinal fazia apenas algumas horas que Venus havia morrido. Um instante após admirar o novo quarto, lembrei-me do relicário com uma foto de Venus em uma das viagens que ela fez para Rimini na Itália. Revirei as novas cômodas atrás da minha caixa de joias, mas por causa das mudanças não conseguia localizá-la. Um pouco depois me dei conta onde poderia estar: no criado-mudo perto da cama. Quando abri a gaveta e encontrei a caixa em questão que havia ganho há uns cincos anos como um singelo presente do meu pai e fiquei um pouco aliviada, mas assim que abri a caixa e verifiquei o conteúdo, a tristeza e o sentimento de impotência me pegaram de guarda baixa. Eles haviam levado tudo que pertencia a Venus, inclusive a lembrança que eu havia separado. Sem saber ao certo o que fazer comecei a chorar novamente, já era a terceira vez naquela noite, precisava parar de uma vez com aquilo. Foi em um momento desses, entre as lágrimas e pensamentos tolos, que senti uma presença no quarto. Quando me virei, disposta a xingar o filho da puta que viera me incomodar fiquei em choque, minha odiosa mãe estava parada na soleira da porta do meu banheiro com as mãos em sua cintura perfeita e uma expressão de desprezo e repulsa estampada em seu rosto. Você deve achar um absurdo uma mãe olhar a própria filha dessa maneira, mas eu estava acostumada, desde que passei a me entender como gente que ela me olha dessa forma e consequentemente eu sabia o que viria a seguir.

- Realmente você é a maior decepção que eu já tive Aphrodite. Não acredito que você estava lamentando a perda de uma lembrança boba de uma colega de quarto morta.

Foi neste momento que percebi que ela estava com o relicário da Venus em suas mãos.

- Você é tão fraca! Uma verdadeira tola. Tantas outras coisas importantes para você se preocupar e você chorando as pitangas por causa de uma menina morta. Morta, Aphrodite! Ou seja, caso perdido. Agora seque essas lágrimas e se porte como uma garota...

- Decente, cujo pai é prefeito de Tulsa e tem uma posição de poder entre os vampiros da minha idade. - Sem perceber terminara o incansável discurso da minha mãe. Estava tão fragilizada e tão irritada com toda essa situação que acabou escapando. Não consegui segurar as palavras que ensaiara a vida toda. - É mãe, sei muito bem que é só isso que tem importância para a senhora. O dinheiro, o poder, status! Será que você nunca irá me tratar como sua filha? Será que você nunca será uma mãe normal, como as demais? Se você fosse uma mãe normal que se importa com sua filha, neste momento eu estaria sendo abraçada e não criticada por sofrer pela perda de uma amiga. AMIGA, mamãe. Ela não era só uma colega de quarto qualquer, ela era minha amiga, foi desde o começo e por cinco anos! Por que você não pode simplesmente aceitar e me ajudar a superar esta perda? Você sabe que estou em mudança, não sabe? Isso pode acontecer comigo também, eu posso me afogar em meus próprios pulmões a qualquer momento! Você não se dá conta disso? Acho que não! E pela odiosa expressão em seu rosto, vejo que isso seria um alívio para você. - Estava tão abalada e tão arrasada que as palavras fluíam numa rapidez que nem mesmo eu previa. Sabia que ela me odiava, mas por quê? O que havia feito de tão errado para ser desprezada a minha vida toda pela minha própria mãe? Depois da minha explosão ela saiu da porta do banheiro e veio na minha direção e parou na minha frente, olhou no fundo dos meus olhos e segurou meus ombros. Por um momento pensei que ela fosse me abraçar e ser a mãe que eu sempre quis ter, mas invés disso ela começou a me chacoalhar e falou as palavras mais dolorosas que já ouvi pronunciar.

-Você quer saber de uma coisa, Aphrodite? Eu ainda faço o favor de te visitar e tento ser uma mãe agradável que supre todos os seus mimos pelo simples fato que devo manter a maldita aparência para os eleitores do seu pai que ficariam totalmente incrédulos se eu abandonasse minha única filha semi-vampira a Deus dará! Por isso tenho que encarar o papel de boa mãe e aguentar seus chiliques. Você não sabe, mas fui eu que mandei redecorar o seu quarto, a Neferet me ligou, disse o que havia acontecido e que sentia que você poderia não aguentar a perda da sua colega. Onde já se viu, a minha filha não ser forte o suficiente para superar uma morte qualquer. - Ela me soltara, mas continuava gritando pelo quarto, e não sei nem descrever a sua expressão facial de tão agonizante que estava. - É por isso que você quase se perdeu uma vez tudo por causa de um namoradinho de merda que acabou com os seus sonhos encantados! Você é fraca, Aphrodite, você não passa de uma menininha que ainda acredita em contos de fadas. Uma garota que tem tudo o quer, graças aos sacrifícios que eu e se pai fizemos e ainda fazemos. - Estava tão magoada e humilhada que fui me afastando dela, como se o afastamento físico diminuísse a dor que aquelas palavras causavam. Simplesmente não acreditava que ela tivera coragem de tocar naquele assunto, um assunto que fazia questão de manter no passado e que fiz uma grande força para esquecer e superá-lo, realmente ela era um monstro em pele de mãe. Conforme me afastava dela, ela ia se aproximando de mim a cada palavra odiosa que pronunciava. Não sei como e nem em qual momento tropecei em meus próprios pés e cai de bunda no chão. Ela soltou uma gargalhada e abaixou-se elegantemente para ficar na mesma altura visual que eu e dar a sua última cartada de mestre.

- E sabe o que mais, Aphrodite? Se você continuar desse jeito, fraca e vulnerável o seu fim será esse, o chão. A lama. E todas as pessoas irão pisar em você, humilhar você. Sinceramente? Esperava mais de você, Aphrodite, você tendo meu sangue em suas veias deveria se mais forte, ter mais fibra e não se abater com tanta facilidade. - Me levantei e ela me olhou de cima em baixo e continuou a falar: - Eu vou embora, não deveria ter vindo, poderia ter simplesmente dirigido a decoração de longe e poupado todo esse aborrecimento, toma, pega esse lixo de volta e faça bom uso. - Ela jogou o relicário aos meus pés e caminhou em direção a porta de saída, virou-se e me olhou mais uma vez, pela última vez e antes que pudesse dizer mais alguma merda falei:

- Saiba, querida mamãe, que a senhora não é tão boa atriz como pensa e falhou. Falhou, pois nunca conseguiu interpretar o seu papel de mãezinha preocupada e que zela pela sua única filha. O que é uma grande pena, não é mesmo? Ah, outra coisa, não precisa mais fazer suas visitas forçadas querida mamãe, é muito simples, finja que quem morreu essa noite fui eu e não volte mais... Assim você poupa sua atuação e me poupa de olhá-la mais uma vez.

Ela continuou a me encarar, sua expressão dura se desfazendo e sendo substituída por surpresa, finalizou:

- Você é patética, Aphrodite!

Fechou a porta com força e despertou os piores sentimentos que estavam adormecidos por tanto tempo dentro de mim. Ódio, desprezo e sede de vingança. Eu odiava os humanos por causa de um passado que nunca irei esquecer e porque minha querida e amável mamãe se classificava como humana e ainda respirava.


Continua...


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