I Miss You... escrita por Hakuraku


Capítulo 10
A new life, a new beginning.


Notas iniciais do capítulo

Hey minhas leitoras preferidas! Mais um capítulo enorme e meio confuso, mas novamente digo que vocês entenderão. Minhas aulas começaram essa semana, e se querem um conselho, lá vai; JAMAIS ESTUDEM EM ESCOLAS QUE FAZEM CURSOS PARA PROFESSORAS, pelo amor de tudo o que vocês mais amam '-' Eu nunca passei tanto sofrimento - Estou acordando às 4 da manhã pra chegar em casa à noite T.T
Penúltimo capítulo, nem acredito nisso gente!
Essa personagem nova, a Cat é uma homenagem que eu fiz pra CrazyShadows, essa menina super fofa que é muito especial pra mim, e também vou dedicar esse capítulo pra ela.
Well, boa leitura *-*



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"As vezes, precisamos abandonar algo ou alguém que amamos para continuar nosso caminho. Sei que as vezes dói seguir nosso coração, mas tudo dará certo se sempre formos verdadeiros com quem nós somos".
Brian POV
Chegamos em casa aproximadamente duas horas após termos saído, e estranhamente encontramos a casa completamente silenciosa; Os gritos desesperados de Katy e Lis me fizeram correr até o quarto de Ashley.
– Ela foi embora. – Katy balbuciou e deixou seu corpo amolecer até cair na cama. Corri até ela e peguei o papel amassado rapidamente, passando a ler tudo o que fora escrito ali. Era verdade.
  Eu não sabia o motivo pelo qual ela havia feito isso, mas precisávamos trazê-la de volta para nossa casa o mais rápido possível.
Ashley POV
Finalmente cheguei ao maldito bar, o caminho durou o dobro do tempo que eu esperava. Ótimo, para completar o ônibus me deixou enjoada.
Sentei-me em um banquinho em frente ao balcão e comecei a tamborilar na mesma enquanto esperava o atendente. O toque barulhento do meu celular me fez arfar, não exatamente pelo toque, mas sim pela pessoa que me ligava - Era Brian e certamente estava disposto a arrancar minha cabeça.
Eles haviam chego a casa.
Recusei a chamada e joguei o aparelho com força contra a bancada fazendo uma mulher que estava do outro lado do balcão se assustar e quase derrubar um copo que carregava nas mãos.
– Ah, boa noite. – Ela disse e sorriu. – Eu te conheço, se não me engano você é Ash B, do Avenged. Mande um beijo para Brian por mim, tudo bem assim?
– Sou eu, e pode deixar que eu mando sim. – Respondi indiferente e bufei. Eu também a conhecia.
A moça era de estatura mediana, os cabelos ondulados e cheios tinham quase oitenta por cento de sua extensão tingidos de roxo. O rosto oval, olhos ligeiramente pequenos e castanhos e pele levemente corada pelo Sol. O nariz fino e os lábios carnudos tinham um piercing em formato de argola em uma das extremidades. A blusa decotada e curta que ela usava evidenciavam os braços e barriga tatuados. As estrelas tatuadas em seu rosto também não me deixaram dúvidas, definitivamente era ela. Catrina Houston, uma das groupies mais faladas entre os maiores astros do rock.
– Ah, satisfação em te conhecer. – Ela disse ainda sorrindo e apertou minha mão. – Sinto muito pelo seu namorado. A propósito, eu me chamo…
– Catrina Houston. - Respondi antes que ela pudesse fazê-lo e ela assentiu orgulhosa. – Obrigado, ele realmente foi uma perda muito grande… Mas, o que faz por aqui?
– O que eu faço? Eu trabalho aqui! – Ela disse, e aquilo realmente me surpreendeu. Ela visivelmente tinha dinheiro demais para trabalhar logo ali.
– Mas, por que aqui? Está na cara que isso aqui não é lugar para você trabalhar. – Indaguei curiosa e ela riu, revelando mais dois piercings na língua. Até ali, foram seis.
– Tudo o que eu sou hoje, devo a esse lugar. Estou aqui desde meu começo e conheci muitas pessoas importantes nesse bar, Taylor é um bom exemplo. E gosto de dar uma força ao meu irmão, sabe como é. – Ela ergueu uma sobrancelha e se debruçou mais sobre a bancada. – Mas e aí, está precisando de alguma coisa? Esse lugar é perigoso menina, você é bonita demais para ficar desfilando por aqui. Já viu a quantidade de bêbados que tem nesse bar?
Não tinha reparado naquele detalhe até que ela rodeou o bar com o indicador e meus olhos seguiram para a direção onde ela apontava. Fora as garçonetes e eu, só haviam homens e prostitutas no lugar.
– Eu não havia reparado nisso, mas eu só vim porque preciso muito, muito mesmo de um emprego aqui. – Eu disse e ela passou a língua sobre o piercing do lábio inferior, estava pensativa.
– Um emprego… Mas o que aconteceu com os meninos, porque não está com eles?
– Eu tive um probleminha e decidi me afastar por um tempinho, sabe? – Ela assentiu e pulou sobre a bancada, sentando em um banco que estava do meu lado.
– Isso eu te arrumo rápido assim! – Ela exclamou e estalou os dedos rapidamente. – Mas você precisa de uma casa, ainda mora com eles?
Neguei com a cabeça e ela arregalou os olhos por um segundo, desviando o olhar para o chão e voltando a me encarar em seguida. Eu não tinha mais minha casa, meu carro, não tinha mais nada.
– Bem, eu sempre morei sozinha e tenho alguns apartamentos por aí. Se quiser, podemos morar juntas, eu viajo muito e odeio ficar sozinha!
– Ah, muito obrigado, mas eu não posso aceitar… - Eu disse e ela me encarou surpresa. – Não tenho nada para te dar em troca, isso é injusto. -Catrina revirou os olhos e bufou.
– Claro que tem, gosto da sua companhia e você não está bem. Já volto, vou chamar o chefe. – Ela disse a palavra chefe em tom de deboche e se levantou, deixando um copo de cerveja abandonado na minha frente. Não é necessário dizer que eu o bebi, precisava perder um pouco da sobriedade para trabalhar ali vestida como aquelas mulheres. Digamos que espartilho e shorts colados não faziam muito meu tipo.
– Luigi, essa é Ash B. A menina que eu te falei. – A voz de Cat invadiu meus ouvidos, e levantei a cabeça para ver quem ela havia trago para falar comigo.
O homem parecia ter sido esticado em uma máquina de processar cana-de-açúcar, era alto e magro demais, tinha lentes de contatos amarelas nos olhos, e quatro piercings em formato de bastão no lábio inferior. Os cabelos longos e ruivos estavam presos em um coque no alto da cabeça, algumas mechas coloridas de branco caíam pela testa e chamavam atenção para as duas argolas pequenas em cada uma das duas sobrancelhas. Ele me observava com uma expressão curiosa no rosto, as sobrancelhas minimamente erguidas. Os braços compridos e esguios tinham grande parte da sua extensão coberta por tatuagens, e a camiseta preta contrastava com a pele branca demais – Ele me remetia ao Sheamus, um lutador de um programa de luta livre que eu costumava acompanhar. Eu o achei um pouco esquisito, mas ainda assim era lindo. Um jeans surrado cobria suas pernas compridas, a jaqueta e os coturnos até a altura do joelho completavam o conjunto. Aquela família não era normal, disso eu tinha certeza.
– Muito prazer senhorita, sou Luigi Houston. – O rapaz disse e apertou minha mão cordialmente.
– Luigi, isso não é hora para prazer. – Cat comentou e beliscou o braço do irmão, o mesmo lhe mostrou a língua, revelando assim que sua língua era bifurcada.
– Sou Ashley Brandon, Catrina deve ter falado algo de mim para você. – Eu disse e ele assentiu em silêncio.
Após isso, Luigi começou a fazer algumas perguntas sobre drinks, atendimentos e outras coisas. Nada que eu não soubesse.
– Você começa em junho, logo após as férias de Catrina. Acho que o recomendável é você trabalhar no mesmo horário que ela, assim já pega experiência e faz amizade com as outras atendentes. Tudo bem assim?
– Ah, claro. – Eu disse e esbocei um sorriso. – Muito obrigado mesmo, lhe serei eternamente grata.
– Ash, vamos? – Catrina perguntou enquanto vestia uma jaqueta branca e curta com alguns riscos vermelhos. – Precisamos nos arrumar, vou te apresentar a uns amigos hoje à noite. Gosta de Slipknot?
Amigos? Hoje à noite? Slipknot?
O que ela estava aprontando afinal de contas?
– Ah, gosto sim. – Respondi tentando controlar o turbilhão de pensamentos que invadiam meu cérebro naquele momento. – Eles são uma grande inspiração para mim, meu sonho é ir a um show deles.
– Sou muito amiga deles, se é que me entende. – Ela disse divertida e deu um beijo na bochecha de Luigi antes de dar as costas.
Caminhamos rapidamente até um Porsche prata que estava estacionado na parte de trás do bar. Catrina abriu a porta traseira do veículo para que eu entrasse, mas ela mesma continuou do lado de fora. Sentou-se na calçada e acendeu algo parecido com um baseado. Aquilo não me assustou, a coisa que eu estava mais acostumada no mundo era com pessoas consumindo drogas.
– Prometo não demorar, só um minuto. – Ela disse e eu assenti com um aceno mínimo da cabeça. Meu celular tocou novamente, e eu recusei a ligação… Novamente. Eles deviam estar preocupados, mas aquilo era o melhor a fazer.
– Eles não vão parar de me ligar. – Disse mais para mim mesmo que para ela e desliguei o aparelho.
– Vão parar sim, apenas dê tempo ao tempo. – Ela sorriu e sentou-se no banco do motorista, deu partida no carro e acelerou ao chegar à pista.
Demoramos cerca de uma hora para chegar ao condomínio onde Catrina morava, e ela falou o caminho inteiro. Ela era bem legal, eu costumava me dar bem com pessoas bem falantes. Seu telefone tocou, e ela tateou os bolsos com as mãos até encontra-lo.
– Não vão poder vir hoje? Ah, mas que chato isso. – Ela disse enrolando uma mecha de cabelo com o indicador, e sua voz acabou saindo mais fina que seu tom normal. Eu apenas a encarava com uma expressão pateta no rosto, não fazia a mínima ideia do que ela estava falando. – Tá tudo bem, eu só ia apresentar uma amiga que está morando comigo agora.
– Gatinha nova na casa da Cat? – Uma voz masculina se manifestou, e Catrina não tardou a tampar o celular com a mão livre. Minhas bochechas esquentaram imediatamente e eu abaixei o rosto para tentar escondê-las.
– Cala a boca anão de jardim, a menina ouviu! E você sabe que eu odeio que me chamem de Cat, mas que porra! – Ela ralhou aparentemente brava e o silêncio reinou no outro lado da linha. –Então, vocês vêm aqui quando puderem, tá? Beijos, tchau. Também amo vocês.
Catrina desligou o celular e me olhou estupefata, arfando pesadamente em seguida.
– Desculpe por isso, Joey é um pouco retardado. – Ela balbuciou e eu apenas ri, aquilo foi engraçado acima de tudo. A relação dela com eles me remetia aos meninos, pelo visto aquele era meu destino; Não importava aonde eu iria, algo sempre me lembraria deles. E acho que nunca me sentiria pronta para abrir mão dessa parte da minha vida.
Peguei minha mochila dentro do carro e acompanhei Cat até o décimo segundo andar do prédio Monsoon. Caminhamos lentamente até o apartamento número 69. Por algum motivo inexplicável para mim os números dos apartamentos eram em ordem decrescente.
– Eu gosto desse número – Ela justificou e deu ombros, eu apenas balancei a cabeça e entrei no apartamento após ela.
Era um apartamento grande demais para uma pessoa morar sozinha. As paredes pintadas de roxo continham alguns quadros com fotos dela com alguns amigos, supus para mim mesma. O vento fraco que entrava pelas janelas fazia as cortinas vermelhas sacolejarem suavemente como se estivesse dançando com o mesmo, no centro do cômodo havia um carpete que identifiquei como persa. O sofá cor de vinho ia de uma parede à outra, ficando exatamente de frente para a televisão de plasma que estava sobre uma estante cor de marfim. No móvel, mais porta-retratos com fotos dela em diversos lugares do mundo. Ela realmente era uma pessoa que gostava de viajar.
Catrina me levou para conhecer o restante do apartamento e ao acabar, tomei um banho rápido e voltei para a sala, onde vimos todos os filmes da franquia Jogos mortais. Eu nunca havia reparado, mas esse filme não é legal quando a pessoa que o assista está comendo alguma coisa. Ela ria escandalosamente das mortes enquanto eu assistia tudo com minha melhor expressão de nojo. Mas até que foi engraçado.
Na metade do último filme, ela começou a me contar histórias de sua vida – Descobri que ela tinha faculdade de magistrada, mas preferiu aquela vida. Concordei com ela, era bem mais fácil e ela não parecia ter perfil para um cargo tão complexo. Uma coisa que admirei em Cat era o fato de ela não ser fútil e mesquinha como algumas groupies que eu conhecia. Ela tinha um coração e o usava, aquilo era bom.
[…]
[…]
[…]
Já passava das duas da manhã e nós estávamos prestes a cair no sono. Fechei os olhos e senti um par de olhos azuis me encarando. Tive medo de ver quem era, ainda não estava preparada para revê-lo. Uma voz soou em meus ouvidos e meu corpo se arrepiou por completo ao identifica-la.
I know you’ll find your own way when I’m not with you…
Essa frase começou a se repetir ficando cada vez mais alta e rápida até o ponto que meus tímpanos doíam a ponto de quase explodirem.
Abri os olhos assustada e passei as mãos pelos cabelos rapidamente, consequentemente acabei quase caindo do sofá enorme. Mas o que havia acontecido ali afinal de contas?
– O que foi? – Catrina perguntou assustada e me fitou com os olhos arregalados. Neguei com a cabeça e voltei a me deitar.
– Não foi nada, vamos dormir. – Respondi atordoada e suspirei, será que algum dia aquilo deixaria de acontecer comigo?
Nova vida Ash, nova vida. Vai tudo dar certo, é só acreditar em si mesma. Foi repetindo isso mentalmente que consegui dormir.


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