Meet Me At The Pier escrita por Miss Haner


Capítulo 9
Irresistível


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo as minha primeiras leitoras: Vick e thatuxinha. Sejam super bem vindas, espero que vocês continuem acompanhando a web.



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- Maria! – Bianca gritou tentando chamar minha atenção.

Atenção que era destinado ao lado oposto do pátio onde se encontrava Matt e a menina loira da aula de história. Eu não conseguia desviar meus olhos dele, também não conseguia conter minha angustia. Ver Mattew com outra menina provocava em mim um desconforto estranho e duradouro. Eu tentava decifrar a conversa dos dois com o resto do grupo. Matt fazia parte do grupo dos populares e pelo que eu conseguia entender o clima entre o grupo era bastante animado.

- Maria, você está me ouvindo? – Bianca me perguntou e eu a olhei confusa.

Bianca revirou os olhos e eu ri de sua expressão. Ela sabia o por que de eu não estar prestando atenção à conversa e por mais que isto a deixasse irritada, ela me entendia. No domingo, eu voltei a falar sobre Matt e Bia me contou muitas coisas sobre ele. Eu prestava atenção em cada palavra dela sobre ele, minha curiosidade era tanta que toda vez que ela mudava de assunto, eu acabava achando uma forma de colocá-lo na conversa novamente.

Passaram-se duas semanas e nenhuma aproximação. Eu estava focada nos estudos. As provas começariam na próxima semana e eu ainda tinha dificuldade em algumas matérias. Ana e Bianca passavam a tarde comigo na biblioteca estudando. Elas tentavam me explicar sobre formulas de química, macetes em matemática, sobre a história da cidade... Depois de mais uma tarde de estudos nós íamos para a casa de Ana, ou Bianca. Rafael e Scott passavam a tarde treinando e à noite iam se encontrar com as meninas, e eu ia para casa. Preparava a janta, a limpava, lavava algumas roupas e depois ia para o meu quarto estudar mais um pouco, ou apenas ficar deitada ouvindo os CDs que comprei com Bianca.

Eu via Matt na escola, mas nós não conversávamos. Ele ficava com o seu grupo e quase sempre com a menina loira, que na terça feira eu descobri que se chamava Brunna Kuhn. Nas aulas de história ele se sentava longe de mim e fazia parecer que nós não nos conhecíamos. Eu me sentia desconfortável, sentia um desejo quase incontrolável de ir falar com ele, mas o medo me fazia apenas o olhar e soltar um suspiro. Na última sexta feira eu fui novamente à Praça do Cáis, ele estava lá, novamente com o seu grupinho. Por incrível que possa parecer, eu não me deixei afetar, dancei com meus amigos, experimentei álcool pela primeira vez e confesso que adorei. Scott ria de mim enquanto eu, já bêbada, começava a falar besteiras, coisas sem sentido ou então comentar em como a lua estava bonita. Bom, eu não apenas comentava, imagine uma bêbada apaixonada pela lua e vejam no que eu me tornava.

- O que é? – eu perguntei a Bianca.

- Nossas horas de estudo na biblioteca vão ter que diminuir esta semana e na próxima. Eu e Ana fomos “obrigadas” a fazer parte do comitê de organização do campeonato de basquete. – Bia disse e deu um longo suspiro.

- Tudo bem.

- Se você quiser pode ajudar a gente. De qualquer forma, é sempre um saco ter que fazer isto. –Ana disse revirando os olhos.

- Eu tenho que continuar estudando. – disse e elas assentiram.

Os meninos não apareceram na hora do intervalo, estavam treinando feito loucos. Ana me disse que este campeonato era de suma importância para a escola. Nós não ganhávamos a três anos e este ano, por ser aniversário de duzentos e cinqüenta anos de Brighter Hills, queriam de todo o jeito ganhar o campeonato.

[...]

- Mattew Bükcler e Maria Horn! – o professor de física, Adam Spencer, anunciou a penúltima dupla para o trabalho de física.

Senti meu corpo se arrepiar ao ouvir nossos nomes. Eu já estava me acostumando com a distancia entre Matt e eu, e o professor tinha que nos colocar como dupla. Física era uma das minhas matérias preferidas, mesmo envolvendo matemática. Mattew bufou e olhou para trás. Nossos olhares se encontraram e ele sorriu torto, me desarmando mais uma vez. O xinguei mentalmente, xinguei a mim também. Por que ele tinha que ter o sorriso mais lindo do mundo? Por que eu ficava daquele jeito só de olhar para ele? Só pode ser castigo, eu devo ter tacado um penhasco inteiro na cruz. Só pode ser isto!

O sinal bateu assim que o professor terminou de explicar o trabalho. Na verdade, nem poderia ser classificado como trabalho, nós tínhamos que fazer uma bateria de exercícios e estudar para uma prova individual. A nota seria dada a partir da menor nota, ou seja, se um tirasse zero e o outro dez, os dois ficariam com a menor nota. Injusto, não?

Arrumei meu material e peguei a minha mochila. Matt me esperou sentado em sua carteira. Quando me aproximei ele estava com um sorriso safado no rosto. Senti vontade de estapear a cara daquele idiota.

- Quando começaremos o trabalho? – eu perguntei impaciente. Ficar perto dele me fazia perder o controle.

- Quando você quiser gata. – ele disse divertido e eu revirei os olhos.

- Se é assim... Eu passo a tarde estudando biblioteca, nós poderíamos começar hoje. - disse dando de ombros

- Biblioteca? Que tal estudarmos na minha casa, seria mais divertido, não? – ele disse com segundas intenções

- Estou falando sério, Mattew! – o olhei séria e ele apenas deu de ombros.

- Tudo bem, tudo bem! Na biblioteca... Às três? – ele adquiriu uma postura séria e eu relaxei.

- Pode ser. – sorri e lhe dei as costas. – Até daqui a pouco.

- Até. – ele disse e eu o ouvi se levantar.

Encontrei meus amigos na saída. Ana e Bia me chamaram para ir ao centro depois dos estudos. Eu aceitei e nós marcamos de nos encontrar na sorveteria às seis horas. Fui para casa, almocei e adiantei algumas tarefas. Liguei o computador e atualizei algumas redes sociais que Ana me obrigara a entrar. Já eram duas e meia da tarde, desliguei meu computador, peguei minha bolsa com o caderno e livro de física, coloquei meu mp4 dentro dela e fui para a escola.

Cheguei à escola faltando cinco minutos para três horas. Ficavam na escola a tarde apenas os atletas e alguns alunos que participavam de clubes ou grupos de estudo. Entrei na biblioteca e estava vazia, nem a bibliotecária estava lá. Bufei ao ver que provavelmente Matt chegaria atrasado. Sentei-me em uma mesa distante das outras, liguei meu mp4 e comecei a ler a matéria do trabalho.

- Na boa, como você consegue estudar isto! – Mattew empurrou seu livro e me olhou entediado. Ele chegara às três e meia e ainda reclamando do trabalho. – To ferrado! – ele disse assim que olhou para a bateria de exercícios me fazendo rir.

- Não é tão difícil assim - eu dei de ombros e ele me olhou incrédulo. – Se você conseguir se lembrar destas formulas... – comecei a explicar a matéria e Mattew me ouvia atento.

Consegui explicar uma parte da matéria para ele e ainda conseguimos terminar a primeira parte dos exercícios. Mattew prestava atenção em cada palavra que falava, de vez em quando ele questionava o porquê de tal regras e eu, leiga igual a ele, começava a ler novamente o capítulo.

- Acho que se continuarmos neste ritmo, em menos de uma semana conseguiremos terminar estes exercícios. – eu disse animada enquanto guardava meus materiais.

- Mas nós ainda temos que estudar para a prova. –ele disse também animado

- Você aprende rápido, então não teremos que usar todo o tempo de trabalho.

- Você quer tanto assim se ver livre de mim? –ele fez cara triste

- Pensei que você não me quisesse por perto - retruquei

Ele inclinou sua cabeça para trás e respirou fundo.

- Eu realmente não sei de onde você tira essas idéias – Mattew me repreendendo e se aproximou de mim.

- Eu só penso... – Matt me interrompeu colocando um de seus dedos em minha boca e se aproximando ainda mais.

- Este é o seu problema. Você pensa demais! – ele sorriu torto e eu senti minhas bochechas corarem. Matt mudou seu sorriso para um sorriso malicioso e se afastou de mim.

Nos despedimos e eu fui me encontrar com as meninas. Ficamos até nove horas andando pelo centro da cidade. Tomamos sorvete e compramos algumas coisas. Ana me deu mais alguns CDs e eu comprei um livro de romance.

Cheguei em casa exausta e fui tomar banho. Alice e eu jantamos e depois assistimos um pouco de televisão e depois ela foi dormir. Desliguei a televisão e subia para o meu quarto. Sentei-me na cama e peguei o meu livro. A história era contagiante, passava-se na década de 30 e eu, já na primeira página, senti que amaria o livro e o leria mais de uma só vez.

Me assustei ao ouvir uma barulho contra a janela. Pensei ser o galho de alguma arvore, mas o barulho repetiu e eu decidi a abrir a janela. Desviei-me rapidamente de uma pedra e me assustei ainda mais ao ver quem estava tacando as pedras. Ele, ao me ver, sorriu e eu senti minhas pernas bambearem.

- O que você fazendo aqui?- eu gritei para ele e tampei minha boca instintivamente.

- Vim olhar para o céu. É que o céu visto daqui fica mais bonito, sabe? – ele ironizou e eu revirei os olhos.

- Ah, que bom! Agora para de tacar pedras na minha janela que eu estou tentando ler. – disse insinuando que iria fechar a janela.

- Espera! – ele gritou e eu me inclinei mais uma vez. Mattew sorriu torto e me encarou. – Desce aqui.

- Pra que?  - eu disse desconfiada

- Desce logo – Matt disse impaciente e eu acenti. Fechei a janela e vesti um robe de seda rosa.

Desci as escadas tomando cuidado para não fazer barulho suficiente para acordar tia Alice. Fui até a cozinha e tomei um copo d’água procurando me acalmar. Por que tinha que ser assim? Quando eu estou quase conseguindo tirar Mattew de minha cabeça, arrumar meus sentimentos, ele vem e bagunça tudo, faz reaparecer a Maria apaixonada, confusa e que treme só de pensar em tê-lo próximo.

Respirei fundo por mais quatro vezes antes de abrir a porta. Mattew estava escorado no vão e quando me viu olhou-me dos pés a cabeça, quando seu olhar encontrou com o meu ele sorriu malicioso e mordeu o seu lábio inferior. Senti-me corar e meu coração acelerar.

- Vamos dar uma volta? – Matt disse depois de sacudir a cabeça e tirar o sorriso malicioso do rosto.

- Já está tarde, Matt. E amanhã nós temos aula, é melhor não. – eu neguei o seu pedido, mas a minha vontade era de fazer exatamente o contrário.

- Deixa de ser boba! – Matt se aproximou. – A noite está linda e eu prometo que eu te trago de volta mais cedo do que você pensa. – ele insistiu e me olhou nos olhos. Seus olhos azuis brilhavam e ele mordeu seu lábio inferior novamente esperando por minha resposta.

“É só uma volta”!”“ Não é nada demais!”“ Deixa de ser boba!”Era isso que meu coração pedia que meu corpo ansiava. Estar perto dele somente nós dois. Mas uma parte de mim alertava perigo. Eu sempre perdia o controle e não seria legal se eu me deixasse levar por ele.

- Tudo bem! – eu disse fazendo com que a parte de mim que o queria agradecesse mandando uma onda de arrepio pelo meu corpo. – Mas nós não podemos demorar. – concluí fechando a porta.

- Nós não vamos. – ele disse pegando em minha mãe e me levando em direção à rua. Nós caminhamos por alguns minutos em silencio, até que eu o quebrei.

- Por que eu? Quero dizer, por que não chamou a sua namorada? – disse mordendo o meu lábio inferior

Matt parou de repente e riu. Ele me encarou e voltar a andar.

- Namorada? – ele disse entre um leve riso. – Quem disse que eu tenho namorada? – perguntou sentando em um banco na rua deserta.

- É o que parece. –dei de ombros. – Você e aquela menina, hum... Acho que o nome dela é Brunna Kuhn...

- O que? Eu e Brunna? – ele riu jogando sua cabeça para trás. – Olha o que este povo inventa? – deu mais uma gargalhada e por fim olhou em meus olhos. – Nós somos apenas amigos.

- Vocês parecem bastante íntimos. – dei de ombros. – Desde quando amigos ficam sentados no colo um do outro por toda a parte?

- De que época você é? – ele disse rindo. – Isso é normal. Bom, se você quiser pode fazer o mesmo. – Estava começando a sentir falta daquele sorriso malicioso

- Por que eu faria isso? – arqueei as sobrancelhas.

- Por que você está louca por mim. – Matt abriu ainda mais o sorriso, e eu arregalei os olhos.

- D-de onde você tirou isso? – meu coração palpitava mais rápido que o normal.

- Eu sei! – ele deu de ombros. – E eu não te culpo, eu realmente sou irresistível.

Não consegui segurar o riso. Era só o que me faltava! Ele se achava demais. Mas ele tinha razão, Matt era irresistível, o seu olhar hipnotizava, seu jeito debochado e confiante fazia-me perder em meus sonhos.

- Você se acha! – eu disse séria, mas comecei a rir de novo.

- Eu não acho, eu sei! Fala que não é verdade. – ele me olhou malicioso e inclinou o seu rosto em direção ao meu.

Minha respiração falhou e meu coração parecia querer sair de mim. As mãos de Matt foram para o meu queixo, o levantando e deixando nossos rostos na mesma altura. Ele se aproximou mais e sorriu ao ver meus olhos arregalados. Mattew acariciou minha bochecha com uma de suas mãos e com a outra passou levemente os dedos por meus lábios. Ele mordeu o seu próprio lábio pensando por onde iria começar. Eu me inclinei para frente involuntariamente fazendo seu sorriso crescer e seus lábios tocarem os meus em um selinho de tirar o fôlego.

Matt desceu uma de suas mãos e segurou minha cintura com força, eu suspirei e ele desceu seus lábios pelo meu pescoço. Coloquei uma de minhas mãos em sua nuca e a outra em seu peito. Matt subiu os lábios novamente e se distanciou um pouco de mim. Suspirei decepcionada e ele, me de deixando totalmente sem reação, puxou meu corpo para mais perto do seu e me beijou. Não o selinho costumeiro entre nos dois. Mais sim o beijo, que fora atrapalhado tantas vezes, com vontade, não apenas dele, mas de todo o meu ser.


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Notas finais do capítulo

e aí? O que vocês acharam do capítulo? Ai, meu coração disparou com este final *--*
Espero que tenham gostado e que mandem reviews.
Até o próximo capítulo!