Depois da operação realizada com sucesso, Richard reuniu todos eles para conversar e ter um momento de lazer, mesmo sabendo que no outro dia todos ainda teriam trabalho, eles continuaram a beber cerveja e uísques. É claro que existiam algumas exceções, Rick e Daniel estavam sentados em um canto longe de todos, estavam discutindo o que fariam amanhã, quer dizer, daqui a algumas horas.

- Eu acho que se eu e você conseguíssemos entrar na Inglaterra ilegalmente seria ótimo. Disse Daniel, que antes era da MI5, e Rick não conhecia ninguém melhor para uma investigação em Londres.

- Tudo bem, mas eu acho que primeiro precisamos de alguns dias para entender a sua rotina, concorda? Rick parecia distante, mas isso era apenas ilusão, sempre estava desconfiado, podia se dizer que era  um animal do mato.

No dia seguinte bem cedinho os dois acordaram e partiram para Manchester, com passaportes falsos, não estavam levando nada de suspeito, apenas roupas, e vários guias de viagem para aumentar o perfil de turista. Chegaram lá como turistas foram diretamente para o amigo de Daniel, que daria a eles armas e walk-talkies para a comunicação.

- Como está? Disse Daniel abraçando o amigo.

- Estou bem, parece feito de aço parceiro. O amigo enfatizou a boa forma do amigo. – Do que precisa?

- Eu preciso de walk-talkies e de uma arma. Disse Daniel.

- Certo, essa arma precisa ter silenciador? O sorriso de Daniel já mostrou a resposta. – Aqui eu tenho uma Beretta 9mm e com silenciador.

- Pode ser esta, você não sabe o favor que está fazendo para mim. Daniel sorriu para o seu ex-colega do MI5.

- Posso saber no que você se meteu? Perguntou o amigo.

- Não.

Saiu da casa do seu colega, e depois de uma ligação Rick parou ao seu lado com um SmartCar  preto alugado, o carro era minúsculo, e Daniel pensou que fosse piada, mas caiu na dura realidade.

- Esse carro? Perguntou Daniel perplexo.

- Sim, qual é o problema? Disse Rick – Prefere ir a pé?

- Não.

- E além disso somos turistas, não somos empresários ricos, que alugam um Aston Martin.

- Pode ser,consegui o que precisamos.

- De uma arma? Disse Rick olhando para a pistola.

- Sim. Por quê?

- É que eu tenho aqui um pano e um vidrinho.

- Formol? Perguntou Daniel nem um pouco surpreso.

- Sim.

Daniel foi até a central da MI5 e conseguiu uma lista de pessoas suspeitas do assassinato, mas havia apenas um nome destacado e com endereço, foi para lá que foram.

O homem entrou pela casa escura, deixou o revolver na mesa, e quando viu uma pessoa sentada no seu sofá e tomando o seu uísque, seu sangue começou a ferver.

- Esse uísque é bom, não é?  Perguntou Rick sentado no sofá.

 A reação do homem foi tentar pegar o revolver, mas não estava mais na mesa alguém havia pego, e esse alguém estava esvaziando o tambor, depois de sentir uma mão pesada golpeando seu abdômen, e uma mão quase idêntica envolvendo seu corpo para que ficasse imobilizado, Rick pegou o pano e colocou no rosto, envolvendo o nariz e a boca. O homem se mexia feito louco, mas depois de um tempo a escuridão tornou-se  a realidade.

Este acordou amarrado em uma cadeira, o lugar era muito estranho, além de estar frio, era úmido e muito escuro.

- O Que querem? Perguntou o homem.

- Por que matou o Jones? Perguntou Daniel.

- Quem? O homem fingia não saber.

- O Chefe da CO19, quem comandava a segurança do palácio Westminster. Disse Dexter.

- Não faço idéia de quem é este sujeito. O homem riu.

- Não acho nada engraçado isso, seu idiota. Dexter enfureceu e golpeou o homem no rosto. – Me fala o que queria dele. Dexter gritou.

- Nada, eu era um assassino, mas hoje eu trabalho honestament... Foi interrompido por outro golpe de Dexter.

- Eu sei, mas o que quero saber...  Dexter caminhou ao redor da cadeira. - ... é qual o motivo, quem mandou você fazer isso

- Não sei de nada. O homem riu novamente.

- Tem certeza? Perguntou Daniel.

- Sim.

- Não tem não. Disse Dexter agora golpeando não com os punhos, mas com um pedaço de madeira.

- Dexter, não vai funcionar, deixa eu fazer isso. Disse Daniel.

- Ok.

Daniel pegou um garrote e colocou-o no pescoço do homem, e apertando levemente, no inicio ele não queria responder, mas conforme foi ficando sem oxigênio passou a colaborar.

- Tudo bem, eu conto,  um homem me contratou por dez mil dólares, depois sem se identificar ele pediu que pegasse a chave do palácio, e no dia ele apareceu e apenas deu ordens, sempre ficava no escuro, para que não o reconhecesse. Mas é só isso, ele não quis se identificar.

- Como era o físico dele? Perguntou Dexter agora mais calmo.

- Velho, uns 70 anos, e rico, muito rico, ele nos levou até uma parte de limusine. E era americano.

- Tudo bem, agora vamos soltar você. Disse Daniel que envolveu o rosto todo do homem com um pano cheio de formol, este que acordaria deitado no mato, com um pedaço de madeira próximo a cabeça, sem dinheiro na carteira, e cartões de credito cortados e jogados fora.

Robert Nixon estava sentado em sua poltrona, conversando com o baixinho, para dar seqüência ao plano, que estava quase na sua fase final.

- Está pronto? Perguntou Nixon.

- Não, ele não atende o celular e nem o telefone da casa. Disse o baixinho.

- Já mandou alguém verificar a casa?

- Sim, e não acharam ninguém.

- Então cancele o deposito, e ache alguém que faça o trabalho com qualidade, o melhor no mercado, nem que ele seja japonês eu quero ele, e rápido.

- Sim senhor. Disse o baixinho agora saindo da sala.

- Quero que veja quem é aquele informante, espero que seja de confiança resolva isso, nem que tenha que molhar a mão dele.

Nixon pegou seu copo de uísque e tomou uma um gole da bebida,  caminhou até a janela, que cobria toda a parede, olhou e ficou pensando sobre como poderia acabar com isso, e será que o plano funcionaria, isso era algo que só poderia dizer quando o plano estivesse em ação e saísse nos noticiários. Seria o seu maior feito, quando estivesse pronto poderia desfrutar de repórteres investigando e vários policiais falando que a pericia está procurando provas e depois disso a pessoa seria presa.

- Espero que ele tenha saído do cargo, mesmo assim mandei meu pessoal fazer uma visitinha na casa dele. Disse Nixon para si mesmo.